sábado, 27 de novembro de 2010

Dizer que "as pessoas sentem necessidade de crer em algo", para explicar a crença infundada, não é fazer uso do argumentum ad hominem?

Claro que não. Argumentos "ad hominem" são ofensas pessoais inteiramente desvinculadas do tema da discussão. Como se você estivesse defendendo o parlamentarismo contra o presidencialismo e seu opositor te ataca, dizendo que você não tem gabarito para discutir porque é católico, por exemplo, uma vez que a maioria dos países católicos é presidencialista. Esta "necessidade de crença" não é uma ofensa pessoal a ninguém, mas uma constatação psicológica geral da humanidade.

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Mas e o lixo nuclear?

Existem formas seguras de armazená-lo até que se ache um modo de degradá-lo ou aproveitá-lo. Enquanto isto estão sendo desenvolvidos reatores de menor impacto ambiental. Para o futuro estamos aguardando os reatores de fusão nuclear, cuja poluição é zero, ou, quem sabe, mais para o futuro ainda, os reatores de anti-matéria, os mais eficientes, só que ainda não desenvolvidos.

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Matemática faz bem ao cérebro?

Muito bem. Aliás, parece um ciclo vicioso, como o dos tostines. Quem é inteligente tem facilidade e gosta de matemática. Quem gosta e trabalha com matemática fica mais inteligente. Para entrar no ciclo tem que começar a trabalhar com matemática, mesmo sem gostar, até pegar traquejo e achar fácil, e, então, gostar. A matemática é muito lógica e mexe com várias estruturas mentais, pois também é simbólica, exige percepção espacial, intuição, argumentação, expressão, compreensão de texto, análise, síntese. O bom é associar a matemática com o português e a física, por exemplo. O português também exige análise, síntese e lógica, enquanto a física faz uma ligação entre a matemática e o mundo natural e sensível. A química é muito prática e história, geografia e biologia são mais memorizativas. É preciso entender, porém, que matemática não é só conta. É, principalmente, raciocínio. O importante é fazer demonstrações e cálculos puramente algébricos, isto é, só com letras, sem números. O mesmo vale para a física. É importante saber resolver problemas sem valores numéricos. A inteligência que se desenvolve pela matemática é útil também até na vida prática, para saber encadear raciocínios e poder argumentar em discussões. Aliás, este assunto, denominado dialética, juntamente com a retórica, a arte de falar de improviso em público, deveria ser incluído no programa da disciplina redação.
A matemática está para o cérebro do mesmo modo que a musculação e a ginástica aeróbica estão para o corpo. Saber matemática e ser hábil em trabalhar com ela é ótimo para quem vá ser qualquer coisa, mesmo médico ou advogado.

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Talvez seja por ser leigo. Na única vez que encarei um livro de Kant (Crítica da Razão Pura) eu interrompi a leitura logo no começo para não pirar. Como faço para entendê-lo? Que livro recomenda antes de encará-lo de novo?

Leia primeiro algum livro a respeito de Kant, e não o próprio. Começe com:
Kant em 90 minutos - Paul Strathern - Zahar.
Depois leia:
Kant – Uma Leitura das Três “Críticas” - de Luc Ferry - Difel
Kant - Allen W. Wood - Artmed
E, finalmente:
Dicionário Kant - Howard Caygill - Zahar.
Depois você pode passar ao próprio.
Recomendo ler primeiro:
Fundamentação da Metafísica dos Costumes,
Fundamentos da Metafísica da Moral,
A Religião dentro dos limites da mera razão,
Doutrina do Direito.
Depois leia as críticas:
Crítica da Razão Pura,
Crítica da Razão Prática,
Crítica do Julgamento.
Veja este sites da internet:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kant,
http://www.hottopos.com/harvard4/jmskant.htm.

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Isso depende muito, professor! Garotas de 13 anos nem sempre tem maturidade suficiente pra tomar decisões como um adulto, por isso não deveria ser tratada como um.

Pode ser, mas, nesse caso, não se pode admitir, a priori, que não tenham essa maturidade. No intervalo de 13 a 18 anos, penso que cada caso deve ser analisado e a maturidade ser atribuida por algum teste. Porque ninguém é imaturo até os 17 anos e 364 dias e maturo aos 18 anos e 0 dias. Poder-se-ia dizer que é preciso estabelecer um limite, inclusive para imputação de pena e permissão para dirigir, por exemplo. Eu digo que não. Este limite é pessoal. Eu dirijo carro desde 13 anos de idade, muito bem e com a máxima responsabilidade. Com 18 anos eu já trabalhava para ajudar meu pai, enquanto fazia faculdade e, aos 22, já estava casado. Outros não têm responsabilidade para nada, nem aos 30 anos. Mas estes, eu acho que não podem ser dispensados de responsabilidade, a não ser que tenham deficiência mental comprovada. Acho que o intervalo de 13 a 18 é uma boa proposta para faixa de aquisição de responsabilidade. Cada caso é um caso.

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O senhor apostaria que possa existir vida em Marte e no satélite jupiteriano Europa? Ou acha que as formas de vida extra-terrestres não se encontram no nosso sistema-solar?

Minha suposição é de que não exista vida em nenhum outro lugar do Sistema Solar. Mas admito que possa haver, só que do tipo bem primitivo, como bactérias.

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A Ciência válida o metodo cientifico?

O método científico não é científico e sim meta-científico, isto é, está além da ciência. Assim, ela não é capaz de validá-lo, mas ele é capaz de validar alguma proposição da ciência. Todavia, ele mesmo só pode ser criticado em um contexto epistemológico, que é do domínio filosófico, isto é, cujas proposições são formuladas por reflexão e raciocínio e não pela constatação observacional.

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Como saber se este mundo fisico onde vivemos, nao é uma ilusão?

Não tem jeito de saber, com garantia. Supor que ele, de fato, existe, é uma crença. Mas esta crença é a base de todo o conhecimento e de toda a ciência. Há indícios disso, mas não são conclusivos. O fato de você voltar a encontrar tudo do jeito que deixou quando retorna a um lugar que deixou e ninguém mexeu é um indício de que aquilo existe mesmo, fora da sua mente. Outro indício é a concordância nas descrições do que várias pessoas vêem. Mas, como disse, não são provas nem evidências, já que poderiam ser explicadas pelo solipsismo, que é a suposição de que a unica coisa que existe é nossa mente, que constrói tudo o que está fora dela como imagens internas.

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Espaço pode ser interpretado exclusivamente como conteúdo, já que não existe espaço sem conteúdo? Nesse sentido espaço no mundo externo seria inexistente, um constructor da nossa mente?

Não e bem assim. O fato de que não existe espaço sem conteúdo não significa que signifiquem a mesma coisa. O conteúdo se estende por um certo volume de espaço e, no Universo, há sempre uma continuidade de conteúdo, seja ele material, radiação ou campos, que são os três tipos existentes na natureza. Mas o espaço está alí enquanto o conteúdo pode se redistribuir pelo espaço. O que não existe é espaço vazio. Este espaço, entendido como a capacidade de caber, não é um mero conceito mental. É uma entidade real, mesmo que não exista vazio. Mais ou menos como a energia. Não existe energia pura. Energia é sempre energia de algo. Mas energia não é uma entidade e sim um atributo, enquanto o espaço não é um atributo, pois ele pode ser ocupado por vários sistemas, permanecendo o mesmo, enquanto a energia é vinculada ao sistema. O tempo também tem esse caráter do espaço, só que se vincula não ao conteúdo, mas às variações no estado do conteúdo. Se todo o conteúdo do Universo permanecer imperturbável, o tempo não existe. Ele só existe em decorrência de variações no modo como esse conteúdo está, isto é, seu "estado". A expansão do Universo significa um inchamento do espaço, sem que o que esteja nele saia do lugar, mesmo que saia. Assim o estado do Universo está mudando, pela própria expansão do espaço, gerando um "tempo cósmico" que vem a ser a coordenada tempo de um sistema de referência comovente com o conteúdo do Universo.

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Ernesto, você é a favor da utilização de energia nuclear?

Sim, na máxima escala que for possível. A energia nuclear é mais eficiente e traz muito menos danos ambientais do que a do carvão, do petróleo e a hidráulica. A solar e a eólica são menos poluentes, mas menos eficientes. para um apanhado geral sobre as fontes de enrgia, veja o site:
http://www.darvill.clara.net/altenerg/index.htm

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qual a melhor maneira de se estudar a temida História para o vestibular ?

