O corte criará uma linha de flexão que poderá fragmentar a barra. O fator decisivo é o momento da força, ou torque, que é o produto da força pela distância ao eixo de rotação. Mas essa distância vai ser medida horizontalmente, dentro da fenda cortada. O fato da fenda esta mais acima ou mais abaixo não fara diferença se a força aplicada for exatamente vertical, vinda de cima. Normalmente o que se faz é aplicar uma força inclinada para o lado, digamos a 45º. Nesse caso sim, o torque será o produto da força pela distância de sua linha de ação ao eixo de flexão (fundo da fenda). Para um mesmo torque, quanto mais longe a fenda estiver do ponto de aplicação da força, menor precisará ser esta. Assim, como a força é aplicada no topo do bastão, um corte mais abaixo requererá menos força para quebrar o bastão do que um mais acima.
sábado, 12 de novembro de 2011
E mais fácil empurrar ou puxar?
Puxar geralmente é mais fácil, porque a força aplicada tem uma inclinação para cima que alivia a normal com o solo, diminuindo o atrito. Empurrar, em geral, se faz com uma força inclinada para baixo, o que aumenta a normal e, logo, o atrito, dificultando o trabalho. Só que puxar requer a instalação de um cabo, enquanto empurrar pode ser feito diretamente no objeto.
Professor, meu sonho é um dia vê-lo respondendo uma pergunta com um sucinto: "Boto fé."
Ser sucinto, absolutamente, não é o meu estilo. Acho que deixa muito a desejar por não explorar as diversas possibilidades e nuances do que precisa ser dito. Infelizmente você não vai ter o seu sonho realizado.
Professor, gosto do seu entusiamo quando fala sobre a ciência, Física, Matemática, Astronomia, etc. Gostaria de saber de você sobre a Geografia, gostaria de ler suas palavras falando sobre essa ciência. Obs: Puxando a sardinha para o meu lado.
Meu pai foi professor de Geografia e de História (ele fez Direito, mas nas décadas de 50 e 60 não havia licenciados em Geografia e História). Em minha casa tinham muitos livros de Geografia e História, de modo que, desde o ginasial, eu já estudava nos livros de faculdade do meu pai e adorava essas matérias acima de todas as outras (sempre adorei estudar todo tipo de conhecimento). Em geral, nelas eu só tirava as notas máximas e era aprovado com 100%. Sempre fui o primeiro da turma, exceto na faculdade, em que era o segundo, pois tinha uma colega de QI 180 que não era páreo para ninguém, tanto que me apaixonei por ela, já que estudávamos sempre juntos Matemática e Física. Mas isto é outra história. Até hoje tenho grande interesse por Geografia e História, menos pela parte econômica. Gosto mais da chamada "Geografia Física" e, na parte humana, da demográfica e cultural. Economia é um assunto que, realmente, não me interessa. Em História também não me importo muito com o aspecto político, mas principalmente com o comportamento social e cultural. Guerras, então, é o que menos me interessa. Quero saber da arquitetura, as artes, da música, da literatura, da ciência, dos costumes e coisas assim, Também não gosto de política. Só filosoficamente.
A luta dos seres humanos pela disponibilização do capital característica comum do capitalismo, não estaria associado a propria natureza humana, por sermos individualistas por natureza?. O anarquismo não seria uma falsa esperança?
Não somos individualistas por natureza coisa nenhuma. Temos em nós as duas pulsões: a egoísta e a altruísta. O egoísmo luta pela preservação do indivíduo e o altruísmo pela preservação da espécie. Mas isto de forma instintiva. Como temos razão, podemos concluir que, mesmo para a preservação do indivíduo, é melhor que todos colaborem uns com os outros ao invés de competirem. O anarquismo é o triunfo da civilização sobre a barbárie no seu mais alto grau.
Existem pessoas que tem religião mas não assumem sua religião,diz ser"não praticante"Entretanto seria essa uma pratica saudavel?Ela estaria realmente de acordo com o que Deus gostaria que ela fizesse?Que males uma pessoa poderia sofrer com uma vida assim?
