sábado, 10 de dezembro de 2011

Precisa ser uma "certeza"? Afinal, eu disse que "tiro minhas conclusões da ciência". Quer dizer, dou abertura para o remoto caso da ciência provar um deus, mas vejo evidências suficientes de sua inexistência: http://goo.gl/6lqYh e http://goo.gl/z0zNu

Se você está convicto, mas aberto a rever sua convicção, da qual não tem certeza, como é quase impossível de se ter a respeito de tudo, você não é dogmático. A prova da inexistência de Deus que Hawking propôs, em verdade já era conhecida, só que ele a explicitou no livro "O Grande Projeto". Ela, realmente, mostra que o Universo teria que ser incausado porque toda causa precede seu efeito no tempo e antes do surgimento do Universo não havia tempo. Mas isso não exclui a possibilidade de que Deus não pertença ao Universo. Claro que isso é o tipo da coisa infalseável, mas esse critério de Popper não se aplica a tudo e nem a ciência é a única forma de conhecimento. Quanto às considerações do segundo artigo, que gostei muito e, inclusive, já disse a mesma coisa em várias postagens de meus blogs, o argumento do "Deus das lacunas" não é uma evidência da sua inexistência, mas sim um forte indício de sua plausibilidade. A questão se prende ao significado do que é ser "gnóstico" e "agnóstico". Etimologicamente isso significa que se sabe ou não se sabe algo. A questão ainda prossegue. Para se dizer que se sabe algo é preciso que se tenha certeza, ou basta estar convicto? Rigorosamente dever-se-ia exigir a primeira opção, mas, como é uma quase impossibilidade, vou até rever meu significado desse significante e dizer que aceito considerar que uma convicção com base em evidências, mesmo que passíveis de refutação, possa caracterizar o conhecimento dito epistêmico. Os outros conhecimentos são o dóxico, que é, meramente, uma opinião, e o eudóxico, que é um conhecimento não garantido mas com fortes indícios de veritabilidade. Para mim, a inexistência de Deus é uma "eudoxa". Assim digo que sou ateu agnóstico. Se você está convencido que é um conhecimento fundamentado, será uma "episteme" e você será um ateu gnóstico, de acordo com o que acabei de considerar. Em suma, mesmo sem ser dogmático você poderia ser gnóstico, como me dissera antes.

Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação (formspring)

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