Sim. Minha ascendência é austríaca, Escreve-se "von Rückert" e não "Von Ruckert" (o v do von é minúsculo e o u do Rückert tem trema). Meu avô, Wolfgang Anton Ferdinand Ernest Ginzel Edler von Rückert veio para o Brasil em 1906 e, aqui, casou-se com minha avó, Alice Vieria de Carvalho Lopes dos Santos, filha do adido comercial do consulado português em Belo Horizonte. Meu pai, Fernando von Rückert, nasceu em 1916 no Rio de Janeiro, onde meu avô era professor de Inglês do Mosteiro de São Bento. Na Aústria ele era professor de Russo e Tcheco. Além disso falava Alemão, sua lingua nativa, Português (de Portugal), Francês, Espanhol e Italiano. O pai da minha mãe, Eugênio Ernesto Barbosa, baiano, era almirante médico da Marinha de Guerra Brasileira, primo de Ruy Barbosa e a mãe de minha mãe, gaúcha, Semíramis Vaz Gonçalves, era filha do Capitão dos Portos da Lagoa dos Patos, com sede em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, da família de Bento Gonçalves. Meu pai e minha mãe se conheceram no Rio de Janeiro, onde nasci. Como fui criado em Minas, meu falar não é característico de nenhuma região do Brasil. Meu pai falava um português meio de Portugal e minha mãe meio gauchês, mesmo que tenham sido criados no Rio de Janeiro. Eu misturei tudo com o mineirês.
sábado, 21 de abril de 2012
Acredita na máxima: "quem espera sempre alcança"; ou sai da inércia, criando um ambiente favorável para o aproveitamento das oportunidades e resolução dos problemas?
Não alcança não. Pode esperar a vida toda que se não agir não consegue. Tem que aproveitar as oportunidades e, mais ainda, criá-las.
Você prefere ser sã... "santo", ou experimentar a LoL... "loucura"? rsrs
Uma coisa não contradiz a outra. A ideia de santidade que muitos têm é falsa. Ser santo é ser verdadeiro, justo, bom, honesto, generoso, prestativo. E, principalmente, ter bravura e coragem para combater o mal e propagar o bem. Mas também é ser alegre, companheiro, amável e, principalmente, amante. Sim, o santo tem que amar e ser amado em todos os planos, inclusive o carnal. E fazer isso com o maior prazer e competência. Sem pudores hipócritas. O que não pode e fazer uso do amor e do sexo como moeda de troca por outras benesses, especialmente econômicas. Amor só com amor se paga e sexo só com sexo se paga. Mas não pode haver traição, pois isso é uma mentira. Pluralidade amorosa, sequencial e concomitante pode, desde que consentida por todos os envolvidos. Isso não é pecado e nem compromete a santidade. O que compromete é a maldade, a inveja, a cobiça, a preguiça, a omissão. E, certamente, todo santo tem que ser louco. Porque se não for louco não consegue afrontar a sociedade hipócrita que não aceita a verdade e a honestidade, preferindo o fingimento conveniente. Só louco é capaz de se desprender de todo conforto e de toda prosperidade para viver lutando pelo prevalecimento do bem e pelo bem de todos, não o de si mesmo.
A natureza nos mostra, existem formigas que escravizam as outras, animais que comem semelhantes de sua especie, homossexualidade em diferentes especies. Porque ainda existem tantas pessoas que são contra essas praticas tão naturais?
Homossexualidade é natural e não tem problema ser praticada, porque não faz mal a ninguém, pelo contrário, faz a felicidade dos envolvidos. Agora, canibalismo não pode, porque para comer outra pessoa é preciso matá-la ou tirar-lhe alguma parte do corpo. E isso é um mal que se faz a ela. O mesmo se dá com a escravidão. Você restringe a liberdade da pessoa e a obriga a fazer o que ela não quer. Não é ético. Não promove a maximização da felicidade para todos
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Prof., por que os físicos atuais mais conhecidos pelo "senso comum" (Hawking, Kaku, Tyson, etc) não ganharam o Nobel dessa área ainda; quem sempre ganha é um desconhecido para os leigos, esses físicos citados tem trabalhos pouco relevantes?