Isso é uma grandissíssima falta de vergonha na cara. Se se é religioso tem-se que ser praticante prá valer e se esforçar ao máximo para ser santo. Ou então não é religioso declaradamente. Religioso não praticante não existe. É safadeza de gente preguiçosa e pusilânime. Ou é santo (pelo menos faz toda força para ser) ou é ateu. Mas ateu também tem que ser virtuoso. Essa prática é inteiramente abjeta e execrável. O mal disso é que a pessoa assim é uma pessoa falsa, fingida, não confiável, mentirosa, sem honra, venal. Um ateu convicto, sincero e declarado é muito mais digno de confiança e respeito do que um religioso não praticante.
Você tem preferência por alguma área (Exatas, Humanas e Naturais)? Por que acha que se dá bem com sua área?
Sou da área de exatas (Físico, Matemático e Cosmologista), mas também gosto de humanas (Filosofia, História, Literatura, Música, Artes Plásticas) e de biológicas (neurociências e evolução). Só não gosto de assuntos políticos, econômicos, administrativos, contábeis, negócios, direito, esportes e coisas práticas, exceto informática, eletrônica e mecânica.
Quando você está nos momentos tristes, quais músicas você geralmente você escuta? Se quiser, faça uma lista delas.
Réquiem e Schicksalslied de Brahms, Patética, Manfredo e a 5ª sinfonia de Tchaikowsky,
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Professor, a Teoria do Multiverso é plausível?
Considero que a concepção de multiverso se refere apenas às possibilidades de como o Universo poderia ter se formado, mas uma vez que uma delas ocorreu, as outras ficaram perdidas. Não considero que, de fato, existam outros Universos paralelos, disjuntos ao nosso. Não vi, ainda, nenhuma comprovação desse fato. Trata-se meramente de uma especulação. É possível mas não acho que seja plausível.
Quero serrar metade de uma bengala para que a pessoa caia quando for utilizá-la. A que altura devo fazer o corte para facilitar a armadilha?
Você não deve fazer nenhum corte em nenhuma bengala para fazer uma pessoa cair!
A pergunta foi se vc permitiria que outros fizessem musicas com suas poesias,não vc fizesse um rap ou funk.Vc seria capaz de processalos caso eles usassem suas poesias para fazer?Vc não daria liberdade nem se eles fizessem musicas do estilo que vc gosta?
Se for tudo combinado comigo, sim. Neste caso eu teria que aprovar o resultado. Se alguém fosse ganhar dinheiro com isso, até que eu me interessaria por uma participação para pagar minhas dívidas. Mas meu ideal é disponibilizar tudo o que escrevo na internet, de graça.
Descreva uma atitude que se Deus fizesse, Ele não deveria mais ser tão levado a serio pela humanidade.
Pelo que se diz que ele fez, há muito que já não deveria ser levado a sério. Para começar, tratar-se-ia de um criador bem incompetente, tal é a quantidade de imperfeições que deixou no Universo (só um exemplo: a existência de doenças). Depois, no caso da concepção cristã, sua crueldade sem par em exigir o sacrifício de seu filho para aplacar sua ira pelo pecado original já o colocaria na lista dos vilões mais perversos da história. Além do mais ele não atende preces de ninguém, condena justos e pecadores a padecerem os mesmos sofrimentos nas catástrofes naturais e uma série da outras ocorrências que nos permitem concluir facilmente que a ideia de sua existência, tal qual é concebido, não passa de uma quimera.
Qual a temperatura mais elevada que pode ocorrer no universo?
Pelo que me consta, no Big Bang, a temperatura era de cerca de quatro trilhões de graus celsius, que seria a maior já ocorrida. No interior das estrelas a temperatura pode chegar a dezenas de milhões de graus célsius e, na superfície, alguns milhares. Em uma explosão de supernova, o caroço pode chegar a cem bilhões de graus celsius.
Vc é a favor das suas poesias virar funk, rap, ou dance? Vc permitiria que usassem suas poesias para fazer musicas assim? Lhe incomodaria se elas fossem tocada na balada? E se fizessem cd's para vendas, vc queria participação nos lucros?
Não sou a favor não. Compor a letra de uma música é algo que deve ser feito já tendo a música em vista. O ideal é que a composição já seja feito em conjunto, como o faz Chico Buarque. Minhas poesias foram escritas para serem lidas ou declamadas e não cantadas. Mas poderia fazer letra de música, que também é um poema. Só que já fazendo a música junto. Mas o tipo de música que eu comporia absolutamente não seria funk, nem rap, nem dance. Seria algo como a Bossa Nova ou as canções "easy music" americanas, francesas ou italianas. Ou talvez, até, boleros ou tangos.
