sábado, 4 de dezembro de 2010

Por favor, indique um bom livro de matemática nível ensino médio para preparação vestibular! Douglas. Campos Dos Goytacazes

Use o Matemática, volume único, do Gelson Iezzi.

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Quando se fala em quarta dimensão, as pessoas geralmente pensam no tempo. Isso é correto? Eu sempre achei que as dimensões seriam todas espaciais.

Uma quarta dimensão espacial não existe (exceto na concepção da teoria das cordas, mas isto é outra coisa). Espacialmente qualquer ponto pode ser localizado por um conjunto de três coordenadas e nada mais. Mas a posição de um ponto pode variar de um momento para outro. Assim, para saber onde ele está, é preciso se dizer, também, quando. Logo o tempo é, naturalmente, a quarta coordenada. Ao conjunto de todas as possibilidades de posicionamento de um ponto, em todos os momentos, dá-se o nome de espaço-tempo, que possui quatro dimensões, uma delas sendo temporal e as outras três espaciais.

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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

'interrompi para escrever este que estou acabando sobre estas perguntas do formspring. ' Como posso saber que foi lançando quando o for? obs.:Estava até pensando em sugerir algo assim a você.srsrs

Assim que o livro estiver pronto divulgarei em todos os sites da internet de que participo.

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A Anarquia é a verdadeira democracia?

Certamente que sim, pois, então, a sociedade é administrada diretamente pelas pessoas, sem nenhum governo. E todas as pessoas são consideradas igualitariamente no mesmo nível, excessão feita apenas a crianças e dementes. Direitos e responsabilidades são também igualmente distribuídos. O único problema é que a anarquia requer um elevadíssimo grau de conscientização, de disciplina, de dedicação, de desprendimento, e de virtudes em geral. Não há como haver anarquia com um povo pusilânime ou desonesto. Não pode haver cobiça e nem preguiça. Por isso digo que é uma questão de educação e que ainda correrá muito tempo para se chegar lá. Admito que meio milênio, se se começar a trabalhar para isto agora.

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O senhor é tão egocentrico quanto demonstra ser?

Não vejo que seja egocêntrico, em absoluto. Sou sim, assertivo, isto é, afirmo minhas convicções e opiniões de modo franco, direto e positivo, sem prepotência, sem petulância, sem esnobismo. Sempre estou seguro de que tenho razão, pois, logo que me convençam que não é assim, mudo meu modo de pensar, já que estou sempre aberto a dar o braço a torcer. Pelo contrário, sou uma pessoa bem altruísta, generosa, prestativa, solidária. Dizendo isto não considero que estou faltando com a modéstia, pois, para mim, modesto e ser verdadeiro e não quem apresenta uma humildade fingida. Conheço minhas qualidades e meus defeitos e os assumo com franqueza. Tenho o defeito de ser perdulário, sentimental, medroso, esquecido, avoado, molóide, guloso e procrastinador. Mas não sou nem um pouco preguiçoso, avarento, invejoso, irado, egoísta ou soberbo. Quanto à vaidade, depende do assunto. Tenho certa vaidade de meus conhecimentos, não nego. Mas não tenho vaidade de minha aparência, de minha posição social, de minha reputação ou outras coisas. Egocêntrico é aquele que interpreta o mundo em termos de si mesmo. O egocêntrico é ciumento e possessivo e vive em busca da aprovação de seu comportamento. Não sou nada disso. Não me importo, nem um pouco, com o que pensem a meu respeito, nem se aprovam ou reprovam meus atos. Não tenho e nunca tive ciúme nenhum de ninguém e sou uma pessoa totalmente desprendida de tudo. Você está completamente equivocado. Você precisa falar com as pessoas que me conhecem pessoalmente.

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Qual é o lado bom de ser solteiro?

Se a pessoa tem um relacionamento conjugal maduro, liberal e simétrico, não há vantagem nenhuma em ser solteiro se se pode não o ser. O que se poderia considerar como vantagem de ser solteiro seria o fato de não precisar de prestar conta de tudo o que se faz. Mas, se não se pretende fazer nada que seja errado, não há mal em prestar conta, desde que cada um conceda ao outro liberdade plena de fazer tudo o que quiser, como deve ser todo bom relacionamento. E se se pretende poder manter casos amorosos, ou, simplesmente, curtir uma vida sexual livre, o fato de fazer parte de um casal não impede nada disso, se ambos estão de acordo que cada um pode assim agir. O que não pode é um querer agir assim sem querer que o outro também o faça ou sem que se lhe diga abertamente que assim o faz. Mentira é que não se pode admitir. Liberdade não tem problema, desde que para ambos.

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Ernesto, acho que você esta sendo precipitado, Nick Bostrom(o próprio) por exemplo, acredita que é muito provável estarmos em uma simulação. http://www.simulation-argument.com/simulation.html Acho que é uma questão em aberto, só que sem 'fins pr

Não acho não. Não vejo razão nenhuma para considerar tal possibilidade, como também as possibilidades de outros mundos ou a de um Multiverso. Tudo isso é como o solipsismo. Não se pode refutar, mas, minha opinião (ou crença, se quiser considerar assim) é de que tudo o que se percebe é, realmente, real.

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".... é um livro de "Física para Filósofos", que já está bem adiantado." Li no blog o "manual de intensões" do livro e estou bastante interessado, aguardo o término.

Já estou no quinto de onze capítulos programados. Interrompi para escrever este que estou acabando sobre estas perguntas do formspring. Logo que publicar este, o que penso fazer antes do Natal, retornarei ao da Física.

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Professor, qual a sua posição frente ao aquecimento global? Afinal das contas, é uma farsa ou não?

O aquecimento não é uma farsa, em termos gerais. A farsa é dizer que ele é de origem predominantemente antrópica, quando faz parte dos ciclos naturais. Nem por isso devem se deixar de tomar medidas para contê-lo. Todavia, a componente de período mais longo indica um esfriamento do planeta, que levará a uma nova idade do gelo em dois ou três mil anos. Este aquecimento é um "dente de serra secular" de uma tendência milenar de esfriamento.

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Você leu o livro "Criação Imperfeita" de Marcelo Gleiser. Achei-o tão pessimista, alegando que NUNCA responderemos a maioria das perguntas por conta dos nossos aparelhos rudimentares. Concorda com esta opinião? A ciência cresce em PG! @minerio

Não acho que ele seja pessimista, mas sim realista. Mas "nunca", como "sempre", "tudo" e "nada", são palavras que não devem ser ditas. Há muito tempo, desde que comecei a estudar Física Quântica, de Partículas e Relatividade, que percebo que esta busca pela unificação das interações está fadada ao insucesso. Para mim a gravitação não é uma interação, mas sim o efeito da curvatura do espaço-tempo, como descrito pela Relatividade Geral. É claro que esta porta deve ficar sempre aberta, mas não sei se vale o tanto de dinheiro que é investido na pesquisa da Teoria M, em detrimento de outra áreas, mesmo teóricas. Acho que a busca para uma interpretação definitiva da mecânica quântica é mais importante, mesmo que não tenha aplicações práticas também.

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Prentende doar seu corpo à ciência?

Já me declarei doador de órgãos para transplante, quando morrer, ou até antes, se for preciso doar um rim, por exemplo. Também aceito que meu cadáver seja usado para aulas de anatomia de alguma faculdade de medicina. Gosto de brincar com meus familiares que, ao invés de terem despesas com meu funeral, que vendam minha carne no açougue, assim até tendo um pouco de lucro. Não vejo razão nenhuma para preservar o corpo em uma sepultura e nem cremá-lo para reverenciar as cinzas. O que quero deixar, depois que morrer, é minha lembrança com ternura na mente dos que me são caros, e minhas lições na cabeça dos que foram meus discípulos. Que minha passagem por esta vida possa ter sido motivo para que o mundo tenha ficado um pouco melhor pelo fato de eu ter vivido. Herança material não vou deixar nenhuma mesmo, porque não tenho nada para deixar. Antes de morrer quero fundar uma ONG para nela deixar minha biblioteca, disponível ao público.

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Von, em referência a pergunta do mal, como você definiria o mal? Você acredita que este exista e que não seja nada mais do que uma parta da natureza humana?

