sábado, 19 de dezembro de 2009

Natal Anarquista


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Apesar de não crer que Jesus Cristo seja Deus, considero que foi um homem formidável e um exemplo de conduta que admiro e sigo, no sentido de promoção de um mundo harmônico e fraterno, como o concebo em minha visão anarquista e atéia, na qual a humanidade seja única, não hajam fronteiras nacionais nem econômicas, raciais, religiosas, sexuais ou de qualquer natureza. Tal situação não é utópica e poderá ser alcançada como fruto de um trabalho educativo contínuo ao longo de várias dezenas de décadas. Que os educadores possam inculcar na mente das crianças e dos jovens o espirito altruista de solidariedade, generosidade, operosidade, despreendimento e bondade, esmagando todo o egoísmo, cobiça, preguiça, ganância e maldade. Que se cultive o hábito do trabalho comunitário gratuito e o de compartilhamento de tudo o que se possua. Então, quando esses jovens forem os adultos que estarão gerindo a sociedade, talvez se possa ver que a propriedade e o dinheiro não sejam mais necessários, que não haja mais crime, que muitas profissões não mais existam por absoluta falta de razão, como as de militares, policiais, advogados, promotores, juízes, contadores, bancários, banqueiros, políticos, funcionários públicos, corretores, vendedores, despachantes, empresários, comerciantes, fazendeiros, industriais, capitalistas, carcereiros, lixeiros, faxineiros e muitas outras, pois tudo será comunitário e não haverá governos, nem prisões, nem residências particulares (aliás, nada será particular, nem os cônjujes, nem os filhos). Todo homem será marido de toda mulher, toda mulher será mulher de todo homem, todo adulto será pai e mãe de toda criança e toda criança será filha de todo adulto. É este o mundo que a canção "Imagine", de John Lennon mostra e que o movimento "Zeitgeist" procura alcançar e que eu coloco como motivo de reflexão para este Natal, pois é como viviam as primitivas comunidades cristãs, de completos despossuídos de todo e qualquer bem, mas ricos de amor e firmes em seus laços de cooperação, de trabalho, de abnegação, de altruísmo, de renúncia à toda vaidade. Que o Natal possa nos converter em santos ateus, pois são as diferentes concepções de Deus que mais cruelmente dividem o mundo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Amadíssimo,

Não preciso comentar sobre esta letra e melodia.Lembro-me que em uma dialética - esta que todos não sabem o que - em meio seus sonhos, que também acredito lhe disse que lembrava dessa música.
Enfim, que sejamos cada vez mais altruístas ,cientitas emergidos de amor e, não de narcissimo de verdades falsas que nos impede de crescer.De sua amiga e filha adotiva, que tanto lhe gosta,lendo outros posts e formulando razão para contigo na ampla sincronicidade junguiana dialogar :)

Lina.

Fabrício Siqueira disse...

Muito bom texto professor. Desejo ao senhor ótimas festas de fim de ano e muitas realizações em 2010. Abraços!

[ ]´s

Chris Herrmann disse...

Bela reflexão que compartilho com você, caro amigo Ernesto. Desejo a você, bem como toda a sua família e pessoas amadas muita compreensão, amor e um mundo melhor para nossos filhos e netos.
Grande abraço da amiga
Chris

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