Ernesto como poderia haver mudança no padrão de educação sem haver política por trás disso? Creio que o anarquismo não deve se afastar da política ou nunca dará em nada.
A princípio, sim. Inclusive anarquistas devem se candidatar a cargos políticos, justamente para propor leis que, gradativamente, vão liquidando a interferência estatal e governamental na vida da sociedade e das pessoas. Até que não seja mais preciso haver governo. Mas isto não significa não haver política. Em seu sentido amplo a política é a arte de conduzir a sociedade para que cumpra seu objetivo de proporcionar bem estar, prosperidade e felicidade para as pessoas. Fazer uso de uma estrutura de poder com base no estado e no governo é uma das alternativas para se conseguir tal intento. Mas ele pode ser obtido, e de modo muito melhor, sem nada disso. Numa sociedade anarquista os empreendimentos possuem uma coordenação. Só que não é rígida e se dissolve tão logo seja obtido o que se deseja. Isso também é política. As pessoas vão precisar de se reunir para decidir tudo a respeito delas em comum. Isto é política.
O Darwinismo social propõe que os mais aptos possuem uma condição biólogica superior que proporciona vantagens sociais, portando os pobres em geral são inferiores por não terem tido capacidade de crescer economicamente. Qual a sua opinião sobre essa tese?
A mais completa baboseira. Darwinismo social não existe. As condições econômicas das pessoas não podem ser imputadas a sua melhor ou pior "qualidade" genética ou biológica. Isso é fruto de muitas injunções sociais e históricas, não só da sociedade como um todo, mas, individualmente, das pessoas que constituem toda a ancestralidade do indivíduo. Fatores como as coincidências, os acasos, as oportunidades e vários outros, ao longo da história genealógica, são extremamente relevantes para determinar a condição econômica da pessoa. Pobres não são inferiores nem ricos superiores. de modo nenhum. Essa é uma concepção gestada por quem quer que o "status quo" social atual permaneça para seu próprio benefício.
Vc é a favor ou contra a pesquisa de celulas tronco embrionarias? Vc acredita que isto pode ser o caminho para aliviar o sofrimento e tratar doenças terriveis? Não acha muito mais preferivel liberar o uso da maconha como forma de aliviar o sofrimento?
Sim, completamente. É um poderoso recurso da medicina para a cura de muitas doenças. A liberação da maconha até que pode ser aceita, mas tem nada a ver com células tronco. Maconha é um paliativo. Alivia a dor, mas não cura.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Acha que se reformulássemos a ideia do contrato social para que fosse aplicada, não entre sociedade e Estado, mas sim entre todas as pessoas sem qualquer forma de indistinção conseguiríamos alcançar o ideal anarquista de auto - regulação da sociedade?
É exatamente isto. O anarquismo é um contrato dos membros da sociedade diretamente uns com os outros, sem intermediação do estado. Mas é um contrato implícito, não expresso em lei nenhuma. E tem que ser assumido voluntariamente por uma maioria muito expressiva, de modo que a existência de refratários seja desprezível. Isto só se consegue gradativamente, por meio de uma evolução de conceitos pessoais de encarar o mundo que precisam ser difundidos por uma propaganda e pela educação maciça.
Suas poesias já viraram musicas?
Não. Tenho uma músicas que compus, mas sem letras, só para piano solo. Veja mais abaixo na coluna da direita do meu blog: www.ruckert.pro.br/blog.
Então os humanos convictos que o anarquismo é melhor,é a solução,achariam muito mais preferivel o fim da especie do que a sobrevivencia de alguns?Não seria melhor estrategia sobreviver alguns e se tornarem muitos num futuro que estaria mais estabilizado?
Só se isso fosse uma decisão consensual e a escolha dos que iriam sobreviver e dos que iriam morrer fosse feita por todos e não por disputa à base da força. Aparentemente isso seria correto de acordo com a animalidade do homem. Mas a cultura e a civilização se estabeleceram exatamente para contrariar a animalidade e decisões serem tomadas por motivos racionais e emocionais e não marciais. Talvez pessoas mais fracas, mas detentoras de maiores conhecimentos para construir o futuro fossem preferíveis de serem salvas do que outras mais fortes mas de menor conhecimento. Pela competição selvagem sobreviveriam, muito provavelmente, os mais burros e ignorantes, que costumam ser mais fortes fisicamente (isto é uma mera constatação e não um preconceito - existem fracos burros e fortes inteligentes).