O substantivo "mal" não se refere a algo palpável, mas apenas a uma espécie de categoria de ações que gozem da propriedade de causar dor, sofrimento, prejuízo, tristeza, infelicidade, dano, e tudo de ruim que puder ser imaginado. Como advérbio é o modo de ser de alguma ação com esse tipo de propósito ou que o seja de forma imperfeita, desleixada, descuidada. O adjetivo "mau", qualifica algo que seja ruim, perverso, causador de qualquer mal, ou que seja imperfeito, malfeito, incorreto. Esta é a semântica. Resta saber se, ontologicamente, o mal é uma categoria real. Agostinho de Hipona considera o mal como a ausência do bem, este sim, uma categoria real. Errado! O mal é positivamente uma qualidade, efetivamente causadora de sofrimento, prejuízo e tudo o que se disse acima. Do ponto de vista de quem sofre a ação, o mal pode ser oriundo de entes inanimados da natureza, de animais irracionais, de atos humanos sem a intenção de causá-lo ou de atos deliberadamente urdidos para assim o serem. Do ponto de vista de quem o pratica, para efeitos de imputação de uma qualidade ética, o mal tem que ser uma ação deliberada, livre e consciente. Assim, atualmente, aqui na Terra, só seres humanos livres e mentalmente capazes podem praticar uma ação eticamente qualificada de má. As ações más feitas por entes inanimados, sem consciência, mentalmente incapazes ou por coação, não podem ser qualificadas eticamente de más, apesar de assim o serem do ponto de vista de quem as sofre. Portanto o mal existe, positivamente falando.

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Você acha queo público leigo deve ter conhecimentos básicos sobre astronomia? O que seria esse conhecimento básico?

Claro que sim. Várias, coisas. Por exemplo os números referentes aos tamanhos, distâncias, períodos e localização dos planetas, satélites, estrelas, galáxias e o Universo todo. Há quem pense que, em um dia, a Terra gire 360° em torno de si, quando gira 361°. Explicar de onde vem essa diferença. Como surgiu o Universo, como se formam as estrelas.Como explode uma supernova. Como uma estrela gera energia. O que é um buraco negro. O que é o ponto vernal. O que é ascensão reta e declinação. Porque existem marés. Isto é um exemplo de conhecimentos astronômicos. Isto poderia ser dado dentro da matéria Geografia na Educação Básica. Quanto ao público que já saiu da escola, acho que os jornais e revistas poderiam ter uma seção de astronomia, como tem de informática, mesmo que bem menor.

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Como o senhor encara o valor do mal no âmbito artístico?

Pedagógico. O mal deve ser exposto na arte, especialmente no teatro e no cinema, para que se possa ver a sua perversidade e se tenha por ele a aversão que merece. É claro que é preciso que haja valor artístico.

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O senhor acha possível no nosso Universo existir corpos compostos de anti-matéria?

Sim, é possível, mas muito improvável. Acontece que há uma continuidade de conteúdo ao longo do Universo. A presença de alguma galáxia de antimatéria, por exemplo, provocaria a aniquilação com a matéria circundante com a emissão de grande quantidade de raios gama, criando uma região de vácuo absoluto em torno dela. Dentro de uma galáxia podem haver regiões de antimatéria, produzida por reações de partículas altamente energéticas em estrelas que explodem ou em discos de acreção de buracos negros. Nossa galáxia exibe uma região assim, em torno do seu núcleo. Esta antimatéria está em forma de um gás de pósitrons e pode ser detectada pelos raios gama produzidos quando eles se aniquilam com os elétrons, já que sua frequência é bem determinada. Na origem do Universo, a matéria existia em paridade com a antimatéria, mas uma assimetria no tempo de decaimento privilegiou a matéria. Toda a matéria existente hoje é apenas um bilionésimo do total de matéria e antimatéria primitivos. O resto se transformou nos fótons da radiação de fundo do Universo, que você detecta em sua TV, quando não está sintonizando canal nenhum.

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Viajar no tempo é possível?

Teoricamente, sim, para o futuro. Aliás é o que está sempre ocorrendo. A questão é se é possível se avançar para o futuro mais rapidamente. Sim, desde que se esteja movendo com grande velocidade. Então, para quem ficou parado, o tempo correu normalmente, mas, para quem se moveu, ele passou mais lentamente, de modo que, ao retornar da viagem, enquanto para o viajante se passaram, digamos, um ano, para os que ficaram passaram-se, por exemplo, dez anos. Isto significa que o viajante adiantou-se nove anos em relação aos outros. Mas isto não tem volta, ou seja, não é possível retroceder-se. Tais tipos de viagem no tempo já foram constatadas experimentalmente, por exemplo, com os müons que os raios cósmicos produzem na alta atmosfera e caem no solo. O tempo próprio de viagem deles pode ser medido por sua taxa de decaimento radioativo e comparado com o tempo cinematicamente calculado pelo trajeto. Os valores estão de acordo com a equação da dilatação do tempo, de Lorentz. Viagens ao passado, contudo, só poderiam ocorrer se se encontrar uma linha de universo, isto é, uma trajetória no espaço-tempo, que seja fechada na dimensão temporal, isto é, que se encurve e volte sobre si mesma. Assim, indo-se a cada momento para o futuro, como não se pode deixar nunca de fazê-lo, consegue-se contornar a curva e voltar ao momento presente, vindo do passado. Para tal, contudo, é requerido um campo gravitacional encurvador extremamente intenso, que não permitiria a manutenção da integridade física de nenhum corpo. Isso só ocorreria com partículas subatômicas isoladas em torno de algum buraco negro.

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Isto seria concebível de alguma forma? http://bit.ly/hYCre6

De jeito nenhum. Neste caso as forças de ação e reação se darão dentro do mesmo sistema e provocarão uma resultante nula.

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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

De onde se obtém a anti-matéria?

Do campo indiferenciado que permeia o Universo. A produção de anti-partículas ocorre quando um fóton, que não tem antifóton, colide com alguma partícula material ou um núcleo. Se a sua energia for suficiente, será produzido, com a sua aniquilação, um par de partícula e antipartícula, por exemplo, elétron e pósitron. O problema é que o pósitron logo encontrará outro elétron e ambos se aniquilarão, com a emissão de fótons. Assim é quase impossível se fazer o armazenamento de antimatéria. Procure por estes termos na Wikipedia, de preferência em inglês (Pair production, Antimatter)

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O que aconteceu no "Big bang" pode ser comparado de alguma forma ao que acontece quando o milho se torna pipoca ?

Não. A melhor analogia (mas toda analogia é capenga) é com o ato de inflar uma bexiga de borracha pintagada. Observa-se que as pintas vão se afastando umas das outras, sem saírem do lugar, como na expansão do espaço. Além disso, elas sempre continuam na bexiga, que se mantém ela mesma, desde o início. É claro que, no Big Bang, isto ocorreu extremamente mais rápido. Mas todo o conteúdo do Universo sempre preencheu ele todo, não tendo sido ejetado para um espaço anteriormente vazio.

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Professor, como você acha que podemos distinguir a "crítica" da "falta de respeito"? Por exemplo, aquela polêmica comunidade no Orkut, chamada "Jesus devia ter apanhado mais".

Não aprecio este tipo de comportamento debochado e desrespeitoso com as crenças das pessoas, mesmo que não as abone. Para elas aquela crença é coisa séria. Debochar de Jesus ou de Ganesh, por exemplo é uma desconsideração para com a pessoa que vê neles um ser venerável. Isto é falta de ética e revela um caráter mesquinho e vil. É sempre possível discordar de forma respeitosa e educada e assim é que tem que ser feito, inclusive porque a discordância precisa ser uma ação pedagógica, para mostrar que a pessoa está equivocada e deve mudar suas convicções. Isto nunca será conseguido se a abordagem for de modo a ridicularizar a pessoa ou aviltar as entidades em que ela crê.

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Se Adão e Eva viviam no Paraíso, o que Satanás fazia lá? Eu hein...

Isto é uma das incoerências da Bíblia.

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Foi um elogio.

Obrigado!

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Caro professor. Inicialmente, eu gostaria de te dar os parabéns pelo seu aniversário e fico feliz de ter alguém como o senhor para compartilhar ideias e pensamentos. Bom, eu gostaria de saber a sua opinião sobre a redução da maioridade penal. É a favor?

Obrigado pelas felicitações e elogios. Fico feliz em poder ser útil. Quanto à maioridade penal: Sim! Considero que um rapaz e uma moça adolescentes já têm plena consciência do bem e do mal, do certo e do errado, para poder se imputar a eles culpabilidade jurídica por seus atos, da mesma forma que a um adulto. Acho, inclusive, que esta redução traria o benefício de dar responsabilidade a um grande contingente de pessoas que agem impunemente causando grandes prejuízos à sociedade. Há que se definir qual seria essa idade. Eu sugiro quinze anos. Tendo este limite em vista, a família e a escola já preparariam os jovens para suas responsabilidades, uma vez que isto implicaria a possibilidade de serem julgados e condenados. Esta maioridade também deveria se estender ao aspecto trabalhista, tirando quem fosse maior de 15 anos da égide do estatuto da criança e do adolescente. Acho que um menino ou menina de 15 anos já deve poder trabalhar para ajudar o sustento da família. E isto deve ser feito de forma legal. Esta idade também seria a mínima para votar, para dirigir veículos, para casar, para abrir conta em banco e tudo o que hoje se exige a idade mínima de 18 anos.

