Cada um crê no que quiser.
Postagens do pensamento, textos, poemas, fotos, musicas, atividades, comentarios e o que mais for de interesse filosófico, científico, cultural, artístico ou pessoal de Ernesto von Rückert.
sábado, 10 de dezembro de 2011
Mulheres foram feitas para obedecer, o corpo da mulher é todo destinado para o sexo e reprodução, e manutenção da prole...a educação dos filhos homens, deve ser feita por homens, o macho é um ser supremo na biologia, senhor de tudo, e do prazer, e da vida
Publicado para divulgação do que não se deve ser e pensar.
no mundo deveriam existir somente 500 milhões de pessoas, 10 mulheres para cada homem, e esse número deve ser mantido, controlado, machos fortes, aos 5 anos de idade seria eugenicamente elimado, pela eutanásia, machos imperfeitos
Estou publicando isso só para que o pessoal te conheça e veja como você é deplorável como ser humano. Os outros quesitos obscenos e inconvenientes que você manda, eu apago. Mas quero divulgar seu pensamento, exatamente para que todo mundo se horrorize e nunca o adote.
O homem é GADO, e deve ser tratado como GADO..... uma elite pode chegar a ter idade avançada, sem ser molestado, isso em plena atividade sexual, mas a grande massa, quando chegar aos 30 anos deve ser imolada, um por um...
Que tristeza de concepção, Hans! Como você pode ser tão ignóbil?
E a religião dos pais, se origina de onde? ou vc acha que religiões surgem do nada ? são transmitidas por gerações sucessivas, regrida no tempo e verifique que toda religião surge vinda de alguém, porque o DNA desse alguém o faz com necessidade de crer !
Sim. Alguém inventou uma história para explicar as coisas misteriosas e essa história foi passando, sofrendo alterações até virar uma religião. Mas o que está no DNA não é a fé, mas a curiosidade, o desejo de achar explicação. Não encontrando, inventa. Não identificando um ser existente para o causador de algum fenômeno, imagina um invisível. Assim surgem os mitos, até que a ciência, provendo uma explicação, os derrube.
Ernesto, veja o reino animal, coloque dois galos juntos...eles se matam, coloque um galo com 10 galinhas ou mais, e temos ordem no galinheiro, com o homem é igual Ernesto, cada homem deve ter 10 mulheres no minimo.........
Claro que não! O homem é outra espécie completamente diferente da "Gallus gallus domesticus".
Em um mundo perfeito deve existir 10 mulheres para cada homem, numa sociedade onde homens são donos das mulheres, e elas devem viver até os 25 anos no máximo para prazer sexual, e trabalho, e 30 anos para reprodução...depois são eliminadas.
Você é um rematado idiota, pode crer, para ter um pensamento assim. Um paranóico.
E vc acha que um doutor engravatado, se sujeitaria dessa forma? ele faria a escravidão voltar, retire as máquinas da realidade humana e vc promove a volta da escravidão instituida, ele acabaria com o ensino popular e elitizaria senhores feudais...
E se "todos" forem doutores engravatados? E suficientemente educados e civilizados para compartilharem as responsabilidades de uns para com os outros? Essa trajetória evolutiva da sociedade foi uma das possíveis escolhas que se revelou funesta. Mas a humanidade é suficientemente jovem no planeta para começar de novo e fazer outra escolha. A escolha da solidariedade, da cooperação e do compartilhamento, ao invés da competição. Isso será muito mais produtivo e benéfico para todos.
Vamos exemplificar? o homem nasce ateu? vamos nos índios ( ateus? ) e eles adoram (Manitu=Deus dos índios americanos, ou Tupã=Deus dos índios brasileiros) .....ateus? de onde vc tirou isso? a necessidade de crenças está no DNA humano...
Os índios creem nos deuses que seus pais lhes ensinarem a crer. As criancinhas não creem em deus nenhum e, se não forem ensinadas, jamais crerão. Não há nada no DNA que provoque crença nenhuma. O que existe é uma propensão a aceitar crenças, se lhes forem propostas. Se nenhuma o for para ninguém, todo mundo vai ser, espontaneamente, ateu.
Porque vc idealiza um mundo poliamorista gay? o mundo que vc quer é nada mais que a parada gay crônica no mundo em todas as ações praticadas e pensadas Ernesto...vc quer um mundo cor de rosa, de gays e lesbicas porque vc é homossexual enrustido Ernesto !
Em que o poliamorismo se identifica com o homossexualismo? São fatos completamente independentes. Todas as orientações sexuais, exceto o assexualismo se beneficiam do poliamorismo, que é, apenas, a aceitação social da realização efetiva de sentimentos que existem nas pessoas. Todo mundo é capaz de amar, no sentido romântico, a mais de uma outra pessoa. Porque obrigar-se a fazer uma escolha e reprimir a outra? Porque não viver todas, com o conhecimento e a aquiescência delas? Em que isto fere a ética, sob qualquer aspecto? Se todos concordam e ficam felizes, é claro que é bem melhor. O compromisso que se faz em uma união conjugal, oficial ou não, é de dedicação, cumplicidade, compartilhamento de responsabilidades. Mas não de exclusividade nem de perenidade. Isso não se pode comprometer. Mas infidelidade não é admissível, porque infidelidade não é perda de exclusividade, mas essa quebra de forma escondida. Isso é falta de ética. Às claras não, desde que, antes, o primeiro parceiro seja comunicado. Se ele concordar, tudo bem, se não concordar, então há que se fazer a escolha. Mas o que eu prego é que se deva concordar, sempre, pelos dois lados. É claro que isso não é obrigatório. A questão é ser possível. No anarquismo, todo homem é marido de toda mulher, toda mulher é mulher de todo homem, toda criança é filha de todo adulto e todo adulto é pai e mãe de toda criança.
Uma coisa importantíssima para o poliamorismo é que ninguém pode ser financeiramente dependente de ninguém. Todos têm que se auto-prover e compartilhar o provimento dos filhos até que se tornem independentes.
A sociedade anarquista que vc tanto deseja, seria o crepúsculo da raça humana, homens obesos, cardiacos, desprovidos dos instintos naturais animais que a natureza os conferiu, vc prega uma raça de MULHERES LESBICAS, AMAZONAS...e homens EXTINTOS !
Claro que não. Uma sociedade anárquica, vai exigir, exatamente, de todas as pessoas, uma dedicação muito maior aos trabalhos físicos, pois, não havendo pobres e todos tendo, de preferência, nível superior, os trabalhos braçais serão feitos pelos "doutores", em sistema de rodízio. O comunitarismo, por seu lado, racionalizando imensamente o uso de recursos, possibilitará para todos uma grande ampliação do tempo de laser, que poderá ser dedicado a práticas esportivas (mas não desportivas, como penso). Quanto a lésbicas e homossexuais masculinos, suas proporções na sociedade não serão diferentes das hoje existentes. Só que todos serão respeitados e poderão assumir sua orientação sexual com tranquilidade e sem precisar ficar com comportamentos caricatos e histriônicos, como muitos o fazem hoje. Porque seriam desprovidos de seus instintos naturais? Porque seriam solidários, cooperativos, diligentes, dedicados ao bem comum, altruístas? Em que pessoas assim são desprovidas de instintos? O que acontecerá é que a educação fará de todos pessoas civilizadas. Só isso.
Eu saquei qual é a sua Ernesto, sociedade MULHERANA, seria um mundo só de progesterona, e machos extintos via hormonios, vc quer seres pacatos e submissos, machos castrados quimicamente...VC QUER SOMENTE MULHERES NO MUNDO, VC QUER SER MULHER ERNESTO !!!!
Você não sacou nada. Você é maniqueista. Conhece o mito de Andros, Gynos e Androgynos? Está no Banquete, de Platão. Todo homem e toda mulher tem características masculinas e femininas. As masculinas prevalecem no homem e as femininas na mulher. Mas um homem só com características masculinas e uma mulher só com características femininas são seres disformes. E preciso um tempero de ambas. Quanto à "Espécie Mulherana", se você leu o meu artigo (http://www.ruckert.pro.br/blog/?page_id=77), terá visto que eu não proponho uma "Sociedade Mulherana" mas apenas afirmo, e isso é fato, que o sexo biologicamente essencial para qualquer espécie é o feminino, sendo o masculino existente apenas para garantir a variabilidade genética. Daí o nome de nossa espécie dever ser "mulherana" e não "humana". Quanto à afirmação de sua última frase, sem comentários.
Vc nunca será completo Ernesto, se não exercitar o lado negro de sua alma, matar, burlar, vencer, enganar, torturar, se drogar...vc foge disso, como espera evoluir assim meu caro Ernesto? os nazistas eram exotéricos, e criaram inventos fantásticos...
Fico abismado de ver como você pode ter essas concepções Hans. Isso tudo que você disse são ações que transformam uma pessoa em algo hediondo. A civilização existe é, justamente, para que a humanidade jamais faça nada disso. Aí sim, é que terá evoluído. Os nazistas eram esquizofrênicos, paranóicos, doidos varridos e espanados. Se você os admira e imita, você está caminhando na mesma trilha. Cuide-se! Você está destruindo o significado de sua vida. A vida só vale pelo bem que cada um faz em prol dos outros e da maximização da felicidade global. O egoísmo que você postula é abominável. O que eu não entendo é porque você insiste em me inquirir se já sabe que eu, em geral, discordo de você em quase tudo. Qual o seu interesse?