Se doarmos sistematicamente aquilo que temos, àqueles que tem menos que nós, acabaremos possuindo apenas o mínimo, e daí nos transformaremos em necessitados potenciais. É sábia esta decisão? (considere apenas o capitalismo)
Desta forma não. Mas não é assim. O que temos que doar, principalmente, é nosso tempo e dedicação para educar as pessoas. Doar bolsas de estudo, como eu faço. Ensinar artesanato com material reciclado, como minha mulher faz. Não é distribuir os bens igualmente para todo mundo, ou seja é ensinar a pescar e não só dar o peixe (mas tem que dar o peixe nos casos extremos). O problema é, justamente, que não podemos agir capitalisticamente. Esse é o nó górdio da questão. Temos que tomar atitudes não capitalistas. Atitudes que valorizem, não o valor monetário, mas o valor humano, cultural, ético, o valor das coisas como promotoras de bem estar e felicidade. Cada vez mais fazer tudo do modo não capitalista, isto é, de graça. Emprestar terreno para as pessoas plantarem hortas comunitárias e se suprirem de verduras e legumes sem precisar de comprar. Envolver o dinheiro o menos possível em tudo, para que um dia ele deixe de existir por falta de necessidade. Uma ideia que está surgindo, que acho ótima, é a de residências compartilhadas. Morei num condomínio fechado aqui em Viçosa, o Acamari, onde o fundador, Jacinto, queria fazer algo do tipo. São 135 casas. Poderia ter uma lavanderia comunitária, refeitório comunitário e muitas outras coisas do tipo, levando para o modo anarquista de viver em conjunto (eu sugeriria o compartilhamento dos maridos e esposas também...não estou brincando) Mas os condôminos ainda são muito individualistas. Eu me disporia a montar uma biblioteca com os livros de todos eles. Seria uma maravilha. Adoro esse modo de viver em comunidade, não individualisticamente. É claro que todos precisam manter seus momentos de solidão e privacidade (eu, inclusive preciso de várias horas diárias de solidão). Mas tudo em comum fica mais fácil e pode ser até de graça, se, na lavanderia, por exemplo, as pessoas adultas fizessem rodízio de trabalho (homens e mulheres). Mas não deslanchou.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Suponha que finalmente o mundo vive numa sociedade anarquista. E suponha que os recursos naturais ficaram escassos. A competição por estes recursos não acabaria imediatamente com a sociedade anarquista?
Aí é que está. Uma sociedade anarquista, na qual a competição não existe, mas sim a colaboração, é justamente a formação ideal para enfrentar qualquer tipo de crise. Nesse caso todos uniriam seus esforços para vencer as dificuldades e conseguiriam muito melhores resultados, para o grupo, do que competindo individualmente para obter benefícios. Mesmo pessoas mais fracas, ajudando, é melhor do que sendo derrotadas. É preciso entender que uma sociedade anarquista só existe se as pessoas tiverem uma introjeção profunda dos valores que a suportam, especialmente o altruísmo. Desse modo, vão preferir a privação compartilhada do que o benefício obtido com o prejuízo dos outros. Anarquismo é, principalmente, uma concepção filosófica de vida que repudia a competição. Não haveria competição pelos recursos e sim o envido de esforços coletivos para aumentá-los e bem distribuí-los. Se isso não fosse possível, todos sucumbiriam juntos, compartilhando até o último grão dos recursos existentes. Isto é a vitória da civilização sobre a barbárie.
Quais obstaculos alguem enfrentaria antes de ser seu grande amor?