Porque eles são mais divulgadores científicos e desenvolvedores de linhas de pesquisa já existentes. Os prêmios são dados aos que abrem novas perspectivas, descobrem novos fenômenos, desenvolvem novas explicações. Desses, apenas Hawking é autor de conhecimentos inéditos, como os mini buracos negros e o teorema da entropia do buraco negro. Esse mereceria, de fato, o Nobel. Tyson e Kaku são excelentes divulgadores, mas só desenvolvem o que os outros descobriram. E esses descobridores, em geral, não gostam de se expor à mídia. Tyson e Kaku têm muito de jornalistas científicos. O mesmo se deu com Carl Sagan e se dá com Richard Dawkins. Isso não significa que não tenham um grade valor. Certamente que o têm. Mas poucos premiados se dedicaram à divulgação cientifica, com exceção, talvez, de Richard Feynman.
QUal a sua opinião sobre uma possível "deslegalização" (desculpe esqueci o termo certo) do divórcio?
Em minha opinião, nem casamento deveria haver. O casamento só existe, como instrumento legal, para regulamentar a questão econômica do compartilhamento de bens e de heranças. Ora, se todo adulto prover-se a si mesmo, as uniões conjugais não precisam de chancela legal nenhuma. É claro que os filhos sempre o serão tanto do pai quanto da mãe, que, conjuntamente, são responsáveis por seu cuidado enquanto crianças e adolescentes. De qualquer modo, como existe o matrimônio civil, que ele possa ser desfeito quando não houver mais desejo dos envolvidos é algo de cristalino entendimento, não importa o que digam quaisquer doutrinas religiosas ou morais. Para mim isso deve mesmo ser o mais facilitado possível, sendo um procedimento puramente cartorial, não necessitando de decisão judicial e nem do concurso de advogados, a não ser em casos litigiosos. Por consenso, basta que ambos compareçam perante o notário (ou o Juiz de Paz, no máximo), e assinem um termo de encerramento do compromisso conjugal.
"A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda." Mário Quintana
Discordo do Quintana, apesar de admirá-lo muito como poeta e, mesmo, filósofo da vida. O preguiça não é o motor do progresso. Nos trópicos não se desenvolveram civilizações. Só nos desertos e nos lugares frios. Porque é a adversidade, principalmente do clima, que acicata o homem a reagir, sem preguiça, para conseguir sobreviver. Esta é a tese, muito bem colocada e válida, de Arnold Toynbee. A invenção da roda não ocorreu por preguiça e sim por uma necessidade de transportar com mais eficiência e eficácia, grandes quantidades de coisas a longas distâncias. Esse tipo de necessidade não se apresentou nos trópicos, onde a pujança da natureza provê o homem do alimento e onde a amenidade do clima não lhe exige vestuário e nem abrigo mais elaborado.
Ernesto, já vi o senhor dar conselhos à quem tem aulas de manhã a estudar o conteúdo visto nas aulas na parte da noite, antes de dormir, para memorizar o conteúdo (algo referente ao córtex). E para as pessoas que tem aulas a noite, qual seu conselho?
Que achem um tempo para dormir durante o dia e, depois da aula, antes de dormir, façam uma recapitulação do que viram na aula, antes de dormir. É possível satisfazer a necessidade de sono com dois períodos ao invés de um só.
Ah, então você defende o aborto? Conte-me mais sobre o que pensa a respeito da proteção à vida dos animais.
Eu não defendo o aborto. Eu aceito a possibilidade dele em certas circunstâncias. É diferente. Veja o que já escrevi a respeito:
http://wolfedler.blogspot.com.br/2011/09/qual-e-sua-posicao-em-relacao-ao-aborto.html
O senhor é ateu e anarquista mesmo?
