Votarei na Marina Silva para presidente, apesar dela ser crente e criacionista. Meu receio está em que assuntos que atinjam seu credo religioso possam influenciar suas decisões: pesquisa científica, posicionamentos que esbarrem na ética dita cristã, como células-tronco, pesquisas genéticas e doações de órgãos, por exemplo. Este é o senão que vejo nela. De qualquer modo, prefiro um crente honesto do que um ateu que não o seja. Para mim, Dilma e Serra não são confiáveis pelos compromissos assumidos com quem os apoiam e, mesmo, pelo que vejo de sua conduta política. É claro que podem até ser competentes, mas isto é uma segunda condição. A primeira, inescapável, é a honestidade e o compromisso com um governo fundamentalmente ético, antes de tudo. Quanto aos tópicos que mencionei, isto é mais da alçada do legislativo, apesar de poder haver o veto presidencial, que, inclusive, pode ser derrubado. Mas, nos outros aspectos, o programa da Marina é muito melhor e, o que é mais importante, Marina inspira a confiança de que, de fato, o cumprirá. Sinceramente, já votei no Lula e no PT em muitas eleições, mas estou inteiramente decepcionado com esse partido. O mesmo se dá com o PSDB. Aquele idealismo do tempo do MDB esvaiu-se completamente. E coisa que eu abomino é pragmatismo. Marina não é o presidente ideal, mas é preferível, especialmente porque também é mulher, mestiça de negra e de origem pobre. Mas não é ignorante como o Lula. É claro que um homem branco e rico poderia ser um bom presidente. Depende de sua ideologia e conduta. No contexto desta eleição, voto em Marina. Jamais faço uso do “voto útil”.
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segunda-feira, 26 de julho de 2010
Mestre, quais as suas indicações de música para um melhor desenvolvimento e desempenho no aprendizado matemático e as ciências exatas? Bruno Cardoso - 19 anos- Sumaré - SP
Para mim a melhor música para acompanhar o estudo é a de Bach, Mozart, Haendel, Haydn e outros barrocos e clássicos: concertos, sinfonias, suites, sonatas, quartetos e música intrumental em geral.
domingo, 25 de julho de 2010
Gosto muito do que Vc pensa e escreve. Considero-lhe mais um ensaísta, do que um filosofo. Diga-se de passagem, um pensador sem a perda do valor cientifico das coisas ou fatos apreendidos pelo seu modo de pensar.
Obrigado por suas palavras. Gostaria que se identificasse. O conceito de filósofo é aberto e não se refere apenas a quem tenha uma formação acadêmica formal em Filosofia, como, de fato, foram muitos filósofos da história. Quem tem o diploma de Filosofia é um entendido em Filosofia, mas pode não ser um filósofo.
Quem tem interesses e conhecimentos razoáveis em áreas distintas, como eu que, sendo um educador e cientista, possuo um bom trânsito nas artes e na filosofia, sofre de um tipo curioso de solidão que nos deixa deslocados entre cientistas, por sermos filósofos e artistas, entre artistas por sermos cientistas e filósofos e entre filósofos por sermos artistas e cientistas. Entre religiosos, somos discriminados por sermos ateus e entre ateus por admirarmos alguns aspectos das religiões e algumas pessoas religiosas de valor. Em suma, por prezarmos acima de tudo a verdade e a bondade e não a vaidade e as vantagens. Daí sentirmos uma grande solidão e, muitas vezes, nos fecharmos em nós mesmos. Mas é preciso reagir e externar a riqueza que esta interação de saberes em uma única mente é capaz de produzir.
Disso tudo, o mais importante é a Filosofia, mas não apenas conhecer Filosofia, e sim, filosofar. É claro que, para tal, há que se conhecer o que outros já filosofaram, não só para encurtar o tempo e não precisar reinventar a roda, para para treinar a embocadura. E, sem dúvida, da mesma forma que é essencial ao cientista o conhecimento filosófico, também o é ao filósofo, o conhecimento científico, especialmente de Matemática (Lógica, Geometria e Análise), Física (Quântica e Relativística), Cosmologia, Biologia (Genética e Evolução) e Psicologia (Neurociências). Claro que a capacidade de expressão verbal e articulação de argumentos é requisito essencial, não descuidando de uma boa cultura geral e artística.
