quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

De onde se origina a riqueza material? Ela é boa ou ruim? E porquê alguns prosperam e outros não? [4]

A riqueza tem duas fontes: a natureza e o trabalho. Pelo trabalho é que se confere valor ao que se extrai da natureza. Logo, o proveito do trabalho, em termos de benesses, de conforto, de felicidade, tem que ser de todo mundo que trabalha. Mas... Historicamente alguns, originalmente pela força, se apropriaram do fruto do trabalho de outros e se tornaram detentores de bens, não compartilhados por outros. Essa é a origem da propriedade. Por herança ela acabou nas mãos de outros que não a conquistaram à força, mas, na raiz, está a força. Assim pode-se dizer que a propriedade seja um roubo. Mas também não é justo que todos fruam das benesses do trabalho dos outros sem trabalhar, se forem capazes. A riqueza é boa por propiciar conforto e satisfação de desejos, mas é ruim se for concentrada nas mãos de uns em detrimento de outros. A riqueza tem que ser distribuída o máximo possível. Isso só vai acontecer com o banimento da propriedade e a extinção do dinheiro. Esses são dois dos objetivos do anarquismo, além do banimento do estado e do governo. Mas isso não dá para se fazer de sopetão, porque o anarquismo é, antes de tudo, uma tomada de consciência. A prosperidade de uns em detrimento da de outros tem vários fatores. Um é o berço, outro é o trabalho e o terceiro é a sorte, entendida como coincidências favoráveis. Muitos direitistas dizem que todo pobre o é por ser preguiçoso. Isso também influi, mas não é o determinante. Um pobre pode se enriquecer pelo trabalho, mas se tiver sorte. Mesmo com muito trabalho e estudo, o mais provável é que continue pobre. De fato, apesar do trabalho ser o principal fator global de riqueza, individualmente ele é o menor. Vale mais o berço e a sorte.

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