História é uma matéria de memorização e não de raciocínio. Para mim, a melhor maneira de ficar por dentro dos conteúdos históricos é ler a mesma coisa em várias fontes. Vários livros e vários sites da internet. Porque assim você fixa o conteúdo e não o texto. Isto é muito importante. É bom, também, escrever a matéria, como se você fosse um professor e estivesse fazendo uma apostila. Mas uma boa apostila, com tudo o que é preciso, sem resumo. Fazer um resumo também é bom. Tem que dedicar muito tempo. Para tal há que se desistir de todo e qualquer lazer e diminuir as horas de sono. Esquece dos sábados e domingos. Para o vestibular, nada menos do que 16 horas por dia de estudo, sem refresco. Não há outra alternativa a não ser desistir de passar. Mas assim você aprende para a vida toda e não só para o vestibular, o que é muito mais importante, pois o vestibular é só um episódio, no qual você vai mostrar que sabe, se souber.

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Você poderia explicar o motivo de sua aversão à Lênin?

O que não posso concordar com Lênin foi a sua opção pela ditadura dos bolchevistas em vez de deixar a Rússia se transformar numa república democrática. Sua atuação favoreceu a subida de Stálin ao poder, a maior desgraça que poderia ter ocorrido ao povo russo. O próprio Lênin foi responsável pela execução de dezenas de milhares de prisioneiros na guerra civil que se seguiu à revolução de outubro. Esta guerra poderia ter sido evitada se Lênin não tivesse fechado a Assembléia Constituinte e implantado a ditadura do proletariado. Tenho aversão especial a todo tipo de líder político que implanta qualquer modalidade de ditadura ou regime totalitário ou absolutista. É o que aconteceu, por exemplo, com Napoleão Bonaparte, que poderia ter feito da França uma rebública democrática do tipo dos Estados Unidos e preferiu fazer-se imperador. Não é à toa que Beethoven retirou-lhe a dedicatória da III sinfonia.

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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Criar mecanismos que aquece é fácil. Mas como se cria um mecanismo que esfria, geladeira, freezer, ar-condicionado?

Tais aparellhos são bombas de calor, que retiram calor de um ambiente frio e o passam para um ambiente quente. Para isto requerem que um fluido refrigerante (freon ou amônia) circule por um tubo, bombeado por uma bomba. Em certo lugar existe uma câmara de expansão fechada, dentro da qual um fino tubo injeta o líquido comprimido no ambiente de baixa pressão da câmara, como um "spray". O líquido então se vaporiza, absorvendo calor das paredes da câmara, que esfria. Esta câmara tem que ficar dentro do ambiente a ser refrigerado (o congelador). A bomba suga esse vapor, que passa por um condensador, no ambiente externo ao refrigerador. No condensador o calor do vapor é liberado para o ambiente, provocando sua liquefação. O líquido é então recolhido e bombeado de novo até a câmara de expansão, completando o circuito. Em um aparelho de ar condicionado a parte fria do circuito fica dentro de um duto em que o ar é canalizado por ventiladores, cede seu calor e é jogado frio para o ambiente. Do outro lado, contudo, o condensador libera calor para o ambiente. Se um dispositivo de refrigeração for colocado a funcionar com as duas partes dentro do mesmo ambiente, o resultado será o aquecimento, pois a quantidade de calor liberada é maior do que a absorvida, o acréscimo se devendo ao trabalho motor da bomba sobre o flúido.

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O que você acha dos cursos de matérias isoladas para vestibular ,além do colégio normal , é realmente de grande ajuda para um aluno vestibulando ? ou é preferivel o estudo sozinho em casa

É de grande ajuda sim, se a pessoa tem uma deficiência notável em alguma matéria. Estudando-a em um curso específico será orientada sobre os tópicos a que mais deve se dedicar no estudo para vencer as deficiências. Mas lembre-se: todo curso é só uma orientação. O que vai valer, de fato, é a dedicação pessoal ao estudo solitário, fora da aula. Na aula você vai para entender o assunto, se prestar atenção e não deixar passar dúvidas, perguntando, na hora, ao professor. O aprendizado só se dará no estudo fora de aula, em que se precisa fazer uma revisão esquemática, por escrito, à mão, responder questionários e resolver exercícios e problemas (a diferença é que um exercício, como o nome diz, apenas exercita o uso do que se está aprendendo, enquanto um problema propõe uma situação em que se precisa fazer uso do conhecimento e das habilidades para resolver uma situação real ou hipotética). A fixação e a memorização é feita pelo cérebro no sono, em que o conteúdo da memória de curta duração, no hipocampo, é transferido para o córtex cerebral, onde se armazena para toda a vida. Por isto o estudo em casa tem que ser feito no mesmo dia da aula, antes que se durma.

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Por que as pessoas associam muitas vezes o materialismo a atitudes egoístas e malévolas?

A palavra materialismo tem duas acepções. Uma delas é filosófica, significando a concepção da inexistência de qualquer realidade sobrenatural. Como antigamente se considerava que toda a realidade natural era material, esta concepção ficou chamada de materialismo. Hoje sabe-se que a realidade natural, além da matéria, contempla os campos e a radiação, por isso é preferível se usar a palavra naturalismo ou fisicalismo para esta concepção. Outra acepção é a de uma postura pessoal egoística de se ater aos valores materiais da existência, como o dinheiro, as posses e as vantagens pessoais. Quem assim o é desdenha os valores mais elevados de conduta, como o altruísmo, o desprendimento, a boa educação e tudo que não represente a conquista de bens materiais. Tais acepções são completamente independentes, mas muitos as confundem e consideram que quem seja materialista na primeira acepção também o seja na segunda e vice-versa. Nada mais falso. Pessoas materialistas, segundo a primeira acepção podem ser, e muitas o são, idealistas, desapegadas, beneméritas, caridosas e altruístas, enquanto muitas que crêem na existência do sobrenatural podem ser mesquinhas, egoístas e materialistas segundo a segunda acepção.

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Como surgiu a Energia?

Energia é um atributo dos sistemas físicos proveniente de duas características: movimento e interação. Ambos são capazes de, por existirem, realizar algum trabalho, micro ou macroscopicamente. Por estar em movimento, algo pode, ao interagir com outra coisa, quando colidir, fazer um trabalho. Por estar interagindo, um sistema é capaz de realizar trabalho sobre cada parte em interação. Energia é, justamente, o atributo de um sistema que lhe confere a capacidade de realizar trabalho (ou transferir calor, que é um trabalho microscópico). A grandeza energia, associada a esse atributo, mede o quanto de trabalho o sistema pode realizar. E trabalho é a ação de deslocar algo com aplicação de força, medido pelo produto do deslocamento pela componente da força em sua diração. Força é a medida da intensidade das interações. Tão logo o Universo surgiu, seus constituintes já apareceram em movimento e interagindo, isto é, possuindo energia. É preciso que fique bem claro, contudo, que energia não é uma entidade constitutiva do Universo, mas apenas um atributo dessas entidades, como também o são massa, carga, spin e outros. As entidades constitutivas do Universo são os campos, a matéria e a radiação. Em verdade, matéria e radiação são quantizações de campos fermiônicos e bosônicos, respectivamente, de modo que pode-se dizer que campo é a unica entidade substancialmente constitutiva do Universo. As outras, o espaço e o tempo, também compõem o Universo, mas não são substanciais.
Outra coisa a se considerar é a relação entre energia e massa.
Primeiramente há que se entender que a massa de um sistema é a propriedade que lhe confere inércia, isto é, a tendência a manter a velocidade vetorial constante. Pelo princípio da equivalência, a grandeza responsável pela intensidade da interação gravitacional, que seria a "carga gravitacional", é a mesma massa. Nas interações nucleares observa-se variação na massa total dos participantes que se manifesta em variação na energia do sistema. Ficou provado que a relação entre as variações dessas grandezas é dada pela equação ΔE = c² × ΔM , de modo que pode-se considerar que a massa seja uma espécie de concentração de energia. Mas a coisa não é tão simples assim.

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O senhor acha possível que o ceticismo e a fé possam ter aspectos genéticos?