O que é vida Ernesto? vida é um processo químico, em seres que existem (não importa como surgiram) vida só é possivel em corpos biológicos, máquinas não tem vida, elas apenas funcionam...e a vida quando evolui, se dota de consciência que é FUNÇÃO DA ALMA
A diferença entre uma máquina e um ser vivo é que este funciona por iniciativa própria, enquanto a máquina tem que ser acionada e controlada. Mas se se construir uma máquina que também funcione por iniciativa própria, ela será um ser vivo, não biológico. Nem todo ser vivo tem consciência. Alguns tem senciência e, a maioria, nem isso. Dos que conhecemos, só alguns animais têm consciência, como o homem atual e os outros já extintos, primatas superiores, golfinhos e algumas aves, como corvo e papagaio. Mas há uma gradação da senciência para a consciência, ao longo da evolução. Cães, por exemplo, tem uma senciência quase consciente. A consciência não é função da alma. Isso é uma afirmação gratuita. Trata-se de um atributo advindo da extrema complexidade do cérebro desses animais. É uma ocorrência mental, uma espécie de percepção que o cérebro tem de si mesmo, de seu funcionamento e do resto do corpo, como algo distinto do resto do mundo.
Vc Ernesto, confunde: formação, ambiente, o que aprendeu, vivência etc, com o que forma seu EU, não importa onde vc nasça, aprenda ou estude, vc sempre será VOCÊ...seu EU não é formado de estudo, ou ambiente, etc...seu EU é sua ALMA !
OK, de acordo! Reviso minha concepção. Diferencio "eu" de minha personalidade, meu caráter, minhas convicções, minhas preferências, meu temperamento, minhas memórias, minha cultura e tudo o mais que eu adquiri por minha interação com o ambiente em que fui vivendo. Mas não considero que "eu" seja minha alma, e sim minha genética. "Eu" sou o meu DNA. Alma não existe.
O que é SAGRADO para você? Algo que você não suportaria ficar sem fazer um ÚNICO dia da sua vida?
Nada é sagrado para mim, mas eu não consigo passar um dia sequer sem pensar em meu amor.
Se vc Ernesto, fosse criado na Árabia saudita ( depois de nascer fosse entregue para adoção ) você NUNCA seria ateu, vc teria outra mentalidade, e ainda assim seu corpo seria S(EU), só que com MENTALIDADE DIFERENTE !
Muito provavelmente não seria mesmo. Minha personalidade e minhas convicções são o produto do que eu sou e de minha interação com o ambiente. Certamente que eu continuaria a ser a mesma pessoa, mas com outras opiniões, outras memórias e muita coisa diferente, já que teria vivido outra vida. Você está correto.
O que é a vida? é a animação de um corpo biológico por uma alma única e indivisivel, o corpo é uma máquina biológica feita de forma aleatória pela natureza ( pelo que supomos) alma existe e isso não tem como contestar, quem contesta está ERRADO !
Vida é o funcionamento de um sistema físico por iniciativa própria. Normalmente isso ocorre em sistemas biológicos (que são físicos), mas poderá, no futuro, vir a ocorrer em um sistema mecânico ou eletrônico, adrede construído. Se ele provir-se de energia e funcionar por conta própria, será um ser vivo. A alma não existe. Eu contesto e estou certo. Não há evidência e nem comprovação nenhuma de que exista. E se não há, por "default" considera-se que não exista. até que se prove que exista. Não é preciso provar que não existe. Isso é a hipóteses nula, a que se supõe que seja verdade se nada houver em contrário. Toda a neurologia está aí para mostrar que os fenômenos psíquicos são fisiológicos e químicos. Os casos patológicos já estudados o comprovam sobejamente. O cérebro é o órgão que dá suporte à mente. Não existe mente sem cérebro, nos organismos animais. Se algum robot vier ser construído com vida e com mente, haverá algo em sua arquitetura que funcionará como cérebro.
A ALMA muda de corpo, pode migrar para o corpo de um animal, pode migrar para o corpo de um gênio ou para o corpo de um deficiente mental, o corpo é o veículo da ALMA...o corpo pode ser de qualquer ser vivo ( não vegetal ) a VIDA vem da ALMA !
Isso é o que você acha, mas nada comprova. A vida é transmitida de um ser vivo para outro pelos gametas, de modo que há uma continuidade vital orgânica desde que o primeiro sistema inorgânico passou a ter vida. Ela só passa de um ser vivo para o seu descendente direto, não para outros. O corpo é que é o ser. Você é o seu corpo. Não tem alma, a não ser que você chame a mente da alma. Mas não é sobrenatural e nem sobrevive à morte do corpo.
Vc está errado Ernesto...claro que a mente MATERIAL existe, ela é totalmente física, formada de matéria, mas a vida BIOLÓGICA, tem a consciência, a ALMA é consciente, consciência é função da ALMA, e a alma não morre jamais....
Mentira! Primeiro que a mente não é material. Se fosse se poderia extrair memórias com uma seringa e transferi-las para outra mente. Mas isto não significa que não seja física, isto é, natural. Nem tudo que é físico é material. Matéria é feita de átomos que o são de elétrons, prótons e nêutrons, estes últimos de quarks. Mas não há só matéria na natureza. Há campos e radiação. Há estruturas e suas dinâmicas. Há espaço e tempo. Há eventos, fenômenos e ocorrências. Há o modo como isso tudo acontece, que é descrito pelas chamadas "leis físicas". Tudo isso é físico e não é matéria. A mente é uma ocorrência que se dá com o organismo, especialmente o cérebro. A consciência, como a memória, percepção, pensamento, raciocínio, emoção, desejo, volição e todos os demais fatos da vida psíquica são ocorrências pertencentes à mente. Não tem nada de alma. A mente só ocorre em um cérebro vivo, em funcionamento. Com a morte do substrato biológico, a mente, a consciência, a memória, a personalidade e tudo o mais desaparece. O "eu" deixa de existir. Temos apenas o intervalo entre o nascimento e a morte para sermos nós. Daí a preciosidade da vida. Jamais o meu "eu" voltará a existir em nenhum outro organismo. Você até pode chamar a mente de "alma". Mas ela é mortal.
Acha que para ser um bom filósofo é necessário ser prolixo as vezes?
Penso que a expressão muito sintética não contempla todos os matizes e todos os pontos de vista de qualquer assunto, dando a impressão de uma simplicidade que nada tem. A complexidade é inerente ao mundo e sua descrição da forma mais fiel não há como não ser prolixa. Por isso é importante o domínio de um bom vocabulário, com palavras capazes de expressar de forma mais precisa o pensamento. Mesmo assim, às vezes, é preciso se tecer comentários, parafraseando o texto de forma a que nenhum aspecto fique despercebido. Por isso não gosto de dar respostas monossilábicas.
Precisa ser uma "certeza"? Afinal, eu disse que "tiro minhas conclusões da ciência". Quer dizer, dou abertura para o remoto caso da ciência provar um deus, mas vejo evidências suficientes de sua inexistência: http://goo.gl/6lqYh e http://goo.gl/z0zNu
Se você está convicto, mas aberto a rever sua convicção, da qual não tem certeza, como é quase impossível de se ter a respeito de tudo, você não é dogmático. A prova da inexistência de Deus que Hawking propôs, em verdade já era conhecida, só que ele a explicitou no livro "O Grande Projeto". Ela, realmente, mostra que o Universo teria que ser incausado porque toda causa precede seu efeito no tempo e antes do surgimento do Universo não havia tempo. Mas isso não exclui a possibilidade de que Deus não pertença ao Universo. Claro que isso é o tipo da coisa infalseável, mas esse critério de Popper não se aplica a tudo e nem a ciência é a única forma de conhecimento. Quanto às considerações do segundo artigo, que gostei muito e, inclusive, já disse a mesma coisa em várias postagens de meus blogs, o argumento do "Deus das lacunas" não é uma evidência da sua inexistência, mas sim um forte indício de sua plausibilidade. A questão se prende ao significado do que é ser "gnóstico" e "agnóstico". Etimologicamente isso significa que se sabe ou não se sabe algo. A questão ainda prossegue. Para se dizer que se sabe algo é preciso que se tenha certeza, ou basta estar convicto? Rigorosamente dever-se-ia exigir a primeira opção, mas, como é uma quase impossibilidade, vou até rever meu significado desse significante e dizer que aceito considerar que uma convicção com base em evidências, mesmo que passíveis de refutação, possa caracterizar o conhecimento dito epistêmico. Os outros conhecimentos são o dóxico, que é, meramente, uma opinião, e o eudóxico, que é um conhecimento não garantido mas com fortes indícios de veritabilidade. Para mim, a inexistência de Deus é uma "eudoxa". Assim digo que sou ateu agnóstico. Se você está convencido que é um conhecimento fundamentado, será uma "episteme" e você será um ateu gnóstico, de acordo com o que acabei de considerar. Em suma, mesmo sem ser dogmático você poderia ser gnóstico, como me dissera antes.
Seria possivel a existência de ateus na ausência de religiões? eles existem para negar ? seriam os ateus ex-religiosos desiludidos se vingando da educação que receberam ? sem religiões o ateísmo acaba uma vez que não tem mais o que negar?