Sim, convicto e praticante, há muitos anos. E ainda divulgo minhas idéias, tentando mostrar a todos como se trata da posição mais honesta, mais verdadeira, mais digna, mais justa, mais benevolente, mais nobre, mais ética e mais caridosa. Sendo, como sou, coerente em minha vida com o meu pensamento, sou uma pessoa respeitada e considerada, mesmo pelos que discordam de mim. Porque também eu os respeito e considero. E porque, além de ateu e anarquista, proclamo que só o amor, o altruísmo, a colaboração, a solidariedade, o compartilhamento, a bondade é que serão capazes de tornar esta humanidade uma espécie unida, fraterna, que viva neste planeta em harmonia, em paz, com prosperidade, justiça e felicidade.
É perda de tempo ajudar os outros? Quando vale a pena?
Claro que não. Somos gregários. É ajudando uns aos outros que conseguimos avançar e nos realizarmos, pois não podemos, sozinhos, vencer todos os obstáculos. Não é pena nenhuma. Mas tem um valor inestimável. Unidos, solidários, cooperativos, compartilhando o que temos é que nos firmaremos como uma espécie de sucesso na vida. A competição, o egoísmo, a cobiça, a ganância são atitudes que enfraquecem a sociedade, mesmo que possam, eventualmente, beneficiar um ou outro de seus membros. Mas é só como grupo coeso e solidário que atingiremos a meta de nos realizarmos nesta vida, usufruindo das benesses da natureza para nossa satisfação. Mas sempre com cuidado e carinho para não abusarmos, pois os recursos são finitos. Temos que respeitar nossas limitações no espaço desse planeta. Não só em relação aos outros humanos, mas também em relação a todo o resto da natureza de que fazemos parte.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Certa vez havia contado a minha mãe que o leite de vaca que ela tomava continha pus.Ela ficou zangada comigo por ter lhe revelado.Depois ela contou a duas amigas,que também ficaram revoltadas com ela. Pergunto, porque tanta raiva em saber uma informação?
Porque muitas pessoas preferem o conforto da ilusão do que o desconforto da verdade. Por isso é que muitos crentes nem querem ouvir argumento nenhum sobre a inexistência de Deus. Porque isso os faria pensar e eles preferem aceitar sem pensar. O próprio clero, pelo menos o católico, não gosta de fiéis que se dediquem profunda e extensamente ao estudo de sua própria religião. Mas, em verdade, é preciso se incentivar a busca do conhecimento e da verdade a respeito de qualquer assunto. Jamais preferir a ignorância, por mais incômodo que o conhecimento seja. Porque somente seremos verdadeiramente livres se tivermos acesso à verdade. E a verdade nunca é algo que possa ser imposto sem possibilidade de contestação. Ela tem que ser atingida, justamente, pela confrontação com outras possibilidades.
Qual sua opinião sobre castrar presos ou usa-los para experimentos científicos?
Completamente anti-ético. Inadmissível.
Sonhar não é crime, mas é um pecado mentir para os jovens que vão crescer cevados com mentiras não aplicáveis à realidade e vc sabe disso, a humanidade experimentou séculos a fio todos os tipos de sistemas, saturando-se de formas de organização social.
Pecado é compactuar com a manutenção desse estado de competição e não agir para acabar com ele. Pecado é não agir para mudar a realidade cruel e transforma o mundo.
A natureza vive de nascimentos e mortes, a vida é isso, não tem como se rebelar à esse fato, dar murro em ponta de faca é tolice de quem não aceita a realidade nua e crua muito dura para o homem quando o mesmo perde, confortavel quando vence.
Tem como se rebelar sim. Para isso é que o homem tem inteligência, sensibilidade e vontade. Para construir a civilização, contrariando o instinto primário de competição, de subjugação, substituindo-o pelos de cooperação, solidariedade, altruísmo. É isso que tem que ser feito para se poder construir a sociedade anarquista, que é o supra-sumo da civilização: sem governo, sem estado, sem dinheiro, sem propriedade, sem crime.
Sem famintos como existir guerras? sem guerras como ter evolução tecnológica? sem evolução tecnológica o homem deixa de existir como ser civilizado e moral e politico , quer ser animal? vai voltar para as cavernas ? então aceite a realidade.