Em parte, sim. A predisposição para a crença ou para a dúvida já é nata em muitas crianças. Todavia o efeito ambiental é preponderante, especialmente devido à educação familiar. Quando a pessoa é educada em uma crença e possui uma predisposição crédula, dificilmente se tornará cética. Quando é criada na crença mas tem um espírito contestador, pode ser que se torne cética. Foi o que ocorreu comigo. O contrário não se dá, em geral, ou seja, quem é criado como cético, mesmo que tenha predisposição para crer, continuará cético, mas não contestará o próprio ceticismo, como os verdadeiros céticos o fazem. É claro que que tem predisposição ao ceticismo e é criado assim, dificilmente se tornará crente. Em suma, uma educação cética é fundamental para a formação de uma população cética e o ceticismo metodológico é a mais poderosa ferramenta para a busca da verdade.

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Dráuzio Varella no Ministério da Saúde?

Seria uma ótima opção.

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Por que não ser agnóstico?

Porque ser agnóstico é considerar que a existência de Deus é algo que não pode ser verificado, quando não é verdade. Mesmo que não se tenha nenhuma evidência ou comprovação da existência ou da inexistência de Deus, não há nada que garanta que isto seja impossível. Logo a questão é passível de análise e se pode tomar uma posição em termos dos indícios, mesmo que não sejam conclusivos. Quem considere isto tem todas as condições de se posicionar por considerar a existência ou a inexistência de Deus, conforme sua aceitação dos indícios em um sentido e rejeição daqueles no sentido oposto. Assim a crença ou a descrença são as posições mais coerentes, ao invés da suspensão do julgamento.

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Se a força magnética não realiza trabalho, quem realiza trabalho quando um eletroímã suspende um pedaço de metal?

A força magnética que não realiza trabalho é a força exercida sobre uma carga em movimento. Se ele estiver livre, isto apenas fará com que se mova circularmente. No caso da força magnética de interação entre ímãs ou eletroímãs, ela realiza trabalho sim. Apesar da força entre ímãs também ser uma força entre correntes (cargas em movimento), esta corrente não é de cargas livres, mas constritas ao interior de uma material. Ao serem empurradas lateralmente pelo campo magnético, interagem com o restante do material por interação elétrica e não magnética, pois provocam um desequilíbrio posicional de cargas, criando locais positiva e negativamente carregados. Esta força elétrica é que atua sobre o corpo do ímã ou do eletroímã e o desloca em sua direção, realizando trabalho. O valor dessa força elétrica é o mesmo da magnética, pois é uma interação induzida por outra, como quando um peso pendurado a uma corda provoca uma tensão igual na corda, podendo-se dizer que a corda "transmite o peso" até sua outra extremidade.

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Dizer que Deus deve necessitar de uma causa para existir só empurra pra trás, implicando que deve haver um número infinito de causas que não podem existir. Isso é paradoxal, logo, por definição, Deus é sem causa.

Ou então Deus não existe e o próprio Universo é sem causa. Não é mais fácil assim? Porque Deus poderia não ter causa e o Universo teria que ter?

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Olha professor, quanto tempo posso estudar sem pirar a cabeça? Quero saber porque meu pai diz que 4 horas no mínimo, ideal 6 horas, e acho isso muito tempo! Ele diz que é porque o mundo tá difícil e não tem mais lugar pra todo mundo. Que realidade é esta?

Você pode seguir a proposta que passo para meus alunos:
Em um dia útil (incluindo sábados):
oito horas de sono,
cinco horas de aulas,
quatro horas de estudo,
três horas de lidas da vida (refeições, banho, vestir-se, ir ao banheiro etc),
quatro horas de lazer.
Nos domingos e feriados, passe as cinco horas de aulas para lazer, mas não deixe de estudar quatro horas.
Se você perde tempo com locomoção, tire esse tempo um pouco de cada atividade (inclusive do sono). Por exemplo, se você gasta duas horas com locomoção, tire meia hora do sono, meia dos estudos, uma do lazer. Mas você pode cochilar ou estudar enquanto está no ônibus.
Se você está se preparando para o vestibular, aumente para sete horas o tempo de estudo nos domingos e feriados e faça, nos dias úteis cinco horas de estudo e só três de lazer.
Não acho que esta proposta seja sufocante para ninguém. O tempo de lazer está bem grande e dá para refrescar a cuca. O ideal é usar parte do tempo de lazer para atividades físicas (pelo menos meia hora por dia), pois o cérebro funciona melhor quando o corpo está bem condicionado.
Outra coisa importante para um estudante são os bons hábitos alimentares. Coma sempre muitas frutas, verduras e legumes e reduza bem o açúcar, o sal, as gorduras, os derivados de trigo (pão. bolo, macarrão), a carne vermelha, os ovos e os laticínios. Não beba refrigerantes, tome chás ou sucos, sem açúcar. Prefira beber água e comer a fruta do que tomar o suco.
Estimule sua inteligência resolvendo enigmas, charadas, jogando xadrez, usando o relógio invertido, comendo, escrevendo e escovando os dentes com a mão que não é a sua dominante, andando de fasto, banhando-se e trocando roupa de olhos fechados. Em suma, procure complicar o modo de fazer as coisas, como ir aos lugares cada vez por um trajeto diferente. Isto faz a pessoa ter que pensar, ao invés de fazer as coisas por hábito e estimula a inteligência. A "lei do menor esforço" é a "lei do emburrecimento".

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A lei da força magnética, de Lorentz, é um axioma ou um postulado do eletromagnetismo?

Nem um nem outro, pois é um teorema deduzido a partir da lei de Coulomb e do principio da relatividade restrita. Todavia pode ser encarada como uma lei empírica, fora do contexto da relatividade. Na física, as leis empíricas funcionam como os postulados na matemática, por possuírem uma evidência experimental. Os axiomas, por sua vez, são aceitos sem demonstração e sem evidência experimental, apenas porque o corpo teórico construído com base neles possui teoremas que podem ser verificados como empiricamente verdadeiros.

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É possível ser realmente um livre pensador e ser religioso?

Só se for de uma religiosidade não alinhada com nenhuma das religiões. Porque as religiões exigem de seus fiéis a adesão a seu corpo doutrinário. Ninguém pode se dizer católico, muçulmano sunita, muçulmano xiita, presbiteriano, batista, metodista, luterano, anglicano, ortodoxo grego, ortodoxo russo, budista theravada, budista mahayana, judeu masorti, judeu haredi, hinduísta vedanta, hinduísta bramânico, jainista, siquista, espírita kardecista ou qualquer outra religião se não se submete aos preceitos doutrinários e litúrgicos de sua religião. Um religioso livre-pensador, por definição, não poderia se submeter a doutrina nenhuma, pois isto é a negação do livre-pensamento. O que essa pessoa poderia é crer na existência de Deus e da alma imortal, sem ser filiada a religião nenhuma. Todavia, para que se diga um livre-pensador, teria que levar em consideração a possibilidade de estar equivocado em sua crença, da mesma forma que os ateus livre-pensadores têm que considerar a possibilidade de estarem errados e Deus existir.

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Curitibana de 13 anos passa 6 dias na casa do namoradinho virtual de 19 anos sem avisar à família. Agora a mãe passa a mão na cabeça da miolo-mole e o guri vai preso por pedofilia. Caçar bandido de verdade a polícia não quer, ne?

Acho que uma pessoa de 13 anos já é responsável por seus atos e teria que ser tratada como maior para efeitos jurídicos e legais. Um rapaz de 19 anos que transa com uma menina de 13 não é pedófilo. Ambos são adultos. Isto é uma grande farsa e uma covardia.

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Professor, o senhor pode dar sua opinião sobre o que vem acontecendo no Rio de Janeiro? Acha que o Governo está no caminho certo? Será que o Rio terá PAZ com a expulsão da bandidagem do Estado?

