sábado, 12 de maio de 2012

Se a profissão de politico não fosse remunerada vc acha que ia aparecer gente disposta a se eleger e querer trabalhar?

Aí é que apareceriam as pessoas verdadeiramente interessadas no bem público e se esvaziariam os cargos políticos de quem os busca para ficar rico. Muitas pessoas de bem, trabalhadoras, inteligentes, instruídas e capazes não entram para a política para não se macular com a sujeira que campeia nela. O trabalho político não remunerado, fatalmente, afastará os interesseiros e gananciosos, deixando lugar para os idealistas desinteresseiros.

Acha possível, depois de muitas decepções, uma pessoa conseguir amar de novo?

Claro que sim! Desde que ela pare para pensar e veja que suas decepções foram conjunturais e não estruturais. Isto é, por acaso o amor não deu certo na vida dela. Mas isso não significa que o amor não seja a coisa mais significativa da vida, sem o qual a vida perde toda a razão de ser. Para se conseguir realizar-se no amor a pessoa tem que ter essa convicção e se abrir para aceitá-lo. Mas não pode se fechar no particular amor de uma particular pessoa, por maior que ele seja. O amor tem que ser totalmente sem limites, podendo (não necessariamente) ser dirigido a mais de um, bem como ser recebido por mais de um. Entender que isso é possível e aceitar essa situação abertamente, com honestidade, sinceridade e decência, é uma condição para se realizar no amor, pois não o limita em nada. É preciso, antes de tudo, amar o amor. E amar aos outros altruisticamente. O amor quando egoísta é fonte de infelicidade. O ciúme é a negação do amor.

"Existem pessoas tão pobres... Elas só tem dinheiro." entendeu? Comente.

Exatamente. Quem coloca no dinheiro a sua riqueza é pobre, pois o dinheiro não dá significado à vida. Rico é aquele que vive com satisfação de viver, pois vê que sua vida tem um significado, uma razão de ser e que, por causa dela, o mundo se torna melhor. Rico é quem tem a grata noção de que é reconhecido, admirado, querido, porque tudo o que faz se reflete em benefício geral para pessoas e para a natureza. Quem se fixa no dinheiro se frustra ao ver que ele não confere esse tipo de beatitude. Mesmo que se tenha condição de comprar tudo o que se desejar, isso não granjeia respeito nem admiração, muito menos amizade, afeição e amor por parte dos outros. E uma vida sem isso é completamente vazia.

Por que a morte amedronta,mesmo aqueles que acreditam no paraíso e na vida eterna?

Em verdade amedronta especialmente a esses. Ateus não têm medo de morrer, pois sabem que morrer é como dormir para não acordar mais. Crentes é que têm, porque acham que podem ir para o inferno, já que, em geral, não são santos como deveriam ser, se pautassem suas vidas por suas crenças. Daí o medo do castigo eterno. Crentes que sejam, de fato, santos, não temem a morte.

Na sua opinião: Ludwig Van Beethoven foi o musicista mais fantástico e sublime de todos os tempos? Disserte sobre...

Não. Para mim foi Brahms. Claro que Beethoven foi um gênio da música, uma potência criativa. Mas acho que está em segundo lugar. Beethoven é extremamente dramático, vigoroso, passional, disciplinado, melodioso, harmonioso, rítmico. Domina completamente a estrutura temática e frasística da música, bem como é um mestre de coloratura tímbrica. O que lhe falta é lirismo, sentimento, sutileza, modulação. Brahms tem todas as qualidades de Beethoven e tudo o que lhe falta. Não há, para mim, compositor mais completo. Apenas lhe ombreiam o próprio Beethoven e Debussy, este em um estilo totalmente diverso. Também gosto de Bach, Mozart, Dvorak, Haydn, Liszt, Wagner, Tchaikowsky. Mas Brahms não tem igual.
Aprecio muito Mozart por seu melodismo fluente, suas harmonias bem postas, seu estilo galante, sua forma correta, sua orquestração luminosa. Mas acho um tanto frívolo, superficial. Para mim Haydn, menos genial mas igualmente talentoso, com estilo bem semelhante ao de Mozart, é mais profundo. Beethoven, então, nem se diga. Além de todas as qualidades de Mozart, tem uma dramaticidade muito mais marcante. Sua música é grave e vibrante ao mesmo tempo. Sua invenção é sem par. Ora é de um melodismo capaz de enlevar o espírito às alturas. Ora é marcialmente arrebatador. Quem reuniu essas qualidades em um outro gênero foi Verdi, na ópera, em que Beethovem não se sentia à vontade. Mas, para mim, o maior de todos foi Brahms. É o herdeiro de Beethoven já num contexto romântico em que ele soube, como ninguém, disciplinar a emoção mais tocante e apaixonada com um rigor formal de suprema elaboração, sem comprometer a expressão dos sentimentos, aliando sua altíssima sensibilidade com a máxima inteligência musical e uma férrea vontade e dedicação ao árdua trabalho de compor como quem esculpe o mármore e dele tira vida, como Michelângelo ao seu Moisés: Parla! Realmente, Brahms não foi inovador em coisa alguma. Ele é um epígono do classissismo dentro do romantismo. Como o foi J. S. Bach dentro do barroco. De certa forma Wagner também o foi. Mas Brahms levou ao supra-sumo a expressão da beleza por meio da música. A beleza que vém, não só do mundo, mas, principalmente, de dentro da alma do homem. A beleza da sensibilidade e da inteligência, aplicadas com vontade ao mister da criação musical. Brahms alia força e delicadeza, vigor e lirismo numa construção de impecável rigor, chegando a ser áspera. mas de sublime sentimento. Minha lista (colocada no tópico “ranking”) é, pela ordem, Brahms, Beethoven, Bach, Mozart, Schumann, Wagner, Schubert, Liszt, Chopin, Tchaikovsky, Dvorak, Haydn e Verdi (claro que também aprecio outros). Das obras de Brahms, as sinfonias são minhas preferidas, 1ª, 4ª, 2ª e 3ª, nesta ordem. Os movimentos lentos são sublimes. Depois vém o “Réquiem Alemão” e, então o concerto para violino, os de piano, o duplo concerto, as aberturas, as variações, os dois quintetos, os três quartetos, os corais para órgão, as sonatas, as baladas e, especialmente, os lieds.

Você tem dificuldade para se descrever quando as pessoas perguntam como você é?

De modo nenhum. Tenho uma noção de mim mesmo por auto-avaliação e por retorno das outras pessoas. E sou assertivo, isto é, não tenho nem falsa modéstia nem convencimento. Então é fácil para mim falar de mim mesmo, expondo como sou, que tenho de bom e que tenho de ruim. As pessoas que me conhecem podem julgar e confirmar ou negar o que digo. Mas digo com tranquilidade.

As pessoas a sua volta te respeitam? Se lembra da ultima vez que alguem faltou com respeito a você?

Sim, me respeitam, mesmo quando discordam de mim. Tenho a felicidade de ser uma pessoa reconhecida e estimada. Talvez porque eu também respeito todo mundo e tenho grande consideração pelas pessoas, sejam quem forem. Só não tenho consideração por pessoas corruptas, venais, desonestas, malvadas, tapeadoras e coisas assim. Essas eu acuso diretamente perante todo mundo de modo franco e digo o que penso, às claras. E não me importo se elas tenham animosidade contra mim por eu lhes cortar o barato. Não me lembro de ninguém nunca ter faltado ao respeito comigo porque eu não dou chance para isso. Não que eu seja bravo nem casmurro. Pelo contrário. Sou muito afável, alegre, companheiro. Só não sou debochado, galhofeiro, sarcástico, irônico e, muito menos, mentiroso. Consigo ser sempre franco com cortesia. Atualmente é que tenho estado tristonho, mas faço um esforço para me apresentar sereno e com semblante agradável, mesmo que esteja amargurado.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

"Pagando bem, que mal tem?" concorda?

O mal que tem é justamente o pagamento, seja muito ou pouco. Amor e sexo só com amor e sexo se pagam. Se alguém me dá sexo, recebe em pagamento o sexo que dou para ela. E pronto! E eu sou um careta que só concebe fazer sexo com amor.

Posaria pelado(a) por muito dinheiro?

Não. Especialmente porque sou completamente desligado de riquezas. Em verdade gosto mais de trabalhar é de graça. Mas acho que posar nu, para divulgação pública, não seja uma atitude boa. Pode ser até caretice minha, mas não acho que seja legal, por dinheiro nenhum. E olhe que não tenho vergonha de ser visto nu por ninguém. Acho a nudez normal. Só não acho que deva ser objeto de exposição pública.

O que é pior: ter que terminar com quem você ama, ou nunca ter estado com essa pessoa?

Nunca ter estado com essa pessoa. Amar platonicamente é algo tão intenso e profundo como amar pessoalmente. Mas, ao lado da beatitude que pode trazer, sempre envolve uma tristeza muito grande, que é a falta da realização efetiva do amor. Isso eu sofro e muito me dói. Quanto a terminar, o que, em geral se termina é a relação e não o amor. Isso também é triste, especialmente se ela acabar porque apareceu outro amor. Mas um novo amor não extingue o anterior. Eles coexistem. Então porque as relações também não podem coexistir? Isso é um preconceito, um tabu que tem que ser abolido. É claro que o amor também pode acabar e, nesse caso, não se justifica manter a relação sem amor. Se o amor acabar de modo espontâneo, não é triste. Mas se acabar por causa de uma vilania de uma das partes que leve a outra a deixar de amá-la, então é triste. Mas menos triste, porque é acompanhado de uma raiva. O amor platônico não realizado é mais triste. Mas é ele que move o poeta a poetar, o músico a musicar, o pintor a pintar e, mesmo, o cientista a pesquisar. Como disse Dante: "o amor é que move o céu e as estrelas".