Filosofar é debruçar-se sobre a realidade em todos os seus aspectos (lógico, matemático, geométrico, físico, astronômico, cosmológico, geológico, químico, biológico, psíquico, social, econômico, ético, político, cultural, artístico, científico, tecnológico, metafísico, espiritual e qual outro seja); assimilar seu conteúdo, refletir sobre ele, inteirar-se de tudo o que já se disse a respeito, contestando o que se considerar incorreto; formular conceitos que descrevam de forma adequada a realidade assimilada, delimitando sua esfera de aplicabilidade; fazer levantamentos e experimentos no que for pertinente e possível para verificar as relações existentes entre aquilo que os conceitos representam nas várias categorias existentes; formular hipóteses que proponham explicações para as relações obtidas; deduzir consequências a partir dessas hipóteses; testar a veracidade das conclusões achadas, reformulando as hipóteses, caso as conclusões não se adequem à realidade e articular argumentos que defendam o resultado concluído e sejam capazes de se opor às explicações alternativas existentes e verificadas errôneas. Esta é a metodologia científica que proponho seja também aplicada à Filosofia, para que esta deixe o patamar de uma esfera de conhecimentos baseada em pontos de vista pessoais e se coloque como um corpo objetivo do saber, independente de “escolas de pensamento”.
Nisso tudo é mister ter desenvolvido as habilidades e competências filosóficas que o estudo formal pode propiciar. Mas é preciso ir além do costume de se fazer apenas o estudo crítico da produção filosófica de algum autor ou escola e ter a ousadia de propor sua contribuição pessoal, ou mesmo, quem sabe, criar uma escola. Todavia meu ideal é ver a Filosofia despida de qualquer rótulo ou adjetivação, isto é, que se apresente em toda beleza de sua nudez, pois assim é que poderá ser admirada na sua verdade e explendor.
Quem tem interesses e conhecimentos razoáveis em áreas distintas, como eu que, sendo um educador e cientista, possuo um bom trânsito nas artes e na filosofia, sofre de um tipo curioso de solidão que nos deixa deslocados entre cientistas, por sermos filósofos e artistas, entre artistas por sermos cientistas e filósofos e entre filósofos por sermos artistas e cientistas. Entre religiosos, somos discriminados por sermos ateus e entre ateus por admirarmos alguns aspectos das religiões e algumas pessoas religiosas de valor. Em suma, por prezarmos acima de tudo a verdade e a bondade e não a vaidade e as vantagens. Daí sentirmos uma grande solidão e, muitas vezes, nos fecharmos em nós mesmos. Mas é preciso reagir e externar a riqueza que esta interação de saberes em uma única mente é capaz de produzir.
Disso tudo, o mais importante é a Filosofia, mas não apenas conhecer Filosofia, e sim, filosofar. É claro que, para tal, há que se conhecer o que outros já filosofaram, não só para encurtar o tempo e não precisar reinventar a roda, para para treinar a embocadura. E, sem dúvida, da mesma forma que é essencial ao cientista o conhecimento filosófico, também o é ao filósofo, o conhecimento científico, especialmente de Matemática (Lógica, Geometria e Análise), Física (Quântica e Relativística), Cosmologia, Biologia (Genética e Evolução) e Psicologia (Neurociências). Claro que a capacidade de expressão verbal e articulação de argumentos é requisito essencial, não descuidando de uma boa cultura geral e artística.