Acho que a polícia, a justiça e, até, o exército, precisam dar um basta com essa escalada do poder e do terror do narcotráfico. Uma guerra prá valer. Sou contra a pena de morte e o assassinato de pessoas pela polícia, mesmo que sejam criminosos. Mas eles precisam ser presos em um presídio de segurança máxima sem direito a regalia nenhuma até que seja julgados. Tudo dentro da lei, mas sem refresco, em celas isoladas, sem comunicação, com advogados revistados para falar com eles em celas com blindagem contra ondas eletromagnéticas. Essas pessoas têm que ver que o crime não compensa mesmo. E, assim, servir de exemplo para quem quer que seja que pense em uma carreira criminosa. Mas é preciso que se chegue, também, aos colarinhos brancos de políticos ou empresários que estão por trás de muitas dessas coisas. Eles também têm que ser encarcerados com os mesmos rigores. Ainda acho que precisariam ter seus bens todos confiscados, deixando suas famílias na miséria mesmo. Se há algo em relação a que eu nutro um santo ódio é contra essa bandidagem e essa corrupção, até da polícia e do judiciário. Esse pessoal tem que ser punido exemplarmente. O governo tem que abrir uma frente permanente de guerra contra essa situação, doa a quem doer.

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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Professor, o senhor pode me dizer quantos cálculos existem e pra que serve cada um deles? Tipo Cálc I, II, III... Agradeço desde já.

Varia com a Universidade. Geralmente o Cálculo I é o cálculo diferencial de funções de uma variável, o Cálculo II o cálculo integral de funções de uma variável, o Cálculo III estuda sucessões e séries e o cálculo diferencial e integral de funções de várias variáveis e o Cálculo IV as equações diferenciais em uma variável. As equações diferenciais parciais, as séries de Fourier, as transformadas de Laplace, o cálculo com variáveis complexas, o cálculo vetorial, o cálculo tensorial, o cálculo das variações, as equações integrais, as funções especiais, a geometria diferencial, as formas diferenciais e outros tópicos avançados ou são dados em Métodos Matemáticos da Física ou em disciplinas específicas do curso de Matemática. Além do Cálculo, os conhecimentos matemáticos para engenheiros, físicos, matemáticos e outros profissionais de ciências exatas abrangem a Álgebra Linear e a Geometria Analítica, que, às vezes, são dadas nos próprios livros de cálculo.

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Ajuda meu dever? A produção de parafusos ao custo de R$1 por unidade exige da máquina X um custo fixo de R$300 por dia. Para essa máquina produzir 100 parafusos num dia, qual será o custo diário? Não sei porque minhas fórmulas estão dando erradas...

Cem parafusos a um real custarão cem reais. Mais o custo fixo de trezentos reais, darão quatrocentos reais.

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Professor, o sr. é um ateu positivo ou um ateu negativo? Por quê?

Se você entende por ateu positivo aquele que crê que Deus não existe e negativo aquele que não crê que Deus existe, eu sou um ateu negativo. A diferença está na certeza. O ateu positivo está certo de que Deus não existe e eu não, mas acho que não existe, considerando que pode ser que exista. Todos os indícios são no sentido de sua inexistência, mas não há evidências nem comprovações que garantam isto, da mesma forma que não há evidências nem comprovações que possam garantir que ele exista.

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Um dia será provada a inexistência de Deus? O LHC será capaz desse feito? Muitos ateus botam "fé" nessa máquina. E o senhor?

Não creio que se possa provar a inexistência de Deus. O que o LHC poderá fazer é esclarecer o mecanismo de formação das partículas subatômicas a partir do campo indiferenciado primordial. Isto permitirá a compreensão de "como" se deu o surgimento do conteúdo do Universo, mas não exclui a possibilidade de que todo o processo teria sido induzido por algum agente extrínseco. Todavia, quanto mais se sabe a respeito de "como" tudo se processou, menos se considera necessária tal intervenção. Deus é uma entidade que não se consegue provar que exista ou que não. As ditas "provas" da existência de Deus não logram fazê-lo. Sua inexistência é uma consideração advinda de sua grande plausibilidade e dos fortes indícios, mas não de uma prova. Quem admite sua existência, o faz por fé. E a fé não pode ser estabelecida como critério de verdade. Assim a questão ficará eternamente em suspenso. Se Deus existir e se, também, houver imortalidade da alma, saberemos depois de morrer. Se não, nunca saberemos.

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Há religiosos que detestam a Ciência. A verdade é que se fossemos retirar tudo o que a Ciência contribui à Humanidade, não sobraria quase nada a nós. Se retirassemos tudo o que a Religião contribui à Humanidade, não faria a menor falta a nós.



Sei que há religiosos sinceros em sua fé. São os mais simplórios e ignorantes. Muitos, porém, já descobriram que se trata de um engodo e continuam a propagá-la como meio de vida. Esses realmente detestam a ciência, pois ela abre a mente para contestar os ensinamentos dogmáticos das religiões. Não acredito que pessoas inteligentes e esclarecidas como o papa creiam no que pregam. De fato, é o analfabetismo científico da maior parte do povo, que, no máximo, adquire uma cultura humanística, que leva as pessoas a não questionarem as doutrinas de suas religiões. Não digo que todos os que crêem sejam burros ou ignorantes. Mas, certamente, ainda não se aprofundaram no estudo dos fundamentos históricos e doutrinários de suas crenças e nem se dedicaram com afinco a tentar entender de cosmologia, geologia e biologia, especialmente de genética e evolução. Acho que isto é um dos grandes problemas do Ensino Básico atualmente no Brasil. Venho batalhando, em vão, há 40 anos, para implantar o ensino sério de Física Moderna no nível médio, que incluísse relatividade, física quântica e astrofísica. Pelo menos um semestre. Além de que cosmologia, astronomia e geologia deveriam fazer parte do currículo de geografia e paleontologia e antropologia de história. Mas os professores não têm formação para lecionar isso e nem sobra tempo, pois é preciso fazer uma revisão para o Vestibular. Poucos geógrafos se dedicam à parte física da geografia, focando-se mais na parte humana e econômica. Assim ficam todos ignorantes. Em Filosofia se deveria discutir as provas e contra-provas sobre a existência de Deus, sem apelo para dogmatismo religioso nenhum. E, o mais importante: difundir o espírito cético e livre-pensante na juventude, pois são estas concepções que nos livram de todo dogmatismo e nos permitem uma busca serena e desapaixonada da verdade, seja ela qual for. Sei que existem pensadores de calibre que são adeptos do criacionismo, como o William Craig, o Michael Behe e outros. Eles não são burros e nem ignorantes, mas estão equivocados em suas concepções, para mim, fruto de uma abordagem pré-concebida da realidade.

Há religiosos que detestam a Ciência. A verdade é que se fossemos retirar tudo o que a Ciência contribui à Humanidade, nao sobraria quase nada a nós. Se retirassemos tudo o que a Religiao contribui à Humanidade, nao faria a menor falta a nós.

Sei que há religiosos sinceros em sua fé. São os mais simplórios e ignorantes. Muitos, porém, já descobriram que se trata de um engodo e continuam a propagá-la como meio de vida. Esses realmente detestam a ciência, pois ela abre a mente para contestar os ensinamentos dogmáticos das religiões. Não acredito que pessoas inteligentes e esclarecidas como o papa creiam no que pregam. De fato, é o analfabetismo científico da maior parte do povo, que, no máximo, adquire uma cultura humanística, que leva as pessoas a não questionarem as doutrinas de suas religiões. Não digo que todos os que crêem seja burros ou ignorantes. Mas, certamente, ainda não se aprofundaram no estudo dos fundamentos históricos e doutrinários de suas crenças e nem se dedicaram com afinco a tentar entender de cosmologia, geologia e biologia, especialmente de genética e evolução. Acho que isto é um dos grandes problemas do Ensino Básico atualmente no Brasil. Venho batalhando, em vão, há 40 anos, para implantar o ensino sério de Física Moderna no nível médio, que incluísse relatividade, física quântica e astrofísica. Pelo menos um semestre. Além de que cosmologia, astronomia e geologia deveriam fazer parte do currículo de geografia e paleontologia e antropologia de história. Mas os professores não têm formação para lecionar isso. Poucos geógrafos se dedicam à parte física da geografia, focando-se mais na parte humana e econômica. Assim ficam todos ignorantes. Em Filosofia se deveria discutir as provas e contra-provas sobre a existência de Deus, sem apelo para dogmatismo religioso nenhum. E, o mais importante: difundir o espírito cético e livre-pensante na juventude, pois são estas concepções que nos livram de todo dogmatismo e nos permitem uma busca serena e desapaixonada da verdade, seja ela qual for. Sei que existem pensadores de calibre que são adeptos do criacionismo, como o William Craig, o Michael Behe e outros. Eles não são burros e nem ignorantes, mas estão equivocados em suas concepções, para mim, fruto de uma abordagem pré-concebida da realidade.