Já teve que aprender a viver sem alguém?

É o que estou aprendendo agora, mas não é nada fácil. Amor e carinho, bem como sexo, são essenciais para a vida, no meu entendimento. Mais do que dinheiro. Só menos do que saúde e liberdade. E não concebo sexo sem envolvimento afetivo. Nunca fiz e nem pretendo fazer.

Quando está em uma roda de conversa com seus amigos e surge o assunto "sexo" você reage normalmente, ou fica com vergonha?

Nunca sinto vergonha de falar a respeito de sexo, em qualquer roda, tanto com homens como com mulheres, mesmo adolescentes. Para mim o sexo é um tema essencial da vida e tem que ser abordado com a mesma naturalidade com que se aborda qualquer outro assunto. Sem risadinhas nem piadinhas. Acho que se deve falar abertamente sobre como cada um acha gostoso fazer o sexo, que tipo de experiência recomenda para os amigos e amigas, da mesma forma como se trocam receitas de pratos ou se discute qualidade de vinho. Sempre procuro desfazer esse tabu a respeito de falar de sexo. Acho muito importante que pessoas normais falem sobre sexo sem conotação de sacanagem. Sexo, em verdade, é o aspecto mais importante da vida, pois é o ápice do plano da natureza para qualquer espécie biológica. Considerá-lo assunto proibido é uma violação da natureza humana.

Quais experimentos o Sr. acha queria seria legal, mas principalmente importante para se ter no ensino médio numa aula de física?

Mostrar a relação entre força, massa e aceleração. Mostrar a conservação da quantidade de movimento em colisões. Os experimentos interessantes são os que comprovam as leis e não simplesmente para medir algo. De ótica tem muitos bem fáceis de fazer. Com eletricidade e calor é mais difícil. Mas de mecânica também é fácil. Conservação da energia em um sistema massa-mola oscilando na vertical, por exemplo. Mas tem que ter um flash estroboscópico e uma câmara com abertura manual. Isso pode ser construído na própria escola, assim como uma mesa sem atrito.

Qual o melhor lugar para refletir sobre a vida?

Gosto muito de pensar quando vou deitar, antes de dormir. Ou quando estou dirigindo o carro sozinho pelas ruas, no meio do trânsito. Se estou dando uma caminhada a pé. Não pode ter ninguém para perturbar o pensamento. Mas eu também gosto de pensar escrevendo. Pego um tema para escrever a respeito e vou pensando à medida que escrevo e escrevendo o que penso. É ótimo assim.

Qual a forma mais fácil de explicar como os elementos mais pesados se formam nas fornalhas das estrelas?

Acontece que a energia de ligação por nucleon nos núcleos atômicos cresce até o átomo de ferro, a partir do qual decresce. Isso significa que a reação de fusão é exotérmica (libera energia) até a fusão do ferro. Começando com a fusão do hélio a partir do hidrogênio nos núcleos das estrelas, onde a energia de ativação é dada pela gravidade, a cada vez que um dos reagentes acaba, o núcleo da estrela se contrai mais um pouco, aquecendo-se e passando a fundir um núcleo atômico mais pesado, até o ferro. Chegando no ferro isso pára. Como não há liberação de energia para conter a compressão da gravidade, ela faz a estrela despencar sobre o núcleo e voltar em um ricochete, que é uma explosão de super-nova. Nessa explosão o envelope vai para o espaço e o núcleo fica exposto, exibindo um brilho bilhões de vezes maior que o da estrela original. A onda de choque que leva o envelope para o espaço produz rarefações e contrações tão violentas que fornece energia para as reações endotérmicas de fusão de elementos mais pesados do que o ferro, que se espalham pelo espaço e só são formados nessas explosões. Do gás dessas explosões se formam estrelas de nova geração, como é o caso do nosso Sol.

Debate com criacionistas? Como lida com o excesso de falácias de apelo à autoridade e desonestidade intelectual deles?

Sim, já o fiz muitas vezes, especialmente no orkut. O problema maior não é o da desonestidade. Muitos são honestos, sinceros e convictos no que acreditam. E não são pouco cultos e nem pouco inteligentes. Certamente que há os desonestos, ignorantes e mentecaptos, mas esses nem vale a pena discutir. Gosto de discutir com criacionistas inteligentes, bem instruídos e sinceros. Esses eu respeito e tenho consideração. Mas o problema deles é, justamente, o apelo à autoridade, especialmente da Bíblia, no caso dos cristãos (nunca discuti com muçulmanos, nem budistas, nem hinduístas). Fazê-los ver que a Bíblia não é digna de confiança como depositária da verdade é o maior problema. Sua fé lhes obscurece a razão. Mas eu insisto, sempre de modo educado e com argumentos serenos, nunca de forma erística, mesmo quando eles assim o fazem. Não perder a calma e ser infinitamente perseverante é essencial. Mas inútil, na maioria das vezes. Acabo desistindo porque nem eu os convenço nem eles a mim. Mesmo assim sou amigo de crentes, que respeito se pautam a vida por suas convicções e são justos e bondosos no trato com todo mundo. Dessa forma eles também respeitam a mim como um ateu honesto, justo e bondoso, mesmo que teimoso em insistir em convencê-los de seu equívoco.

Você se expressa por meios artísticos (música, pintura, canto, etc) ou outro meio criativo?

Sim, muito. Desenho, pinto quadros, escrevo poesia, ensaios, crônicas, toco piano, componho música, canto. Gostaria também de fazer teatro, mas ainda não experimentei. E também gostaria de dançar bem, o que não sei. Mas nunca é tarde para se começar. Penso que a arte é a maior expressão do sentimento, do intelecto e do esforço do homem. Mais ainda do que a ciência e a tecnologia, porque é completamente gratuita, isto é, não tem utilidade para a sobrevivência. O homem faz arte apenas pelo prazer de fazer e contemplar. Isso é magnífico. Se bem que fazer ciência, fazer tecnologia e filosofar também são artes. Mas uma arte útil. As belas artes são inúteis, e nisso está o seu maior valor

Vc casaria na igreja catolica?

Eu não me casaria em igreja nenhuma e nem me casaria no cartório civil. Acho que o casamento é uma instituição totalmente desnecessária e, mesmo, prejudicial ao convívio harmonioso de um casal que queira se unir em uma família.Não considero que um relacionamento amoroso envolva obrigação nenhuma. Portanto não requer pacto. É claro que, havendo filhos, há a obrigação de se cuidar deles. E esse cuidado não é só a manutenção econômica. É tudo: levar ao médico, fazer dormir, brincar, ajudar nos estudos, educar, compartilhar o tempo. Isso tanto o pai quanto a mãe têm que fazer, independentemente de qualquer contrato, quer sejam casados ou não, vivam juntos ou não. Para isso, pai e mãe têm que ser amigos para o resto da vida, pois não existe ex-filho, ex-pai e nem ex-mãe. Mas o relacionamento amoroso não se vincula a nenhuma obrigação. Não se tem a obrigação de amar, de sustentar, de nada. Aliás, a dependência econômica é o principal fator que atrapalha qualquer relacionamento amoroso. Todo adulto tem que prover-se a si mesmo, sem precisar de relacionamento nenhum para isso. Isso é fundamental e inescapável. Mulher não pode arranjar marido como meio de vida e nem vice-versa. No entanto, uma vez que se tem um relacionamento, nada impede que os gastos sejam compartilhados, para maior economia. Mas isso é algo que pode acontecer entre quaisquer pessoas que resolvam se unir e morar juntas para dividir despesas, como estudantes em uma república. Não precisam ter relacionamento amoroso e podem ser mais de um casal. Sendo um casal, esse aspecto é independente do relacionamento. Tanto que pode haver o rompimento da relação amorosa sem o rompimento do compartilhamento econômico, como o contrário. Um casal pode ter uma relação amorosa e ser completamente separado em termos econômicos, até morando em casas diferentes. Isso é um ponto essencial na compreensão das relações amorosas: sua total desvinculação do aspecto econômico. Mas há outros compromissos e esses fazem parte da relação amorosa. Trata-se do compromisso de dedicação, de cuidado, de amparo, de consolo, de carinho, de amizade, de respeito, de cumplicidade, de compartilhamento de interesses, de tempo, de gostos e, principalmente, de doação mútua de amor e sexo. Isso sim, faz parte da relação amorosa. Mas o que não faz parte é o compromisso de exclusividade e nem de perenidade. Ama-se enquanto o amor existir. E ele pode acabar, mesmo que nenhum dos envolvidos faça nada de mal para o outro. Simplesmente acabar. Então não se precisa continuar a relação por obrigação nenhuma. O que se tem é que se ser feliz. Mas o fim da relação amorosa não significa o fim da amizade nem do respeito. E também é possível, e mais comum do que se pensa, amar-se a mais de uma pessoa simultaneamente, com um amor sincero, honesto, profundo, terno, pleno de desejo, de carinho. E não há razão nenhuma para que se tenha que fazer uma escolha entre eles. Nada impede que todos os amores sejam vivenciados de modo franco e aberto, com o conhecimento e a aquiescência de todos os envolvidos. De todas as partes. E de forma socialmente aberta e conhecida, isto é, com o convívio social simultâneo do marido e suas mulheres ou da mulher e seus maridos. O impedimento disso ou a sua realização de modo oculto e vergonhoso é fonte de grande infelicidade, especialmente porque, quando ocorre escondido, se configura em uma traição, que é a mentira de se esconder de uma das partes a existência da outra. Isso é abominável, não a pluralidade amorosa. Esse preconceito em não se aceitar a poligamia é um dos que ainda falta ser abolido, pois não é nada anti-ético, mesmo que se possa dizer que seja imoral, só porque moral é o que a sociedade acata como lícito. Mas a moral pode e deve mudar a esse respeito, da mesma forma que mudou a respeito da manutenção da virgindade até o casamento e das relações homossexuais. Algo parecido acontece em relação a pessoas que não possuem religião nenhuma, que, para muitos, são tidas como imorais. Outro preconceito a ser abolido. Acho que a Globo deveria apresentar uma novela em que a poligamia acontecesse de modo digno e honesto, bem como em que algum ateu seja uma pessoa honesta, justa e bondosa.

