Postagens do pensamento, textos, poemas, fotos, musicas, atividades, comentarios e o que mais for de interesse filosófico, científico, cultural, artístico ou pessoal de Ernesto von Rückert.
sábado, 15 de outubro de 2011
Ao Professor
Is your life more comedy or drama?
Certainly a drama. A very, very, very dramatic drama. But not a tragedy. There are time for hapiness and time for sadness. Nowadays is time for sadness.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Terceiro: Visto que pode partir do princípio de insatisfação ou insaciabilidade amorosa, não seria uma redundância, não sentimental, mas social?!
Poliamor não é uma redundância nem social nem sentimental. Outros amores completam carências não passiveis de serem supridas por uma só pessoa. Este é, justamente seu caráter mais interessante, que se possa fruir de amizades que, cada uma, compartilha aspectos da personalidade que outra não tem e que essas amizades possam extrapolar para o amor e o erotismo. Isto formaria uma teia na sociedade de tal forma que ninguém se sentiria incompleto em nenhum aspecto.
Segundo: A relação conjugal Poliamorista Poligâmica pode ou não poder ser uma duplicação da problemática (das "chagas") de uma relação conjugal Poliamorista Monogâmica?
Não aumentará os problemas se for concebida dentro de uma ótica liberária em que cada um é uma pessoa completa, autosuficiente, autocrata, independente, assertiva, honesta, digna, verdadeira, altruísta, educada, desprendida, responsável, em suma, um ser humano integral e de valor, como todos devem ser.
O mecanismo de busca não falta, Ernesto. A combinação "Ctrl + F" é capaz de encontrar as palavras que você digitar na caixa que aparece, porém é necessário clicar em " More responses for ... " para conseguir encontrar respostas mais antigas. Abraço!
Sim, mas ele é do navegador e não do fomspring. Como eu tenho mais de quatro mil respostas em 19 meses, queria poder achar uma resposta sobre um assunto há um ano atrás, sem precisar ficar virando centenas de páginas. Eu deixo uma cópia de cada resposta no meu blog, e lá tem busca, mas não diz em qual pergunta do formspring se encontra, só a data. E ele não tem um mecanismo de achar por data.
Se considerarmos que o crescimento populacional desenfreado é um problema e o que o sustenta são as inovadoras técnicas agrícolas iniciadas com a revolução industrial, devemos continuar a evoluir técnicas agrícolas a exaustão?
Sim, mas não à exaustão, pois se exaurirmos os recursos naturais não sobreviveremos. Há que se proceder à melhoria da produtividade agrícola, especialmente nas regiões de maior pobreza ao tempo em que se promova a redução do crescimento populacional, não por imposição, mas por conscientização. Um dos melhores métodos de diminuir o crescimento populacional é aumentar a prosperidade. Em verdade, pensa-se que a pobreza provém da alta taxa de natalidade mas o sentido da causação é inverso. A alta taxa de natalidade é que provém da pobreza. Os ricos têm que abdicar de sua riqueza para investi-la em programas de eliminação da pobreza, criando oportunidades de trabalho em nível mundial. Claro que há que se manter algum assistencialismo por compaixão, até que se atinja um nível mínimo de sobrevivência digna. Com a redução do crescimento populacional e o aumento da produção agrícola se conseguirá reverter a lei de Malthus e o mundo poderá se tornar próspero para todos em alguns séculos.
Se considerarmos que o crescimento populacional desenfreado é um problema e o que o sustenta são as inovadoras técnicas agrícolas iniciadas com a revolução industrial, devemos continuar a evoluir técnicas agrícolas a exaustão?
Sim, mas não à exaustão, pois se exaurirmos os recursos naturais não sobreviveremos. Há que se proceder à melhoria da produtividade agrícola, especialmente nas regiões de maior pobreza ao tempo em que se promova a redução do crescimento populacional, não por imposição, mas por conscientização. Um dos melhores métodos de diminuir o crescimento populacional é aumentar a prosperidade. Em verdade, pensa-se que a pobreza provém da alta taxa de natalidade mas o sentido da causação é inverso. A alta taxa de natalidade é que provém da pobreza. Os ricos têm que abdicar de sua riqueza para investi-la em programas de eliminação da pobreza, criando oportunidades de trabalho em nível mundial. Claro que há que se manter algum assistencialismo por compaixão, até que se atinja um nível mínimo de sobrevivência digna. Com a redução do crescimento populacional e o aumento da produção agrícola se conseguirá reverter a lei de Maltus e o mundo poderá se tornar próspero para todos em alguns séculos.