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O que a mecânica quântica fala sobre causalidade? Há eventos que podem não ter causa?

Sim. Veja o que já falei sobre isto na questão:
http://www.formspring.me/wolfedler/q/1644899167

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Me perguntaram como um ateu define o livre-arbítrio. Esse tipo de questionamento faz sentido, ou cada corrente filosófica pode definir o livre-arbítrio a seu modo?

A definição de livre arbítrio não depende da concepção filosófica da pessoa. Falei sobre isto nesta questão:
http://www.formspring.me/wolfedler/q/1647261814

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Uma particula realiza MHS com amplitude de 8cm, em torno do ponto 0. Sendo a energia potencial elástica nula qdo aquela passa pelo ponto de equilíbrio. Qual o valor de elongação, na qual a energia pot elast é igual a energia cinética. Me ajude professor?

Neste ponto a energia potencial é metade da energia mecânica que é igual à potencial máxima, na amplitude. Igualando as expressões, cortando os (1/2) e a constante elástica, fica-se com x² = (1/2)A², donde x = A/√2 = 8/1,414 = 5,66 cm.

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Professor, epicurismo e estoicismo não são correntes que entram em conflito? Como você pode ser ambos ao mesmo tempo?

Não entram não. É uma ilusão pensar assim. O epicurismo é a concepção de que a finalidade da vida é a felicidade e o estoicismo é a concepção de que se devam suportar os reveses sem desgosto. Em que uma coisa contradiz a outra? Pelo contrário, aquele que não se importa com nada que lhe aconteça, que não se aborrece com coisa alguma, que nada lhe é incômodo, este será sempre muito mais feliz do que quem se apoquenta, se aborrece ou se entristece com tudo o que lhe ocorra de desagradável. Ser estóico não significa que não se deseje fruir prazeres ou que se curta o sofrimento. De jeito nenhum. Pode-se perfeitamente e deve-se mesmo, procurar a felicidade de forma serena e sobranceira. Mas não se pode meter-se a buscar desenfreadamente prazeres a todo custo. Isto não levará à felicidade, pois qualquer desapontamento será uma tragédia. O epicurismo não se confunde com o hedonismo, já que este se liga à busca de prazeres e o primeiro da felicidade. Nem sempre os prazeres dão felicidade. É certo que a felicidade está ligada à fruição de prazeres, à ausência de dissabores e sofrimentos, à alegria. Mas tudo isto só se alcança se se for desapegado justamente dos prazeres. Buscando-se o bem e a virtude é que se conseguirá ser feliz, inclusive esquecendo-se, até, de buscar a felicidade. Além destas duas concepções, reputo também essencial à conquista da felicidade o cinismo, em sua acepção filosófica primordial, que é o desapego de todos os bens materiais e o repouso na busca dos valores mais elevados de sabedoria, saber, virtude, honra, bondade, beleza, verdade, justiça, temperança, modéstia etc. Todavia, esta busca só levará a uma vida significativa se for feita inteiramente sem vaidade, vanglória e soberba. Não se pode esquecer dos valores heróicos de bravura, coragem e fortaleza na defesa do bem, da justiça e da verdade. Assim sendo se terá o verdadeiro "übermensch", o padrão ideal de ser humano, o santo humanista, o filósofo e o sábio.

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qual é o alimento mais exótico que você já comeu?

Acho que foi bife de carne de baleia, ou, quem sabe, coxinhas de rã. Nunca comi nada muito exótico, como lagartas, gafanhotos, escorpiões ou baratas.

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O livre-arbítrio existe mesmo, ou é só uma espécie de aproximação e nem sempre podemos fazer escolhas genuínas?

Existe! De que se trata? Da liberdade de escolha, de tomada de decisão. Sempre que se apresenta, para a realização de alguma ação, um leque de escolhas, a pessoa tem a liberdade de fazer a que quiser. É claro que cada uma terá suas consequências e a pessoa tem que arcar com elas, talvez até com a morte. Mas sempre a pessoa é livre para escolher. Às vezes diz-se que a pessoa é coagida a tal ou qual escolha, uma vez que se lhe apresentam consequências funestas para algumas das opções. É claro que, neste caso, não se pode lhe imputar culpabilidade moral se ela fizer a escolha que não lhe seja danosa. Mas, de fato, ela sempre pode fazer a escolha que quiser, sujeitando-se aos danos. Por outro lado, escapar da imputação de culpa é uma questão da gravidade dos danos. Se é uma questão de preservar a vida ou a segurança dos familiares, por exemplo, justifica-se considerar que a pessoa agiu por coação. Mas se for apenas um prejuízo material, mesmo grande, não sei não. Acho que a pessoa deve escolher o certo, mesmo que, com isto, leve prejuízo. A liberdade, contudo, sempre continua. É como a liberdade de pensamento. Ela sempre é total, assim como a de sentimentos. Ninguém nunca pode ser obrigado a amar ou a odiar quem ou o que quer que seja. O ser humano é livre por natureza e não há como escapar da responsabilidade dessa liberdade.

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O que o senhor tem a dizer sobre este vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=uWtnsgcaCg0 ?

Completamente equivocado. Nenhum dos argumentos apresentados se sustenta comparativamente ao simples poder do acaso para possibilitar a ocorrência de qualquer coisa. Não há comprovação nenhuma de que há algum projeto inteligente para o Universo e para a vida. Isto é uma crença completamente sem sustentação em nenhuma evidência. A explicação fisicalista é totalmente aceitável sem avocar nenhuma suposta interveniência de algum agente extrínseco ao Universo. Existem vários vídeos no canal Seteartigos7 que vou assistir. Adianto, contudo, que eles não apresentam argumentos que levem alguém cético a crer no projeto inteligente. E o ceticismo é a postura fundamental para a investigação da verdade. Por que se aceitaria a explicação aleatória? Porque ela é exatamente a ausência de explicação e não se encontra explicação nenhuma para o surgimento do Universo e da vida.

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Se Lenin, Marx e Stalin eram ateus, isso não depõe em nada contra o ateísmo, nem contra os ateus. Se a recíproca procede, os padres pedófilos e os pastores topam-tudo-por-dinheiro também não depõem contra Deus?

Não. O comportamento dos crentes não depõe contra a crença se a doutrina dessa crença não aprova tal comportamento. O problema é quando a hierarquia da religião associada a essa crença tolera qualquer comportamento condenável. Isto não depõe contra a crença mas depõe contra a religião da crença.

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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Quais os seus compositores clássicos preferidos?

Pela ordem decrescente de prioridade, meus dez compositores preferidos são:
Brahms, Beethoven, Bach, Mozart, Dvorak, Haydn, Wagner, Chopin, Tchaikowsky e Liszt.

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Se todas as réguas e e ferramentas de medição de distâncias desaparecessem,comoo saberiamos quanto mede 1 cm?

Com régua, sem escala, e compasso, podemos voltar a construir uma escala, desde que saibamos a definição de um centímetro. Assim é que foi feito pela primeira vez. Um centímetro é a centésima parte do metro, de modo que, se acharmos que distância é um metro, por desenho geométrico, acharemos um centímetro (será preciso também usar esquadros). A definição original do metro foi feita de forma que um meridiano terrestre tivesse, exatamente 40 mil quilômetros, em que o quilômetro são mil metros. Desta forma, ao deslocarmos, ao longo de um meridiano, uma distância que compreenda um arco de 1/40.000 da circunferência, teremos deslocado de um quilômetro. Como a circunferência tem 360° ou 21.600', um quilômetro terá, no meridiano, um arco de 21.600/40.000 = 0,54' = 32,4". Basta observar o deslocamento da sombra de uma haste vertical ao meio dia para determinar este valor. Um milésimo disso é um metro e isto pode ser verificado com o deslocamento de uma luneta reticulada (teodolito) que aponte para o Sol, ao meio dia. Como saber que é meio dia no local? Meio dia e o momento em que a sombra de uma haste vertical é a menor possível. É só ir marcando o comprimento da sombra e ver quando é menor. Volta-se no dia seguinte (se houver Sol) e espera-se este momento.