Por que as pessoas se afundam na tristeza a ponto de entrar na depressão ao invés de fazer de tudo pra sair da mesma? Seria esta uma atitude covarde? Conformismo, talvez?

Porque não conseguem, mesmo se esforçando. Há situações em que o desalento face a situação em que se encontra é muito grande, de modo que a tristeza não consegue ser facilmente repelida. Há pessoas que se entregam a ela sem resistência, mas há outras que tentam resistir, mas não logram sucesso. O que se dá é que a tristeza é uma espécie de consolo para evitar o desespero, que é diferente da tristeza. Ficar triste e chorar alivia a dor e impede de que se mergulhe em um estado pior ainda de desespero e depressão profunda. Mas a tristeza não significa conformismo. Muitas vezes a pessoa luta para modificar a situação que lhe entristece a seu favor, mas nem sempre consegue, daí a tristeza. Em geral, a passagem do tempo acaba aliviando e outros fatos passam a ocupar a sua mente, de modo que essa tristeza se torne uma lembrança melancólica. Mas, de fato, a não ser que a situação seja revertida favoravelmente, jamais se conseguirá apagar a lembrança do que foi o motivo da tristeza. A ferida pode cicatrizar, mas a cicatriz permanecerá para sempre.

diferencie comunismo e socialismo

Teoricamente o comunismo é a organização social em que a propriedade é comum a todas as pessoas e não privada. Tudo, então, é compartilhado. O comunismo teórico seria democrático e republicano. Mas o que se chamou de comunismo, na União Soviética, não foi comunismo. Foi uma ditadura, só que não foi do proletariado e sim da burocracia do Partido Comunista. O socialismo seria uma fase transitória entre o capitalismo e o comunismo, em que a propriedade seria do estado e não diretamente do povo, comunitariamente. A ditadura do proletariado, como governo de um partido só, é um socialismo e não um comunismo. Teoricamente esse governo deveria zelar pelo bem estar da sociedade. Na prática acabou sendo tão opressor quanto a antiga aristocracia russa. No anarco-comunismo o comunismo se daria sem governo nenhum, com a gestão da sociedade sendo feita diretamente pelo povo. Isto já requer um grau sofisticadíssimo de civilização. Pode, também, haver um anarquismo capitalista, com propriedade privada, mas sem governo. Para mim, o ideal e o anarco-comunismo.

À medida em que o tempo vai passando, o que o senhor sente com a aproximação do vazio absoluto após a morte? Qual o sentimento com relação à perda do conhecimento adquirido e da presença entes queridos?

O que eu sinto é muita pena de perder isso tudo. Gostaria de ser eterno, mas biologicamente vivo e não em espírito. Mas sei que, ao morrer, não sentirei mais nada, pois não existirei e, portanto, não haverá minha consciência. Será como dormir para não mais acordar. Acaba tudo. Assim, não vejo que seja tão ruim, exceto o sofrimento que possa precedê-la. Mas, morreu, acabou. O conhecimento eu estou vendo se deixo tudo escrito para que possa ter proveito para o futuro, além de providenciar a disponibilidade de minha biblioteca para o povo. Os entes queridos eu sinto tristeza não por mim, que nem saberei mais deles, mas por eles, que podem sentir a minha falta. Então quero deixar boas lembranças, para que se recordem de mim com carinho, ternura e alegria.

Você prefere a ideologia de esquerda ou de direita?

De esquerda. Mas não a esquerda estatizante. O socialismo, como caminho para o comunismo, tem que ser um socialismo libertário e não de estado. Muito menos uma ditadura, mesmo que do proletariado. Ditaduras são execráveis, quer de direita, quer de esquerda. O que é preciso é o compartilhamento da propriedade dos meios de produção pelos trabalhadores, que assim passam de empregados a patrões. Mas não transferi-la para o estado. A gestão de economia pela máquina burocrática do estado é nociva e tende apenas a substituir a opressão do capital pela opressão do governo. O verdadeiro comunismo é anárquico, mas isso não se pode alcançar de imediato e, muito menos, por revolução nenhuma. É uma transformação gradativa da mentalidade, de modo que a propriedade, o dinheiro, o governo, as fronteiras, as religiões, as forças armadas, o aparato judicial e tudo o que tolhe a liberdade, a igualdade e a fraternidade deixarão de existir por não ser mais preciso que existam. Tuco funcionará perfeitamente de modo espontâneo, porque a humanidade será verdadeiramente civilizada.

O que o sr. pensa sobre as ''previsões'' de Ray Kurzweil? smile

Em geral concordo com elas. Acho que a capacidade computacional conseguirá desenvolver um robô com todas as características psicológicas de um ser humano, inclusive emoções, sentimentos, senso moral e tudo o mais. É só uma questão de tempo. A princípio não há barreiras para o que quer que se deseje produzir, apenas a incompetência atual que é transitória.

Qual o fato mais impressionante do universo?

O seu próprio surgimento sem ter provido de nada que lhe antecedesse, sem causa e sem propósito.Jamais um motor imóvel poderia ser o agente causador do surgimento do Universo pois, ao fazer isso, já não seria mais imóvel, no sentido filosófico e não mecânico. E se ele existisse, já seria o Universo. Ou o Universo sempre existiu ou surgiu sem causa.O sentido de imóvel não é o de incausado e sim de não sofrer alteração, isto é, não mudar nada, não passar de potência a ato. Criar é um ato.
Poder-se-ia dizer, de Deus, caso existisse, que criar o Universo foi transformar em ato o que já jazia nele potencialmente. E isso foi um movimento. Portanto Deus não seria imóvel. Se o fosse, ele não faria nada.
Motor, no sentido filosófico, é o que pode produzir uma transformação. E toda transformação é um movimento. Que a produz, também se move ao fazê-lo. Após a criação, Deus não é mais o mesmo. Não há motor imóvel. 


Concordo em parte. Quando me referi à existência da alma estava implicando tambem a existência de Deus. Enfim, utilizando-se o exemplo de que o fim do mundo seria em 2012: enquanto essa questão está no âmbito especulativo, alguns vivem sua vida ignorando

tal acontecimento, enquanto alguns que acreditam, premeditam suas ações. No caso de uma prova cabal de que esse fato ocorrerá, todos mudariam seu modo de agir, baseando-se nisso. Da mesma forma, no caso de Deus, isso faria crer nele o maior de seus negadores. Considerando que essa existência implique, por exemplo, na recompensa ou castigo de acordo com o modo de agir para com seus semelhantes, não seria essa a ameaça real ao livre arbítrio? Teria-se provado por A+B que ao agir de tal forma, teria-se ... ???

Certamente que se a existência de Deus se tornar um fato comprovado não existirão mais ateus. Todavia se existe alma imortal ou um céu e um inferno são outras questões que precisariam ser comprovadas também. Se tudo isso for comprovado, não será mais uma questão de fé. Mas isso não muda o livre arbítrio. Toda pessoa continuará a ter a liberdade de escolha de fazer o bem ou o mal, sabendo, agora, das consequências e optando por assumi-las. O livre arbítrio é um fato independente da existência ou não de Deus, de alma imortal e de prêmio ou castigo na eternidade.

O que você sabe sobre buracos negros? Eles te assustam? Tem vontade de se jogar num por simples curiosidade? Acredita na existência de um nova dimensão? smile

Todo buraco negro é assustador, pois, se você se aproximar dele a uma distância menor do que o raio de Schwarzschild, não poderá sair e cairá na singularidade, sendo completamente esmagado. Logo, não tenho vontade nenhuma de me jogar em um deles. Fora do horizonte de eventos não há problema, fica-se apenas em órbita, como em torno de um astro qualquer. Quanto a outras dimensões, que não seriam novas, pois, se existirem, sempre existiram, este é um problema de verificação e não de crença. Pelo que tenho notícia, além das quatro conhecidas, não há comprovação nenhuma da existência de outras.

Por que consideras que o argumento cosmológico Kalam é uma falácia se ele é dedutivamente válido? Pelo que eu sei um argumento só é falacioso se sua forma argumentativa for inválida e isso não é o caso do cosmológico kalam.