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É possível que o universo tenha sempre existido?

Sim. As observações mostram que o Universo está em expansão e isto coincide com as previsões teóricas extraídas da Relatividade Geral. Então, extrapolando-se para o passado, houve um momento em que o conteúdo do Universo estava extremamente denso. Mas isto não significa que nesse momento é que o Universo iniciou, apesar de ser esta a interpretação mais plausível. É possível que esta alta densidade tenha sido o resultado final de uma contração prévia e o Universo teria ciclos de expansão e contração, indefinidamente extendidos para o futuro e para o passado. A solução teórica que contempla esses ciclos, contudo, exige uma prevalência da densidade de massa e energia sobre a aceleração da expansão que os dados observacionais não confirmam. Esses dados, contudo, não possuem uma precisão grande, podendo, no futuro, serem revistos e indicarem o Universo cíclico.

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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Você devia entrar mais no MSN, afinal la o sistema é de debate e não e perguntas idiotas. O própio processo de aprendizado deveria ser feito deste modo.

Acho o MSN inadequado porque restringe o acesso apenas às pessoas que estão se falando. Aquí, nas comunidades do orkut e no twitter a comunicação é aberta a todos, por isso minha preferência. Por outro lado a fração de perguntas idiotas não é grande.

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Pensa em escrever um livro?

Já estou escrevendo, em verdade, três. O primeiro é um livro de ensaios filosóficos, com base em tudo que já escreví em meus dois blogs. O segundo é um livro de "Física para Filósofos", que já está bem adiantado. E o terceiro é uma compilação destas respostas que dou neste Formspring. Este já está quase pronto e quero soltá-lo antes do Natal no "Clube de Autores" que é uma edição pela internet. Estou revendo o português e fazendo o índice remissivo.

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Educação, educação, educação: e como conseguiremos tal feito senão com a tomada do poder por comunistas? Creio que suas idéias sobre o desenvolvimento social causam apenas inércia. Primeiro devemos iniciar o processo, depois a tal educação nos guiará.

Conseguiremos democraticamente sim, sem revolução. Basta para isto elegermos os candidatos que tenham essas propostas e que consigam fazer aprovar leis nesse sentido. Para tal é preciso que as pessoas de bem e com ideais se candidatem e façam pressão para serem eleitas sem o concurso das máquinas partidárias corruptas, mesmo nos partidos de esquerda. Isto não é fácil, mas não é impossível. Quem sabe começando um movimento na internet, consigamos bons candidatos para as próximas eleições municipais, depois para as estaduais e federais. Assim, em poucas décadas, será possível renovar inteiramente os parlamentos dos três níveis e botar para fora toda essa canalhada de políticos corruptos e vendidos aos interesses corporativos. Você viu o pronunciamento da Cidinha Campos:
http://www.youtube.com/watch?v=q21rM03_R18

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Duas negações formam uma afirmação?

Na lógica, sim. Na linguagem, não. Quando você diz "não tem ninguém", na linguagem quer dizer que não há pessoa alguma, mas, na lógica quer dizer que há alguma pessoa. Por isso é que é muito difícil se construir um robô que seja capaz de se expressar em linguagem coloquial, pois seu funcionamento é estritamente lógico.

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Professor, se o Big Bang não foi, de fato, uma explosão, porque ainda o chamamos assim? Vício de linguagem?

Este nome foi dado por Fred Hoyle, que era um partidário de uma teoria oposta, hoje desacreditada, da "criação contínua".ou "estado estacionário". Então ele chamou a teoria da expansão, formulada por Alpher, Bethe e Gamow, baseada nos modelos cosmológicos de Lemaïtre e Friedmann, como "Big Bang" de forma pejorativa. Mas o apelido pegou. É interessante saber que, se o Universo for infinito, como as observações indicam que é, mesmo no início do Big Bang, ele assim já o era. A singularidade, que, fisicamente, de fato, nunca existiu, seria um estado de altíssima densidade, mas volume infinito. O Universo atualmente observável, este sim, estaria concentrado em um volume quase puntiforme. O Big Bang não é uma explosão porque isto seria um ejeção de matéria para um espaço circundante vazio. Em verdade todo o espaço existente, sempre foi completamente preenchido pelo conteúdo do Universo. O que ocorreu é que esse espaço começou a se expandir, aumentando a distância entre suas partes, sem que nada saísse do lugar.

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É verdade que existe uma pequena chance do nosso universo ser uma simulação de um super computador?

Só nas fantasias mais excêntricas de mentes dopadas com LSD.

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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Por que não fazer uma ditadura SOCIALISTA temporária? É o modo mais prático de espalhar o socialismo pelo mundo, e SOMENTE quando todas as nações forem ditaduras socialistas, poderíamos proceder para o comunismo internacional, sem estados ou leis.

A ditadura é um grande perigo, pois o poder fica centralizado e não se pode ter garantia de que seus detentores serão comprometidos com o bem geral e não com as vantagens do grupo dominante, como ocorreu com a funesta União Soviética e os demais países da Europa Oriental, quando comunistas. E sendo um regime policial, em que o povo não pode protestar contra as autoridades, o que acontece é apenas a transferência da opressão das mãos dos capitalistas para a dos burocratas do Partido Comunista.

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Juntando todos as mortes provocadas por seu imperialismo, os EUA mataram mais que Mao ou Stalin, sem contar as outras mortes envolvidas diretas ou indiretamente com o país, como a fome. O que acha disso? Não aparece na Veja não é? ☭☭☭☭☭

Acho terrível e uma prova de que a escolha do enriquecimento como ideal social, feita pelas sociedades capitalistas, é um completo engano, em termos de meta para a humanidade. A adoção da ideologia do mercado como promotor do progresso é falha. Isto, em absoluto, não é justificativa nem desculpa para as atrocidades também cometidas pelos comunistas em sua outra escolha desastrosa pelo socialismo de estado. Ambos são equívocos, da mesma forma que o fascismo, o nazismo, o absolutismo monárquico, as ditaduras de banana, o feudalismo e tantas outras experiências sociais e políticas já vividas pela penada humanidade sob o jugo de líderes que só se importam com seu sucesso pessoal e com as vantagens auferidas pelos grupos que os apoiam. Direita e esquerda, na verdade, são posições para trás e para baixo, maléficas à sociedade. O bem só será conquistado com uma posição política para frente e para cima, isto é, politicamente anárquica e ácrata e eticamente reta e impoluta. Isto é, quando os rumos da sociedade forem ditados pelo próprio povo de modo livre e sem organização. Mas o egoísmo ainda não permitirá que a escolha de cada um seja a escolha melhor para todos. Isto, contudo, poderá ser alcançado por um processo educativo que privilegie o altruísmo como regra de conduta, mesmo que, à primeira vista, possa parecer desvantajoso para o indivíduo. Somente com o aprimoramento cultural é que esta concepção será alcançada. Daí o meu mote: educação, educação e educação.

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És um homem póstumo, Ernesto.

Devo entender isto como um elogio ou um reparo? Se por póstumo você está dizendo que o que eu digo permanecerá válido após a minha morte, isto é um elogio. Se, por outro lado, você está dizendo que tudo o que eu digo é letra morta, então estou sendo criticado. Qual é o caso?

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Professor, o senhor acha que a ciência pode se pronunciar a respeito da moral, ou isto é apenas do domínio da filosofia?

Realmente é do domínio da Filosofia, dentro da ética, que é, justamente, a parte da Filosofia que cuida de validar a moral. Os conceitos éticos não são passíveis de verificação por métodos científicos. O que a ciência pode fazer a respeito é o estudo sociológico e histórico das noções éticas nas várias culturas e épocas.

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O que você acha da maçonaria?