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Ernesto, quero-lhe dizer que a cada dia você me ajuda a me transformar em uma pessoa melhor.. Leandro Alves de Melo....

Fico muito feliz de ouvir isto, pois é justamente o que me proponho a fazer com meus escritos, especialmente pela internet, em meus blogs, nas comunidades sociais e neste formspring. Ao longo de meus 35 anos de magistério, fora dois que passei cursando mestrado, em que lecionei mais de doze mil aulas para o Ensino Médio e oito mil para o Superior, para mais de cinco mil alunos, em quatro cidades (Barbacena, São João del Rei, Juiz de Fora e Viçosa) sempre procurei, ao par de fazer os alunos aprenderem os conhecimentos e habilidades específicas dos conteúdos de Física e Matemática que ministrava, incutir em suas pessoas os valores éticos humanistas que defendo, uma visão de mundo livre-pensante e uma atitude cética na busca da verdade, fatores que considero essenciais para o sucesso em encontrar um significado para a vida e, daí, a realização e a felicidade, que são, em última análise, o que se busca em tudo o que se faz. Nesse últimos oito anos que não mais leciono, passei a fazer uso da internet como meio de difusão do conhecimento científico, filosófico, artístico e cultural, bem como de atitudes éticas e das concepções humanistas, racionalistas, céticas, ateístas, anarquistas e poliamoristas que defendo como as mais adequadas para a construção de um mundo melhor, mais igual, justo, harmônico e fraterno para todos os seres, pelo cultivo da virtude, em especial da bondade e da prática do bem, assim como da busca incessante da verdade.

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Camarada ateu, O surgimento espontâneo de conteúdo ,ou mesmo do universo ,é defendido por Stephen Hawking em seu último livro "The Grand Design''.Poderia citar algum exemplo de evento semelhante já comprovado pela ciência. Wladimir cavalcante.

Ocorrências espontâneas, fortuitas ou incausadas se dão aos miríades a todo momento. As principais são o surgimento de pares de partícula e antipartícula a partir do vácuo, o decaimento radioativo e a emissão de fótons por átomos e moléculas excitadas. A ocorrência desses eventos depende do preenchimento de certas condições, que, contudo, apesar de os possibilitarem, não os determinam. Sua ocorrência se dá sem nada que lhes provoque, podendo, até, nunca acontecer, mesmo que as condições sejam preenchidas. Na emissão de luz por qualquer fonte luminosa, todos os fótons emitidos o fazem de forma espontânea, exceto no caso da luz laser, cuja emissão é estimulada. Decaimentos radioativos também acontecem a todo momento nos núcleos atômicos, em que nêutrons decaem em prótons com a emissão de elétrons nos isótopos beta radioativos. Isto é que, por exemplo, permite a datação geológica pela fração de carbono 14 nos fósseis de seres vivos mortos. Isto mostra que a presença de uma causa para todo evento não é uma necessidade fenomenológica, sendo um princípio tomado como verdade por indução, pela observação dos eventos acessíveis à observação humana direta, que, normalmente, são efeitos de alguma causa. Como toda conclusão induzida, sua validade é provisória, até que algum contra-exemplo a derrube, Os que citei a deitam por terra com grande estrondo. Isto é, todo efeito tem uma causa, mas nem todo evento é um efeito. Dentre eles, o mais notável foi o surgimento do Universo. Argumenta-se que a ausência de causa é apenas aparente, por não se ter achado, ainda, a causa. Isto só pode ser sustentado se houver uma razão lógica para que assim o seja. Mas a presença de causa é um fato empírico e não lógico. Não há razão lógica para que eventos tenham causa. Só podemos dizer que tenham se assim observarmos. Não observando, não há porque supor que exista.

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Supondo nosso universo imperturbável,com T = 0,como considerar possível um movimento iniciar-se espontaneamente?Qual o melhor argumento pra defender essa possibilidade? T=0 com Volume= Infinito é um "absurdo",então outros "absurdos" são possíveis?

Antes do surgimento do Universo não havia volume nenhum, pois não havia espaço. Se o Universo é infinito, ele sempre o foi e já surgiu assim. Esta é a hipótese mais aderente aos dados observacionais. Isto não é absurdo nenhum. Por que seria? De repente surgiu tudo, em todos os lugares, preenchendo um espaço infinito. A diferença é que a densidade, no momento inicial, era extremamente grande, tendendo ao infinito, mas não infinita. Ao se dividir uma massa infinita por um volume infinito pode se ter qualquer resultado, até infinito. Assim é a matemática do infinito. Como nesse início também começou a dilatação do espaço, ela começou a diminuir, continuando assim até hoje. E que foi esse "tudo" que surgiu? A princípio um campo indiferenciado que, logo, quantizou-se, isto é, concentrou-se em míriades de partículas e antipartículas, numa espécie de "mudança de fase", que chamamos de "quebra de simetria", como um doce que açucara em uma areia de cristais de açúcar. Essas partículas e antipartículas, em estado de intensa vibração, entre si se aniquilavam, formando fótons (que não tem antipartícula). Os fótons voltavam a formar pares e isto continuou, mas não em equilíbrio, pois há uma assimetria entre as meias vidas das partículas e suas correspondentes antipartículas. As primeiras a se formarem foram híperons e leptons pesados, que decaíram, mas não em taxas iguais. Assim, algumas não acharam suas anticompanheiras para se aniquilar e permaneceram. Quando a expansão ficou suficiente para não mais haver aniquilação, sobrou um resto de matéria e fótons, tendo a antimatéria desaparecido. A sobra de matéria equivale a um bilionésimo do conteúdo de matéria e antimatéria antes existente. O que sobrou constitui a radiação de fundo do Universo, presente até hoje, como o chuvisco da TV quando não sintoniza canal nenhum.

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Supondo nosso universo imperturbável,com T = 0,como considerar possível um movimento iniciar-se espontaneamente?Qual o melhor argumento pra defender essa possibilidade?

Em T<0 não havia Universo. Logo nenhuma lei física prevalecia, pois elas só se aplicam a um conteúdo existente. Aliás não havia nem tempo anterior a T=0. Isto significa que o surgimento de tudo sem ser proveniente de nada e sem ter nenhum evento anterior que seja a causa desse surgimento, não estava proibido. Esta é uma condição que só vigorou no surgimento do Universo, pois, mal tenha surgido algo, também surgiram as leis que descrevem seu comportamento, dentre elas as de conservação, que proibiriam esse surgimento de nada. É preciso entender que não houve necessidade nenhuma desse surgimento. Seria possível que nunca tivesse surgido coisa alguma e nada teria existido. Não há razão nenhuma para que exista algo ao invés de nada. Supor que tal evento tenha sido um ato de vontade de algum ser extrínseco ao Universo é tão ou mais incompreensível do que considerar que o surgimento tenha sido fortuito. A problemática de explicar esse ser e sua origem é maior do que a de explicar a origem do Universo, pois como poderia haver algum ser fora do Universo se o Universo é o conjunto de tudo o que existe? Se não existir Universo, nada existe, nem Deus.

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Creio q com um bom nivel de conhecimento as pessoas consigam ver o ideal anarquista como realmente o "ideal". Você acha que se o governo for realmente capaz de melhorar a educação, um dia consiguiremos chegar aos pés da coerencia anarquista? (@rcarvt)

Certamente que sim. Nisto eu confio. Mas temos que pelejar pela qualidade da educação. Este é o segredo. Melhorar a educação de todo mundo, enquanto se faz uma grande divulgação dos ideais anarquistas. Para isto é preciso que políticos com este ideal sejam eleitos e batalhem pela qualidade da educação. O resultado só virá ao longo de muitas dezenas de anos e o anarquismo, dentro de vários séculos. Isto não é motivo para esmorecer. Do mesmo modo que, atualmente, tem-se feito uma grande difusão do ateísmo, o mesmo tem que acontecer como o anarquismo e, digo eu, com o poliamorismo. Uma boa estratégia é haver uma novela da Globo em que alguém simpático e do bem seja anarquista, outra em que seja ateísta, outra em que o poliamor seja abordado de forma favorável. Assim, aos poucos, as pessoas vão se acostumando com tais idéias, como já se acostumaram com a não necessidade da virgindade para moças solteiras, a não necessidade do casamento para a formação de famílias, a possibilidade de uniões homossexuais, a disseminação do controle da natalidade, a derrubada de preconceitos raciais e vários outros e assim por diante. Neste sentido as novelas têm um papel educativo.