Vc se machucaria para agradar um senso estético coletivo? (exs.: colocar implantes pq na maioria das capas de revista todos tem corpos esculturais; fazer lipoaspiração pq na maioria dos desfiles de moda todos sao magros; usar salto mesmo q dê calos...)
De modo nenhum. Isso é uma idiotice disparatada. Cuidar da saúde e da aparência é válido e recomendável, mas fazer disso uma paranoia e doentio. O que importa e se ter uma personalidade forte e não se importar com a opinião alheia nem com modismos de espécie alguma.
o que você recomenda para uma pessoa ver e ler para ela "entrar" no mundo do conhecimento?
Assista documentários dos canais por assinatura NatGeo, Discovery, History, Animal Planet, TV Escola, Futura, TV Cultura e outros do tipo. Acompanhe os cadernos de divulgação científica e de história dos jornais, especialmente da Folha de São Paulo. Leia livros de divulgação científica sobre os assuntos que te interessarem. Eu, por exemplo, devoro livros (na base de um ou dois por semana) sobre história, geografia, cosmologia, física quântica, relatividade, astrofísica, geologia, neurociências, psicologia, filosofia (metafísica, epistemologia, lógica, ética, estética, política), matemática, música, artes plásticas, literatura, cinema, poesia, biologia, genética, evolução, ecologia, sexologia, sociologia e muito mais. Não tenho interesse sobre direito, economia, administração, contabilidade, negócios, esportes e assuntos correlatos. Escute muita música, especialmente clássica, mas não só, sempre procurando se informar sobre o autor, o estilo, os intérpretes, a história da composição. Assista os filmes mais significativos da história do cinema e leia muitos romances famosos, inteirando-se do autor e das circunstâncias da obra.
Mas, atenção: isso só funcionará se você, de fato, curtir isso tudo e fruir um imenso prazer em fazer isso, preferindo dispender o seu tempo com isso do que com outras coisas. Se você se dedicar a aprimorar sua cultura e conhecimento por obrigação, achando chato, então desista, pois não conseguirá. Só consegue quem é fascinado pelo conhecimento e quer saber de tudo porque tem uma curiosidade incansável, que o faz perder o sono para continuar a ler um livro madrugada adentro, mesmo sabendo que terá que acordar cedo. Trada-se de um pendor interior, que pode ser cultivado, mas, para isso é preciso já ter uma sementinha de desejo completamente desinteressado de qualquer lucro a auferir.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
E quanto ao teletransporte, ouvi falar que a ciência já construiu um que conseguiu teletransportar uma maçã, porém ela chegou ao destino completamente deformada. Isso é verdade?
Não tenho notícia desse experimento. O que sei é o do transporte de um fóton. Acho que o teletransporte é um processo muitíssimo complexo, que ainda não será conseguido nem em várias décadas ou séculos. Mas não impossível.
Professor, poderia nos explicar que mudanças significativas vão acontecer se a descoberta de que os neutrinos viajam mais rápido que a luz for confirmada?
Isto, se for de fato confirmado, levará a um trabalho extensivo da comunidade científica para estender a teoria da relatividade e a teoria quãntica de campos a incorporarem tal consideração, de modo a continuarem a ser preservadas nos limites de aplicabilidade em que são confirmadas. Isso pode demorar mais de vinte anos. Certamente várias propostas serão levantadas e a comunidade as desenvolverá e as testará à exaustão até que alguma se revele vencedora de todas as contestações. É assim que se constrói a ciência. As teorias quânticas e relativísticas levaram décadas de gestação, do mesmo modo que o modelo padrão atual da física de partículas. Atualmente, mesmo, está em gestação a teorias das supercordas, branas e a teoria M, que pretendem unificar, de forma supersimétrica a Relatividade Geral com a teoria da Grande Unificação. Mas ainda não lograram sucesso. Há outras em desenvolvimento, como a do Loop Gravitacional, da variação da velocidade da luz e mais ainda.
O que acha do Apocalipse?