Já respondi isto aqui, mas transcrevo, por comodidade:

Tenho grande reserva em relação a qualquer tipo de conhecimento que só seja revelado a um pequeno grupo de “iniciados”, que partilhariam algo “secreto”, como ocorre na Maçonaria, na ordem Rosacruz, com os Gnósticos, Logosóficos, Antroposóficos e coisas assim. Para mim todo conhecimento tem que ser público e disseminado para o maior número possível de pessoas. Se é um conhecimento verdadeiro e útil para a vida, que seja ensinado nas escolas de modo franco e aberto. Inclusive para se submeter a toda sorte de contestação e, se realmente verdadeiro, se mostre vencedor de todas as contendas e passe a ser a base padrão da Ciência a ser reproduzida nos compêndios como verdade universal. Assim é a Ciência, que não se furta a ser divulgada e criticada. Conhecimentos mediúnicos, esotéricos, cabalísticos e outros que tais, se fossem de fato verdade, deveriam ser o padrão escolar mundial, não importa qual a religião predominante no lugar. Todo conhecimento que se furta a ser universalizado e criticado, no meu entendimento, peca liminarmente por presunção dogmática. E de dogmas eu estou fugindo. Que tudo seja revelado às claras e exposto ao crivo da crítica mais obstinada para que possa emergir vitorioso em sua veracidade, pelo menos provisória.
Concordo que há dois critérios de verdade: a evidência e a prova. (antes há que se dizer o que se entende por “verdade”: trata-se da adequação entre a realidade e o que se diz a respeito dela – portanto verdadeiro ou falso são atributos lógicos e não ontológicos). A simples coerência intrínseca não prova, mas a incoerência derruba. Outro critério de validade é o de falseabilidade. Uma teoria tem que ser passível de refutação. Certas dou-trinas, como o espiritismo, são completas e fechadas em si mesmas, sendo autoconsisten-tes. Mas não se pode dizer que são verdadeiras, porque não se pode testá-las. O problema com as sociedades secretas, como a Rosacruz e a Maçonaria é exatamente o fato de serem secretas. Se dizem possuir a verdade, então que a mostrem às claras para todos, de modo a poderem ser refutadas. As religiões pelo menos são abertas. Por outro lado, nenhuma “crença” pode ser critério de verdade, senão haveriam tantas verdades quantas crenças e a verdade, por definição, tem que ser única. (digo a verdade objetiva – é possível considerar-se uma verdade subjetiva que seria a adequação entre a percepção da realidade por parte de uma pessoa e suas afirmações. Assim uma pessoa pode não estar mentindo e não estar dizendo a verdade, objetivamente falando). Então só se obtém a verdade ou por evidência factual objetivamente comprovada por qualquer pessoa, ou, melhor, ainda, por sensores impessoais (foto, gravação etc.), mesmo assim, cercada de todos os cuidados para evitarem-se fraudes. Ou por comprovação lógica (dedução, como um teorema), aí também cercada de todos os cuidados para se evitar sofismas.
O esoterismo, em oposição ao exoterismo, é a noção de que algumas verdades só po-dem ser reveladas aos iniciados de alguma entidade. Normalmente esse conhecimento se liga à existência de entidades supranaturais que governariam o mundo, que seria, assim, a encenação de uma peça por elas dirigida. Faço duas objeções: Se o conhecimento é vantajoso, deve ser divulgado para todos e jamais permanecer restrito a quem quer que seja. A segunda é que diferentes níveis das sociedades secretas apresentam diferentes visões da realidade. Os cristãos tradicionais (Opus Dei, TFP) vêem em tudo uma obra do demônio para desacreditar a fé. De acordo com Plínio Correa de Oliveira, os “Protocolos dos Sábios do Sião” estão corretos e a franco-maçonaria é uma fachada para o movimento sionista que visa destruir o cristianismo. Em minha concepção materialista (eu, que já militei na TFP), nada disso procede, e todos estão enganados. A religião é um produto do homem. O verdadeiro saber e o conhecimento não residem em nada esotérico, mas naquilo que a razão humana gradativamente traz à luz. No entanto estou sempre aberto a mudar de opinião. Mas preciso ser convencido com provas ou evidências bem irrefutáveis. Gostaria que esses conhecimentos esotéricos fossem divulgados e abertos para que qualquer um pudesse checá-los. De outro modo a impressão que tenho é que se trata de algo sem consistência, que não pode vir à luz porque seria contestado por argumentos convincentes. Não consigo conceber essa ordem supranatural que existiria “por trás” do mundo sensível, acessível apenas aos iniciados. Coisas como mediunidade e outras que tais, porque só são percebidas por alguns? Se existem mesmo espíritos e se há comunicação com eles, porque todos não o conseguem? Acho tudo isso muito estranho e gostaria mesmo de ter acesso a comprovações cabais dessas coisas. Por ora prefiro ficar com minha postura de absolutamente não “crer” em coisa alguma. Ou sei ou não sei e se sei é porque possuo evidências ou provas objetivas e cabais, transparentes e abertas a todos.

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Formspring=Orkut=Twitter=Facebook=porcaria.

Se você assim o acha, por que está aqui?

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Ah, então você não é um realista matemático?

Sim. Mesmo que considere que a matemática possua um aspecto abstrato e que muita coisa possa ser desenvolvida sem correspondência com o mundo real, de fato, não só as aplicações, como as origens do conteúdo da matemática estão ligadas à realidade física. São as ocorrências do mundo que levaram à formulação da matemática, como um modelo abstrato do que acontece. Dentro dessa realidade abstrata, o raciocínio pode agir e tirar conclusões, que são transcritas de volta para o mundo e permitem prever a ocorrência de eventos e fenômenos. É possível se estudar a matemática de "per se", mas esta matemática só terá aplicação se algum aspecto da realidade puder ser modelado por ela. Não digo que isto invalide o estudo, mas se a matemática for só isto, os matemáticos perderão seus empregos.

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A imaginação tornou-se menosprezada na sociedade atual?

Não vejo isto. Pelo contrário. Percebo que a sociedade faz muito mais uso da imaginação hoje em dia do que já o fez. Isto pode ser visto facilmente na publicidade, nos jogos de computador, em filmes cinematográficos fantásticos, como os do Harry Potter, do Senhor dos Anéis e similares. O culto ao imaginário é bem maior na atualidade.

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As nossas percepções da realidade não estão limitadas pelo fato de termos que sobreviver biologicamente? O uso de enteógenos não poderia acabar com essa limitação muito útil, e assim, por algumas horas, nos mostrar a verdadeira realidade exterior?

De jeito nenhum. A ação dos enteógenos é puramente biológica também. A sensação de compartilhamento de alguma realidade transcendente é puramente ilusória. Não existe nenhuma forma de se fugir da condição biológica, simplesmente porque não há outra. Não existem espíritos e nada que seja sobrenatural. O uso dessas substâncias, contudo, é altamente prejudicial à saúde, como, aliás, de quaisquer outras drogas alucinógenas. A unica percepção da realidade que se pode ter é a fornecida pelos sentidos, se preciso apoiados por instrumentos amplificadores (microscópios, telescópios) e pela razão, quando se debruça sobre as percepções para cotejá-las e interpretá-las. Mas o sentidos precisam estar devidamente despertos e livres das perturbações causadas por enteógenos ou alucinógenos.

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O que o senhor acha de Francis Collins?

Já respondi a esta pergunta. Só para facilitar:
"Tenho seu livro mais ainda não li. Apesar de sua opinião de que a Ciência não con-tradiz a fé, discordo. Pelo menos em relação ao cristianismo, não há como conciliar a teoria da evolução com a redenção de Cristo, pois esta só tem significado se se considerar o pecado original de Adão e Eva como um fato e, pela evolução, não houve nenhum Adão e nenhuma Eva. E a evolução não é uma hipótese, mas uma teoria confirmada. A biogênese a partir da matéria inanimada, apesar de ainda não ser uma teoria confirmada, é uma hipótese altamente plausível, dispensando a interveniência de Deus. As explicações propostas para a origem do Universo também não precisam considerar a hipótese da interveniência divina. A Ciência, pois, se não garante a inexistência de Deus, não requer a sua suposição para coisa alguma.
Michael Behe e Stephen Jay Gould também se equivocam, o primeiro ao descartar a evolução e o segundo ao admitir a coexistência entre a Ciência e a raligião. A evolução é um fato e não há como conciliar Ciência e religião por seus próprios princípios. A Ciência busca a verdade sem saber qual ela é e a religião prega sua suposta verdade pré-concebida."

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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Como superar o medo de falar em público?

Fazendo ensaios com um público reduzido e amigo seu, que esteja disposto a apontar suas falhas de forma educativa. Passando, depois, para um público ligeiramente maior, mas que ainda lhe conheça. Depois para um público um pouco maior e desconhecido, até enfrentar grandes auditórios. Tem que insistir, ensaiar, estudar gramática, retórica, lógica e dialética, para saber argumentar e falar bem. É bom, também, treinar a escrever palestras e discursos, como se fosse falar aquilo de improviso. Escreva muito e corrija todos os seus erros de português. Também é importante ler, especialmente revistas e jornais, pois os jornalistas são bons para escrever. Ao ler, preste atenção na argumentação e na construção das frases. Use o dicionário para entender o significado de tudo e aumentar o vocabulário, para que possa expressar o pensamento de forma mais exata.

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Caro Von Ruckert, a associação de seus pensamentos sociais anarquistas ao sentimentalismo vêm de uma idade avançada da qual Einstein se refere como "uma idade onde ler livros pode trazer mais atrofia intelectual do que pensamento".