Boa pergunta. Acho que sou uma pessoa de convivência não tão fácil, devido a ser profundamente intelectual. Já reparei que isso provoca um certo afastamento das pessoas. Meu grande amor teria que ser, também, uma pessoa altamente intelectualizada e culta, além, é claro, de inteligente, bonita e sensual. Porque um relacionamento só dá certo entre pessoas com grandes afinidades. Não basta a atração física, apesar de ser indispensável (necessária mas não suficiente). Outros aspectos que precisam coincidir para o relacionamento comigo dar certo é ter uma visão de mundo inteiramente livre pensadora, libertária, anarquista, ateísta, cética, poliamorista, altruísta. Tem que saber que eu sou completamente desapegado de dinheiro e não tenho nem pretendo ter bem material nenhum. Gasto tudo o que ganho, especialmente em benefício dos outros. E sou uma pessoa cujo lazer principal é ler, estudar e conversar. Mas conversar filosofia, física, matemática, história, música, arte, cultura. Não consigo ficar conversando fiado. Em poucos minutos já estou filosofando sobre qualquer coisa que as pessoas estejam conversando. E, muitas vezes, contesto a maior parte das opiniões, que, geralmente são as corriqueiras, exatamente o contrário de quase tudo o que eu penso. Meus interesses são Física, Cosmologia, Matemática, Astronomia, Filosofia, Música Especialmente Clássica), Artes Plásticas, Educação, Neurociências, Evolução, Biologia Molecular, Ateologia, Filosofia Política, Psicologia, Comportamento, Informática, Literatura... Não me interesso nem um pouco por esportes, negócios, economia, administração, direito, entretenimentos (no entanto gosto de filmes clássicos e ficção científica), política partidária. Não vejo televisão quase nunca, não gosto de barzinho, não jogo baralho (mas jogo Xadrez), sou muito caseiro, gosto de animais.
Mas gosto muito de namorar, de passear (a pé ou de carro), de cantar, de pintar quadros, de escrever (especialmente poesia), de um bom restaurante, e, principalmente, de fazer amor.
Tá legal, você concorda que outras drogas que não a maconha, deveriam dar cadeia aos seus usuários, isso numa sociedade "democrática" né. Se não for essa visão, você estaria se contradizendo com o seu pensamento anarquista. Do livre pensamento e ....
Uma sociedade anarquista é completamente diferente. É uma sociedade que se auto-regula, sem necessidade de prisão. É uma sociedade de pessoas virtuosas em sua esmagadora maioria, senão não consegue manter-se coesa. Formar um mundo anarquista é, antes de tudo, formar pessoas virtuosas. Enquanto isso não acontece e existe governo, existe crime e esse tipo todo de coisas, a coibição do crime não pode ser relevada. Todo o grande aparato criminal associado ao tráfico de drogas só existe porque existe o consumo de drogas. Acabar com isso, para mim, só será conseguido se o consumo for abolido. Uma das medidas para tal e penalizar esse consumo. Mesmo num mundo anárquico, em que o pensamento é livre e há a mais plena liberdade, não há liberdade de agir em prejuízo da sociedade. E o consumo de drogas não prejudica só seu usuário: prejudica todo o grupo social. Liberdade plena não significa liberdade de cometer nenhum crime. Mesmo que o consumo não seja crime, é um incitador do crime. Não há contradição com o pensamento anarquista nenhum, pois o pensamento anarquista não exclui ordem. Só que ela não é imposta, mas sim assumida. Mas a sociedade tem que coibir quem a prejudique.
Olá! Li algumas respostas, e vi que você tem um posicionamento favorável ao anarquismo ou á um pensamento de esquerda. Gostaria de saber se o senhor concorda com a afirmação - ''O pensamento do homem tem inicio no modelo econômico o qual ele está inserido
Claro que não, tanto é que no meio capitalista tivemos o surgimento de grandes expoentes do pensamento socialista, como o próprio Marx. E no meio socialista temos muitas pessoas que lhe são inteiramente contrárias. O pensamento (no sentido de concepção de mundo) de uma pessoa vem de uma série de fatores, entre os quais, certamente, o meio em que se insere, mas não apenas. Suas leituras, estudos, conversas, vivências, contatos, reflexões são fatores até mais importantes para a formação do seu pensamento do que o meio, senão não haveriam contestadores nem rebeldes. Você diz, "tem início". Mesmo isso pode não ser verdade, pois a influência, por exemplo, do meio familiar em que é criado, pode ser preponderante, e esse meio pode ser, inclusive, contestatório ao meio econômico em que a família se insere.
Qual sua posição a respeito da legalização da maconha?