Não é preciso famintos e nem guerras para haver evolução tecnológica de modo nenhum. Ela se dá até melhor na paz, mesmo que em guerra possa ser incrementada. Mas não justifica o sacrifício de uma guerra só para o desenvolvimento tecnológico. Quanto a ser moral e político, isso não depende de haver desenvolvimento tecnológico. Mas também não fica obstruído com ele. Aceitar a realidade é compactuar com o mal. Não aceito a realidade. Estou aqui para mudá-la e incentivar a todos a fazerem o mesmo, a fim de transformar o mundo num lugar aprazível, justo, harmônico e fraterno.
O homem é assim, não tem como mudar, é muita hipocrisia de sua parte não enxergar isso, vc precisa se adequar à isso, vc desvirtua mentes arrastando consigo pessoas que o seguem, influência pessoas.
Tem como mudar sim. O homem tem tendências más e boas. É possível perfeitamente incentivar as boas e reprimir as más. Não se tem que aceitar nem se adequar à existência do mal. Influencio pessoas mesmo e o faço de propósito, para que ajam no sentido de extirpar o mal e incrementar o bem, mudando a natureza humana pela cultura e pela civilização. Esse é o meu objetivo. Isso não é hipocrisia nenhuma, pois eu faço o que eu digo.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Dinheiro só existe para representar os bens sob forma de lastro de valor semelhante tendo como lastro algum metal valioso, o ouro no caso, fico imaginando como alguém faria feira sem dinheiro ou iria numa loja, total falta de senso de realidade.
Simplesmente não faria feira e nem iria em loja. Os bens seriam produzidos e distribuídos diretamente aos locais em que seriam usados, sem necessidade de comércio. O que haveria seriam dispensários de produtos em que as pessoas os tomariam para uso e os devolveriam se não fossem consumíveis, como roupas. Então seriam higienizados, reformados, se preciso, e disponibilizados novamente.
O senhor quer a punição de intolerantes, já o sendo, em relação à eles, quanta contradição em um única pessoa, tsc tsc.
Exatamente. Essa é uma contradição minha. Não tolero intolerantes.
Reitor lavar banheiro? nem status de reitor um cidadão destes pode ter, na Europa onde todo mundo é rico e tem curso superior se importa mão de obra de países subdesenvolvidos, reconsidere suas convicções, francamente viu?
Isso hoje. Mas quando o mundo todo for igualmente próspero e sem fronteiras não haverá mão de obra para ocupações servis em lugar nenhum. Então todas as pessoas é que terão que se incumbir delas.
Eu nunca vi tanta asneira reunida em um única frase, se todo fosse rico, como é que ninguém seria dono de nada? pelo visto, tu não entende nada de sociologia mesmo, tu tá caducando vovô, sinceramente viu?
Voltaste estiloso, caríssimo Hans? Porque te preocupas tanto comigo? Rico não quer dizer possuidor de dinheiro. Quer dizer que tem tudo o que quer à disposição. Em uma sociedade ácrata, ninguém é dono de nada e tudo é de todo mundo. Portanto todos são ricos. A sociologia padrão se baseia em paradigmas sociais estabelecidos e não cogita de possibilidades completamente diferentes. É preciso abrir a mente para um mundo totalmente diferente e possível.
Como alguns crentes se sentem ao fazer sexo, sabendo que estão pecando ou que alguém está a olhar seu ato?
Sei lá. Não sou crente e não acho que sexo seja pecado. Mesmo que Deus exista, é claro que sexo não pode ser pecado, senão não haveria humanidade. E para que haja humanidade tem que ser gostoso. Já pensou se fosse um sacrifício. Igual a comida. Se fosse horrível, viver seria um suplicio, pois é preciso comer para viver.
SE conseguissemos chegar a um estágio mundial, onde não exista mais gente pobre, como ficaria p/ arranjar empregadas, lixeiros, garis, motoristas, entre outras profissões que geralmente são executadas por pessoas de mais baixa renda?
