domingo, 14 de novembro de 2010

Meu professor de filosofia afirmou que, em Kant, os conceitos de "juizo" e "máxima" são a mesma coisa. E, pelo que li, me pareceram diferentes. São, ou não, a mesma coisa? E qual é a diferença, se não são iguais?

São diferentes! Juízo é uma afirmação ou negação sobre a relação entre idéias. Trata-se da operação elementar do pensamento. Não é uma mera associação de idéias, mas de um julgamento sobre a conveniência ou não dessa associação, daí o seu nome. A expressão verbal do juízo é a "proposição". Em Kant, o juízo se reveste de importância primordial, pois toda a filosofia crítica nada mais é do que a crítica de juízos. Para ele, o juízo representa um conhecimento mediato, enquanto a percepção é o imediato. No juízo se associa cada idéia a todas as outras que com ela podem se relacionar e se julga, subjetivamente, a procedência dessa associação. Já a máxima é um princípio prático subjetivo, isto é, uma norma de conduta para a execução de qualquer ação, mais especificamente, do que se deve querer para agir. É uma afirmação sobre os valores a serem perseguidos. Não é um juízo, pois não diz nada a respeito de nenhuma relação entre idéias e sim sobre preceitos de ação. Enquanto um juízo é lógico ou psicológico (se se considera ele em si ou a sua formulação pela mente), uma máxima é axiológica, isto é, referente a valores. Alguns consideram que o juízo seja sempre lógico, porque sempre se expressaria por uma proposição, que é um enunciado linguístico. Todavia a mente opera juízos, sem expressá-los verbalmente, a todo momento em que se decide qualquer coisa de imediato. Fazemos juízos de valor (o que não é um procedimento axiológico, mas psicológico) de forma intuitiva e por eles tomamos decisões também não verbalizadas, como ver algo de relance, julgar que é interessante e voltar o olhar para examinar melhor. Tudo isso sem unica verbalização.

Ask me anything (pergunte-me o que quiser)

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