O argumento diz que, se a origem dos tempos fosse infinitamente deslocada para o passado, o presente não poderia existir, pois ainda não se teria transcorrido um tempo infinito para se chegar a ele, que nunca seria atingido. Logo, não seria possível que o Universo tivesse sempre existido, ou seja, como o presente existe ele teria que ter tido um início há um tempo finito.
A primeira parte do argumento é correta, mas a segunda não decorre da primeira. O fato do Universo sempre ter existido não significa que ele tenha tido início em um momento infinitamente deslocado para o passado e sim que ele não teria tido início nenhum. Isto é, qualquer momento do tempo que se conceba possuiria um antecedente. Isso não impede a existência do presente porque não estabelece nenhum ponto como origem dos tempos. A topologia do tempo seria a de uma reta e não de uma semirreta com origem infinitamente deslocada. A diferença é crucial. Como reta, qualquer ponto pode ser considerado o presente, no qual se estabelece a origem de sua coordenatização. Como semirreta há um ponto privilegiado que fica sendo a origem fixa. E se ela for infinitamente deslocada para o passado, de fato, o presente jamais seria atingido. O que não se dá quando se considera o tempo com a topologia da reta.
O que significa é que não se pode usar o argumento Kalam para dizer que o Universo teve que ter um começo. No entanto ele teve.
Mas isto não é por causa do argumento Kalam e sim por razões fenomenológicas, concluídas a partir da observação da expansão do espaço. Considerando essa expansão no sentido inverso, pode se concluir que houve um momento em que todos os pontos estavam em um lugar só. Como o tempo é a entidade que decorre das alterações do estado do Universo, em particular de seu fator de escala métrico, e não havendo possibilidade de se ter contração menor do que nenhuma, conclui-se que o momento em que a expansão se iniciou é o momento para o qual não há nenhum anterior, isto é, não há tempo antes dele (ou seja, não há "antes"). Do mesmo modo, como todo o Universo estaria em um só ponto, não haveria espaço. Isso permite concluir que o conteúdo que preenche o espaço também surgiu quando ele começou a se expandir. Esse é, portanto, o momento do surgimento do Universo.
Mas isso não tem nada a ver com o Argumento Kalam.

O senhor recebeu a minha pergunta sobre como se forma o pensamento?

Sim. Não sou especialista em neurociências mas, como curioso, tenho estudado muito esse tema. O pensamento é um processo mental, isto é, uma ocorrência que se dá no substrato biológico que suporta a mente, especialmente no cérebro. Ele se compõe de associação de imagens visuais, auditivas, olfativas, táteis e outras, percebidas pelos sentidos ou registradas na memória que são evocadas e comparadas, levando a conclusões que, normalmente, são expressas em uma linguagem, exceto para quem não a possui, como os surdo-mudos de nascença. Neles o pensamento é feito só de imagens. A ocorrência do pensamento é um fluxo de comunicação interneuronal, que também é registrado na memória e pode ser evocado, já que a memória não é apenas imagética, mas também procedural, inclusive em relação aos próprios processos mentais, além dos sensores e motores. Os pensamentos podem ser percepções, associações de imagens, formação de ideias (conceitos), juízos (expressos ou não por proposições da linguagem), raciocínios, sentimentos, desejos, escolhas, decisões, comandos. Além disso podem ser conscientes ou inconscientes. Os pensamentos são conscientes quando existe a percepção mental interna de que eles estão ocorrendo e inconscientes quando se dão sem que a própria mente tenha a percepção deles. Quando os pensamentos inconscientes passam a ser percebidos tem-se o que se chama de "intuição". O que desencadeia um pensamento pode ser uma sensação ou uma evocação da memória, que, muitas vezes, pelo menos para a consciência, é fortuita.

O senhor recebeu a minha pergunta sobre como se forma o pensamento?

Sim. Não sou especialista em neurociências mas, como curioso, tenho estudado muito esse tema. O pensamento é um processo mental, isto é, uma ocorrência que se dá no substrato biológico que suporta a mente, especialmente no cérebro. Ele se compõe de associação de imagens visuais, auditivas, olfativas, táteis e outras, percebidas pelos sentidos ou registradas na memória que são evocadas e comparadas, levando a conclusões que, normalmente, são expressas em uma linguagem, exceto para quem não a possui, como os surdo-mudos de nascença. Neles o pensamento é feito só de imagens. A ocorrência do pensamento é um fluxo de comunicação interneuronal, que também é registrado na memória e pode ser evocado, já que a memória não é apenas imagética, mas também procedural, inclusive em relação aos próprios processos mentais, além dos sensores e motores. Os pensamentos podem ser percepções, associações de imagens, formação de ideias (conceitos), juízos (expressos ou não por proposições da linguagem), raciocínios, sentimentos, desejos, escolhas, decisões, comandos. Além disso podem ser conscientes ou inconscientes. Os pensamentos são conscientes quando existe a percepção mental interna de que eles estão ocorrendo e inconscientes quando se dão sem que a própria mente tenha a percepção deles. Quando os pensamentos inconscientes passam a ser percebidos tem-se o que se chama de "intuição". O que desencadeia um pensamento pode ser uma sensação ou uma evocação da memória, que, muitas vezes, pelo menos para a consciência, é fortuita.

Você acredita no aquecimento global ou efeito estufa, ou você não vê evidências que os comprovem?

O aquecimento global é um fenômeno natural e cíclico, para o qual a influência do homem ainda não é suficientemente grande. Isso não significa que não se deva evitá-la, mas que a importância que se tem alardeado do fator antrópico é, de fato, muito menor.

Viçosa? Minas? nossa, você ta mais perto do que pensei! Ouvi falar que Viçosa tem otimas escolas e universidades, agora que vi que você leciona la, so confirma isso :) (eu vou estudar em Viçosa)

Realmente, aqui em Viçosa, além de uma Universidade Federal que tem sempre estado entre as melhores colocações nos rankings nacionais, tem outras faculdades particulares muito boas. Depois de ter lecionado na EPCAR, EAFB, UFJF e UFSJ, vim para Viçosa em 1976 e lecionei no Bacharelado de Física da UFV por 20 anos, ministrando Física Quântica e Teoria da Relatividade, entre outras matérias. Depois que me aposentei, desde 1997, sou vice-diretor de uma escola de nível médio, o Colégio Anglo de Viçosa.

Prof., qual dos argumentos usados pelos ''criacionistas sofisticados'', como o William L. Craig são mais difíceis de refutar ou mais tenazes?

A questão da necessidade de haver uma causa primeira, extrínseca ao Universo, para lhe dar origem é um argumento difícil de se rejeitar por causa de uma noção falsa que se tem de que todo evento seja efeito de alguma causa. No entanto eu já refutei essa argumentação em alguns artigos que escrevi:
http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=4219
http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=3920
http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=3790

Como é ser professor?

Excelente. Adoro sê-lo. O contato com a juventude é super estimulante. O sentimento de que se está sendo o veículo da transmissão do legado da humanidade para as gerações futuras é extremamente gratificante. Não apenas os conhecimentos e as habilidades para manipular o mundo mas, principalmente, os princípios que devem nortear as ações para que sejam benéficas e frutíferas. E o desafio de levar à moçada o deslumbramento pelo conhecimento, pela beleza do mundo natural e cultural. Passar-lhes o entusiasmo por querer consertar o mundo, torná-lo melhor. Resgatar sua auto-estima e torná-los seres criativos, diligentes, dispostos a enfrentar os reveses e se tornarem vencedores. Não no sentido de subjugarem os outros mas no sentido de subjugarem suas fraquezas. Sou mesmo um entusiasta do magistério e não queria se outra coisa na vida senão professor. Tudo o mais que faço é secundário: escrever, pesquisar, pintar, cantar, tocar piano, filosofar, administrar... nada disso é mais importante do que ensinar, ou melhor, incentivar a aprender. Sempre procuro buscar em meus alunos algum que se entusiasme por ser professor. Quando eu estava no nível médio, os melhores alunos queriam ser professores. Os bons, mas não tanto, é que iam ser médicos, engenheiros, advogados, empresários, fazendeiros e tudo isso que dá dinheiro.

Tomando como base a história da física teórica, você acha que as hipóteses (tão adoradas) das cordas e das membranas tem uma grande chance de se concretizar? Tomando um fim como a da relatividade. Ou você acha que tomará um fim como a do Éter Luminífero?

Meu sentimento é que essas teorias, tanto das supercordas quanto das p-branas e a teoria M, não serão confirmadas. Não sei dizer exatamente porque, mas percebo que são elucubrações puramente matemáticas sem base factual que as suporte. Realmente é como o caso do éter luminífero, só que bem mais complicado.

Como foi a sua vida de estudante universitário? smile

No meu tempo de faculdade eu estudava à noite e trabalhava o dia todo, como professor. Mesmo assim fiz um ótimo curso de matemática, como o segundo melhor aluno da turma, pois a primeira tinha um QI de 180, pelo menos, e o meu é só 145. Afinal acabei me apaixonando por ela (e ela por mim). A gente gostava das mesmas coisas: matemática, física, filosofia, música clássica, história, literatura... Escrevi muita poesia para ela, mas perdi tudo, pois não guardei uma cópia e o nosso caso acabou. Tive a sorte, em toda a minha vida, de nunca precisar procurar emprego, pois sempre era convidado para assumir aulas em muitos mais colégios do que daria conta. E sempre passei nos concursos que fazia. Assim me tornei professor da EPCAR, da EAFB, da UFJF, da UFSJ e da UFV. Sempre me saia bem porque me concentrava em entender a teoria. As aplicações práticas eu resolvia na hora que aparecessem. Não era de ficar fazendo muitos exercícios. Preferia aproveitar esse tempo para aprender outras coisas, que nem eram dadas na faculdade, como filosofia, cosmologia, astronomia, evolução, bioquímica, neurociências, religião, literatura, artes plásticas, música, pintura. Tocava piano e pintava quadros. Em geral era suficiente eu prestar atenção na aula que já sabia tudo. Depois era só dar uma recordada e fazer umas demonstrações inéditas para afiar o raciocínio.