Filosofar é debruçar-se sobre a realidade em todos os seus aspectos (lógico, matemático, geométrico, físico, astronômico, cosmológico, geológico, químico, biológico, psíquico, social, econômico, ético, político, cultural, artístico, científico, tecnológico, metafísico, espiritual e qual outro seja); assimilar seu conteúdo, refletir sobre ele, inteirar-se de tudo o que já se disse a respeito, contestando o que se considerar incorreto; formular conceitos que descrevam de forma adequada a realidade assimilada, delimitando sua esfera de aplicabilidade; fazer levantamentos e experimentos no que for pertinente e possível para verificar as relações existentes entre aquilo que os conceitos representam nas várias categorias existentes; formular hipóteses que proponham explicações para as relações obtidas; deduzir consequências a partir dessas hipóteses; testar a veracidade das conclusões achadas, reformulando as hipóteses, caso as conclusões não se adequem à realidade e articular argumentos que defendam o resultado concluído e sejam capazes de se opor às explicações alternativas existentes e verificadas errôneas. Esta é a metodologia científica que proponho seja também aplicada à Filosofia, para que esta deixe o patamar de uma esfera de conhecimentos baseada em pontos de vista pessoais e se coloque como um corpo objetivo do saber, independente de “escolas de pensamento”.
Nisso tudo é mister ter desenvolvido as habilidades e competências filosóficas que o estudo formal pode propiciar. Mas é preciso ir além do costume de se fazer apenas o estudo crítico da produção filosófica de algum autor ou escola e ter a ousadia de propor sua contribuição pessoal, ou mesmo, quem sabe, criar uma escola. Todavia meu ideal é ver a Filosofia despida de qualquer rótulo ou adjetivação, isto é, que se apresente em toda beleza de sua nudez, pois assim é que poderá ser admirada na sua verdade e explendor.
Deus e religiões , o que são essas coisas na sua opinião?
Deus é um conceito inventado pelos homens para dar conta de explicações consideradas inexplicáveis a respeito dos fenômenos observados. Como, normalmente, sempre é possível identificar um sujeito agente da ocorrência observada, quando tal sujeito não é achado, imagina-se que há algum invisível. No caso de ocorrências fantásticas há que se supor que tal agente seja detentor de grande poderio. Daí imaginarem-se os deuses. Por outro lado, os pensamentos dão a impressão de ocorrerem em um "locus" não corpóreo. Supor, então, que haja uma entidade, denominada "alma" que lhe seria a sede, como também dos sentimentos e emoções, é um passo fatal. Além disso, admitira a morte como a cessação completa da consciência parece algo muito cruel, novamente levando à suposição que a tal "alma" sobreviveria ao corpo, quando da morte deste. Outra coisa é a recompensa do bem e a punição do mal. É muito difícil aceitar que uma pessoa que pratique toda sorte de malvadezas e nunca se dê mal, fique ilesa de qualquer punição por sua conduta. Considerar que os deuses providenciariam o castigo ou a recompensa no prolongamento da vida da alma fora do corpo é outro passo quase inescapável. Sofisticações ulteriores levarão à consideração da unicidade de Deus, até o prodígio de doutrinas da ordem de complexidade da corporificada, por exemplo, na Igreja Católica Romana. Mas, até hoje, nunca se apresentou prova cabal, nem por evidências, nem por raciocínio, de que tais conceitos (Deus, alma, imortalidade) sejam realizados em alguma espécie de realidade, isto é, que existam de fato.
Quanto às religiões, tratam-se de corporificações de certos conjunto de crenças, abraçados por alguma coletividade, em uma instituição que, além das crenças, desenvolveu um corpo doutrinário para sustentá-las, uma hierarquia de funcionários para gerí-las (os clérigos), edificações (templos, seminários, mosteiros etc.), enfim, uma mega-organização em torno desse corpo de crenças.