Acho que a maconha poderia ser legalizada sim, mas cocaína, heroína e outras drogas pesadas não. Inclusive acho que para acabar com o tráfico, que traz consigo um imenso conjunto de outros crimes, seria preciso acabar com o consumo e o consumo poderia ser acabado com a sua criminalização. Isto é, ser pego consumindo cocaína, heroína e outras drogas daria cadeia no ato. Assim o consumo poderia acabar e não havendo consumo não há venda e sem venda não há tráfico. É o que acho.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Porque o universo é tão grande como agora?O qe fez o universo se expandir?Como o inimaginavel grande surgiu do infinitesimalmente pequeno?E poderia esse qe consideramos o pequeno ter sido o grande para outros seres?E o nosso grande será o pequeno pa otros
Não se sabe qual o tamanho do Universo, caso seja finito, pois só temos acesso ao Universo Observável. O que tem além? O mecanismo que promoveu a expansão do espaço, a inflação, é desconhecido. As equações de Einstein da Relatividade Geral preveem que o Universo não pode ser estático, mas não dizem como ele é colocado em suas condições iniciais de expansão, que é o Big Bang (note que ele não foi uma explosão, como se pensa, mas uma expansão súbita do próprio espaço). Isto foi feito por outro mecanismo que não se sabe ainda. Mas também não é para dizer que, se não se sabe, foi Deus, o que não explica nada também. Quanto a essa ideia de que todo o Universo seja um átomo de um Universo maior ainda ou que um átomo é um Universo de uma outra realidade, para mim, é só uma fantasia sem nenhum fundamento.
Qual foi a pior escolha que já fez até hoje? QQ pegou?
Meu primeiro casamento. Eu estava muito deprimido com o fim de uma relação muito apaixonada, mas socialmente proibida, nos tempos da faculdade. Ter encontrado alguém que me amasse foi um bálsamo e eu me entreguei. Realmente a amei, mas nossas cosmovisões eram muito distintas e, ao longo dos anos isso levou a um distanciamento em todos os planos, mental, intelectual, afetivo, erótico e de convivência diária. Até que nos separamos. Mas tanto eu quanto ela perdemos muitos anos de nossas vidas investindo em um equívoco. Ficou de bom os filhos que tivemos e muito amamos. Mas é preciso que as pessoas escolham seus parceiros pelas afinidades de gostos, interesses, concepções filosóficas e religiosas e não apenas pela atração. A frustração é muito grande ao não se compartilhar o mundo que povoa a nossa mente com a pessoa que caminha a nosso lado na vida.
Cite os livros sagrados mais legais que vc conhece. E cite alguns livros sagrados que vc não gosta. E como faço para que o livro que vou escrever seja considerado sagrado? Qual o passo a passo para se fazer um?Quais ingredientes o livro deve conter?
Não existem livros sagrados. Aliás, não existe nada sagrado.
Você ajuda economicamente algumas pessoas, e também zela por uns dez cães. Este seu atruismo sem limites, que aparentemente o prejudica sobremaneira, não é o resultado de uma compulsão (TOC) difícil de ser controlada, mas que precisa ser tratada?
Não, de modo nenhum. Isto é uma concepção filosófica do que eu entendo como significado da vida e de como deve ser a vida em sociedade. Se eu considero que o anarquismo é o modo ideal de se estabelecer a sociedade, por coerência, eu tenho que agir anarquicamente. Assim eu considero que nenhuma pessoa deva ter fortuna pessoal, de modo que eu só não trabalho inteiramente de graça porque as pessoas não me dão comida de graça e outras coisas. Então eu trabalho e aplico tudo o que ganho na manutenção de minha família, de modo confortável mas não luxuoso, e o resto eu uso para ajudar a consertar o mundo. Como minha mulher gosta muito de cães, resolvemos colaborar com a Sociedade Protetora dos Animais, cuidando de alguns cães abandonados, especialmente filhotes e suas mães, achados em terrenos baldios, até que sejam adotados por alguém, dentro das nossas possibilidades. Quanto a ajudar outras pessoas, não vejo como não fazê-lo, sabendo que estão em dificuldades maiores do que eu. Mas, em geral, eu ajudo pessoas da família. Não é nenhum transtorno. É uma decisão lúcida e refletida que eu posso revogar a qualquer momento, mas não quero. Penso que se todas as pessoas agissem desse modo o mundo seria muito melhor, então eu ajo assim. Quanto a investimentos, não vejo para que aplicar em imóveis, poupança ou coisas assim. Para deixar de herança? Grande bobeira. Minha herança eu já doei a meus filhos, que foi criá-los, educá-los e colocá-los preparados no mundo, onde estão bem estabelecidos. Veja esta poesia que escrevi:
http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=131
O que estou fazendo é montando uma biblioteca, na qual já investi, ao longo de cinco décadas, mais de meio milhão de reais. Essa biblioteca eu estou organizando para doá-la ao povo, a fim de que possam acessar de graça. Mas estou estudando bem a forma de fazer isso de modo a não dilapidar o valioso patrimônio em livros, revistas, jornais, documentos, discos, vídeos, partituras, gravuras, mapas etc. O valor não é monetário, pois não obteria nem um décimo do que apliquei nela se a vendesse. O valor é o próprio conhecimento: a arte, a ciência, a filosofia, a literatura, a música, tudo o que está contido nela. Esta é a menina dos meus olhos e a grande herança que deixarei para a humanidade, além do trabalho de divulgação científica, artística, filosófica e cultural que venho fazendo.