Claro que sim. Se não houvesse crença religiosa, todos seriam naturalmente ateus, mesmo que essa palavra nem existisse. Note que o que importa não é a existência de religiões, mas sim de crenças, mesmo sem religião. Ateus não existem para negar, mas para não afirmar, o que é diferente. Sem religiões as crenças podem continuar a existir, o que já é um mal menor. Sem as crenças, aí é que o ateísmo prevalecerá, não como uma atitude de negação de nada, mas apenas de ausência de crença em qualquer divindade. Nem se teria a noção do que se trata. Não é preciso haver uma crença a ser negada para se considerar que não há nada para se crer. Como disse, isto é que é o mais natural.
Concordo com as definições do senhor sobre "verdade", só estou divagando mesmo. É possível que todas verdades verificadas em nossas concepções sejam inválidadas se o universo for infinitamente mais complexo do que a mente humana consegue assimilar?
Possivelmente ele é, realmente muito mais complexo do que já se conseguiu explicitar. Não digo infinitamente. Bertrand Russell, em seu livro "O nosso conhecimento do mundo exterior" discute a relação entre a percepção mental da realidade e a realidade em si mesma, cuja apreensão, na totalidade, é impossível. Mas, à medida que a ciência aprofunda sua investigação, vão sendo percebidos extratos cada vez mais básicos da realidade, que aparentam não ter nada a ver com nossas percepções. A existência de átomos é um caso típico. Bem como as interações básicas da natureza. Compreender que um sentimento, como o amor, é o resultado de atrações e repulsões elétricas entre átomos de moléculas de neurotransmissores nas sinapses parece tirar todo o romantismo e a poesia do amor. Mas é uma descrição da realidade em um nível maior de profundidade. Assim também a economia e a política. O que é a realidade em si? As próprias partículas subatômicas são quantizações de campos fermiônicos, enquanto as interações são trocas de partículas bosônicas. Quer dizer todo o conteúdo do Universo é só campo e todos os fenômenos nada mais são do que alterações espaço-temporais das densidades de campo. O próprio espaço e o tempo só existem porque algo os preenche e neles se altera. Esse algo é campo. E que é o campo? Não é feito de nada mais primitivo do que ele. É, simplesmente, a substância do Universo. Será?
Ernesto, concordo com o geral. Contudo, você acha mesmo que aceitar debater = ter dúvidas?
Não necessariamente. Você pode estar convicto de algo e, mesmo assim, se dispor a discuti-lo. Nisso é que as convicções diferem das certezas. Uma certeza é irremovível e indiscutível. As religiões propõem que suas máximas sejam certezas. Certeza, para mim, é algo quase impossível de se ter. Em verdade não sei de coisa alguma de que eu tenha certeza. Já convicções são posições aceitas em razão de evidências e comprovações que permitam à pessoa ter uma garantia do que diz. Mas, mesmo assim, pode estar equivocada, ou por ilusões dos sentidos, ou por raciocínios falaciosos tão bem urdidos que passam por válidos, exceto se examinados bem cuidadosamente. Por isso toda pessoa honesta tem que estar disposta a mudar suas convicções, face a argumentos fortes que as derrubem.
Como enxerga as religiões? (em relação a serem mais prejudiciais, mais benéficas ou irrelevantes para as pessoas, individual ou coletivamente) Desculpa se já falou disso, mas te sigo há pouco tempo, então não sei sua opinião sobre o assunto.
Religiões são maléficas. Mais ainda do que as crenças religiosas. As crenças religiosas, sem religião, são engôdos que iludem as pessoas com proposições falsas sobre a existência de Deus, da vida eterna e outras coisas desse tipo, tirando-lhes a responsabilidade pelo prevalecimento do bem e pela erradicação do mal. Quando as crenças são organizadas em instituições que as preservam e difundem, as religiões, isto fica muito pior, porque carreia esforços, tempo e recursos para uma coisa inteiramente desprovida de sentido. Recursos esses que poderiam ser muito mais bem aproveitados para a educação, a saúde, a erradicação da pobreza e, até, o laser. Além do mais, sustentam uma comunidade de pessoas, os sacerdotes, cuja atividade profissional é completamente inútil. Tudo de bom que as religiões fazem pode ser feito sem elas e o de ruim fica quase irremediável. Obras filantrópicas não precisam ser religiosas e as consolações religiosas a filosofia se presta muito melhor para fazer. Mas as religiões, como guardiãs das crenças, atravancam o conhecimento e o progresso, promovem discórdias, intolerâncias e guerras. A manutenção de um alto padrão de comportamento ético também não depende de religião, mas de educação.
http://www.formspring.me/bebegeleia/q/269847835032161755 Gostaria que comentasse. Obrigada!
Concordo plenamente com você e até já compartilhei seu comentário em meu Facebook. O que é preciso não é ter vagões separados nem se usar véu ou burca. É educar os homens para respeitar as mulheres. Esse machismo tão difundido no Brasil e nos países islâmicos é o fim da picada. Muitos homens são criados, até por suas mães, com a ideia que, se forem respeitadores ou gentís, são boiolas. Nada mais idiota. Infelizmente ainda falta muito para o mundo ser civilizado. O pior é que isso não é um comportamento só dos estratos mais pobres da sociedade, geralmente mais incultos também. Homens ricos e cultos, especialmente muçulmanos, também são machistas. O que fazer? Educação... educação... educação... E multa e prisão em cima de quem cometer esses desrespeitos.
Olá, Ernesto. Segundo esta sua resposta http://goo.gl/dzWfs todo ateu gnóstico (forte) é dogmático. Contudo, eu sou ateu gnóstico (tiro minhas conclusões da ciência) e sou contra dogmas. Acho que TUDO deve ser discutido. Que conclusão pode tirar disto?
A conclusão que tiro é que, como tudo deve ser discutido, também a inexistência de deus tem que ser posta em dúvida. Daí não considero que a posição ateísta de se estar certo da inexistência de Deus seja válida. Para mim é impossível se ser ateu gnóstico, sendo-se cético. E não se pode fazer ciência sem ceticismo. Logo, entendo que o ateísmo agnóstico seja a unica posição coerente. De fato, o gnosticismo é um dogmatismo. A opção pela inexistência de Deus se dá pelos fortes indícios nesse sentido e os fracos no sentido oposto. Pelo menos por enquanto. Ainda não conheço prova ou evidência cabal da inexistência de Deus, como também da existência. Portanto não vejo como aceitar o ateísmo forte.
Concorda que "ateísmo é ausência de crença. Somente isso."?
Crença na inexistência de qualquer tipo de deus ou deuses, não em outras coisas. Mas costuma incluir também a crença na inexistência de entidades sobrenaturais de qualquer tipo, como anjos, demônios, almas, gênios, elfos, e companhia. Nada além. Não é hedonista, nem niilista, nem comunista, nem marxista, nem anarquista, nem ceticista e nem vários outros istas que muitos lhe associam. Certamente que uma pessoa que seja ateísta também pode ter alguma dessas concepções ou outras. Mas isso é independente do fato de ser ateu. Tem ateus dogmáticos, até. No meu caso sou um ateu cético e anarquista. Mas não sou niilista nem marxista (meu comunismo é outro). Não sou propriamente hedonista, mas eudemonista ou, talvez uma sínteses dialética entre epicurista e estoicista. Sou cínico, na acepção filosófica primitiva da palavra, isto é, uma pessoa desligada dos bens materiais (mas não sou cínico na acepção moderna da palavra). Note há um ateísmo fraco que é a descrença na existência de deuses e um ateísmo forte que é a crença na inexistência de deuses. Não são equivalentes. O primeiro é cético, o segundo é dogmático. Pertenço ao primeiro. Nem um ateu é um devasso, libertino, imoral, cretino, desonesto, perverso, malévolo ou outras ruidades que muita gente lhe atribui. Um ateu pode ser bom ou mal, da mesma forma que um crente. No entanto, a maioria dos ateus que conheço, em média, são mais virtuosos do que os cretes. Costumam ser sinceros, honestos, justos, generosos, solidários, educados, tolerantes. E, em geral, também, mais intruidos e inteligentes. Mas isto não são requisitos para ser ateu. E também não significa que crentes sejam burros, ignorantes ou malvados.
Prof., Conhecimento genuíno se resume à Ciência? Ou não?
Não. Além do conhecimento científico, há o conhecimento filosófico e o vulgar, ou empírico. Todos têm o seu valor e podem ser verdadeiros. No caso do conhecimento empírico, ele não possui comprovação, mas não significa que seja falso só por isso. A maior parte de todo o conhecimento da humanidade é vulgar e é ele que possibilita as pessoas a tocarem sua vida cotidiana com sucesso. O filosófico não tem os critérios de aferição de sua validade como o científico, pois seus temas não se prestam a isso. Por isso existem as "Correntes de Pensamento", como realismo, idealismo, empirismo, racionalismo, ceticismo, positivismo, utilitarismo, criticismo e muitos outros "ismos" que admitem concepções, muitas vezes, conflitantes. Isso é lamentável e eu gostaria que a filosofia, bem como a psicologia, a sociologia, a economia e outras ditas "protociências" se livrassem dessas "escolas" e pudessem obter uma descrição de cada tema universalmente aceita pela comunidade, até que precise ser revisada, como acontece com a física, por exemplo. Além disso existem as "pseudociências", como a astrologia, numerologia, homeopatia e outras que tais, cujas proposições são desprovidas de comprovação. Algumas até podem ser verdadeiras, mas a maioria não o são.
Concorda que "ateísmo é ausência de crença. Somente isso."?