Tal tipo de organização tem um aspecto positivo em promover a pacificação interna de seus seguidores, uma razão de viver para muitos, um consolo para atribulações, um auxílio nas necessidades (hospitais, asilos, creches etc) e coisas assim que as religiões promovem. Por outro lado, criam razões para conflitos entre os partidários de religiões diferentes, que não admitem as outras como tão válidas como a sua, além de basearem toda a sua existência em um grande equívoco epistemológico, isto é, trata-se de uma ilusão, uma tapeação, mesmo que seus líderes estejam convictos da veracidade de seus pressupostos. Sem falar, é claro, da possibilidade de haver manipulação malévola, ou mesmo, criminosa, da crendice do povo em favor do enriquecimento dos detentores do poder religioso. Penso que é um dever moral de quem seja suficientemente esclarecido, fazer valer de todos os modos de persuasão e convencimento para, se não ateizar o mundo, pelo menos, acabar com o fanatismo religiosos e fazer todos tolerarem uns a religião dos outros, de forma pacífica e construtiva.
Quanto às religiões, tratam-se de corporificações de certos conjunto de crenças, abraçados por alguma coletividade, em uma instituição que, além das crenças, desenvolveu um corpo doutrinário para sustentá-las, uma hierarquia de funcionários para gerí-las (os clérigos), edificações (templos, seminários, mosteiros etc.), enfim, uma mega-organização em torno desse corpo de crenças.
Tal tipo de organização tem um aspecto positivo em promover a pacificação interna de seus seguidores, uma razão de viver para muitos, um consolo para atribulações, um auxílio nas necessidades (hospitais, asilos, creches etc) e coisas assim que as religiões promovem. Por outro lado, criam razões para conflitos entre os partidários de religiões diferentes, que não admitem as outras como tão válidas como a sua, além de basearem toda a sua existência em um grande equívoco epistemológico, isto é, trata-se de uma ilusão, uma tapeação, mesmo que seus líderes estejam convictos da veracidade de seus pressupostos. Sem falar, é claro, da possibilidade de haver manipulação malévola, ou mesmo, criminosa, da crendice do povo em favor do enriquecimento dos detentores do poder religioso. Penso que é um dever moral de quem seja suficientemente esclarecido, fazer valer de todos os modos de persuasão e convencimento para, se não ateizar o mundo, pelo menos, acabar com o fanatismo religiosos e fazer todos tolerarem uns a religião dos outros, de forma pacífica e construtiva.
Por que alguns cientistas afirma categoricamente que tempo teve um início se a Física Quântica e a Relatividade Geral não funcional bem na singularidade?É certo que o tempo teve um início ou uma hipótese?
Singularidade é algo sem existência física. Aparece como resultado das soluções das equações de Einstein para o Universo, mas, em suas condições, as próprias suposições de validade das equações não se dão. Logo, não pode ser admitida. O mesmo ocorre com a Teoria Quântica de Campos. O que se pode dizer é que, muito próximo da hipotética singularidade, haveria uma condição de extrema densidade, mas não infinita. Acima de certa densidade não se tem teoria para descrever o estado do Universo. Parte-se, assim, para conjecturas plausíveis. Se o espaço e o tempo estão a expandir-se desde as proximidades dessa singularidade, então, extrapolando-se para trás, pode-se considerar que ali se deu o início de sua existência, bem como do conteúdo que preenche o espaço e evolui no tempo. Não há espaço sem conteúdo e nem tempo sem evolução. Contudo, pode ser que tal conteúdo não tenha surgido naquele instante zero, para o qual não havia "antes", mas lá apareceu como produto de uma contração de um Universo anterior, em que corria um tempo que lá teve a sua terminalidade, dando ensejo ao início de uma nova sequência de momentos. Pode-se considerar, pois, um "meta-tempo", um "meta-espaço" e um "meta-Universo" que seriam o conjunto dos ciclos de universos que se sucederiam. Há também a possibilidade de que hajam Universos paralelos, inteiramente disjuntos deste e, então, haveria um "Multiverso", como o conjunto de todos os Universos. Nenhuma dessas considerações passam de meras conjecturas, sem a menor possibilidade de comprovação fática, pelo menos, por enquanto. Considero que nada disso existe e que este Universo é único tanto ao longo dos tempos quanto às possibilidades de outros espaços, incomunicáveis com este (tanto em tempo quanto em espaço). Isto, de fato, é uma crença, mas tem por base a ausência de indícios observacionais que sustentem as outras possibilidades.
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