Esta concepção de Einstein é inteiramente equivocada. Ler é condição para se ter sobre o que aplicar o pensamento. As opiniões que expresso são fruto de análises, reflexões e conclusões que tiro sobre tudo o que leio, observo, experimento e converso. São inteiramente de minha autoria, mesmo que fundamentadas em contribuições diversas. Não vejo que minhas concepções anarquistas sejam sentimentalistas por rejeitar a violência. Isto é uma questão de ética. Produzir sofrimento é eticamente incorreto. O progresso da humanidade tem que ser feito de forma ética. A política é inferior à ética. Além do mais, meus 60 anos não configuram idade avançada para a produção intelectual, como atestam inúmeros políticos, empresários, cientistas, filósofos, literatos, músicos, artistas e intelectuais em geral, que deram expressiva contribuição à humanidade acima dessa idade.

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Tem alguma baboseira maior que aquele "Quem Somos Nós"?

De fato, não. Já assisti o filme duas vezes e participei de um debate sobre ele na Associação dos Professores da UFV. Então expús a completa improcedência de tudo o que se diz nele. Não sei como cientistas como o Amit Goswami, o Fritjof Capra, o Deepak Chopra e outros podem se envolver com uma baboseira dessas.

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Como explica racionalmente a existência de fotos de espíritos,OVNIS,alienígenas,simpatias,clarividência,etc.?

Fotos de espíritos e assombrações, ou mesmo sua visão, atualmente são fisicamente explicadas por infra-sons gerados por ventos canalizados que são capazes de formar ondas estacionárias, cujos ventres excitam a retina e os sensores fotográficos, formando manchas esbranquiçadas que, se a pessoa tiver a predisposição de considerá-las como fantasmas, assim as perceberá. Fotos de OVNIS são todas sem nitidez, podendo também serem formadas por infra-sons ou por alguma outra forma de ilusão de ótica. Nenhuma das fotos de OVNIS que já vi em reportagens é conclusiva. Quanto a alienígenas, para mim, são todas fraudulentas. Simpatia e clarividência não existem. Nenhuma dessas pseudociências resiste a uma apuração rigorosa de sua procedência. Ou são fraudes ou são equívocos de interpretação. Sobrenatural não existe, nem fenômenos parapsicológicos, nem extraterrestres nem nada disso.

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Esta página se tornou religiosa, infelizmente.

Quem determina o conteúdo da página são as pessoas que perguntam. Revendo as últimas perguntas e respostas, contudo, pude ver que muito poucas se referem a assuntos religiosos. Não sei de onde você tirou esta conclusão.

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Qual a diferença entre "mente" e "consciência"?