Crença na existência de qualquer tipo de deus ou deuses, não em outras coisas. Mas costuma incluir também a crença na inexistência de entidades sobrenaturais de qualquer tipo, como anjos, demônios, almas, gênios, elfos, e companhia. Nada além. Não é hedonista, nem niilista, nem comunista, nem marxista, nem anarquista, nem ceticista e nem vários outros istas que muitos lhe associam. Certamente que uma pessoa que seja ateísta também pode ter alguma dessas concepções ou outras. Mas isso é independente do fato de ser ateu. Tem ateus dogmáticos, até. No meu caso sou um ateu cético e anarquista. Mas não sou niilista nem marxista (meu comunismo é outro). Não sou propriamente hedonista, mas eudemonista ou, talvez uma sínteses dialética entre epicurista e estoicista. Sou cínico, na acepção filosófica primitiva da palavra, isto é, uma pessoa desligada dos bens materiais (mas não sou cínico na acepção moderna da palavra). Note há um ateísmo fraco que é a descrença na existência de deuses e um ateísmo forte que é a crença na inexistência de deuses. Não são equivalentes. O primeiro é cético, o segundo é dogmático. Pertenço ao primeiro. Nem um ateu é um devasso, libertino, imoral, cretino, desonesto, perverso, malévolo ou outras ruidades que muita gente lhe atribui. Um ateu pode ser bom ou mal, da mesma forma que um crente. No entanto, a maioria dos ateus que conheço, em média, são mais virtuosos do que os cretes. Costumam ser sinceros, honestos, justos, generosos, solidários, educados, tolerantes. E, em geral, também, mais intruidos e inteligentes. Mas isto não são requisitos para ser ateu. E também não significa que crentes sejam burros, ignorantes ou malvados.
Sem ciência não existiriam ateus? sem religiões para contestar existiriam ateus? ser ateu se fundamenta em quê? como seria ser único ateu no mundo? seria você contaminado pelos religiosos se somente você fosse ateu? e porque seria caso o fosse?
Cada pessoa é uma pessoa. Meu ateísmo é uma concepção resultante de muito estudo e reflexão. Assim, mesmo estando sujeita a revisão, como tudo o que considero válido, não será apenas porque todos pensem diferente de mim que eu mudarei o modo de pensar. Será preciso que argumentos mais poderosos do que os que já me convenceram a não crer em Deus me sejam apresentados. O fato de todo mundo pensar do mesmo modo não é argumento que pese para que esse pensamento, por isso, seja o correto.
Como pode a mesma cabeça que um dia acreditou em Deus piamente, com todas as forças negar o que um dia acreditou com a mesma força com que nega o que um dia defendeu com unhas e dentes? como funciona isso ?
Isso é perfeitamente normal em relação a qualquer concepção. Só pessoas sem inteligência é que não mudam de modo de pensar, quando convencidas de seu erro. É perfeitamente normal estar-se convicto de algo, pelos conhecimentos que se tem, e depois deixar-se de estar e, até mesmo, passar-se a estar convicto do seu oposto, em razão de argumentos que tenham sido apresentados de forma a convencer a pessoa de que sejam válidos. Tanto crentes podem se tornar ateus, quanto ateus se tornarem crentes. O que é capaz de convencer uma pessoa não está apenas do conteúdo dos argumentos, mas também nas vivências que a pessoa já teve.
Seria possivel a existência de ateus na ausência de religiões? eles existem para negar ? seriam os ateus ex-religiosos desiludidos se vingando da educação que receberam ? sem religiões o ateísmo acaba uma vez que não tem mais o que negar?
Claro que sim. Se não houvesse crença religiosa, todos seriam naturalmente ateus, mesmo que essa palavra nem existisse. Note que o que importa não é a existência de religiões, mas sim de crenças, mesmo sem religião. Ateus não existem para negar, mas para não afirmar, o que é diferente. Sem religiões as crenças podem continuar a existir, o que já é um mal menor. Sem as crenças, aí é que o ateísmo prevalecerá, não como uma atitude de negação de nada, mas apenas de ausência de crença em qualquer divindade. Nem se teria a noção do que se trata. Não é preciso haver uma crença a ser negada para se considerar que não a nada para se crer. Como disse, isto é que é o mais natural.
Sem os cientistas com teorias e provas cartesianas, seria você capaz de ser ateu mesmo estando só em seu pensamento? ou seja um ateu nasce pronto ou é feito? qual o processo que resultaria no surgimento de um ateu, caso não existisse ciência?
Se nenhuma crença religiosa for inculcada em uma criança ela será ateia de nascença, como todas o são. Ter uma fé é que requer ensinamento. Não ter fé nenhuma é o estado natural. Todavia, se alguma fé já foi inculcada na mente de uma pessoa, retirá-la requer um processo de estudo e reflexão, mas não necessariamente pelo método científico. Aliás a adesão ao ateísmo se dá por reflexão filosófica. Mas é bom a pessoa ter conhecimento de fatos científicos, especialmente cosmológicos, neurológicos e evolutivos, que podem ser só qualitativos. Mesmo sem eles, contudo, é possível se tornar ateu só por reflexão filosófica. Ajuda, também, um conhecimento comparativo das religiões de de suas histórias.
Sim, mas por exemplo tudo que podemos chamar de verdade são expressões de pensamentos, os quais se relacionam, conectam e atuam com tamanha complexidade que ainda não se sabe bem como funcionam. Se não se sabe explicar, podemos confiar em suas verdades?
Não é bem assim. Mesmo que não se saiba como se processam os pensamentos, pode-se verificar o resultado deles, isto é, as proposições enunciadas e cotejá-los com verificações fáticas, daí se verificar se o que se diz é verdade ou não. Mas, como comentei, existem problemas de má interpretação, o que não permite se ter a garantia da verdade em muitos casos. Então se busca o consenso entre muitas afirmativas, feitas por diversas pessoas que fizeram, cada qual, sua verificação. Se as coincidências forem uma grande maioria pode-se ter uma boa confiança de que seja verdade. Assim é que age a ciência e vai se aproximando da verdade de forma assintótica. O que não se pode aceitar são afirmações dogmáticas com pretensões de serem verdades inquestionáveis, como as religiões o fazem. Toda afirmação (ou negação) é passível de ser questionada em seu caráter veritativo.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Porque a luta entre ateus e teístas parece ser eterna, e no horizonte não se consegue prever o fim dessa luta? existem pessoas super bem formadas e bem informadas em ambos os lados, porque as opiniões se dividem e divergem tanto?
Esta luta não é eterna. Eu prevejo a vitória do ateísmo em poucos milhares da anos. Pessoas inteligentes e informadas ainda não são atéias, simplesmente porque ainda não se debruçaram o suficiente no estudo dos fundamentos de suas crenças, como eu o fiz e como recomendo que todos o façam, bem como difundo, buscando esclarecer. Teístas, deístas, panteístas, politeístas e todos os que consideram a existência de deuses e espíritos não são necessariamente burros e nem ignorantes. Só não pensaram bastante, de modo científico e filosófico, sobre o tema. Quando o fizerem, posso quase garantir que se tornarão ateus. Às vezes seu objeto de estudo não tem ligação com esses questionamentos. Para se concluir pela inexistência de deus é preciso estudar, pelo menos, religião, história, cosmologia, neurociência, evolução e, principalmente, filosofia. Se a pessoa é inteligente e culta mas mexe com arte, literatura, música, administração, negócios, direito, economia, geografia, só história, engenharia ou outras coisas, pode não chegar a concluir pela inexistência de deus. Médicos podem concluir mais facilmente, se forem mais teóricos do que práticos.
Assim, com a disseminação do conhecimento a todas as pessoas. o que ocorrerá à medida que toda a pobreza for sendo extinta no mundo e toda a humanidade for próspera e instruída, o que acho que se dará em menos de cinco mil anos, as religiões e as crenças religiosas se extinguirão e todos serão ateus. Para mim, religiosos cultos e inteligentes, como o próprio Papa, em seu foro íntimo, são ateus.
Se algum dia fosse possivel sua consciência voltar a existir de novo em outro corpo, acha que seria ateu de novo ou poderia ser que você fosse um religioso que nega tudo que afirma agora? o meio te influência? a mentalidade vem do meio em que nascemos?
Se minha consciência migrasse para algum outro suporte, biológico, eletrônico, mecânico ou o que for, certamente carrearia minhas memórias, minha personalidade, minhas convicções e tudo o que faz de mim ser "eu". Portanto, também, o meu ateísmo. Uma das razões por que eu não posso aceitar a metempsicose, admitida pelo hinduísmo, budismo e espiritismo é, justamente, que nenhuma pessoa nasce com memória do que teria sido quando sua alma era suportada por outro organismo. Todos começam do zero novamente, desde que, quando o embrião se torna feto, o sistema nervoso começa a ter e registrar sensações, iniciando a vida psíquica. Logo não tem alma nenhuma que seja detentora da consciência, da memória, da sensibilidade, da vontade, do temperamento, da personalidade e tudo o mais que constitui o psiquismo. Isso tudo é uma propriedade orgânica do indivíduo, isto é, biológica (anatomo-fisiológica). Isso não significa que não exista mente e que ela seja material. A mente existe e não é material. Mas é natural, física, biológica e não sobrenatural. Nada de alma que sobrevive ao corpo. A mente é corpórea, mas é uma ocorrência advinda da estrutura e do funcionamento do organismo, especialmente do cérebro, mas não só. Acaba com a morte do organismo. Não há sobrevivência da consciência.
