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domingo, 13 de julho de 2014
Se o estado é inoperante, podem os cidadãos assumir o papel do sistema judiciário?
Não, porque ele existe e é sua atribuição julgar e aplicar penas. Se as pessoas fizerem justiça por conta própria, na estrutura atualmente vigente, estariam violando direitos e liberdades. Mesmo que a omissão do estado em fazer valer a justiça ocorra, não se pode usurpá-la. A situação seria totalmente diferente em outra estrutura social, como a acracia (ausência do estado e de governo). Mas essa seria uma situação que teria sido forjada por meio de uma evolução amadurecida, de modo que toda a sociedade estivesse plenamente cônscia de sua responsabilidade a respeito da aplicação da justiça sem todo o aparato judiciário que há hoje. Isso não se pode mudar da noite para o dia. Do modo que a sociedade evoluiu, desde a pré-história, não se pode prescindir de governo e nem de estado. Todavia isso pode mudar. Mas não por uma revolução, pois uma revolução não muda a cosmovisão das pessoas. Tem que ser por uma evolução e ela tem que acontecer com toda a humanidade, para que o modo de ser da vida social seja completamente diferente. Completamente mesmo. Outras convicções, outras posturas, outros modos de agir, outro tipo de pensamento. Nessa sociedade sem estado e sem governo não pode haver crime. Mas isso não se pode impor acabando com o estado e o governo. O que tem que acontecer é que o estado e o governo deixem de existir por falta de necessidade, justamente porque não há mais crime, não há mais desigualdade social, não há mais pobreza, não há mais ignorância, não há mais conflito nenhum.
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