Qual a relação entre amor e sofrimento?

Já falei sobre isso e repito. O sofrimento acontece quando não se é amado por quem se ama. Porque amor é uma relação que requer reciprocidade para ser completa e satisfatória. Amar sem ser amado por quem se ama é doloroso. Há também quem sofra porque seu amor não ama exclusivamente a ele, mesmo que o ame. Esse sofrimento não provém do amor e sim do egoísmo. O verdadeiro amor é altruísta e não sofre porque a pessoa amada também ame e seja amada por outrem, mas rejubila-se com a felicidade dela. A exigência de exclusividade amorosa é uma fonte de sofrimento inteiramente possível de ser sanada, desde que se cesse de considerar que amor tem que ser exclusivista e possa ser abertamente plural, Mas a falta de reciprocidade é difícil de se resolver.

Vc não acha que deveriamos adestrar macacos para trabalhar para nós em atividades manuais simples?De certa forma,trabalhando "de graça" para nós?Ou vc acha que seria anti-etico escravizar animais?Quais animais mereceriam ser escravizados na sua opinião?

Apesar de já escravizarmos cavalos, burros, bois, cães e outros animais para fazerem serviços para nós, penso que não seria ético usar macacos para tarefas de risco. Em atividades manuais simples que não envolvam riscos, ainda não cheguei a uma conclusão, pois é o mesmo que usar cavalos para puxar carroças. Vou pensar mais no assunto.

tal recompensa ou castigo.

O condicionamento comportamental de um educando, tanto pela família quanto pelo colégio, não tem como se furtar de enquadrar-se no sistema de recompensa e punição do cérebro, que vigora para todos os seres sencientes, até vegetais. Isso é primitivo e toda pedagogia que ignorar tal fato está fadada ao insucesso. A recompensa pode ser apenas o elogio e o castigo a reprimenda. Para pessoas sensíveis isso funciona. Para outras não. Então tem-se que valer de prêmios e castigos mais efetivos. Mas esse sistema de prêmio e castigo, usados conjuntamente, é de grande eficácia no processo educativo. É preciso, contudo, que sejam usados ambos, na dose adequada e fielmente cumpridos. Deixar de premiar ou castigar o que se tenha combinado de fazer leva ao descrédito do sistema e, então, ele deixa de funcionar. Numa etapa posterior é possível se introduzir as noções de obrigação moral, sem prêmio nem castigo. Mas isso requer uma maturidade psicológica que só se adquire após a adolescência. Antes não funciona e o condicionamento pavloviano é necessário.

O que estão achando da maior proximidade da LUA com a Terra? ....Tão linda a LUA: "UAL"! E o lobo a uivar: "AUL"!!...

Essa proximidade, de fato, permite uma visão um pouco mais ampliada da Lua e aumenta a diferença de nível entre a maré baixa e a maré alta. Mas não é tão significativa assim.

Autossuficiência é uma fantasia?

Não acho que seja possível a nenhum ser humano a autossuficiência total. Nem mesmo para um grupamento de seres humanos, como um país. Especialmente no contexto da modernidade tecnológica e cultural. A interdependência e a globalização já são fatos definitivos que, a serem excluídos, voltaremos a um estágio primitivo de civilização. Além do mais, porque seria desejável? A dependência mútua entre pessoas e sociedades é algo muito bom, pois propicia intercâmbio de vivências e relações de amizade e auxílio mútuo.

Disserte sobre sua preferência estética:

Na pintura e na escultura eu gosto do impressionismo mais próximo no naturismo. Mas gosto também do academicismo. Não gosto da maior parte da pintura moderna e nem da pintura barroca e renascentista. Gosto da pintura romântica também. Na arquitetura eu gosto do estilo néo-clássico e da decoração art-nouveau. Tipo o Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Mas gosto das catedrais góticas. Não gosto do barroco brasileiro. Na música eu gosto do romantismo tardio. Meu predileto é Brahms, mas também gosto de Rachmaninoff e Debussy. Claro que gosto de Bach, Beethoven e Mozart. Na literatura eu gosto do realismo de Dostoievsky, de Machado de Assis, Sou eclético e leio de tudo, desde Dante e Boccacio até Saramago, passando por Shakespeare, Balzac, Hemingway e assim por diante. Gosto muito de poesia, especialmente Camões, Espanca, Pessoa, Vinícius, Drummond, até Leminsky.

Supondo que a existência da alma seja comprovada por nossa ciência, isso não afetaria diretamente o livre arbítrio? Não seria o poder ideológico, utilizado na antiguidade, dentro de cada um? Essa "imposição objetiva" da destinação do ser que não seria mais subjetiva, não seria desastrosa? Ou seja, tirar essa questão de seu ambiente interpretativo, e coloca-la como uma regra provada da natureza, não seria danoso?

Se a ciência comprovasse que existe uma alma no ser humano, isto é, uma entidade incorpórea e não física (não é matéria, não é campo, não é radiação, não tem massa, não tem tamanho, não tem localização), mas que interagiria com o organismo a que fosse ligada, em nada isso mudaria tudo o que está estabelecido sobre o psiquismo, como a existência do livre arbítrio, pois isso é um fato empírico e não uma conclusão racional. Acho que, pelo contrário, poder comprovar ou negar qualquer coisa, tirando-a do âmbito especulativo, sempre é vantajoso e a tendência é, cada vez mais, um número maior de conceitos deixar de ser objeto de especulação e passar a ter a sua existência comprovada ou não por critérios objetivos e palpáveis. Que isso tire o caráter interpretativo, para mim, é ótimo. Não é nada danoso, pelo contrário. O mesmo eu penso sobre a existência de Deus, que não é provada nem contrariada. O melhor seria se se achasse uma prova cabal de que existe ou não existe e, então, acabar-se-iam as discussões.

É certo afirmar que para o ateu, tudo é ilusão?

Claro que não. O que o ateu considera ilusão é a existência de Deus, e, por extensão, da alma imortal e de espíritos em geral, como anjos e demônios. Mas a maioria dos ateus considera que o mundo físico seja real e não uma ilusão como quer a doutrina "Maia" dos hinduístas. O mundo físico é composto de matéria, radiação, campos, espaço, tempo, estruturas, ocorrências e dinâmicas. Tudo isso são coisas reais. Da mesma forma que, na categoria das abstrações, as ideias, os conceitos, os raciocínios, as emoções, os sentimentos, as normas, as convenções, são reais dentro de sua categoria de realidades. A ideia de Deus é real, mas Deus, como entidade objetiva, não é real.

"O segredo da religião é o ateísmo"?

Esta frase não tem muito sentido. Não existe um "segredo" da religião. Religião é todo um complexo de coisas e fatos que se organizam em torno de um certo tipo de crença, ligada à existência de entidades sobrenaturais, como deuses e espíritos. Envolve a crença, uma instituição com todo um pessoal trabalhando, edificações, regulamentações, procedimentos e outras coisas. O ateísmo não é uma religião nem uma crença. Pelo contrário, é uma descrença. Um ateu não tem religião nenhuma. Ele, simplesmente, não crê na existência de deuses. Isso é um pouco diferente de dizer que o ateu crê na inexistência de deuses. Isto é, ele não está convencido de que deuses existam. Mas também não está convencido de que não existam. Considera que podem existir, mas acha que não existem.

É a consciência que determina a vida ou é a vida que determina a consciência?

A vida é que determina a consciência, certamente. A consciência é uma ocorrência que se dá nos organismos. Ela não existe fora do substrato orgânico que a suporta

Tudo que vem à existência tem uma causa?

Não necessariamente. O evento de se passar da inexistência para a existência pode ser fortuito, isto é incausado. Aliás tais eventos acontecem aos miríades a todo momento, como é o caso da emissão de luz por átomos excitados, que é a forma como funcionam a maioria das fontes de luz, exceto as lasers, em que a emissão é estimulada. A excitação do átomo é condição para a emissão de luz, mas não causa. A luz é emitida por acaso em cada átomo. Estatisticamente sempre haverá emissão de luz, mas individualmente, para cada átomo, não há nada que provoque a emissão. O mesmo se dá com a desintegração radioativa, ou com a produção de pares de matéria e antimatéria. O próprio Universo surgiu sem que esse evento fosse provocado por nenhum outro que lhe antecedesse, já que não havia nada para experimentar um evento que provocasse o surgimento do Universo. Se houvesse, o Universo já existiria.

De todas as qualidades de uma pessoa, qual a que o Sr. mais admira?

Sem sombra de dúvida, o bom caráter. Isso é fundamental: A bondade, a integridade, a honestidade, a justiça, a generosidade, a solidariedade, a disposição para o trabalho, a falta de preguiça, a ausência de inveja, o altruísmo. Não ser avarenta, gananciosa, cobiçosa, fofoqueira, maledicente, pernóstica, convencida. Ser modesta e assertiva, sem ser humilde e nem soberba. É claro que outras qualidades também são desejáveis, como a beleza, a sensualidade, a inteligência, a cultura, a espiritualidade, a graça, o charme, a elegância, a meiguice, a sobranceria, a independência, a força de vontade, a firmeza e outras. Mas o bom caráter é essencial.