Do que se trata o teorema da imcompletude de Godel?
Os teoremas de incompletude de Gödel são teoremas lógicos que se referem a sistemas matemáticos, em particular, aritméticos, ou seja, numéricos, como é o caso dos números naturais, primos, inteiros, transfinitos, racionais, irracionais, reais, complexos, complexos hiperbólicos, hipercomplexos, quatérnios, quatérnios hiperbólicos, octônios, sedênios, vetores, tensores, matrizes etc. Esses conjuntos, munidos de operações, dependendo de suas propriedades, formam estruturas denominadas grupos, anéis, corpos, espaços vetoriais, etc. A respeito de tais estruturas e dos conjuntos numéricos associados são enunciadas proposições que, em conjunto, constituem a teoria aritmética a que obedece o sistema considerado.
A respeito disto, os teoremas de Gödel dizem que:
1º) Um conjunto completo de proposições sobre um sistema aritmético não consegue ser inteiramente consistente, ou seja, há pelo menos uma proposição que não pode ser confirmada nem negada pelo conjunto das demais.
2º) Não se consegue provar a consistência de um conjunto completo de proposições sobre um sistema aritmético a partir dele mesmo.
Isto foi sobejamente demonstrado por Gödel em 1931. Em 1963, Cohem desenvolveu um algoritmo de teste de proposições indecidíveis, isto é, que não se pode provar se são falsas ou verdadeiras.
Tal é o caso da "hipótese do contínuo" de Cantor, a respeito da cardinalidade dos números reais, que ele propôs que fosse igual à cardinalidade do conjunto dos subconjuntos dos números naturais. Cardinalidade é o número de elementos de um conjunto. Quando infinito, há um conjunto de possíveis cardinais, denominados transfinitos, dos quais o primeiro é o infinitos dos números naturais. Os números inteiros, pares, ímpares, primos e racionais têm a mesma cardinalidade dos naturais. O conjunto potência, isto é, o conjunto dos subconjuntos dos números naturais tem a segunda cardinalidade. O potência deste a terceira e assim por diante. A hipótese de Cantor é a de que os números irracionais, reais, complexos e hipercomplexos teriam a segunda cardinalidade, fato que ainda não conseguiu ser provado.
O segundo teorema não impede que a consistência de uma teoria possa ser provada de um ponto de vista exterior a ela, como é o caso dos axiomas de Peano que contróem os números naturais, cuja consistência é demonstrada pela teoria de Zermelo–Fraenkel dos conjuntos com o axioma de escolha.
Uma coisa importantíssima a se considerar é que os teoremas de incompletude só se aplicam a sistemas aritméticos e não geométricos ou topológicos, por exemplo. Nem tampouco a nenhuma lógica não matemática, como muitos consideram aplicável.
Certamente que se aplicam a processos computacionais, pois todos eles se baseiam em lógica aritmética, mesmo uma edição de texto que ora faço, pois o processador trabalha com portas aritméticas, que são máquinas que processam saídas a partir de entradas por combinações de adições, que é uma operação aritmética. Qualquer sistema computacional digital é aritmético, pois os dados sempre são convertidos em séries de dígitos binários, denominadas "palavras" que são engolidas pelo processador e nele convertidas em outras palavras, que, então, são expelidas. Toda a lógica computacional é, fundamentalmente, uma lógica aritimética e, portanto, governada pelos teoremas de incompletude. Mas a lógica humana, psíquica e social, não é aritmética, logo não está sujeita aos teoremas de incompletude.
Professor, o que pensa a respeito do novo planeta descoberto Kepler 22b? Em termos dos seus conhecimentos de cosmologia, biologia, etc. o que podes deduzir sobre ele? Terá mesmo vida? Há um jeito de chegar lá que seja rápido e fácil?
Ainda não se determinou se ele tem um oceano por cima de uma crosta sólida ou como é. O fato de ter condições para haver água líquida não significa que tenha. Ainda falta muito para saber a respeito. E, mesmo que tenha água líquida, não significa que tenha vida. É muito difícil verificar isso. Mesmo a Terra, vista da Lua, que está bem perto, não mostra que tem vida tão facilmente. A única indicação seria o tom de verde ou marrom da vegetação no período úmido e seco. Ou a fumaça das queimadas.
Não há jeito nenhum de se chegar lá, nem lento e difícil, quanto mais rápido e fácil. Está a 600 anos-luz daqui. Uma nave cem vezes mais rápida que a mais rápida que se tem hoje, levaria 180 mil anos para chegar lá.
O que vc faz quando te pedem esmola? A melhor solução a longo prazo para a pobreza é a educação, qual é a melhor solução imediata?
Não tem solução imediata. Tem paliativos, mas o melhor não é a esmola individual, mas sim o encaminhamento a instituições filantrópicas, que promovem um cuidado global da família e, muitas vezes, conseguem emprego para a pessoa. Muitos, contudo, preferem esmolar, pois acabam ganhando mais. Se todos se recusassem a dar esmola e fizessem donativos a instituições filantrópicas, ao mesmo tempo em que encaminhassem os pedintes a elas, o problema da pobreza poderia ser minorado de forma mais abrangente. É importante, também, que as pessoas dediquem tempo e esforço no auxílio a essas instituições e não apenas deem dinheiro. Mas eu prefiro instituições que não sejam ligadas a nenhuma igreja e nem a organismos do tipo da maçonaria. Porque elas embutem na assistência a doutrinação de suas propostas. As próprias prefeituras possuem uma secretaria de assistência social. Sempre há, contudo, o perigo de desvio de verbas. Por isso é que se deve participar de conselhos e essas coisas, para fiscalizar. Minha mãe fazia um grande trabalho de assistência social em Barbacena. Mas ela detestava padres e políticos. Punha eles para correr, pois, na maior parte dos casos, queriam é só se promover com o trabalho dela. Ela fazia questão de não fazer propaganda nem ser notícia. Tudo em silêncio, mas bem eficaz. Quem ajudava, ninguém ficava sabendo. E não descontava do imposto de renda nem nada. Mas tinha que trabalhar, de fato. Eu adorava minha mãe. Parecia uma madre Teresa, sem religião, apesar de ser católica, mas o que ela fazia era totalmente à margem da igreja. E não tinha nada a ver com organização nenhuma. Um trabalho anarquista, como eu gosto de ver.
Muito obrigada pelo que disse! Eu saí da conversa sem querer, por isso perguntei se recebeu. Na verdade, nunca estou adaptada àquelas atualizações sem fim. Aguardo o lançamento do seu livro com ansiedade. Depois te mostro algumas poesias do meu avô,
(continuação da pergunta) que considero belíssimas. Eu realmente amo poesias. E que bom poder me inteirar dos outros dois, que ainda está escrevendo, acompanhando o seu blog. Agora podemos manter o contato por aqui também. Grande abraço!
Resposta:
Pois é. Cada vez que eu acesso o livro "Poesia", mesmo que só para ler, o Scribd manda uma atualização para o Facebook. Vou ver se consigo configurar isso melhor. Enquanto eu aguardava meu prefaciador redigi-lo, ia acrescentando poesias. Agora parei e estou fazendo uma revisão rigorosa de ortografia, gramática, pontuação, versificação, estilo e, até mesmo, conteúdo e estética poética. Estou quase no fim. Aí faço as alterações e publico como livro de papel, pelo Clube de Autores. Isso sai dentro de alguns dias.
Quero muito ver as poesias do seu avô. Vou deixar o que já escrevi da "Física para Filósofos" no Scribd para receber críticas e sugestões e vou atualizando, à medida que for escrevendo. Os outros também. Aguarde. É sempre um prazer conversar com uma pessoa inteligente e de sensibilidade como você. Um grande abraço.
Gostaria que lesse isso, e desse seu parecer: http://www.renascebrasil.com.br/f_capitalismo.htm
Não há apenas o capitalismo pagão e o protestante. Também há países católicos capitalistas, como a França e o Brasil. bem como ortodoxos, como a Rússia atual, e esses não são pagãos. Aliás, a palavra pagão se refere à religião politeísta greco-romana. O Japão e a Índia não são cristãos nem pagãos e são capitalistas. A China atual é economicamente capitalista e não tem religião nenhuma. Da mesma forma o socialismo não é só "ateu" e "católico". Aliás, não conheço socialismo "católico". A abordagem do artigo é interessante e eu concordo com a noção de associar o capitalismo ao esqueleto e o socialismo ao revestimento. Só acho que não há relação com religião. O Japão tem um capitalismo "protestante". França, Espanha e Itália não são propriamente socialistas. O que se tem lá é a Social-Democracia ou o sistema de bem-estar social (Welfare State), como nos países escandinavos, que seriam socialistas protestantes. E Israel? Seria capitalista-socialista judeu. E os países muçulmanos? Tem capitalistas e socialistas e não são nem cristãos, nem pagãos, nem ateus. Mas, gostei do artigo. E do conselho final sobre o que se deve adotar para o Brasil. Por enquanto, até que consiga-se estabelecer o anarquismo no mundo. Aliás, esse esquema de capitalismo-socialista, como se poderia dizer, se levado à pulverização do capital, de forma a tornar todo empregado seu próprio patrão, como sócio da empresa em que trabalha, é que eu considero como o melhor caminho para o anarquismo, que, jamais, pode ser imposto.