Simples. Esses serviços seriam realizados por rodízio entre todo mundo. Teria o dia do Reitor da Universidade lavar o banheiro, coletar o lixo, varrer a rua. Qual o problema? Sendo todo mundo rico e o serviço tendo que ser feito, os ricos o fariam, tranquilamente. Empregadas domésticas é o tipo de serviço que nem deve existir. Em uma sociedade coletivizada, todos os encargos são compartilhados por todos os moradores das habitações coletivas. Mas motoristas ou quaisquer outros serviços não seriam executados por pessoas de baixa renda. Ninguém teria renda nenhuma. Todo mundo trabalharia de graça e teria tudo de graça. Simples assim. Todo mundo seria rico não porque teria dinheiro. Dinheiro não existiria. Todo mundo teria tudo o que desejasse e ao mesmo tempo, não seria dono de nada.
terça-feira, 17 de abril de 2012
É válido quando os pais/avós/responsáveis/professores não deixam a criança ou o adolescente dar palpite com a desculpa de "Vc tem que respeitar os mais velhos". Eles sempre estão certos? Pq não admitem que possam estar errados tbm?
Toda criança tem que poder dar palpite. Mas de forma educada e não pirracenta. Pirraça é inadmissível. Meu pai e minha mãe nunca mandaram em mim nem em minhas irmãs. E nós fazíamos tudo o que eles pediam porque eram razoáveis, explicavam o motivo e ouviam nossas ponderações. E sempre fomos crianças super bem educadas. Uma típica família aristocrática européia. Mas financeiramente decaída e politicamente anarquista. Todo mundo arrumadinho e comportado. Sem que fosse preciso mandar nem bater. Mas meus pais davam o exemplo de solicitude, de nenhuma preguiça, de ordem, de disciplina, de educação, de cortesia, de civilidade. Aprendemos assim e achei isso ótimo. Até hoje considero meu pai e minha mãe meus heróis e o exemplo que sigo de pessoas dignas, bondosas, honestas, altruístas, dedicadas ao bem comum. Todo mundo pode ser assim. O pior defeito é a preguiça e a indisposição para agir e trabalhar com afinco. Em minha casa amávamos a nossos pais e os respeitávamos. Mas os chamávamos de "tu" e não de "senhor". E não tinha isso de pedir a bênção. Era beijinho e boa noite. Mas meus pais eram intelectuais de esquerda, super liberais, super tolerantes. Uma raridade naquele tempo em que éramos crianças, isto é, na década de 50 do século XX. Eles sempre admitiam que podiam estar errados. E eu criei meus filhos assim também. Hoje eles são pessoas cultas, bem colocadas, bem resolvidas, super educadas e muito felizes. Mas não têm nada de brasileiros, como eu.
Professor, qual dos movimentos da nona sinfonia de Beethoven o senhor mais admira? Eu particularmente, gosto do quarto movimento (Ode to Joy), em que entra um belíssimo tenor.
Eu gosto mais do terceiro e, depois, do primeiro. A seguir do quarto e, por último, do segundo. O terceiro é lindo. Extremamente lírico.
http://www.youtube.com/watch?v=mrYxV_Xy47M
Você considera saudável amar alguém mais do que a si mesmo?
Não, mas acontece e, quando acontece, é inevitável. Não se manda no amor. Ele é que manda na gente. Quando se fica apaixonado de verdade, esse amor é maior do que o amor próprio. Isso é saudável? Acho que não. Mas a razão não tem a mínima ingerência na paixão. Sei disso muito bem, por experiência própria. Sou uma pessoa muito lógica e racional. Mas sou muito mais passional ainda. Quem decide minha vida, por mais que a razão me aconselhe, é minha emoção. E eu nunca tenho reservas e nem a menor prudência. Mergulho de cabeça para o que der e vier. Acho que a vida, sem paixão, por tudo que seja, especialmente por uma mulher, não vale a mínima pena em ser vivida.
Você acha que o marido pode proibir sua esposa de abortar?