Percepção, pensamento e consciência são fatos distintos da mente. Este é um assunto sobre o qual já lí, estudei e refletí longamente, tendo, inclusive, já postado muito, tanto em comunidades do orkut, especialmente a minha, Wolf Edler, quanto em meus dois blogs e meu ning, cujos links estão em meu perfil. É só procurar pelas palavras chave “consciência”, “mente”, “cérebro” nas caixas de busca. Preliminarmente quero dizer que as analogias são muito perigosas. Elas podem ilustrar algum aspecto particular de uma teoria, mas não se pode estender ao resto da teoria o que se verifica na analogia. Prefiro não usá-las e tratar diretamente com os conceitos envolvidos e suas relações. Outra questão que precisa ficar clara é que não existem mistérios de espécie alguma. O que existem são fatos ainda não explicados. A história da ciência e da filosofia nos dão uma confiança muito boa de que qualquer tema, não importa o quão aparentemente misterioso seja, será um dia compreendido e explicado. Há que se dar tempo ao tempo, uma vez que nossa espécie é muito jovem neste planeta, a civilização mais ainda e a ciência, um bebê. A terceira coisa que quero ressaltar é que o caráter de simplicidade de uma explicação é realmente desejado e preferível, desde que se tenham várias outras que expliquem a mesma coisa de forma mais complicada. Se não houver explicação mais simples, a complicada tem que ser aceita, caso dê conta de explicar. Isto posto passarei a comentar o tema, que é a consciência e sua localização. Para tal há que se conceituar claramente os termos envolvidos e delinear onde se pretende chegar.
Cérebro é um órgão do sistema nervoso dos animais mais evoluídos No caso dos vertebrados está abrigado na caixa crâneana, junto aos outros órgãos que constituem o “encéfalo”. O tecido cerebral, como o do resto do sistema nervoso, é constituído de neurônios e células gliais, além das membranas delimitadoras. Os neurônios possuem dendritos e axônios, pelos quais transitam as mensagens nervosas, por meio de uma inversão de polaridade elétrica de suas membranas, ocasionada por transporte iônico de sódio, potássio e cálcio. Nas sinapses entre dendritos de um neurônio e o axônio de outro, também há transmissão de mensagem nervosa, por meio de portadores químicos que são os neurotransmissores, As células gliais suportam a estrutura reticular dos neurônios. No ser humano existem cerca de 86 bilhões de neurônios, interligados por cerca centenas de trilhões de sinapses. Tal estrutura ocorre no cérebro, cerebelo, bulbo, medula e nervos. É sobre esta estrutura que está se cogitando que a consciência resida ou não. É importante notar que tal estrutura está completamente conectada com o restante do organismo, isto é, os músculos, os órgãos sensoriais, as vísceras, as glândulas endócrinas, os vasos sanguíneos e o resto, de tal forma que não se pode falar de ocorrências exclusivas do sistema nervoso, sem a participação do resto do organismo.
Conceitua-se mente como uma “ocorrência”, isto é, um acontecimento, um fenômeno que se dá com o animal vivo, que possibilita a coordenação do funcionamento do seu organismo, a percepção do mundo exterior e interior à própria mente, a memória, o pensamento, o raciocínio, a consciência (psíquica e moral), a autoconsciência (o “eu”), as emoções, os sentimentos, os desejos, as volições, as decisões e os demais fatos de ordem não estritamente corpórea, como são os movimentos, as sensações ou o funcionamento visceral. Note-se que a mente não é uma “coisa”, isto é, não tem localização, extensão, volume, massa, energia, composição substancial, temperatura, cor, sabor, textura, rigidez ou qualquer propriedade física, química ou biológica. Conceituando-se entidade como tudo o que seja capaz de existir objetivamente, mesmo que não concretamente, isto é, que não seja apenas uma concepção irrealizável, dizemos que a mente é uma “entidade”, não material. De que natureza seria, pois? Note-se que não é uma abstração, como um número, uma figura geométrica, um valor ou uma norma, que só existem como idéias. A mente tem existência real no mundo, e, como concebo, no mundo natural, isto é, não é uma entidade cultural (social ou econômica, por exemplo).
Em que consiste o mundo natural? À primeira vista de espaço, tempo, matéria, radiação e campos (note-se que não falei “energia”, pois esta não é um tipo de entidade e sim um atributo de entidades). Mas não é só isto. Mais do que isto, o mundo natural é feito de “estruturas” e “ocorrências”. Estas são as categorias mais elevadas de entidades naturais. O monte de átomos que compõe o meu corpo só é o meu corpo porque se dispõe de acordo com certa estrutura. E a minha vida é uma ocorrência que se dá com esta estrutura. Galáxias, estrelas, prédios, aparelhos e empresas são estruturas. Furacões, terremotos, relacionamentos, eleições e doenças são ocorrências. A mente é uma ocorrência que se dá com a estrutura do organismo, em especial com o cérebro, mas não só.
Vários experimentos clínicos atestam que a mente é uma ocorrência que se dá principalmente no cérebro (mas não apenas). A literatura neurocientífica está repleta deles. No cérebro, ao que parece, existe uma localização preferencial para o registro de cada informação, mas ela também está registrada em outros locais, de modo que, havendo lesões, é possível uma certa recuperação, até de memórias. Um evento é registrado em vários locais de memorização, segundo cada um de seus aspectos (verbal, visual, emocional, cinestésico etc). Existe uma concepção holográfica dos registros cerebrais, mas não acho que ela seja exclusiva. Considero uma possibilidade muito plausível, mas não de uma forma estrita. Explico: numa fotografia normal o que se registra é a amplitude e a frequência da onda luminosa, mas não a fase e a elongação. Na holografia se registra a elongação e a fase, que são capazes de gerar a amplitude e reconstruir uma imagem, mesmo com um fragmento do holograma, enquanto na foto ordinária, cada fragmento não tem informação sobre o resto da foto. No caso do cérebro isto não é tão radical, mas é possível umas partes substituirem as outras, em suas funções. Todas as funções mentais se dão por excitação de neurônios e transmissão de impulsos entre eles. Esta é uma rede incrivelmente complexa. Seu estudo demanda uma especialização médica bem profunda, especialmente se a pessoa for se tornar pesquisadora, trabalhando com psicólogos, filósofos, engenheiros de computação (para produzir inteligência artificial) e essa turma toda da pesada.
Se a mente é um “epifenômeno” do organismo (especialmente do cérebro) é uma questão de definição do que seja epifenômeno. De fato, a mente não é o cérebro e nem é material (senão se poderia transferir memórias numa seringa). Mas ela acontece em virtude do funcionamento do cérebro. Não considero que isto a caracterize como sendo de natureza transnatural. Trata-se de uma ocorrência natural do organismo, que não sobrevive à sua falência.
A consciência psíquica (consciousness, e não conscience) é a propriedade da mente estar ciente do mundo exterior e de seu processamento interno. A maior parte das sensações provinda dos sentidos (visuais, auditivas, olfativas, gustativas, táteis, térmicas, cinestésicas, álgicas, vestibulares etc), bem como a maior parte do processamento mental, se dá sem que se tome conhecimento do que ocorre. Somente é percebido aquilo que prende a atenção e o pensamento, só em parte, é acompanhado. Estar consciente é estar sabendo o que está acontecendo. No sono, desmaio, anestesia e morte, está-se inconsciente, no último caso, de forma definitiva. A consciência é a mais importante das ocorrências que fazem parte da mente. Ao se dizer que se está sabendo do que acontece, a primeira pergunta é “Quem?”. Sim, qual é o ente que tem consciência do que ocorre em sua mente? Tal ente, denominado “eu”, é o dono de sua mente e de seu corpo. A “autoconsciência” é esta noção que se tem de si mesmo. Também ela é, segundo as mais recentes pesquisas neurológicas, uma ocorrência mental e, logo, proveniente do funcionamento do organismo, portanto, natural, sem ser material. A noção de si mesmo é dada por uma varredura constante que o cérebro faz do próprio organismo e do mundo, atualizando as informações sobre tudo o que esta ocorrendo com o corpo, a mente e o mundo exterior. O cruzamento dessas informações permite que se tenha a noção da distinção da pessoa em relação ao resto e de que ela continua sendo ela mesma ao longo do tempo, mesmo modificando-se.
Falou-se que o cérebro seria o “hardware” e a mente o “software” e que o hardware não pode construir o software. Este é um ponto em que as analogias falham. A mente não é, nesta analogia, um software instalado em um hardware em branco, mas sim um tipo de “eprom”, em que o software está gravado (e até pode ser modificado), mas não é volátil. A noção de “tabula rasa” é falsa. À medida que o desenvolvimento embrionário e fetal vai ocorrendo, tanto o cérebro quanto os órgãos dos sentido formam-se paralelamente. Então, o protocérebro já vai recebendo impressões dos protosentidos e tudo vai se formando junto. Ao nascer, o bebê já tem muitos registros de percepções em sua memória e, nos primeiros dias e meses, isto cresce tremendamente. Esses impulsos sensoriais, juntamente com as respostas motoras de toda ordem (movimento, choro etc) é que vão formando as ligações sinápticas que estruturam o hardware, juntamente com o software, ao mesmo tempo. Os sentidos são as principais ferramentas para a construção da mente. Tudo provém deles, exceto o que já vem geneticamente pronto, que, além da existência das células nervosas, no ser humano, é pouco, como o instinto de sugar e agarrar. A maior parte é aprendida, como o ato do coito, que nos animais é instintivo. Mesmo na vida adulta, o exercício dos sentidos é capaz de gerar conexões sinápticas e aumentar a inteligência, por exemplo. De fato, nos seres biológicos, o hardware constrói seu próprio software.
O fato da consciência ser uma função orgânica de certos organismos biológicos evoluídos, não implica na recíproca, ou seja, que todo organismo, biológico ou não, tenha consciência. Todavia não há impedimento de que um artefato possa ter consciência. Qual seria? É possível dotar um robô de consciência sim, porque não? Só não se tem é competência tecnológica para isto, por enquanto. Mas pode-se vir a ter dentro de poucas centenas de anos.
As evidências de que os organismos biológicos constroem seu próprio hardware e software são patentes. Primeiro que esta separação em hardware e software, aplicável aos processadores eletrônicos, não se aplica aos sistemas biológicos. Neles a construção do software é feita pela construção do hardware, já com o desenho ajustado para a função que exercerá. Não existe uma estrutura pronta e vazia para acolher dados. Os dados são registrados como informação pela própria formação de conexões no momento do registro. O cérebro é construído não apenas na gestação, mas ao longo de toda a vida, entendendo-se que mudanças de conexões são novos projetos de reforma da estrutura, que estão a todo momento ocorrendo, especialmente durante o sono. Nessas reformas de estrutura é que se fixam na memória cortical as ocorrências experimentadas e temporariamente registradas no sistema límbico. E os registros de memória não são apenas imagens, sons ou outras percepções sensoriais. São também, emoções, sentimentos, raciocínios, desejos, decisões, enfim… tudo o que possa acontecer na mente.
Não há problema nenhum em considerar a mente gerada pelo cérebro. A mente pode ser uma entidade imaterial gerada por uma entidade material sim, porque não? Isto se dá em muitos outros casos: Uma orquestra tocando produz uma música, que não é material. Do mesmo modo que a matéria inanimada produziu a vida, na origem da série evolutiva. O ônus da prova não é provar que a matéria pode gerar a mente mas sim provar que não pode.
No meu entendimento a mente não é uma ocorrência da consciência e sim uma ocorrência do cérebro. A consciência é uma das funções da mente, não a precedendo. É como uma música. A música não é a partitura em que está escrita e nem as vozes e instrumentos que a executam. A música não está latente nos instrumentos. Soá-los pode não produzir música alguma. Ela é a ocorrência de sua execução. Mas esta ocorrência só se dará se houverem vozes ou instrumentos (podem ser gravações, rádios ou televisões). E a música também não é o som. É um conteúdo do som. Assim a consciência, como aliás, as demais funções psíquicas, como o pensamento, as emoções etc. Tais coisas se dão no cérebro mas não são matéria e nem espírito. São acontecimentos, processos, ocorrências. Não se pode extrair um pensamento numa seringa e injetá-lo em outro cérebro. Nem uma emoção. A consciência, especialmente, é um estado de funcionamento do cérebro. A mente é o cérebro em funcionamento, mesmo inconsciente. A consciência é uma propriedade da mente. Um cérebro recém morto não tem mente nem consciência. Isto se esvai com a morte e deixa de existir. A consciência não é uma estrutura, pois esta é estática. Como ocorrência, a consciência é dinâmica. Ela não “é”, mas “está sendo”, a todo momento em que estiver ligada. Mas, nos estados inconscientes da mente (sono, desmaio, anestesia) em que o organismo permanece vivo, como as estruturas e registros de memória que geram a consciência estão presentes, ela volta integralmente findo o episódio de inconsciência. Não existe parte não mental da consciência e o espírito não tem energia alguma, simplesmente porque não existe.
Quero deixar claro que, como livre pensador, tenho a mente aberta a qualquer possibilidade, estando sempre disposto a mudar meu modo de pensar, logo que convencido de estar errado. Contudo, o volume e o tempo de estudos que já apliquei à questão mente-cérebro, até o momento, me garantem a validade da concepção monista fisicalista, isto é, de que a mente é um produto do funcionamento do cérebro, não o precedendo, em absoluto. Certamente que a inteligência não é apenas uma questão hereditária, mas produto da predisposição hereditária aprimorada pelos estímulos ambientais, podendo, inclusive, ser diminuída pela falta de estímulos. Por outro lado, hereditariedade não é um fator determinista. Pais burros podem gerar filhos inteligentes e vice versa, sem nenhuma transgressão às leis da genética. Quanto aos “savants”, trata-se de uma patologia mental. Além de Zera Colburn e Jedediah Buxton, podemos mencionar os casos de Leslie Lemke, Richard Wawro, Kim Peek, Alonzo Clemons, Daniel Tammet e muitos outros.
Tal não é o caso das inteligências excepcionais, que não tiveram pais nem filhos igualmente excepcionais. Isto não contraria nenhum princípio genético nem apoia nenhuma tese de que a mente preceda o cérebro ou tenha uma sede não corpórea. Pelo contrário, corrobora a hipótese de que a mente seja uma ocorrência orgânica.
As pesquisas neurológicas não identificam nenhuma localização encefálica especial para a mente e para a consciência, mas mostram cabalmente que elas só existem em cérebros em funcionamento. Não há nenhuma evidência da existência de mentes não associadas a cérebros vivos em funcionamento, menos ainda de consciências. Note que considero a consciência como uma função mental, de certa forma análoga às percepções, mas mais abrangente. Isto não significa que tais ocorrências não sejam naturais, isto é, físicas (no caso, biológicas). É preciso entender que não é só a matéria que é entidade física. Dentre as entidades substanciais tem-se matéria, radiação e campo, além disso há o espaço, o tempo, as estruturas, os eventos, os fenômenos, as ocorrências, as dinâmicas (mas não a energia, que é atributo e não entidade). Tudo isto é físico, além da matéria. Ocorrências são conjuntos de eventos elementares interconectados e encadeados de forma complexa, como por exemplo, furacões, correntes oceânicas, terremotos, a vida, e… a mente e a consciência. Elas são o resultado da estrutura e da dinâmica do sistema nervoso. Todas as funções da mente, como percepção, pensamento, memória, raciocínio, emoção, sentimento, desejo, volição, consciência, autoconsciência e todas mais são ocorrências, sendo a própria mente uma ocorrência global de tudo isso. Não se trata de um epifenômeno que emerja do funcionamento do cérebro, porém de categoria mais elevada. Trata-se do próprio funcionamento do cérebro e demais órgãos e sistemas responsáveis pelo psiquismo, como, inclusive, o sistema endócrino. Não é só uma função do córtex, mas do conjunto, incluindo o sistema límbico, o cerebelo, o tronco, o bulbo, a medula, os nervos, os órgãos sensoriais, principalmente os que informam o estado interno do organismo e os órgãos motores. A consciência é uma função, pois, do organismo. Não sei se um cérebro mantido vivo fora do corpo terá consciência e mente, mas não posso dizer que não, pois ainda não se procedeu a um experimento assim.