Quem é contra o destrato de animais repassa, Repassando (:
A maldade para com animais é reveladora de uma personalidade doentia e de uma falha gravíssima de caráter, que, inclusive, incapacita a pessoa de ser uma pessoa humana socialmente integrada, colaborativa e promotora do bem estar geral, razão pela qual o homem é um animal social.
o que o iluminismo alterou no mundo?(pf responda, tarefa de casa)
O iluminismo foi um dos principais impulsionadores das revoluções francesa e americana. Só isso já provocou alteração de grande monta, pois essas revoluções é que provocaram outras e que difundiram a democracia pelo mundo. Além disso, filosoficamente, elas completaram o trabalho do renascimento em tirar a concepção teocêntrica de todos os saberes e os colocarem na trilha da busca cientifica da verdade. Mesmo com vários equívocos, como o determinismo mecanicista, sem dúvida deu-se um passo de grande significado para o progresso do saber e das instituições sociais.
Oi, Ernesto! Bom, demorei um pouco mais, mas voltei. Você recebeu minha mensagem no seu aniversário e um outro scrap?
Bem vinda, caríssima amiga. Não estou lembrado de sua mensagem, mas vou procurar. É que a quantidade que chega é muito maior do que dou conta de responder, e algumas vão ficando mais em baixo. De vez em quando faço uma varredura. Estou com 4741 respondidas e 971 por responder. Estou salvando tudo em um documento para selecionar e publicar. Já o fiz para as primeiras mil, das quais selecionei umas 650 e montei um livro de 350 páginas que já está pronto e em revisão para ser publicado. Estou fazendo um glossário. Desisti do índice remissivo, pois estava dando muito trabalho. Mas ainda espero fazê-lo. Antes disso, porém, soltarei meu livro de poesia, ainda este mês. Divulgarei aqui também. Além desses dois, estou escrevendo uma "Física para Filósofos" e um volume de ensaios com base no que tenho nos meu blog www.ruckert.pro.br/blog. Agradeço sua atenção por lembrar de meu aniversário e seu carinho em me cumprimentar. Vou procurar o outro scrap e responderei.
Também vou lá ver o que você tem respondido. Suas palavras são sempre corretas, sábias e proveitosas. Gostei desse avatar. Está lindo mesmo. Um grande abraço.
Quanto a "Verdade e Mentira No Sentido Extra Moral" de Nietzsche. O senhor concorda que qualquer verdade absoluta é inalcançável e inexistente, sendo apenas um conceito muito útil?
Não. Verdade é a adequação entre a realidade e o que se diz a respeito dela. Não é uma propriedade ontológica, mas lógica. Um ser não é verdadeiro nem falso e sim um juízo, expresso por uma proposição, que se faça a respeito dele ou de alguma ação ou ocorrência por ele vivenciada. Em tese, poder-se-ia haver uma proposição absolutamente verdadeira. Todavia, a verificação de veritabilidade de uma proposição é sujeita a falhas, já que são nossos sentidos que levam informações a nossa mente para que nosso raciocínio formule os juízos. E os sentidos podem falhar, ou serem enganados por efeitos físicos, tipo miragem, no caso da visão, mas há outros efeitos enganadores nos veículos transmissores de informações aos outros sentidos. O próprio cérebro, ao interpretar as sensações para formar a percepção, também pode se enganar. Tudo isso pode levar a mente a formular juízos que ela tem como verdadeiros, mas que não o são. E, finalmente, pode haver a intensão deliberada de se dizer algo em discordância com o que a própria mente tem como a verdade, isto é: mentir é uma possibilidade psicológica do homem (e de outros animais também). Nem sempre, contudo, quem não mente fala a verdade, pois pode estar convencido de estar sendo verdadeiro e não estar, pelas falhas mencionadas. Até aí não se falou de ética. A ética considera que mentira é imoral. Em tese é sim, mas pode não ser, nos casos em que ela seja usada para salvar um inocente, por exemplo. Cada caso tem que ser analisado isoladamente. É claro que a mentira pode ser útil a algum propósito do mentiroso e, normalmente, é por isso que se mente. Se a moral vigente no contexto da ocorrência em tela (época, local e extrato social) for uma moral ética, o que nem sempre ocorre, a mentira é imoral, pois, normalmente, não propicia a maximização da felicidade do maior número de seres, não pode ser erigida como máxima universal a ser prescrita como norma e nem costuma ser o que se desejaria que se fosse feito a si mesmo. Se a verdade prejudicar uma pessoa, esse prejuízo é merecido e deve ser assumido.
Olá Ernesto. Faça um favor para humanidade e vá cuidar melhor de sua saúde. :) Faça exercícios!
Concordo com você! Vou dar um jeito nisso. Fique tranquilo.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
O que é ser livre em um corpo formado por relações imutáveis, previsíveis e determinadas?
Isso não é ser livre, mas o nosso corpo não é formado por relações imutáveis, previsíveis e determinadas, de forma nenhuma. Nossas reações não são automáticas (exceto algumas, como o arco reflexo). Elas passam pelo crivo da razão, da intuição e da emoção. Tudo isso é possibilitado pelo cérebro, seus anexos, os órgãos dos sentidos, as glândulas endócrinas e todo o organismo. E essa resposta não é previsível nem determinada. Determinismo é algo que não existe. O que se tem são altas probabilidades. Mas o homem goza da liberdade de fazer suas escolhas. É claro que as escolhas são fortemente inflenciadas pelo ambiente e por tudo o que ele vivenciara. Mas a liberdade continua a haver.
"A religião é vista pelas pessoas comuns como verdadeira, pelos inteligentes como falsa, e pelos governantes como útil." Sêneca, o mais Jovem (04 a.C. a 65 d.C.). Qual sua opinião sobre essa frase e o pensamento de Sêneca?
Concordo plenamente. Sêneca é um de meus pensadores da antiguidade preferidos, ao lado de Epicteto e Marco Aurélio, no que diz respeito à ética e aos conselhos para uma vida feliz.
Tem algumas sugestões de livros que abordem de uma forma simples de se entender assuntos como física, quimica, matemática, biologia, evolução, psicologia, história, filosofia e quaisquer outros que o Sr. julgar importante?
Flávio. Vou te passar uma lista no nível do Ensino Médio. Não são obras técnicas, são de divulgação. Mas lembre-se, não se iluda com a simplicidade. Ela pode conter erros. É melhor se dispor a enfrentar uma certa complexidade, pois o mundo é complexo e simplificações costumam ser falsas, por encobrir aspectos relevantes. Disponha-se a mergulhar na complexidade e a procurar entendê-la, envidando todos os esforços. Só assim você terá o entendimento e a compreensão das múltiplas realidade que compõem o mundo: a física, a biológica, a psicológica, a social, a cultural, a tecnológica, a econômica, a política, a religiosa e, pairando sobre todas, a filosófica. Aguarde que hoje não deu para eu levantar, mas, logo logo eu listo.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Olá Ernesto. Os "argumentos para a existencia de deus" querem provar, através da lógica, a existência de deus, qual o salto lógico que as pessoas que aceitam esses argumentos realizam para que seu deus torne-se um deus pessoal?
Na verdade não é a lógica que prova. A lógica apenas garante que o raciocínio esteja correto, o que é necessário, mas não suficiente. Para que qualquer conclusão lógica, obtida de forma correta, seja verdadeira, é preciso, também, que as premissas em que o raciocínio se baseia sejam verdadeiras. E o critério de verdade não é lógico, mas fenomenológico, ou seja, calcado em evidências sensoriais, quer direta, quer indiretamente. No caso da existência de Deus, há provas logicamente válidas, baseadas em premissas faltas e outras com base em premissas verdadeiras, mas falaciosas, isto é, incorretamente conduzidas pelo prisma da lógica. A característica pessoal de Deus não é provada, mas aceita na base da fé, isto é, de uma crença desprovida de indícios de sua plausibilidade. Todas as ditas provas da existência de Deus são deístas, mesmo as formuladas por Tomás de Aquino, o maior teólogo católico. Não há salto lógico do deísmo para o teísmo. Trata-se de uma questão de fé.
Como as religiões podem nos ajudar a aguçar nosso senso critico?Como a aceitação de dogmas nos podem fazer refletir sobre a nossa realidade?Como a crença em Deus pode fazer pessoas mais inteligentes e superiores intelectualmente do que descrentes em Deus?
Não podem. Pelo contrário. A aceitação dogmática de crenças sem discussão é embotante, cria obstáculos para uma profícua análise da realidade, diminui o senso crítico, emburrece e empobrece a cultura e a intelectualidade de qualquer um. As religiões são instituições que não permitem que ninguém estude suas doutrinas de modo cético sem que seja considerado herege. Admito, até, que alguém creia em Deus, mas apenas se a essa crença chegou depois de um exame honesto de todos os prós e contras e não porque a assumiu por tradição, sem refletir. Grande parte dos ateus, por sua vez, assim se tornou porque, exatamente, debruçou-se sobre as crenças e as analisou de forma inteligente, tendo concluído por sua total impropriedade. Não digo que crentes sejam burros, mas, grande parte, ignora as razões daquilo em que crê e nunca discute os fundamentos de sua crença, para reforçá-los ou recusá-los.
Você sabia que o inventor do orkut é gay e se casou com um homem? e o inventor do formspring é um negro descolorido da cor de Obama ? acha que midias sociais, são criações infelizes para pessoas infelizes passarem o tempo ?