Não! Marido não pode proibir a esposa de nada. Nem obrigar a nada. Nem a esposa ao marido. Cada um é dono de si. Ninguém é dono de ninguém nem manda em ninguém. E ninguém obedece a ninguém. Apenas concorda e faz, por convencimento. Então ele pode procurar convencê-la. Se não tiver sucesso e isso for importante para ele, separe-se dela.
Como lidar com pessoas ignorantes e intolerantes?
Com as ignorantes, com paciência e persistência. Com as intolerantes, com intolerância e repreensão. A única atitude que não se pode tolerar é a intolerância. É preciso instruir os ignorantes e admoestar os intolerantes. Conforme o caso, punindo-os mesmo. Admiti-los, jamais!
Qual sua opinião sobre o Esperanto?
Excelente ideia. Devia ser ensinada universalmente em todos os países. Trabalhos científicos e filosóficos deveriam ser escritos nela, como antes era em latim.
O que o senhor acha das normas de muitos cargos públicos de não permitir quem tem tatuagem de exercer a profissão?
Uma completa idiotice. No caso de obscenidades, pode-se exigir que sejam cobertas no trabalho, mas é só.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Legalização da poligamia multilateral (Casar com quantas pessoas quiser independente do sexo): você é a favor ou contra? por quê?
Sim, completamente. Acho que a monogamia compulsória é um grande entrave à felicidade e fonte de muitos conflitos sociais e até crimes. No momento em que a pluralidade amorosa for algo admitido como normal, quer legalizadamente quer não, grande parte das fontes desses problemas acabará. Mas é preciso que todo relacionamento amoroso ou conjugal não tenha nenhuma conotação econômica. Isto é, todo adulto tem que prover-se a si mesmo e não depender de uma relação conjugal para sua manutenção. Isso é fundamental. Quanto aos filhos, eles sempre serão responsabilidade do pai e da mãe, não importa quantos outros maridos e mulheres a mãe e a pai venham a ter, sequencial ou concomitantemente. Quanto a morar quem com quem, isso fica completamente em aberto. Mas eu julgo que o mais interessante seriam as grandes habitações coletivas, com a extinção de residências particulares. Tipo apart-hoteis em que várias famílias morariam com facilidades comunitárias, como lavanderia, refeitório, creche, salas de recreação, televisão, música, biblioteca, jogos. Muito mais racional e econômico. Então casais múltiplos poderiam viver juntos. Nada de promiscuidade. Trata-se de uma atitude decente, honesta, sincera, digna, amorosa. Muito mais decente do que a monogamia em que se admitem casos extra-conjugais. Na poliginia e na poliandria, mesmo que sejam relacionamentos livres e não oficiais, há o conhecimento e o consentimento de todos os envolvidos nas relações, sem posse, sem ciúme, sem exclusividade, sem perenidade. Mas com um compromisso de dedicação, de apoio, de cumplicidade, de afeto, de doação mútua de prazer. Isso é que é uma relação conjugal madura, honesta e decente.
domingo, 15 de abril de 2012
O espiritismo está ganhando cada vez mais adeptos. Acha que ele tomará o lugar do catolicismo como posto de 1º lugar no Brasil algum dia? Ou quem irá fazer isso são os evangélicos e testemunhas de Jeová?
Acho que serão os evangélicos neo-pentecostais. Uma pena, pois, para mim, são a pior concepção religiosa. Prefiro os protestantes tradicionais ou os espíritas. Claro que acho que o ideal é não se ter religião nenhuma. Mas até chegar lá vai custar milênios. Enquanto isso é melhor ser daqueles que dizem que creem em Deus mas não têm religião. Religião é pior do que fé. Convencer todo mundo de que fé seja algo sem cabimento não é tarefa fácil. Porque não se pode dizer que quem tem fé o tenha porque seja burro ou ignorante. Não é assim. Estou falando de fé sincera e não fingida, como muita gente pratica. Existem crentes sinceros, piedosos, convictos e benignos, como os há fingidos, ímpios, sonsos e malvados. O mesmo acontece com ateus. O mais importante é o caráter e as convicções éticas e não a crença religiosa.
