quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Por que é um costume tratar justiça e misericórdia como elementos dissociados e aparentemente nunca associáveis? Acaso a justiça pode trabalhar com a misericórdia? (Também não pergunto por um trabalho perfeito e onipotente delas)

A justiça consiste em dar a cada um o que merece. Mas não impede de dar mais, se for para beneficiar. Inclusive, quem ganha o que merece não pode reclamar de quem ganha mais do que merece, como sendo injusto. Injusto seria dar a ele menos do que merece. O problema maior é saber o quanto merece. A misericórdia consiste em dar sem merecimento. Para quem necessite, mesmo que não faça por onde merecer, é válido se dar, desde que isso não se configure em uma obrigação a ser cobrada pelo ganhador. E que não seja motivo para que ele não faça por onde merecer, daí para frente. Assim a misericórdia pode corrigir distorções e, até, injustiças anteriores. É preciso, contudo, não só dar o peixe, paliativamente, mas ensinar a pescar, definitivamente.

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