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Professor, o senhor escreveu em partitura o prelúdio em mi bemol maior que toca no seu site? Se sim, pode me enviar o link para download? Ou então me dá somente os acordes graves que eu tiro o resto (:

Este site é melhor para baixar o Encore. Siga as intruções:

http://castordownloads.net/?p=9123

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Professor, o senhor escreveu em partitura o prelúdio em mi bemol maior que toca no seu site? Se sim, pode me enviar o link para download? Ou então me dá somente os acordes graves que eu tiro o resto (:

Sim. Você pode baixar as partituras de umas músicas que compus no meu site www.ruckert.pro.br . Estando na página inicial, entre em "Meu blog Word Press" e, nele, na coluna da direita, mais embaixo, clique em cada uma das "Partituras Encore" que elas serão baixadas. Você tem que ter o programa Encore para visualizá-las e executá-las. Se não tiver, baixe o programa em
http://www.easy-share.com/1702488304/1702488304 .
Se quiser as músicas em formato MIDI, clique nas músicas duas caixas acima dessa das partituras e baixe.

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Qual a diferença entre ser e estar?

Ser é uma condição permanente e estar é uma condição temporária. Em verdade, nada "é", mas "está sendo", uma vez que tudo evolui no tempo, nada permanecendo como é. Assim, a essência de um ser, isto é, aquilo que faz com que ele seja o que ele é, não é constante. Todavia é possível identificar cada ser consigo mesmo, ao longo do tempo, por meio de sua "continuidade histórica". Exemplificando: considere um guarda-chuva novo. Daí a certo tempo, troque seu pano. Daí a mais tempo, troque suas barbatanas. Depois, troque sua haste e mais tarde ainda, troque seu cabo. Este último objeto não tem nada do guarda-chuva original, porém é o mesmo, pois manteve sua continuidade histórica. Cada um de nós também troca suas células ao longo da vida, tem suas memórias alteradas, sua personalidade e seu aspecto físico. Mas ainda é a mesma pessoa pela continuidade histórica. Daí a noção ontológica de "ser" que não pode ser considerada de forma imutável ou permanente. O único ser que seria sempre igual a si mesmo seria Deus. Um ser assim, contudo, não existe.

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.WOLF DIZ: A mente não tem poder sobre a matéria.. GOSTARIA Q ME EXPLICASSE COMO VC SE MOVE¿ MINHA VISÃO D MENTE É TUDO AQUILO Q O CEREBRO FAZ! SENDO ASSIM PODEMOS ALTERAR A MATÉRIA, COMO TEMOS FEITO AO LONGO DOS TEMPOS! ESTAMOS CHEGANDO LÁ!

O poder que eu mencionei é do tipo, digamos, telepático. Sua mente, como parte do seu organismo, atua sobre ele e sobre o que ele, fisicamente, puder influenciar. O que não acontece é uma atuação direta da mente sobre objetos exteriores ao organismo a que ela pertence, sem a intermediação do corpo dessa pessoa. É claro que se pode, indiretamente, atuar sobre a matéria, por exemplo, através de um comando por ondas eletromagnéticas, como se faz para dirigir naves espaciais não tripuladas, à distância. Mas isto é um encadeamento de interações físicas, desde a decisão mental de fazer a coisa até a sua ocorrência. Telepatia, telecinese e esse tipo de coisa, contudo, não existe.

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Professor, admiro a sua crença no amor(erótico) incondicional, no amor imensurável, ou seja, que podemos amar várias pessoas ao mesmo tempo, na teoria é muito bonito, mas na prática é realmente possível?

Claro que é! Quem não permite que a pessoa amada ame também a outras pessoas, não a ama de fato. Amor não pode ser cerceado e reprimido. Não se ama e nem se deixa de amar ninguém porque se quer. O máximo que se pode fazer é consentir ou reprimir o amor, mas ele não desaparece. Nem se pode obrigar-se a amar quem quer que seja. Isto é espontâneo. Todavia, por que reprimir um amor, se amar é a a coisa mais maravilhosa do mundo? Por que não amar ao máximo de pessoas possível? Por que querer proibir alguém de amar a quem essa pessoa quiser? O fato de se amar a mais de uma pessoa não diminui nem um pouco o amor que se tem a cada uma. O ciúme é um sentimento extremamente negativo, pois significa que o ciumento quer a posse exclusiva do amor do(a) amado(a). Isto é um supremo egoísmo e o egoísmo é o pior pecado que existe. Não consigo ver o problema que poderia haver se a pessoa a que você ame também ame a outra pessoa, se com isto ela não deixa de lhe amar nem um pouco. Nunca em minha vida consegui entender este tipo de sentimento de posse da pessoa amada. Acho isto muito estranho mesmo. O pior é que tem certas pessoas que não admitem que seu amor deixe que ela ame a outras pessoas. Não só são ciumentas, mas querem o ciúme de seu amor. Isto é terrível. Quem ama quer o seu amor livre para ser uma pessoa completa e independente, inclusive para amar. A possessividade no amor é uma patologia grave. A Terra nunca será um lugar pleno de felicidade enquanto não se entender que amor é um sentimento altruísta. Admiro-me mais ainda dos cristãos, cujo mestre pregou "amai-vos uns aos outros", estabelecerem barreiras ao amor. Se devemos amar inclusive nossos inimigos, quanto mais a nossos amigos e amigas. Nem todo amor tem que ser realizado eroticamente. O amor platônico também é um sentimento belo e gratificante, bem como a amizade, quer entre pessoas do mesmo sexo, quer de sexos opostos. Mas o amor erótico não precisa ser exclusivista. Mas é claro que pode ser. O que não pode é a pessoa manter relacionamentos escondidos, sem que todos os envolvidos tenham conhecimento e dêem o consentimento. Se você ama a uma pessoa e se apaixona por outra, querendo poder viver os dois amores, ponha todos a par do fato e resolva em comum como ficará a vida de vocês. O melhor é que todos possam se amar sem problema. Mas se alguém não aceitar, há que se fazer uma escolha, pois viver na mentira é uma imoralidade inadimissível. Mas essa escolha, para que a pessoa viva de forma honesta e franca, sempre será uma perda de felicidade. É preciso que se conscientize a sociedade e, principalmente a juventude, da total falta de cabimento da exigência de exclusividade amorosa. Muitas vezes tal exigência se prende a outras razões, extrínsecas ao amor, como as econômicas. Este é um grande problema. Não se pode vincular o amor a questões econômicas. Cada pessoa adulta tem que prover-se a si própria, sem depender de nenhum relacionamento para tal. Assim a união amorosa só se dará por motivos exclusivamente amorosos. Quem não se provê de forma independente não é livre e quem não é livre não é uma pessoa humana, no sentido pleno do conceito. Um relacionamento só será pleno e venturoso se se der entre duas pessoas humanas inteiramente livres, que nele estão por desejo e nada mais. É claro que o surgimento de filhos cria responsabilidades incontornáveis. Mas a pluralidade amorosa em nada exime ninguém delas. E, se os relacionamentos são feitos entre pessoas humanas integrais, seu encerramento jamais levará a uma ruptura da amizade, da consideração, do carinho e do respeito. A não ser que um dos envolvidos tenha agido como uma pessoa cafageste. Mas esta não é humana.

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Professor, o que achas do povo mineiro e das Minas Gerais?

Tenho muita simpatia pelo povo mineiro, pois me considero assim, já que vim para cá com dois anos de idade, tendo nascido no Rio de Janeiro. Acho o mineiro mais franco e leal, mais solidário, menos afetado, mais honrado. Mas tem seus defeitos, como sua teimosia, sua desconfiança, sua timidez e seu silêncio. O estado não é tão bonito como o Estado do Rio, o mais belo do Brasil, em minha opinião. Nem tão próspero e progressista como São Paulo. Mas, tirando esses dois, acho que Minas Gerais supera o resto do Brasil em quase tudo.

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Como os egípcios construíram as pirâmides? Parece que não tinham conhecimento de engenharia para tal feito na época. Isso é verdade?