Se tudo tem uma exceção, então quer dizer que nem tudo pode ter uma exceção?
Não. Porque não é tudo que tem uma exceção. Quase todas as frases que contêm as palavras "tudo", "nada", "sempre" e "nunca" não são verdadeiras, exceto se se disser "quase". Essas frases, em geral, contradizem a si mesmas. Portanto, evite-as e diga apenas: Muitas coisas possuem exceção. Vamos examinar se essa tem ou não. Cada caso é um caso.
"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma." Concorda?
Atualmente, na vigência das leis físicas que descrevem o comportamento deste Universo (que penso ser o único), realmente qualquer surgimento é uma transformação de algo em outro algo. Mesmo a formação de par matéria-antimatéria se dá a partir do campo do vácuo, já existente no espaço, que não é nada e sim algo. No surgimento do Universo, não haviam leis a descrever o comportamento de nada. Assim seu surgimento pode ter se procedido sem que seja proveniente da coisa alguma e em desobediência às leis de conservação que, então, não existiam. Mesmo considerando que o surgimento tenha sido uma criação, por ação de um agente extrínseco, esse agente fez surgir o que existe sem provir de coisa alguma. Tal situação pode voltar a se dar a qualquer momento e tudo o que existe simplesmente subir, deixando nada, nem mesmo espaço vazio.
"Nada é absoluto, tudo é relativo." Concorda?
De modo nenhum. Essa frase é uma impossibilidade lógica. Se tudo for relativo, ela mesma o é e, então dizer que nada é absoluto seria relativo. As palavras "nada", "tudo", "sempre" e "nunca" precisam ser evitadas porque é praticamente impossível que alguma frase que as contenha possa ser verdadeira. A questão é que muitas coisas que se supões serem absolutas, não o são. Mas pode haver algo que o seja. Há que se verificar, caso a caso. Mesmo assim, essa consideração tem que ser tomada como provisória, até que algum fato a contrarie. Isto é o ceticismo metodológico, diferente do pirrônico. A dúvida se insere como uma ferramenta de busca da verdade e não como um princípio. Como Descartes posso confiar, sem dúvida, que, se estou aqui pensando, eu existo. Mas já não posso confiar que existe um mundo fora de minha consciência. Todavia tenho que fazer essa suposição, senão não construo nada. De fato, há fortes indícios de que o mundo exterior exista fora da minha mente. Mas não provas. Com Deus é semelhante. Há fortes indícios que não exista Deus, mas não provas. Nem de que exista. Supor que não existe, pois, é o mais razoável, face aos fortes indícios.
Uma música de fundo para sua vida (pode ser mais de uma, de acordo com o humor, etc)
Come What May do filme "Moulin Rouge" - All I ask of you do filme "The Phanton of the Opera" - Primavera, de Carlos Lyra.
http://www.youtube.com/watch?v=hvJpJl04cAI
http://www.youtube.com/watch?v=o2GuK0kshNo
http://www.youtube.com/watch?v=GPTxOeQtQug
Se eu fizesse os mesmos milagres de Jesus diante de ti. Tu me aceitaria como novo senhor teu Deus?
Não. Eu acharia que seriam truques, pois milagres não existem. Nem Jesus os fez. Isso é lenda.
na rua quando ve uma pessoa que acha bonita, vc olha na cara dura, tenta olhar disfarçando sem ela perceber, ou meio que nem se importa?
Olho diretamente e admiro. Não disfarço nada que eu faço. É claro que eu me importo. Uma pessoa bonita é uma das coisas mais bonitas que existe na natureza. É para ser observada e admirada mesmo. Costumo até comentar com ela: "Puxa, como você é bonita!".
vc dá a sua cara a tapa?
Claro, com a maior tranquilidade. Se errei, e me mostram que sim, aceito na hora e providencio corrigir o meu erro. Sem problema nenhum.
quando te observam na rua se sente feio(a), esquisito(a) ou feio(a) ou nenhum dos 2?