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@Th-NF O que seria o Pensamento? Como se inicia?

O pensamento é de uma operação que se dá na mente, como um sentimento, uma emoção, uma percepção, uma volição, uma evocação, uma memorização, um raciocínio etc. E mente nada mais é do que a entidade que consiste em um cérebro em funcionamento atual ou potencial. A mente não é o cérebro, mas não existe sem ele. É uma ocorrência do cérebro, isto é, um acontecimento que se estabelece devido a seu funcionamento, que depende de sua constituição, estrutura e dinâmica. O pensamento é como uma música. Ela não existe sem que um instrumento (ou a voz) a produza, mas ela não é apenas o som, mas tudo o que a maneira com que esse som é gerado sequencialmente no tempo seja capaz de produzir, devido á variação da altura, da intensidade, do timbre, do ritmo, da melodia, da harmonia e de todas as demais características. Assim o pensamento é uma sequência de evocações de percepções, de associações, de sentimentos, e de tudo o que o funcionamento do cérebro pode produzir. Note-se que o pensamento pode mesmo ser inconsciente. Certamente para pensar, a mente requer que o cérebro funcione e, portanto, consuma energia. Mas o pensamento não é energia, nem tampouco reações químicas. Não é matéria e nem espírito (que, aliás, não existe). Pensamento pertence à categoria de realidades que denominam-se “ocorrências”. Isto é: pensamento é um processo que se dá na mente, um acontecimento, um evento. Para que tal evento ocorra é requerido o fornecimento de energia como, de resto, em todo processo orgânico. Mas esta energia é a fornecida pela metabolização do alimento que se ingere. Ela não provem de fonte externa ao organismo. Energia não é uma entidade e sim um atributo. Não existe energia em si mesma, mas apenas como propriedade de alguma coisa. Como uma cor, por exemplo. Tal ocorrência consiste em transmissões de sinais entre neurônios. Estes sinais caminham pelos dendritos e axônios como uma onda de inversão de polarização de suas membranas, em função da variação da concentração de íons de sódio, potássio e cálcio. A comunicação entre os dendritos e os axônios é feita pelos neurotransmissores, que estão disponíveis no meio glial, tratando-se, pois, de um transporte químico de moléculas. Tais assuntos podem ser vistos em qualquer tratado de anatomia e fisiologia neural (depois cito algumas referências). Não há nenhuma evidência experimentalmente testificada de que o pensamento possa, naturalmente, emanar da mente que o experimenta, propagar-se pelo espaço e ser captado por outra mente, lembrando que a mente é uma ocorrência do cérebro.
Uma questão, contudo, é inteiramente pertinente: de onde vém o pensamento? Isto é, o que desencadeia a ocorrência de um pensamento na mente? Várias coisas. Em sua orígem, todo processamento mental provém das sensações que os órgãos dos sentidos levam ao cérebro. São os estímulos visuais, sonoros, térmicos, táteis, olfativos, gustativos bem como dos sentidos que percebem o equilíbrio, o posicionamento do corpo e o funcionamento dos órgãos internos que provocam as primeiras cadeias de transmissões de sinais neurais que se transformam em percepções, assim que interpretados. Em segundo lugar, o próprio cérebro, em seu funcionamento, evoca, por associação ou mesmo aleatoriamente, a percepção de imagens já registradas na memória. E as processa, produzindo novos resultados que passam a ser registrados. Esse fluxo de processamento neural é que é o pensamento. Ele pode se dar de modo consciente ou inconsciente, voluntário ou involuntário. Quando consciente, o “eu” (self) toma ciência da ocorrência. Nos sonhos e alucinações há uma emulação inconsciente da consciência, que, inclusive, pode acarretar respostas motoras (sudorese, micção e mesmo, locomoção, além do movimento dos olhos, característico do estágio REM do sono). Dependendo de seu modo de ser, o pensamento pode ser um raciocínio, uma emoção, um sentimento, uma decisão. Em todos estes casos, o processamento mental desencadeia alterações somáticas (hormonais, vago-simpáticas ou outras), como excitação, taquicardia, sudorese, rubor, palidez, secura na boca, vaso constrição ou dilatação. Todas essas alteração são percebidas pela varredura dos sentidos e registradas na memória com parte da ocorrência, de modo que o processamento mental não é apenas cerebral, mas envolve todo o organismo.

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Como você explicaria essa necessidade psicológica de crença da humanidade?

Elas fazem um papel do regaço da mãe, depois que a pessoa se torna adulta. É um conforto nas aflições e nas incertezas. Uma âncora, uma segurança contra as intempéries da vida. Um porto onde estacionar a nau para aguardar esmorecer a borrasca. O espírito se aquieta na crença. Ela lhe tira do vazio, da falta de chão que o ceticismo ateísta deixa na pessoa. Mesmo que seja uma mentira, uma ilusão, a pessoa prefere crer e confiar na crença do que aceitar a verdade nua e crua. Para ser verdadeiramente ateu é preciso bastante estofo. Uma grande segurança psicológica, uma confiança em suas certezas, mesmo que incertas, um alto amor próprio, um grande desprendimento, uma autosuficiência intelectual e emocional. Não depender de nada além de si mesmo para ter segurança emocional, afetiva e racional. Isto não é muita gente que possui. Um dos problemas da educação atual é que ela não se dedica à formação da personalidade, ao cultivo desses valores pessoais. Eles não são passados às crianças que só os adquirem se já têm uma tendência para esta autoconfiança. É preciso treinar isto e tem que começar desde a educação infantil. Até que lá isto é trabalhado, mas, depois que as crianças entram no Ensino Fundamental, esse aspecto formativo da educação dá lugar a um investimento fortemente concentrado apenas em informações. Uma lástima. Este tipo de personalidade e caráter é essencial para que a pessoa possa ser apresentada, sem problemas existenciais, à consideração da inexistência de Deus e da mortalidade da alma.

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Ultimamente tenho gostado de várias músicas, de estilos variados, saindo da zona de conforto e entrando mesmo em estilos desprezados, peguei-me achando muito harmonioso o conjunto de 'batidas sonoras' de uma música de boate. é bom ou ruim essa expansão?

Muito bom, sem dúvida! Eu também me pego ouvindo até música de que não gosto só para ter conhecimento do tipo. É claro que, se não me agradar, eu ouço só uma ou outra. Mas é interessante estar por dentro de tudo, especialmente do incomum.

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"O comunismo tem que surgir espontaneamente e, para isso, o recurso é só um: educação, educação, educação. Nada de revolução. Revolução não faz as pessoas agirem por motivação interna, mas por coação" Você seria contra a Revolução Francesa?

Sou contra todo tipo de revolução cruenta. Acho que tudo pode ser conseguido de forma pacífica e diplomática. Mesmo a derrubada de regimes. Que sejam feitas por um processo legal, com pressões do tipo "desobediência civil". Isto poderia ter sido feito na Revolução Francesa e em todas as que houveram. Não seria preciso ter guilhotinado ninguém. A sociedade pode sempre se mobilizar e conseguir o que quer sem derramamento de sangue. Acho que a vida é um bem precioso demais para ser tirado de quem quer que seja, mesmo de um inimigo. Guerras e revoluções, bem como exército e polícia são coisas que não deveriam existir. Por enquanto se justificam porque há pessoas capazes de cometer crimes. Mas isto é uma coisa que tem que acabar, exatamente pela educação. Estou falando de um mundo que dispense a polícia, os advogados, os juízes, os tribunais, as prisões e tudo isso porque, simplesmente, ninguém faria nada errado, ninguém cometeria crime nenhum, ninguém seria desonesto e nem tapearia ninguém. Isto é uma possibilidade real a ser alcançada pela evolução da humanidade até que seja verdadeiramente civilizada. É claro que, para isto, teriam que ser abolidas as nações e as religiões, transformar todos os pobres em ricos, eliminar a monogamia e tudo o que possa ser motivo para alguém querer tomar alguma coisa de outra pessoa, já que tudo seria de todo mundo e nada seria de ninguém, inclusive as mulheres e os maridos.