Ser cauteloso em um relacionamento amoroso, é o melhor remédio para não sofrer?‎

Não acho que se deva ser cauteloso nem prudente nos relacionamentos amorosos, mesmo que isso signifique que se venha a sofrer. É melhor sofrer porque se ama do que não sofrer mas não amar. E todo aquele que ama com reservas e cautelas, de fato, não ama, mas apenas ama a si mesmo, querendo ser amado mas se resguardando de qualquer maior envolvimento que possa trazer sofrimento. Assim é o morno de que fala o evangelho, que Deus vomitará. Ou se ama, e então se mergulha de cabeça no amor, ou não se ama. Se se ama, é pra valer, para o que der e vier, para a alegria ou para a tristeza, para a felicidade ou para a depressão. Isso eu também digo a respeito de tudo a que se for dedicar na vida, mas, especialmente, para os relacionamentos amorosos. E que tipo de cautelas se poderia ter? Saber se a pessoa realmente gosta de você por você mesmo ou tem alguma segunda intenção? Saber se ela não gosta de outra pessoa também? Saber do seu passado? Para mim, se você está gostando da pessoa, nada disso importa. Que venham as segundas intenções, que ela também ame a outra pessoa, que o seu passado não seja recomendável. E daí? O que tem isso? O que importa é o que vocês sentem um pelo outro e como vivem isso. E não se tem quer ficar preocupado em não sofrer. Se o sofrimento vier, que venha.

Até onde a bíblia pode ser aceita como livro histórico/verídico?

Não pode, em absoluto. Mesmo que haja casos de correspondência com a verdade histórica, a Bíblia não foi escrita com o espírito historiográfico. Seus autores relatam apenas o que era transmitido oralmente nas tribos. A intenção deles é religiosa e não histórica. Tudo foi escrito para levar o povo a uma comoção religiosa capaz de lhes atrair para o culto e fortalecer a sua fé.

A paz mundial é possível? Se acha que sim, como ela chegará? se acha que não, por que ela não chegará?

Sim, mas ela só chegará ao fim de um longo processo educativo de âmbito mundial para que os sentimentos de intolerância, ganância e competitividade sejam transformados em tolerância, desprendimento e cooperação. Principalmente nos aspectos religiosos e de ideologia política. Para que isso funcione, é preciso que seja acompanhado da prosperidade generalizada. As nações ricas precisam concluir que têm que abdicar de parte de seu conforro para inverstir na prosperidade, saúde e educação das nações pobres, de forma a reduzir as diferenças e levar a paz ao mundo. Enquanto a distorção econômica prevalecer, não se conseguirá educar de fato as populações pobres e, sem educação, saúde e prosperidade, elas serão presas fáceis de líderes psicopatas sequiosos de poder a qualquer custo ou fanáticos religiosos. Onde a prosperidade é algo bem distribuído pela população, o fanatismo não vinga, mesmo muçulmano, como é o caso da Indonésia. Tenho confiança de que essa consciência será alcançada pelos verdadeiros mandatários do mundo, que são as grandes corporações e elas tomarão providências para tal, pois é uma questão de sobrevivência. Sem paz e prosperidade no mundo todo, o capitalismo não pode vingar. Depois que isso se estabelecer, é o caso de se começar a pulverizar o capital para que se acabem com os empregados e todos sejam patrões. Mas isso é outra história.

Amor, Paixão, ou Amizade?

Todas tem o seu lugar. Quando ocorrem juntas em relação a uma mesma pessoa e ela corresponde então se tem o céu na Terra. Elas não se excluem, se completam. A paixão, normalmente se tem por uma só pessoa e a amizade (de fato, não apenas o coleguismo) pode ser ter por várias. Mas o amor também pode se ter por mais de uma pessoa. A sociedade não admite que esse amor plural, especialmente sendo erótico e envolvendo sexo, seja vivenciado em relação a mais de uma pessoa de forma aberta e franca. Mas isso é um erro. A pluralidade amorosa teria que ser admitida normalmente como fonte de felicidade, uma vez que a sua restrição é fonte de infelicidade, quando ocorre. Mas, por ser hipócrita, a sociedade aceita que se tenham relações sexuais espúrias, desde que não declaradas abertamente. Isso é que é imoralidade e não o poliamorismo franco e aberto. Insisto muito nesse aspecto porque considero que esse seja um dos preconceitos que ainda falta ser abolido. Note que estou falando da possibilidade e não da obrigatoriedade. Outro é contra os ateus, considerados imorais e perversos. Mas o amor pode ser puramente platônico, sem envolver sexo e, nem mesmo, contato tipo beijos e abraços. Mesmo assim pode ser tão intenso, completo, sincero e total quanto se fosse fisicamente realizado. E, até mesmo, ser fonte de grande sofrimento quando não correspondido. Tenho muitos conhecidos e colegas, por quem nutro estima, respeito e consideração. Tenho alguns amigos e amigas, dos quais muito poucos realmente fortes amizades. E tenho alguns amores, em verdade, quatro. Mas paixão tenho uma só e ela é platônica. Mas é avassaladora. Pena que não seja correspondida. Amor correspondido, atualmente, não tenho nenhum. Grandes amizades, muito poucas, umas dez, incluindo os amores. Amigos, um pouco mais, mas nem vinte.

Diante de tanta evidencia para a existencia de Deus,porque usar a palavra fé?Já que Deus se mostrou tão obvio quanto o fato do sol nascer todos os dias?A palavra Fé não significaria crêr sem evidencia alguma?Não existe evidência nenhuma da existência de Deus. Pelo contrário, os indícios são no sentido de que Deus não exista. Portanto, considerar a sua existência é, sim, um ato de fé, isto é, de uma crença não justificada. Para começar, o surgimento do Universo não requer, para ser explicado, a interveniência de nenhum agente extrínseco a ele. O fato do mal existir é uma prova cabal de que, a existir, Deus não é o ser bondoso que se diz que é. Além disso, as inúmeras imperfeições da natureza mostram que, se ela foi obra de algum criador, esse seria muito incompetente para ser chamado de Deus. A completa falta de correlação entre o comportamento honesto e a fruição das benesses da vida das pessoas mostra, inequivocamente, que, a existir, justo é que não é Deus. Se o conceito de Deus envolver as características de ser justo e bom, é mais do que evidente que ele não existe. Mas Deus poderia não ser justo nem bom, apenas poderoso. Mesmo assim, não se tem notícia de nenhuma ocorrência em que Deus tenha manifestado seu poder á revelia das leis da natureza. Não me consta que nenhum evento já tenha sido dado em desobediência às leis da natureza. Ora, se elas sempre são cumpridas, Deus seria um camarada completamente alheio a tudo. Em suma, se Deus não faz nada, não se mostra, não atende às preces e deixa o mal correr solto, afinal, por que supor que exista tal tipo de entidade?

Não existe evidência nenhuma da existência de Deus. Pelo contrário, os indícios são no sentido de que Deus não exista. Portanto, considerar a sua existência é, sim, um ato de fé, isto é, de uma crença não justificada. Para começar, o surgimento do Universo não requer, para ser explicado, a interveniência de nenhum agente extrínseco a ele. O fato do mal existir é uma prova cabal de que, a existir, Deus não é o ser bondoso que se diz que é. Além disso, as inúmeras imperfeições da natureza mostram que, se ela foi obra de algum criador, esse seria muito incompetente para ser chamado de Deus. A completa falta de correlação entre o comportamento honesto e a fruição das benesses da vida das pessoas mostra, inequivocamente, que, a existir, justo é que não é Deus. Se o conceito de Deus envolver as características de ser justo e bom, é mais do que evidente que ele não existe. Mas Deus poderia não ser justo nem bom, apenas poderoso. Mesmo assim, não se tem notícia de nenhuma ocorrência em que Deus tenha manifestado seu poder á revelia das leis da natureza. Não me consta que nenhum evento já tenha sido dado em desobediência às leis da natureza. Ora, se elas sempre são cumpridas, Deus seria um camarada completamente alheio a tudo. Em suma, se Deus não faz nada, não se mostra, não atende às preces e deixa o mal correr solto, afinal, por que supor que exista tal tipo de entidade?

Você acha que existem circunstâncias na vida em que é melhor buscar se emotivo e não racional? obrigado.

Muitas. Razão e emoção são as principais componentes do psiquismo necessárias para as tomadas de decisão sobre as ações a realizar. Com as informações percebidas pelos sentidos e registradas na memória, a mente reflete e pondera para decidir. Nisso contam os argumentos racionais e os emocionais. Os racionais, na maior parte são conscientes, enquanto os emocionais são inconscientes. Mas o inconsciente nada mais é do que a maior parte de todos os registros e todos os processamentos da mente, que ocorrem sem que saibamos que estão se dando. Inconscientemente, a mente faz associações e comparações, apresentando à consciência as vantagens e desvantagens de tal ou qual decisão em termos do benefício da pessoa, do ponto de vista mais profundo que se tem, isto é, do ponto de vista da felicidade pessoal, É justamente aí que a emoção prevalece sobre a razão em quase todas as decisões. Quando uma pessoa, por pretender ser racional, toma uma decisão contrária à proposta pela emoção, por não ser lógica, geralmente toma a decisão errada, do ponto de vista da felicidade pessoal. Assim, de fato, mesmo que a razão apresente à mente muitos argumentos, que são levados em consideração, a última palavra fica com a emoção, que se apresenta como uma "intuição", isto é, o resultado de um raciocínio inconsciente. Quem decide pela "intuição", geralmente toma a decisão mais acertada.