Nenhum dos dois. Eu observo as outras pessoas na rua apenas para conhecer mais a humanidade. Observo todo mundo, olho todo mundo nos olhos com a maior tranquilidade. Converso com estranhos. Me entroso com qualquer um. Ajudo os desconhecidos em dificuldades. Admoesto que joga papel no chão ou faz qualquer incivilidade. Acho que é assim que todo mundo tinha que ser para o mundo se tornar um lugar melhor.
Se não havia nada antes do Big Bang, o quê explodiu?
Primeiro que o Big Bang não foi uma explosão e sim um súbito inchamento do espaço. Uma explosão é um lançamento de conteúdo que se move para um espaço vazio circundante. No Big Bang todo o espaço existente estava preenchido pelo conteúdo e, então, sem que nada se movesse, o espaço passou a inchar, aumentando a separação de suas partes.
O Big Bang não foi o surgimento do Universo. Ao se iniciar a expansão havia um conteúdo de campo primordial puro, isto é, só campo, sem matéria nem radiação. Por ação de uma interação fortuita, o espaço continente desse conteúdo passou a se expandir no evento denominado "inflação". Depois continuou a se expandir, menos célere. Atribui-se isto à dita "energia escura", cuja natureza ainda é objeto de cogitações. Mas o nome não é apropriado. O melhor seria "interação escura".
O conteúdo de campo primevo cujo espaço continente passou a expandir ou já existia ou surgiu imediatamente antes, já com o espaço expandindo. Ainda não se sabe. Pode ser, até, que seja o resultado final de uma contração de um Universo anterior. Mas isso é menos provável, face os modelos matemáticos descritivos e a constatação da aceleração da expansão. Mas esses modelos poderão vir a ser corrigidos. Minha opinião é que o conteúdo surgiu já com o espaço expandindo. Não surgiu a partir de nada previamente existente. Surgiu sem ter do que provir. Antes desse surgimento não havia conteúdo, nem espaço, nem tempo (isto é, não havia nem "antes"). Não se pode dizer que surgiu "do nada", pois assim "nada" seria algo. Surgiu "de nada". Até se se supor que esse surgimento foi por obra de um criador extrínseco ao Universo, mesmo assim, teria sido "de nada". Mas penso que não foi obra de ninguém. Não teve causa, proveniência e nem propósito, Poderia não ter ocorrido.
Acha imoral desejar a morte de uma pessoa como o Sarney?
Sim. Não desejo a morte de ninguém, nem que fosse o estuprador de minha filha. Mas quero que criminosos sejam punidos exemplarmente, com prisão perpétua e trabalhos forçados. Assim pagarão por seus crimes. A morte os extinguirá. Não é uma pena. Além do que pode haver erro jurídico que a morte impede de corrigir. Mesmo que nossa justiça seja falha e proteja os poderosos, não podemos fazer justiça com as próprias mãos, pois assim estaremos abdicando do estado de direito e retornando à barbárie. Temos é que consertar as falhas conjunturais, mas não destruir a estrutura institucional. Até que, espontaneamente, quando o mundo ficar civilizado e a anarquia puder ser estabelecida, essas instituições se farão desnecessárias porque ninguém será criminoso.
como lida com a realidade de ser único para voce, e ser só mais um para os outros?
Tranquilamente. Isso é perfeitamente normal. Os outros também são só mais um para mim, exceto aqueles a quem eu amo e, mesmo nisso, há uma hierarquia: Tenho uma pessoa que é o meu grande amor, que amo até mais do que a mim mesmo. Depois tenho outros amores, como filhos, irmãs, netos, ex-amores, amigos e amigas do coração, sobrinhos. E, então os amigos não tão especiais ou parentes não tão chegados. Depois colegas e conhecidos e, então, o resto do mundo. Mas, em certas circunstâncias, eu posso até dar a minha vida por um desconhecido, para salvá-lo de uma agressão, de um afogamento, de um acidente. Não me importo de morrer.
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