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Li uma entrevista em q um pesquisador dizia acreditar q um brasileiro ganharia um Nobel nos próximos 20 anos e q ele apostaria no IMPA, UFABC ou CBPF como origem deste pesquisador. O senhor acha plausível essa previsão quanto ao prêmio e as instituições?

Não conheço a produção da UFABC. Quanto ao IMPA e ao CBPF, considero que possuam pesquisadores com nível suficiente para um Prêmio Nobel. Mas isto depende muito de articulações políticas das instituições internacionais de pesquisa, de modo que não é fácil obter a indicação. Acho que estamos caminhando nesse sentido e vejo o Nicolelis como um forte candidato, apesar dele não trabalhar no Brasil. Acho que em 20 anos teremos um sim.

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Desculpe caríssimo Ernesto, minha pergunta foi incompleta, queria me referir a a iluminação atrapalhar na visão/ observação de algo, como por exemplo, em uma cidade observamos menos estrelas que em um meio rural devido a poluição luminosa... Ab

Esta é uma inconveniência séria. Todavia não se pode evitar a iluminação das cidades. O que se pode fazer é providenciar para que toda fonte de luz seja dirigida para baixo, com um anteparo que impeça a iluminação direta para cima, quando ao ar livre. Isto diminuiria bastante a luz difundida para a atmosfera. De qualquer modo não possibilitaria a contemplação do céu noturno dentro das cidades, mas não atrapalharia tanto em áreas rurais próximas, que, atualmente, ressentem-se da luz das cidades difundida na atmosfera.

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Caro Wolf, o que acha da música de Verdi, e sobre o próprio?

Gosto muito de Verdi. Para mim, Wagner, Mozart, Verdi e Puccini, nesta ordem, são os maiores compositores de óperas da história da música.

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O que acha do John Lennon e a sua música Imagine?

Uma das mais belas letras de música que já vi. A melodia também é muito bonita. Para mim é um hino anarquista. Uma exaltação à possibilidade de se construir um mundo justo, harmônico e fraterno, em que todos possam viver uns pelos outros, sem ninguém ser dono de nada, sem dinheiro, sem fronteiras, sem governo, sem religiões e nada que tolha a liberdade de ser feliz. Mas também sem crimes, sem trapaças, sem maldades. Tudo o que eu prego e confio que será alcançado, um dia, pela humanidade.

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Matemática é uma ciência? Se sim ou se não, por quais motivos?

Em minha opinião, sim, apesar de muitos a considerarem apenas uma linguagem. Há que se conceituar ciência. Trata-se de um corpo de conhecimentos verificado e sistematizado sobre algum aspecto da natureza ou da sociedade, mas que também pode ser referente a algum conhecimento puramente abstrato. Este é o caso da lógica, da linguística e das disciplinas matemáticas, como a geometria, a aritmética, a álgebra, a análise, a topologia etc. Apesar da matemática não se referir a entidades da realidade concreta, isto é, de existência fora de mentes que as concebam, são entidades de um tipo de realidade, a das idéias, que possuem uma existência, mesmo que só mental. Não é verdade que a matemática é apenas um conjunto de regras de manipulação de símbolos, como querem alguns. Os entes matemáticos elementares, como as figuras geométricas e os vários tipos de números, mesmo sendo abstrações, possuem uma correspondência representativa com aspectos da realidade concreta. Os próprios matemáticos, ao elaborarem suas demonstrações puramente lógicas, se valem da intuição, calcada em representações concretas dos entes que estão a manipular, para obterem indícios dos resultados que, depois, procuram uma forma puramente lógica de provar. Este é o meu ponto de vista que, sei, não é adotado por muitos matemáticos.

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Professor, como o senhor vê o livro O mundo de Sofia - Jostein Gaarder? Um bom livro para iniciantes tanto na história da filosofia quanto na capacidade de pensar filosoficamente, ou não?

Sim, para iniciantes, para pegar gosto pela filosofia, é um livro bom. Principalmente para pegar gosto por filosofar, e não apenas entender de filosofia. Isto é que é essencial. Depois, é claro, a pessoa precisa se enveredar por outras leituras mais profundas, primeiro a respeito de filosofia, nos compêndios escolares e depois, ler os próprios filósofos. Mas não começar por Kant ou Heidegger. Talvez "O que é filosofia" de Deleuze, ou "Uma breve Introdução à Filosofia", da Nagel, ou "Apresentação da Filosofia" de Comte-Sponville.

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O que o pensas sobre a Linguística? Sei que não é bem sua área, mas qual a sua relação ela?

Uma ciência de enorme importância, conjugada com a antropologia, a história, a sociologia, a filosofia, a lógica, a epistemologia, a psicologia e as neurociências. O estudo conjunto dessas disciplinas permite se ter uma idéia da evolução de espécie humana no sentido de uma cada vez maior complexidade da mente e da consciência, especialmente da cognição, muito afetada pelo uso da linguagem. O modo como a mente raciocina está muito ligado ao modo como expressa o pensamento pela linguagem. Os padrões das diversas famílias linguísticas se relacionam com os padrões de modo de pensar dos povos que as falam. Entender da evolução das diversas línguas, sua semântica, sua sintaxe, sua fonética e sua morfologia é essencial para o estudo dos movimentos migratórios da humanidade em seu povoamento do planeta, a partir de sua origem africana. As ligações entre língua e etnia também trazem muita luz à compreensão da história da humanidade. É um assunto fascinante, muito ligado, inclusive, à filosofia.

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O que você chama de "Assertividade"?

Ao modo de ser afirmativo sem prepotência. Trata-se de um comportamento firme, mas cordial, sem submissão nem humildade e sem arrogância nem imposição. Assertivo é quem é franco e direto, com educação; quem faz valer suas opiniões; quem comanda sem mandar; quem não perde a calma, mas não desiste; quem se abre a ponderações, mas não capitula; quem defende seus pontos de vista com argumentação consistente mas se dispõe a mudar o pensamento, caso convencido; quem sabe o que quer, mas não é teimoso; quem tem autoridade e a usa, mas não é autoritário. Enfim, uma pessoa positiva, segura de si, autocontrolada, liderante, sem pernosticismo, sem gabolice, sem presunção, sem empáfia, sem arrogância. Serena, confiante e afirmativa, isto é: assertiva!

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Ernesto, você diz que gosta de Bach e ele fazia musica para a igreja, você acha que se ele não tivesse esse "pé preso", suas composições seriam melhores?

Não creio que seriam. Apesar de Bach, mesmo em suas composições profanas, sempre compôs imbuído do espírito de glorificar a Deus pela música, isto, em nada, lhe tolheu a genialidade musical, pelo contrário, até lhe incentivou a dar o melhor de si em tudo o que fez. Se ele não tivesse sido movido por este ideal talvez não seria o gênio que foi.

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domingo, 28 de novembro de 2010

A polícia jamais conseguiria invadir o morro do RJ por completo sem o exército, na sua opinião?

Certamente que não. A presença do Exército e das outras forças armadas, não apenas traz um reforço militar bélico a uma operação de guerra, mas também dá um caráter incorruptível à operação, que, só nas mãos da polícia, não teria tanto apoio da população, já sem confiança na moralidade da polícia. O importante é que essa operação seja mantida como permanente, pelo menos por cinco anos, sem refresco. E que os bandidos sejam condenados a muitas dezenas de anos de prisão, de modo a que permaneçam em presídios de segurança máxima até morrerem. E que isto também seja estendido aos colarinhos brancos que estão por trás deles.

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Professor, de nada adianta estudar 16 horas por dia se você não dormir o suficiente para fixar esse conhecimento. Acredito que estudar de 6 a 8 horas é no mínimo o ideal, pois ainda deve sobrar tempo para outras atividades, não acha?

Não me refiro a uma situação normal, mas sim à situação anormal da proximidade do vestibular. Então acho que você deve restrigir o seu sono a 6 horas, gastar 3 horas com as lidas da vida, umas 12 para estudar e as restantes 3 horas para descanço. Menos do que isto compromete sua aprovação.

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vc quis dizer 6 horas de estudo pro vestibular ou 16 mesmo ? desse jeito eu não vou ter vida !

Seis é muito pouco. Talvez 16 seja demais, mas, pelo menos 12 é o mínimo para garantir uma vaga em um curso bem concorrido, no qual o mínimo para entrar seja mais de 80% de acertos. Até passar no vestibular, esqueça da vida.

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É provável que o senhor tenha lido mais de mil livros até o atual momento de sua vida?

Acho que já li, pelo menos, uns 2500 livros, dos 6000 que tenho em casa, considerando uma média de um por semana, ao longo de 50 anos (estou com 60). Além disso, leio muitas revistas.

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