Existem tantos argumentos maravilhosos a favor da existencia de Deus que as vezes é até dificil de escolher o melhor deles. Qual o melhor argumento de todos para a existência de Deus,ou o carro-chefe que justifique a crença nEle na sua opinião?

Nenhum desses argumentos são capazes de garantir a existência de Deus. Todos eles são falhos. Como também não há nenhum argumento capaz de garantir a inexistência de Deus. Minha descrença nela advém de fortes indícios nesse sentido, não de provas. Posso pegar um por um desses apresentados e mostrar como são falsos. Aliás, é o que pretendo fazer em meu blog. Obrigado por listá-los. Vai demorar um pouco.
- O argumento cosmológico
- O princípio da Razão suficiente
- O argumento da moralidade
- O argumento ontológico
- Os relatos da vida de Jesus Cristo
- As milhares experiências religiosas
- Milagres
- Profecias cumpridas
- Design inteligente
- Argumento da Lei Moral
- A consciência criativa no homem
- Argumentos teleológicos
- Argumentos transcendentais
- O argumento das preces atendidas
- Outro:

Professor, por que sofremos por amor?

Porque amor não é só um sentimento que se tem. É uma relação de reciprocidade. O sofrimento advém da falta de reciprocidade, isto é, de não ser amado por quem se ama. Pode ser por causa de ciúme, mas isso é patológico. Se você se sente amado por quem você ama, não tem que exigir exclusividade nesse amor. Qual o problema da pessoa que te ama também amar a outra? Se ela te ama, a reciprocidade existe. A exclusividade não é necessária. Você também é capaz de amar a mais de uma pessoa com intensidade, dedicação e sinceridade a todas. Então o sofrimento advindo da falta de exclusividade amorosa é meramente por causa de uma convenção da sociedade e não por uma razão verdadeira. A falta de reciprocidade sim, é uma razão verdadeira para o sofrimento amoroso. Todavia, amor é algo que não se tem como exigir e nem é algo que se retribui por pagamento ao fato de ser amado. Ele acontece fora do nosso controle voluntário. Se você não é amado por quem você ama, a única coisa a fazer é tentar cativar essa pessoa para que ela venha a amá-lo. Nem sempre isso é fácil e o sucesso não é garantido. Logo, o sofrimento amoroso, muitas vezes, é inevitável. E a cura não é simples. Há que se dar tempo ao tempo e ocupar-se com outros assuntos. Mas é pior sair logo à procura de outro amor, porque o primeiro não se apaga tão facilmente e, então, se estará sendo insincero com o novo amor, o que é a pior coisa a acontecer em qualquer relacionamento.

Pretendo cursar Física (Bacharelado). É possível adquirir os conteúdos previamente ou somente após o ingresso? Aonde posso encontrar livros sobre os conteúdos básicos do curso (Cálculos I, II e III; Física Geral e Química Geral; etc)?

Esses livros você encontra nas bibliotecas das faculdades, mesmo de engenharia. Não compensa, por enquanto, comprar nenhum, pois você não sabe qual vai ser o adotado. Mas, depois que estiver no curso, é importante ter o seu próprio livro, enquanto usa outros para consultas adicionais. Se onde você mora não tem nenhum curso de exatas, às vezes você acha em bibliotecas municipais ou, até, de escolas de ensino médio. Ou então, arranje com um amigo engenheiro. Por enquanto eu recomendo que você fique muito afiado com a matemática e a física do Ensino Médio. Procure sem um aluno bem acima da média.

Quais os conteúdos do Ensino Médio estão presentes no curso de Bacharelado em Física? Deve-se ter algum conhecimento "obrigatório" antes do ingresso?

O Bacharelado e a Licenciatura em Física possuem um ciclo básico, comum às engenharias, em que se estudo o Cálculo Diferencial e Integral, a Física Geral e Experimental, Química Geral, Álgebra Linear e Geometria Analítica, Estatística e outras coisas. Para essas disciplinas é essencial se saber a Matemática, a Física e a Química do Ensino Médio. Certamente que se tem que saber Português para se interpretar os textos e redigir comunicados e trabalhos. Imprescindível, sem dúvida nenhuma, é se saber Inglês, porque a maior parte das referências que têm que ser lidas são em Inglês, além do que, muitos dos bons livros também só existem em Inglês (ou, talvez, em Russo).

Como ateus lidam com fatos datados "a.C"?

Tranquilamente. A referência ao nascimento de Cristo como origem da contagem dos anos é meramente uma convenção histórica. Não tem nada a ver com a pretensa divindade dele. Sem dúvida trata-se de uma figura histórica de alta relevância, mesmo não sendo Deus.

Quais são os seus chás favoritos?

Gosto do Earl Grey e do Jasmine Tea, especialmente procedentes do Sri Lanka. Minha marca preferida é a Twinnings, em latinhas, a granel. Nada de sachês.
http://www.twinings.com/home.php

Buddah e Jesus foram simplesmente homens? Se não uma alma de um nível superior, o que os fizeram destoar tão fortemente do meio onde viviam, de modo que a moral por eles apresentada e o senso moral da época eram totalmente opostos?

Sim, é claro! Sua maior elevação espiritual (não no sentido de alguma entidade transnatural chamada espírito), bem como a de outros grandes líderes e santos da humanidade é excepcional mas não incompatível com as características puramente humanas de uma pessoa. Arrostar a sociedade da época a ponto de dar a vida por sua causa é incomum, mas encontradiço em alguns líderes singulares, como Sócrates, Zarathustra, Lao-Tsé, Hipatia, Gandhi, Lincoln, Luther King, além de Buddah e Cristo. Qualquer um de nós é capaz desse tipo de proeza e, na verdade, devemos nos inspirar no exemplo deles para darmos nossa vida para tornar o mundo melhor.

É possivel defender o ateismo com honestidade?

Claro que sim! Aliás é a única maneira de fazê-lo, pois o ateísmo é, justamente, a postura mais honesta, decente, verdadeira, digna, genuína e caridosa de se encarar a problemática da existência de Deus de forma direta e franca, sem apelo a subterfúgios e assertivas dogmáticas não corroboradas por uma análise isenta dos fatos da realidade. Não digo que quem não seja ateu seja desonesto (mesmo que uns o sejam), mas que não se deteram, ainda, a refletir sobre a base de sua crença e como ela é frágil. Todo aquele se se dispuser, de forma honesta e mente e coração abertos, a examinar os fundamentos de sua fé, qualquer que seja ela, concluirá, fatalmente, que eles não existem e que, portanto, não há base nenhuma para se afirmar que exista algo a que se possa chamar de Deus.

O mundo ideal seria quando as pessoas passassem a mostrar o que elas realmente são, sem nenhum pudor, vergonha, medo e etc.? smile

Isso é fundamental, mas não suficiente. Trata-se da "assertividade", isto é, da postura de se ser franco de forma educada e completamente transparente. Isto é, despido de toda e qualquer máscara nos diferentes papéis que a pessoa exerce na vida. Ser autêntico e, realmente, desprovido de medo, vergonha e pudor. Dizer sempre a verdade sem pensar duas vezes. E, principalmente, saber escutar a verdade sem se melindrar. Aceitar as críticas. Não se sentir ofendido se disserem que você é feio se de fato o for. Aceitar-se como é a assumir sua personalidade e características com naturalidade. É preciso um treino para isso e este é outro ponto que acho que as escolas precisam passar aos alunos, além do que comentei em outra resposta recente. 
Eu disse que não é suficiente porque, além disso, é preciso se ter uma atitude altruísta de colaboração, de solidariedade, de compartilhamento, de dedicação, de diligência, de expediente, de bravura, de tenacidade para promover o bem e erradicar o mal.

Como identificar falsos profetas?

Não existem profetas, nem verdadeiros nem falsos, no sentido de advinhos do futuro. Quanto a lideres religiosos, todos são falsos, porque todos pregam sobre entidades e fatos que não existem. Só sobram os líderes morais, que pregam uma conduta ética, não vinculada a nenhuma religiosidade espiritualista. Os verdadeiros são os que vivem como de fato pregam, testemunhando com seus atos as suas palavras. É possível que profetas morais também o sejam no sentido religioso espiritualista. Se descartarmos a parte religiosa de sua mensagem e nos fixamos na parte moral, muitos são, de fato, verdadeiros guias para a humanidade. Nessa condição eu coloco Buddah e Jesus Cristo, que, para mim, foram homens notáveis, mas nada de divindades ou espíritos elevados. Simplesmente homens.

A paz, a justiça e a igualdade são conceitos utópicos?

De forma nenhuma. São perfeitamente realizáveis, mas muito difíceis. Acrescentaria a liberdade, a fraternidade e a prosperidade. É perfeitamente possível se conceber um mundo em que tudo isso prevaleça para todos. Esse é o mundo anarquista, mas mesmo sem o anarquismo isso pode ser obtido. É preciso um esforço continuado ao longo de muito tempo para se chegar lá, Eu diria, pelo menos, vários séculos ou alguns milênios. E o caminho está na educação. Educação para a paz, para a justiça, para a igualdade, para a liberdade, para a fraternidade, para a prosperidade. Mas tem que incluir, também, a solidariedades, o compartilhamento, a cooperação, a diligência, a tenacidade. Essas coisas são mais importante serem passadas nas escolas do que o conhecimento do idioma, da matemática, das ciências, das humanidades, das habilidades práticas. Isso tem que ser objeto de planejamento pedagógico nos chamados "temas transversais" e ser abordado de forma programada e cobrada pelas coordenações a todos os professores, sistematicamente. E ser objeto de atividades escolares frequentes, para que todos se acostumem a agir assim. Se isso for sendo feito ao longo de muitas gerações o resultado aflorará. É preciso, também, que se eduque a juventude para não tolerar injustiças, preconceitos, discórdias. Que não se omitam ao presenciarem algo assim. Que denunciem, que defendam os oprimidos, que se engajem em obras assistenciais, em projetos educacionais, que se promova a solidariedade de forma cotidiana e que se abra a consciência para a problemática das mazelas do povo e para formas de solucioná-las.