Isso mostra, de forma cabal, que inteligência não se correlaciona com nenhuma orientação sexual. Claro que redes sociais não objetivam ser consolos para infelizes, mesmo que o possam ser. Pessoas felizes também tiram muito proveito delas para seu enriquecimento social, cultural, emocional e, até, financeiro, pelos contatos que permitem estabelecer com o mundo todo, de outra forma, praticamente impossível. Veja meu caso: Em meu ambiente, numa cidade do interior, dificilmente eu encontraria tantas pessoas interessantes que compartilhem meus vários interesses, com as quais dialogo e discuto nessas comunidades todas. Pois me interesso, e entendo razoavelmente, além da física, da matemática e da cosmologia, meus objetos de atuação profissional, de literatura, artes plásticas, música, informática, filosofia, religião, neurociências, biologia e outros assuntos. O que não me interessa são esportes, negócios, economia, administração, contabilidade, direito, variedades e alguns outros assuntos. Mas, no leque do que me interesso, encontro na internet um número bem grande de interlocutores, como os quais troco idéias, mesmo quando há discordância, e enriqueço minha cultura, o que me é fonte de grande prazer.
Sexo deve ser feito sempre com amor ou, quando não se tem a pessoa amada, deve ser feito para suprir a necessidade? Emendando, masturbação é praticar sexo egoisticamente?
Não necessariamente. Pode-se fazer sexo sem amor, só para fruir o seu prazer, desde que os envolvidos estejam bem cientes disso e concordem. Mas, pelo menos, é preciso que haja consideração e respeito um pelo outro, como pessoa e não objeto. Eu digo, até mesmo, estima e afeto, mesmo que não seja amor. O que não concordo é com o uso do sexo como meio de obtenção de algo mais. Sexo com sexo se paga e nada mais. Da mesma forma que o amor. Qualquer outra retribuição ao sexo que não seja o prazer é um tipo de prostituição, inclusive damas da sociedade que se casam com maridos ricos para garantir sua riqueza e prestígio. Ou vice versa. Não digo que ricos não possam casar porque se amem. Mas, para mim, todo adulto, homem ou mulher, tem que prover o seu sustento sem depender de casamento. Para dizer a verdade, as prostitutas profissionais mesmo, são mais dignas, pois assumem o que fazem como seu meio de vida, sem hipocrisia. A masturbação é um recurso para homens e mulheres que, não tendo parceiros sexuais, precisam aliviar a tensão erótica e não se dispõem a fazer uso de profissionais do sexo. Mas é sempre uma coisa incompleta, pois o sexo com outra pessoa, mesmo sem amor, envolve outras sensações complementares, como o contato dos corpos, o roçar das peles, os beijos e tudo o mais que, na verdade, não são meros acréscimos à parte puramente genital do sexo, mas a essência mesmo do que se chama "relação" sexual. Além desse aspecto egoístico da masturbação, que, não tendo uma doação recíproca de prazer, nem de longe se iguala ao prazer que se tem quando ele é dado e recebido.
Duas esferas, a direita com massa 2m e a esquerda com massa m, estão conectadas por um fio de massa desprezível e comprimento L que se comporta como uma barra rígida. À esfera localizada à esquerda é cedida uma energia tal que ela adquire velocidade v0.
... Determine em quanto tempo elas colidirão.
Se elas estão ligadas por uma barra rígida, não colidirão.
Você tem algum tipo de refutação do argumento kalam?
Sim. Veja o que já escrevi a respeito:
http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=4289
http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=4219
http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=4213
http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=4191
http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=4036
http://wolfedler.blogspot.com/2011/09/qual-refutacao-para-o-argumento.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/09/mas-nenhum-desses-eventos-e-incausado.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/08/existe-algum-problema-com-o-argumento.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/08/tudo-que-passa-existir-tem-uma-condicao.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/06/causa-sempre-ocorre-antes-do-efeito-e.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/02/o-universo-teve-um-comeco-o-que-acerca.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/01/httpquebrandooencantodoneoateismowordpr.html
Tem mais. É só colocar a palavra "kalam" na caixa de busca dos blogs.
Existe algum tipo de religião que pregue o anarquismo?
Sim, em termos. Os anabatistas pregam algo semelhante ao anarquismo, pelo menos em relação ao governo temporal. São anabatistas os amishes, quakers, hutterites, mennonitas e outros. Veja isto:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anarquismo_crist%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_M%C3%BCntzer
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
A igreja que vc participa ou participava é/era capitalista?
Sim, fui católico há 40 anos atrás. A Igreja Católica é capitalista, apesar de haver movimentos esquerdistas dentro dela, como a Renovação Carismática e a Teologia da Libertação. Mas são marginais em relação à doutrina oficial.
Imagine uma barreira ou parede hipotética constituída apenas por buracos negros próximos entre si. Um raio de luz que passe por ali não vai sofrer refração da mesma forma daquela que já conhecemos?
Não. Para começar, esses buracos negros não poderiam se tocar, senão se fundiriam. Os raios que incidissem neles seriam absorvidos por eles. Os que passassem entre eles seriam desviados pela curvatura do espaço resultante no ponto, que poderia ser muito variável, provocando um espalhamento de luz para todas as direções do outro lado da barreira, como se a luz incidisse em um vidro de textura granulada.
Existe algo que você não deveria gostar, mas gosta?
Tenho pré-diabetes e adoro doces, especialmente chocolate.
QUal a sua opinião a respeito do Laine Craig? (nem sei se escreve assim) Acha que o Dawkins deveria debater com ele?
Craig é um bom debatedor, pois tem muito presença (mise en scene) e excelente retórica. Mas seus argumentos são falaciosos. É a vivacidade dele que convence e ele usa de recursos erísticos que, muitas vezes, seus contendores não dominam. Acho que Dawkins deveria debater com ele sim. Eu mesmo gostaria, mas não domino o inglês falado com tanta desenvoltura. No papel eu consigo derrubar todos os seus argumentos com facilidade.
Observei que sentes muita admiração por Bertrand Russel, por quê?
Por suas idéias céticas e ateistas e suas posturas políticas pacifistas e socialistas, inclusive poliamoristas. Também aprecio bastante seu trabalho em filosofia da matemática e lógica, bem como sua proposta de filosofia analítica, mesmo que não concorde inteiramente. Foi um homem integro e justo, bondoso e generoso, como aprecio nas pessoas. Seu estilo de escrever é bem acessível e ele foi um "gentleman" na verdadeira acepção da palavra. Considero sua análise da realidade bem aguda e seus argumentos bem convincentes. Meu modo de pensar foi muito influenciado por seus livros, que li, quase todos, na juventude. Penso que seja um filósofo de maior envergadura do que Nietzsche ou Heidegger.
Leia isso aqui: http://www.paulopes.com.br/2011/11/dura-vida-dos-ateus-em-um-brasil-cada.html
Excelente o blog Paulopes. Gostei do artigo. Não tenho tido problema em me declarar ateu, por enquanto. Talvez porque lido em um meio mais esclarecido, apesar de ter muitos amigos religiosos, não são neo-pentecostais. Quando são protestantes, são das igrejas tradicionais. Ou, então, católicos, espíritas e, algum, judeu. Não tenho amigos budistas, hinduístas e muçulmanos. Só na internet. Mas também são esclarecidos e tolerantes com outras religiões, inclusive o ateísmo.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Vc não acha que aquela pessoa que foi ensinada desde criança a acreditar em Deus, que cresceu numa favela, que teve pouco estudo, e que todo domingo vai a igreja, é mil vezes mais inteligente do que esses ateuzinhos com doutorado?
Tanto pode ser quanto não ser. Mas não será por esse fato. O "Ateusinho com Doutorado", mesmo quando for menos inteligente, certamente será mais bem informado, donde tem mais condições de concluir que a existência de Deus é um malogro, enquanto quem tiver menos instrução, geralmente, aceitará a crença da maioria do seu grupo social sem discussão, porque não tem treinamento intelectual suficiente para refletir e contestar, mesmo que seja mais inteligente.
O Cérebro Humano tem um limite para a quantidade de conhecimento que pode armazenar?
Sim, mas é bem grande e, geralmente, não é todo usado na vida da pessoa. Mas ele vai apagando as memórias mais antigas para dar lugar às novas, exceto as que tenham sido fortemente gravadas por envolverem muita emoção. Tudo o que você capta no dia vai para o hipocampo que, no sono, transfere para o córtex o que for considerado relevante pelo envolvimento emocional e pelo reforço. Assim ele se limpa para um novo dia. No córtex fica a memória permanente, para toda a vida. Mas ela também é faxinada aos poucos e o que não tenha sido revisitado há muito tempo é apagado. Cada revisita de uma lembrança, contudo, reforça o seu registro. Os registros consistem em conexões entre dendritos e axônios, que são formadas e destruídas. Há a memória cognitiva, a memória episódica e a memória procedural. Isto é, a lembrança de coisas, de fatos e de habilidades. O interessante é que a memória de certa ocorrência, por exemplo, não fica em um só lugar do cérebro, cada parte dela fica num lugar: a visual, a auditiva, a motriz, a emocional e outras. Mas há uma conexão entre todas ao se lembrar de um aspecto. Isso é muitíssimo interessante de estudar.