Se fosse convidado por aliens humanoides que lembram a aparencia de cahorro para viver no planeta deles que tem uma sociedade anarquista, ateista e poliamorista, entretanto nunca mais voltará a terra, vc iria?
Não. O que eu pretendo é construir uma sociedade assim aqui na Terra, mesmo que não chegue a vivenciá-la. Não me sentiria realizado se não desse milha colaboração positiva para que isso venha a acontecer com meus irmãos de espécie.
O que você espera de si mesmo?
Que consiga realizar em minha vida o que me propus como meta, de modo a me sentir realizado. A meta está em:
http://www.formspring.me/r/voce-tem-alguma-utopia-qual-e/257603841631980026
Também espero me realizar afetivamente, pois isso é uma das condições para a felicidade.
Qual é a diferença entre concatenação e silogismo?
Concatenação é uma sequência de implicações entre proposições (que expressam juízos), sem condicionamento. Silogismo é uma implicação condicional de duas proposições em uma terceira. Na concatenação tem-se:
A implica em B que implica em C, e assim por diante. No silogismo tem-se:
Se A e B, então C.
Você tem alguma utopia? Qual é?
Sim, mudar o mundo para um mundo ateu, anarquista e poliamorista. Acabar com o egoísmo, o crime, a desonestidade, a maldade, a propriedade, o dinheiro, as nações, as fronteiras, as religiões, as leis, as forças armadas, a polícia, a justiça formal, a família e várias outras instituições inúteis que em nada colaboram para o bem estar, a harmonia, a justiça, a fraternidade, a prosperidade, a realização e a felicidade da sociedade e das pessoas. Promover o altruísmo, a honestidade, a bondade, a virtude, a colaboração, o compartilhamento, e atitudes desse tipo.
Quais séries de TV que você assiste que na sua opinião, estimulam o pensamento crítico?
Nenhuma. Eu, praticamente, nunca vejo televisão.
Se você escolher uma das alternativas a seguir aleatoriamente, qual a chance de sua resposta estar correta? A) 25% B)50% C) 60% D) 25%
1/3. Pois existem 12 modos de se fazer a escolha, isto é, para cada uma das 4 letras, há a possibilidade de existirem 3 respostas certas. Ou seja, você escolhe A e a certa é 25%, escolhe B e a certa é 25% , C-25%, D-25%, A-50%, B-50% e assim por diante. Dessas 12 possibilidades, só 4 poderão ser verdadeiras: Se a certa for 25%, tem A ou D, se for 50% tem B e se for 60% tem C. Logo a razão do número de eventos favoráveis ao acerto para o número total de eventos é de 4 para 12, isto é, 1/3, que é a probabilidade.
domingo, 6 de novembro de 2011
Fim do princípio antrópico, Ernesto? http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=leis-fisica-variam-longo-universo&id=010830111103
Independentemente das conclusões desse experimento, sempre rejeitei o princípio antrópico como uma imensa presunção. Minha intuição sempre foi no sentido de que as leis da natureza podem variar com o tempo e o lugar. Outro fato que não acredito (mero palpite) é que seja possível obter-se uma teoria unificada de todas as interações. Para mim a natureza não é nada perfeita e nem exibe a elegância e simetria que muitos cientistas querem ver nela. Ela simplesmente é o que é, e nós temos que batalhar para descobrir como é que é. Mas não acho importante ficar insistindo em chegar a resultados de que se tem uma expectativa puramente teórica, se a realidade está mostrando que não é assim. Os investimentos poderiam ser melhor canalizados para outros estudos.
Tudo que se inicia tem um fim, poderia ser esta a lei básica de tudo? . Se é inevitável o final da humanidade, então não existe propósito para sua existência?