O que pensa sobre uma possível constituição baseada em princípios bíblicos?

Um despropósito total. A organização da sociedade não pode se prender a preceitos de religião nenhuma, ainda mais da Bíblia que foi um livro escrito há milhares de anos por pessoas que viviam em condições completamente diversas das atuais e tinham concepções e convicções completamente diferentes das nossas. Um disparate.

Quantos livros ateístas vc tem na sua estante?

Vários. Mais de vinte, certamente. Livros do Dawkins, Dennett, Onfray, Hitchens, Harris, Comte-Sponville, Sagan, Gleiser, Hawking, Jocax, Greene, Pinker, Damásio, Ventós, Ehrman e vários outros.

Mesmo estando em uma realidade, vivemos de ilusão, ou seja, imaginamos o que seja real. Então, o que podemos definir como realidade? A que ponto chega esse incerteza? smile

A realidade, em si mesma, é incognoscível. Cada ser tem uma apreensão da realidade de acordo com a estrutura de sua mente e de seus sensores. Certamente todos os humanos terão uma grande região de intercessão de suas concepções de mundo. Outras espécies, todavia, possuem uma percepção totalmente diversa. Se houver alienígenas inteligentes, que podem ter uma estrutura orgânica e mental totalmente diferente da nossa, como órgãos sensoriais calibrados para outros tipos de estímulos, esses seres terão uma visão da realidade inteiramente distinta e, possivelmente, incomunicável conosco. Assim, o que admitimos é que exista algo fora de nossa mente que nos comunica, pelos órgãos sensoriais, sua presença no mundo e nós interpretamos de acordo com nosso aparato perceptivo. Eu não diria que isso seja uma ilusão, mas uma particular percepção, que tem origem naquilo que a coisa percebida seja em si mesma, a que não temos acesso. À medida que a instrumentação científica se aperfeiçoa, nosso acesso ao mundo exterior à mente (e à própria mente) vai cada vez sendo descrito por estratos mais profundos. Assim temos a percepção direta, com os sentidos desguarnecidos, como uma primeira aproximação. Mas os instrumentos nos revelam níveis de detalhamento cada vez maiores, tanto no sentido microscópico quanto no macroscópico. Assim passamos a saber, por exemplo, que uma cócega é o resultado da repulsão elétrica entre os elétrons periféricos de nossos pelos e do objeto que nos faz cócegas. Que um perfume é o resultado de reações químicas entre as substâncias odoríferas e as células de nossa mucosa nasal. E assim por diante. O que é a realidade? O que é a água? Um líquido incolor, insípido e inodoro?. Um conglomerado de moléculas de H2O? Um conglomerado de quarks e léptons?, Supercordas vibrando em modos específicos? E o barulho do borbulhar da água? E o seu frescor quando nos molha? Tudo isso não é água?

Se a vida não tem sentido, por que devemos criar um para ela? Essa é uma necessidade exclusivamente humana de sobrevivência?

Não precisamos criar um sentido para a vida. Podemos viver sem nenhum, de forma puramente natural (ou animal, se preferir). Todavia, o desenvolvimento mental da espécie humana fez surgir uma necessidade interior de se encontrar um sentido para a vida, de modo a levá-la de forma significativa e, com isso, sentir-se feliz. Dessa forma é interessante que toda pessoa tenha um ideal, um propósito maior, uma diretriz, a que dedique sua vida e seja a linha mestra, a bússola, pela qual se orientará em suas decisões. Cada um encontra a sua. Há quem veja sentido em se enriquecer para poder fruir de mais prazeres, Há quem veja sentido em conquistar o poder e se engrandece com isso. Há quem veja sentido em ser famoso, reconhecido, por seus feitos artísticos, esportivos ou de outra ordem. Há vários objetivos que a pessoa pode colocar como meta de sua vida e a luta por ela é motivo de satisfação, bem como as vitórias alcançadas, são motivo de júbilo. Quem não coloca propósito nenhum para levar a vida e a vai levando apenas para não morrer, isto é, vai comendo, bebendo, dormindo, divertindo-se, transando e trabalhando só para se manter, certamente não experimentará as grandes alegrias que a obtenção dos objetivos de um projeto de vida, mesmo que parciais, é capaz de propiciar. Outros há que colocam como objetivo de sua vida causas nobres e altruístas, como a filantropia, a educação, a ciência, a arte, a política e outras atividades que beneficiem a sociedade, de uma forma desinteressada. Para essas o satisfação da realização de seus objetivos é maior ainda, pois mostra que sua existência está sendo fator de melhoria do mundo, que, pelo fato dela existir, esta ficando melhor do que sem ela. Mas é possível, perfeitamente, sobreviver tranquilamente vivendo uma vida medíocre.

Professor, o que o senhor pensa do espiritismo?

Que seja uma doutrina inteiramente inverídica. Para mim, espíritos não existem. Logo não se reencarnam. O psiquismo é uma função orgânica. A mente é uma ocorrência que se dá no cérebro e seus anexos, incluindo os órgãos dos sentidos e as glândulas endócrinas. Em verdade todo o organismo. Note que não estou dizendo que a mente seja material, mas sim física e, físico, além da matéria, há os campos, a radiação, o espaço, o tempo, as estruturas, as ocorrências e suas dinâmicas. A mente é uma ocorrência hipercomplexa que inclui sensação, percepção, memorização, recuperação, associação, juízo, raciocínio, emoção, sentimento, desejo, volição, decisão, ação. Tudo isso acontece no organismo e cessa de ocorrer definitivamente com a parada de seu funcionamento, não havendo sobrevivência de nada disso em nenhuma entidade incorpórea que, porventura, pudesse se incorporar a outro corpo.

Qual é a tua opinião sobre o machismo e o feminismo?

O machismo é um despropósito total. Quanto ao feminismo, uma vez que o machismo vem prevalecendo na humanidade, ele se justifica. Mas um feminismo que não se coloque como contrafação ao homem e sim como postura de identidade e colaboração. Isto é, para mim, não devia haver nem um nem outro, mas a igualdade total de direitos e deveres. Considerando, certamente, que há diferenças biológicas, mas sem acentuá-las culturalmente. O que uma mulher ou um homem não for capaz de fazer por razões biológicas não há como contornar, mas tudo que um homem ou uma mulher tiver a capacidade de fazer, poderá e, mesmo, deverá fazer, num espírito de igualdade, que penso que deva prevalecer. Assim, nas profissões, acho que todas devam ser equipartidas entre homens e mulheres. O mesmo quanto às tarefas domésticas, o cuidado com a prole e tudo o mais. O que não pode é mulheres pretenderem ter os mesmos direitos dos homens e não assumir os mesmos deveres e vice versa. Para mim, exceto no aspecto amoroso-erótico-ginecológico, homens e mulheres são, para todos os outros efeitos, simplesmente seres humanos (ou mulheranos), indistintos.

Qual sua opinião sobre vida inteligente em outros planetas?

Que seja possível, mas extremamente rara. No máximo em três planetas por galáxia. E que a comunicação com elas seja quase impossível. Recomendo a leitura do livro "Sós no Universo" de Donald Brownlee e Peter Ward publicado pela Campus.

Qual a importância da sua presença para o Formspring?

Quando me propus a entrar para o Formspring, há 27 meses, achei que seria um boa forma de divulgar as idéias que eu divulgava em meus blogs de forma mais abrangente. De fato, nesse tempo já recebi mais de sete mil perguntas e respondi seis mil. Algumas eu descarto, por irrelevantes. Sempre posto uma cópia das respostas em meu Blogger e no Facebook e o link no Twitter. Com as primeiras 600 eu montei um livro que está para ser publicado logo. Ele pode ser visto em 
http://pt.scribd.com/doc/76733718/Pergunte-me
Já estou com uma cópia de todas as outras em um documento do Word para revisar e prosseguir publicando. Já tem material para dez volumes.
Acho que este é um bom veículo de divulgação. 
Em verdade não uso o Formspring para fazer perguntas, mas para responder. A esmagadora maioria é sobre temas verdadeiramente relevantes.

Algo que pode ser testado e mostrado é uma teoria-científica. Oque não é testado e mostrado é uma teoria-não científica, e não apenas uma hipótese. Certo?

Não é bem assim. Para ser uma teoria científica, além de precisar ser testada e comprovada, ela precisa estar inclusa em uma sistematização do conhecimento que abrange conceitos de uma certa área e uma interligação com as outras explicações correlacionadas, já comprovadas. Uma hipótese científica é uma proposta de explicação ainda não comprovada, mas também inserida no contexto das explicações e dos conceitos pertinentes a certa área de conhecimento. Quando uma explicação não se adequa à sistematização científica, ela é considerada vulgar, o que não significa que seja errada, mas não se diz que seja uma teoria, porque teoria é algo bem estruturado dentro de um corpo estabelecido de conceitos e outras explicações. É, simplesmente, uma explicação. Toda teoria é científica, isto é, representa um conhecimento formal, um modelamento racional da realidade, em termos das ideias levantadas para descrever o mundo.

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