Claro que tinham! A engenharia das pirâmides é bem primitiva, quase intuitiva. A maior dificuldade foi o deslocamento das pedras. Uma solução apresentada foi a de ir cobrindo de areia o entorno da pirâmide à medida que ela subia, de modo a sempre se estar trabalhando ao rés do chão. Depois foi só desenterrá-la enquanto se ia trabalhando o revestimento. Havendo quantidade suficientemente grande de operários e bastante tempo não é problema.

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Wolf, qual é a relação entre a aceleração da expansão do universo e a suposta eternidade do mesmo? De que forma aquela implica nesta? Grato.

Outras páginas na internet sobre a expansão e a infinitude do Universo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Universe_expansion ;
http://www4.ncsu.edu/unity/lockers/users/f/felder/public/kenny/papers/cosmo.html ;
http://en.wikipedia.org/wiki/Ultimate_fate_of_the_universe ;
http://www.eitgaastra.nl/ .
É possível se achar mais referências, mas em português é difícil.

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Wolf, qual é a relação entre a aceleração da expansão do universo e a suposta eternidade do mesmo? De que forma aquela implica nesta? Grato.

Na solução das equações de Einstein para o caso cosmológico, existem três possibilidades, dependentes da relação entre a densidade de massa e energia e a aceleração da expansão. Esses valores são observacionais e não são fáceis de serem obtidos. As possibilidades são caracterizadas pela curvatura global, que poderia ser positiva, negativa ou nula. No primeiro caso tem-se a preponderância da densidade e o Universo seria finito e fechado, atingindo uma expansão máxima, a partir da qual começaria a se contrair até voltar a uma singularidade (Big Crunsh). Nos outros casos o Universo seria infinito e aberto, tendo uma expansão eterna. Os valores observacionais dos parâmetros mencionados indicam que o Universo seja aberto e infinito. Para uma consulta técnica sobre o assunto aconselho o livro "Gravitation and Spacetime" de Hans C. Ohanian. Na internet o assunto pode ser visto em:
http://en.wikipedia.org/wiki/Friedmann_equations

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Método científico

domingo, 21 de novembro de 2010

Quando alguém postula um criador para explicar a origem do universo, é válido perguntar a respeito da origem desse criador, ou essa é uma pergunta que não faz sentido?

Faz muito sentido sim. Se a resposta for que este é incriado, pode-se perguntar porque o Universo também não poderia ser incriado. Se o criador precisar ter sido criado, então se estabelece uma série infinita de criadores. Se o criador criou o Universo do nada, porque o Universo não poderia ter surgido espontaneamente do nada? Se isto é inexplicável, como explicar a criação de tudo a partir do nada? Se se pode aceitar isto, por que não aceitar o surgimento incriado a partir do nada? E esse criador, se houver, onde estava? Se o Universo, por definição, é o conjunto de tudo, não há nada fora dele. Quando ele não existia, não poderia haver nada, nem espaço vazio, quanto mais um criador. A suposição da existência de um criador cria muito mais problemas de toda sorte do que a suposição de que o Universo tenha surgido por conta própria.

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Em relação à antimatéria, seu único propósito seria criar bombas com uma eficiência mais devastadora?

Claro que não. Esta é uma das possíveis aplicações. Mas a aniquilação da matéria com a antimatéria é a mais eficiente forma de geração de energia para qualquer propósito. A questão é como produzir quantidades consideráveis de antimatéria (algumas gramas) e como armazená-la até que se deseje usá-la, pois ela tenderá a aniquilar qualquer matéria que entre em contato. O único recipiente que pode contê-la é uma garrafa magnética, como também acontece com o plasma de hidrogênio nos reatores de fusão nuclear, os tokomaks. Outro problema é a fonte de energia para produzir esta antimatéria em escala industrial. Note que bastam poucas gramas para uma usina funcionar por muito tempo. A aniquilação de um grama de hidrogênio com um grama de antihidrogênio gera a energia de 46 quilotons, isto é, quase três vezes mais energia do que a da bomba de Hiroshima, que consumiu 64 kg de urânio. Uma usina como Itaipú, de 14GW, poderia funcionar durante uma hora com o consumo de apenas um quilograma de matéria e antimatéria.

O raciocínio puro, apenas, pode ser usado com sucesso para descobrir as leis da natureza?

Não. O raciocínio permite que se tirem consequências de leis já descobertas. É o que se chama de um teorema. As leis propriamente ditas são como os postulados da geometria, não podem ser deduzidos. As leis são empíricas, ou seja, obtidas por indução e não dedução. E a indução não é um raciocínio puro, mas sim uma generalização inferida a partir de inúmeras observações de fenômenos, espontâneos ou provocados. A partir da observação e da análise do comportamento de todas as variáveis atribuídas ao fenômeno e às entidades dele participantes, propõe-se uma hipótese explicativa, que precisará ser testada contra todas as tentativas de falseá-la que se puder inventar. Se ela for aprovada nesses testes, e enquanto assim o for, permanecerá como a "lei" descritiva do fenômeno em questão. Note-se que as leis da natureza não "determinam" o seu comportamento, mas, simplesmente, o "descrevem". A natureza se comporta por conta própria, não dando importância a nenhuma lei. Se houver discrepãncia entre o comportamento da natureza e alguma lei que o descreva, esta é que tem que ser modificada.

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Por que tens tanta aversão ao modo marxista de examinar o social/humano, se é o mais coerente cientificamente e racionalmente?

O que tenho aversão é ao comportamento doutrinário dos marxistas que não podem ver nenhuma crítica ao pensamento de Marx. Acho que o próprio Marx desaprovaria isto. Estou de acordo com muita coisa que Marx propôs, mas não tudo. Sou um comunista, mas não aprovo o comunismo de estado nem a ditadura do proletariado. Além do mais, o pensamento de Marx é filosófico e não científico, como ele pretende que seja. O mesmo se dá com o Augusto Comte. Não acho que somente a ciência seja capaz de obter explicações verdadeiras sobre os fatos da natureza e da sociedade. Mas não concordo em que se diga que uma verdade seja científica quando provém de conclusões tiradas por reflexão sobre os dados da realidade, o que caracteriza o conhecimento filosófico. Outras concepções de Marx não são válidas, como tudo o que ele diz sobre dialética. É preciso, a respeito de Marx, estudar suas propostas com isenção, como se deve fazer com qualquer outra. Parece a muitos marxistas que o marxismo é uma espécie de religião, da qual não se pode duvidar dos dogmas. Isto não tem nada de científico.

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Anakin Skywalker foi emocional. Não odiava, apenas amava demais: lembra o que ele fez?? O amor é nocivo na mesma proporção do ódio. Saia do lado negro da força e aceite a razão como a saída para um mundo melhor!

Quem está do lado negro da força é justamente quem acha que o amor seja tão nocivo quanto o ódio. Não repudio a razão, como você pode pensar. O que digo é que a emoção também é um componente valioso do psiquismo e, principalmente, da tomada de decisões. Preste atenção: eu disse "também" e não "unicamente". Quem comete crimes por amor, em verdade não é pelo amor que assim o faz, mas pelo egoísmo. É porque exige reciprocidade e exclusividade no amor. Esta não é uma exigência amorosa. O amor não exige reciprocidade nem exclusividade. Quem ama quer o amado livre para amá-lo ou não, bem como para amar a outros também. Se não for assim, não está amando e sim sendo egoísta em suas exigências. O amor é altruísta e é isto que está faltando nos homens para construir o mundo bom, justo, agradável, harmônico, fraterno e feliz.

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A linguagem da ANL é como o rabisco dos médicos: intrumento de diferenciação da maioria. Se a maioria, mesmo cultural, fala de forma clara e objetiva, por que deveríamos evitar? Estás esquecendo da função primordial da comunicação.

Discordo de que se deva praticar um linguajar inculto para se igualar à maioria e conseguir se comunicar. Mas não acho que o uso da norma culta seja para fazer uma diferenciação de estado social e sim para que a própria comunicação seja melhor, pois a norma culta estabelece, pela riqueza maior do vocabulário e a melhor expressão do pensamento, uma adequação mais ajustada entre a linguagem e o pensamento que ela pretende comunicar. O que propugno é pela disseminação da norma culta por toda a população, o que seria obtido com o alcance mínimo do nível médio de escolaridade por todos.

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