Não, de forma nenhuma. Não é obrigatório que tudo que se inicia tenha que ter um fim, inclusive o próprio Universo. É claro que se pode concluir que a maior parte das coisas existentes terá um fim, mas não por necessidade e sim por contingências. Quanto ao propósito para a existência da humanidade, bem como de tudo o mais, ele não tem ligação nenhuma com o fato de deixar ou não de existir. Tanto num caso quanto no outro pode ter ou não ter propósito algum. De fato, todo o Universo, a vida e a humanidade, existem sem propósito nenhum. Estão aí porque, por acaso, surgiram, sem nenhuma finalidade além de, simplesmente, existirem.
Cada pessoa enxerga as cores de forma diferente? Cada olho enxerga a cor diferente? O simples grau de miopia é capaz de mudar o comprimento de onda e consequentemente a cor ou to falando besteira?
As patologias oculares de natureza geométrica e refringente não alteram a frequência da luz levada à retina, o que não produz modificação na cor da luz captada pelas células sensoriais. Quanto a dizer que cor é percebida no cérebro da pessoa a partir do espectro de frequências que atinge a retina é uma questão não solucionada. Isto é, não se sabe como saber se o que eu vejo como vermelho é o mesmo que você vê. Mas os dois olhos de uma mesma pessoa têm a mesma percepção de cor, como você pode verificar olhando algo ora com um, ora com outro olho tapado. No entanto isto não impede que se possa estabelecer uma comunicação de percepções entre pessoas, independentemente do que, de fato, elas percebem, porque pode-se constatar uma consistência e uma persistência nos relatos de várias pessoas sobre o que se convenciona denominar de uma certa cor, incluindo todas as nuances de matizes, brilho e saturação.
Leis são necessariamente universais e necessárias?? A gravidade, por exemplo, é necessária e universal?
As leis da natureza não são prescritivas, mas descritivas. Como não temos acesso à experimentação fora do âmbito de nossa vizinhança planetária, não podemos garantir que sejam universais. De fato a suposição de que assim o sejam é uma crença, suportada por considerações de plausibilidade. Quanto ao fato de serem necessárias, certamente que não o são. O comportamento da natureza é como é porque calhou de assim o ser. Não há nada que obrigue a que seja como é. Poderia ser completamente diferente. Inclusive, a concepção de múltiplos universos é justamente a de que outras possibilidades de Universo seriam admissíveis e ele ficou como é por uma mera coincidência.
O que você pensa a respeito de Anarquismo?
Se você acompanha as respostas que dou neste formspring e o que escrevo em meus blogs (veja em www.ruckert.pro.br) poderá concluir que sou um defensor do anarquismo e faço de tudo para divulgá-lo e para que as pessoas já tomem atitudes que permitam à humanidade tornar-se anárquica dentro de poucas dezenas de gerações (em menos de mil anos). Para mim o anarquismo é a melhor forma da sociedade se estabelecer, a mais justa, a que melhor propicia a prosperidade generalizada, a harmonia, a fraternidade, permitindo às pessoas conferir significado a suas vidas e alcançar a felicidade, não só para uns, mas para todos. Para mim, inclusive, o anarquismo fica melhor ainda se acompanhado do ateísmo e da extinção das religiões. Grande parte das instituições atuais, no anarquismo, deixariam de existir espontaneamente, por absoluta falta de necessidade, como a propriedade, o dinheiro, os governos, as nações, as fronteiras, a família, as leis, as forças armadas, a polícia, a justiça formal, o sistema bancário-financeiro, e muitas outras inutilidades. Mas anarquismo não é desordem. Pelo contrário, é uma ordem muito mais perfeita, pois advém da adesão voluntária das pessoas. O caminho para o anarquismo, contudo, é muito mais uma mudança radical da postura pessoal do que do ordenamento político-econômico. Este só será obtido quando cada pessoa abdicar do egoísmo, da cobiça, da preguiça e de outros vícios e se tornar verdadeiramente altruísta e virtuosa. Isto não é uma utopia. Por meio da educação e da propaganda, sem nenhuma revolução cruenta, pode-se atingir esse estágio de super-civilização e esta é a tendência que se observa na evolução histórica. Só que, com um esforço deliberado, ao invés de esperarmos dez mil anos, poderemos esperar apenas mil.
FELICIDADE
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