Ernesto, acredita que Jesus tenha de fato existido? Li sobre manuscritos que registram o suposto nascimento de um "Jesus Cristo" na Palestina, mas que (curiosamente) só foram divulgados 40 anos depois, quando ele já estaria morto.
Isto não é uma questão de acreditar. Há controvérsias. Ainda não as examinei a fundo. Mas eu acho que ele existiu. Evidentemente que não era deus. Todavia isso é um palpite meu, sem nenhuma base comprobatória.
Cite três livros que leu apenas para conhecer, mesmo sem gostar:
Arquipelago Gulak, de Soljenitsin; Ulisses, de James Joyce; Contraponto, de Aldous Huxley.
Cite três livros que leu apenas para conhecer, mesmo sem gostar:
Arquipelago Gulak, de Soljenitsin; Ulisses, de James Joyce; Contraponto, de Aldous Husley.
Confesso que ainda estou em estado de choque ao saber da ligação de 'asaheuser' com Haroldo Galvez, que foi preso com 60 mil fotos de pedofilia no pec dele e esse site novo está orientando jovens a fugir do ateismo pecaminoso, que pregam
Independente de isso ser ou não verdade, o ateísmo não é pecaminoso e sim a pedofilia, que pode acontecer com ateus e com crentes, como se dá muito com padres. Por esse critério o catolicismo seria perverso, de tantos pedófilos que há em suas fileiras. Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. Não é a existência de pedófilos que invalida a fé católica, como também não invalida o ateísmo se há ateus pedófilos. Ateísmo é só a descrença em Deus. Nada mais. Há crentes e ateus bons e maus.
Enquanto está desocupado, levantando para ir ao banheiro, caminhando em direção ao encontro de alguma pessoa ou mesmo esperando em uma fila. Costuma ficar pensando em explicações para algo interessante que observou, traçando relações entre idéias, etc?
Sim, o tempo todo fico filosofando e cientificando. Ou então fruindo o prazer estético de contemplar o mundo, a humanidade. Tudo isso é uma maravilha. O que nunca cogito são das coisas práticas da vida. Por isso não tenho os "pés no chão" e vivo no "mundo da Lua". Sou muito esquecido dos aspectos práticos da vida. Pago a mesma conta de luz duas vezes, esqueço de pagar outras. Não lembro dos horários do dentista e coisas assim. Não adianta anotar. Eu esqueço de olhar. Gasto todo o meu dinheiro, não tenho poupança nem propriedade nenhuma. E até que ganho bem. Mas ajudo muita gente e compro muitos livros, discos, vídeos, revistas e coisas assim. Esqueci de renovar a carteira de motorista até que a polícia me pegou. Então tive que chamar um guincho para levar o carro para casa. Levo prejuízo à beça, pois confio em todo mundo, não "ponho maldade" em nada. Se isso é ingenuidade, então sou ingênuo e nem ligo para ser. Em compensação não tenho "grilos na cuca" nem paranóias. Gosto de todo mundo, ajudo a todo mundo, não tenho rancores nem inimigos. E não tenho notícia de ninguém que tenha feito nada de mal para mim ou seja meu inimigo. Tenho boa auto-estima. Não sou totalmente feliz porque não consigo realizar tudo o que quero, pois ainda preciso trabalhar para meu sustento. Senão eu fazia muita mais coisa de graça para o benefício dos outros do que já faço. Faria muitas palestras, sem cobrar, sobre ateísmo, anarquismo e poliamorismo, para que as pessoas se tornem mais felizes e larguem suas religiões de lado. Além das que já faço sobre a origem do Universo, sobre como ficar mais inteligente e outras em colégios, também de graça. E sinto falta de ser mais amado.
Professor, na tua opinião, questões como NWO, uso de informações pessoais por parte do facebook e gmail, aplicativos de monitoramento em celulares modernos e coisas do tipo são reais ou teorias da conspiração?
Pelo que tenho notícia, são reais. É o surgimento do "Grande Irmão". Como eu não me importo com que saibam tudo sobre mim, não ligo para privacidade, mas, em teoria, acho que é um direito das pessoas. O pior é que esses sistemas limitam, por exemplo, o espectro de buscas no Google, apresentando só o que eles consideram que a pessoa vá considerar relevante, para agilizar a busca e economizar espaço de memória. Mas a pessoa é podada em abrir seus horizontes para novas possibilidades. Isso eu acho muito ruim. Sempre ouço músicas, leio livros e vejo filmes que não gosto só para conhecer. Quero saber tudo a respeito do que procuro, mesmo que não se enquadre em meus interesses.
Você disse uns dias atrás que os unicos meios válidos para procurar o conhecimento são a analise cientifica e a filosófica, mas qual é a diferença básica entre os dois?
Enquanto a ciência investiga a natureza, o pensamento e a sociedade por meios observacionais e experimentais, formulando modelos teóricos que são testados contra os fatos reais ocorridos, a filosofia trata de temas que não se prestam a essa abordagem, tendo que ser estudados por reflexão e especulação. Mesmo assim, apesar de admitir, escolas diferentes de pesamento, a filosofia pode ter suas assertivas validadas, em primeiro lugar pela coerência intrínseca de todo o arcabouço conceitual explicativo e, em segundo lugar, também pelo confronto com a realidade dos fatos. Mas não existem experimentos filosóficos. Quando algum tema passa a poder ser objeto de experimentação, deixa o escopo da filosofia e passa para a ciência. Uma explicação de cunho científico sempre é mais correta do que de filosófico, pois a ciência tem métodos para conferir a validade dela, que, não se pode esquecer, é sempre provisória. Muita coisa que era tida como puramente filosófica passou a ser científica, como as relações de causa e efeito. Seria ideal que tudo pudesse ser científico, mas há muita coisa, ainda, que a ciência não consegue abordar, e talvez nunca o possa. Dentre elas a validação da própria ciência. Mas alguns temas antes estritamente filosóficos começam a ser abordados de forma científica, como a psicologia, a ética e a estética. Os outros tipos de conhecimento são o empírico e o mitológico. O primeiro advém do uso vulgar das coisas, e apresenta seus resultados sem explicação. Isto não significa que seja falso e, pode mesmo, ser usado com proveito, se se revelar verdadeiro. O segundo se adéqua a crenças ancestrais, de origem desconhecida, que foram assimiladas e firmadas como verdades pela insistência com que são transmitidas. São pretensas explicações, que podem ser verdadeiras ou falsas, mas não há garantias, dentro do arcabouço dos mitos ou religiões. Se confirmadas filosófica ou cientificamente serão aceitas. Caso contrário, rejeitadas. É o caso da existência de Deus, de almas, do céu, do inferno, de anjos, demônios e coisas assim.
Por favor, poderia explicar o que significa Epistemologia, mas de uma forma "for dummies", com algum exemplo bem tosco e tal? Todas as definições que encontro são muito complicadas pra mim. Obrigado.
Epistemologia é o estudo do conhecimento. Como se classifica, se é válido ou não, se é verdadeiro ou não. Uma característica é dita epistemológica se responde à questão "como se sabe?". Epistemologia é o que cuida da origem das explicações de tudo no mundo. É a ciência das ciências e do conhecimento empírico. Se se pergunta "de que se trata?", a questão é dita ontológica, pois é a ontologia que categoriza a realidade. Se se pergunta "como?", a questão é dita "fenomenológica", que é objeto das ciências. Se se pergunta "por que?", a questão é lógica, que estuda o modo de raciocinar. Se se pergunta "para que?" a questão é teleológica, em que se estuda a finalidade de tudo.
Ernesto...entre nesse site e veja toda a realidade e toda a verdade humana, nua e crua >>>> http://www.silviokoerich.org/2011/11/12/negros-100-fatos-e-uma-mentira/
Que sejam de espécies diferentes não é verdade, pois os descendentes de cruzamentos interraciais são férteis. "Se" o resto for verdade, nem por isso se justifica qualquer discriminação racial. Pelo contrário, justifica-se é, justamente, propiciar a todos os mesmos direitos, deveres e oportunidades, sem distinção, para que possam desenvolver suas potencialidades, mesmo que, por acaso, não sejam equivalentes. É preciso entender, também, que as estatísticas se referem à média da distribuição. Individualmente há negros mais inteligentes que brancos e vice-versa. Em todas as atividades, que se sobressaiam os melhores, independentemente da raça. Quanto ao desenvolvimento, há uma teoria de Arnold Toynbee que me parece muito acertada. Trata-se da noção de repto e réplica. Como os brancos habitaram regiões frias, desde o tempo da última glaciação, sua sobrevivência exigiu respostas aos desafios do clima, que propiciarem o desenvolvimento tecnológico pré-histórico. Habitando clima tropical e equatorial, os negros não tiveram tais desafios, não requerendo muito esforço para a sobrevivência. Só agora, com o excesso populacional, é que desafios de sobrevivência se abatem sobre a África. Há um movimento para se considerar que o conceito de raça não se aplica à espécie humana. Não concordo. Existem raças sim, e isso é perceptível a olho nu. Mas isso não significa que se deva considerar que alguma delas, qualquer que seja, por qualquer critério, deva ser tratada de forma diferenciada em qualquer aspecto. Pertencemos à mesma humanidade, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, religião, orientação sexual, nível social ou o que mais seja. Assim temos que, irmanados, construirmos um mundo justo, decente, harmônico, fraterno, próspero e feliz para todos. O respeito e a tolerância têm que existir entre os seres humanos. Mais do que isso: a solidariedade, a colaboração e a estima.