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segunda-feira, 14 de julho de 2014
Quando não há algo racionalmente formulado no campo da Ética, convém adotar uma moral provisória para viver a vida, tal como fez Descartes? Ou acha que primeiro tudo tem que passar pela racionalização? Decisões, em grande parte, tem um forte componente irracional.
A ética fornece princípios, a moral dita regras práticas. A moral deve se basear na ética. Nem sempre o faz. Os princípios éticos são racionais e se fundamentam na concepção de que as ações precisam ser de modo a promover a maximização da felicidade global. Mas é preciso analisar as circunstâncias particulares de cada decisão. E o motor das ações humanas não é só a razão. A emoção, o sentimento, a sensatez e a intuição também contam, e muito. Isso é um tipo de raciocínio feito pelo cérebro sem participação da consciência, que, aliás, é a maior parte do funcionamento cerebral. Não quer dizer que não seja refletido e deliberado com liberdade. Só não é consciente. Mas é pessoal. Não é uma determinação cega. Portanto é passível de responsabilização. Apesar da moral ser relativa ao contexto local, temporal e social, ela não é individual. Todavia pode-se tomar uma decisão ética ferindo a moral, nos casos em que ela é que fira a ética. Isso a sociedade não aceita e condenará. Mas não é errado, filosoficamente falando. É o caso, por exemplo, da poligamia, quando os envolvidos estão de acordo. Ou da eutanásia.
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