Uma das melhores histórias de ficção fantástica jamais escritas. Invenção de uma mente completamente esquizofrênica. Todavia de leitura instigante e cativante, desde que se tenha bem claro tratar-se de uma obra inteiramente de ficção.
O que acha das "guerras santas"?
Não foram nada santas. As lideranças religiosas e seculares, a pretexto religioso, em verdade empreenderam guerras de conquista por razões políticas e econômicas, com grande economia logística. Tanto as conquistas islâmicas do século VII e VIII quanto as cruzadas assim se enquadram. Certamente que a questão religiosa era a mais aparente e evidenciada, inclusive motivo de grandes disputas familiares pelo poder hereditário, com proliferação de assassinatos de parentes. Ao que me consta, os muçulmanos eram mais tolerantes com as outras religiões dos territórios que dominavam do que os cristãos. Saladino era um sultão que rivalizava em nobreza seu principal opositor, o inglês Ricardo Coração de Leão.
Como funcionam os hormônios relacionados a paixão, que causam quase uma "dependência química" pela pessoa amada?
A paixão se dá no cérebro. Os hormônios são veículos que o cérebro faz uso para executar suas ordens pelo corpo, como os nervos. A dependência não é bem "química". Isto é muito complexo. Apesar de eu já ter lido muita coisa a respeito, vou ter que fazer uma revisão para responder. Por ora, consulte esses artigos:
http://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ie=UTF-8&ion=1&nord=1#sclient=psy-ab&hl=pt-BR&nord=1&site=webhp&source=hp&q=mecanismo%20da%20paix%C3%A3o&pbx=1&oq=&aq=&aqi=&aql=&gs_sm=&gs_upl=&bav=on.2,or.r_gc.r_pw.,cf.osb&fp=aeebd3e706c0e2e0&ion=1&biw=1600&bih=755&ion=1&pf=p&pdl=500
Um formado em filosofia, além de dar aulas, o que mais pode fazer?
Filosofar, isto é, debruçar-se sobre a realidade em todos os seus aspectos, analisá-la, refletir sobre ela, estudar tudo o que já foi dito a respeito, buscar conexões e explicações, propor esquemas que forneçam uma estrutura interligada de tudo, conceber um modelo que permita explicar e prever as ocorrências, propor novos conceitos, estender ou limitar outros e publicar tudo isso para que outros debatam e desse debate surja a melhor descrição do tema. Isso será feito em temas que fujam da competência das ciências, já que elas possuem sua própria metodologia e campo de atuação. Tal é o que se dá com temas metacientícos, como os epistemológicos, que validam as ciências, os ontológicos, metafísicos, lógicos, éticos, estéticos, bem como políticos, sociológicos e psicológicos no que eles não se enquadrem numa abordagem científica, e também as filosofias das próprias ciências, como a física, a biologia, a história, a antropologia, e todas as demais.
Em terceiro lugar, o filósofo pode atuar clinicamente, usando a filosofia como terapia para distúrbios psicossomáticos que sejam decorrentes de uma inadequada visão da realidade, do mundo e da vida. A filosofia, de fato, é muito melhor do que qualquer religião para propiciar consolo e uma compreensão do significado da vida que faça a pessoa sentir-se partícipe do Universo e se aceite como é, enquanto procura agir para mudar o que seja possível.
Se tiver uma proposta original e satisfatória, pode até ganhar dinheiro com livros e conferências sobre seu tema e sua proposta.
Qual o sentido do dinheiro?
Primordialmente servir como meio de troca nas transações. Na economia monetária os bens, produtos e serviços, que são as verdadeiras entidades econômicas, são associados a valores monetários, como custo e preço, sendo a diferença o lucro. A economia monetária é uma economia contábil e essa contabilidade é feita em termos desses valores atribuídos. A princípio estaria tudo correto se os valores fossem atribuídos de forma justa e honesta, em adequação, principalmente, ao esforço produtivo, ao volume dos insumos utilizados e a uma margem de lucro satisfatória e razoável para valorizar o risco e o empenho na produção ou na prestação de serviço. O que estraga o sistema e provoca uma série de mazelas é a ganância de se estabelecer para o preço, valores acima do razoável e justo, onerando a cadeia de custos e preços até o valor para o consumidor final. Nesse sistema acontece de, historicamente, certas pessoas passarem, por várias razões, algumas honestas outras não, a serem detentoras de grande quantidade de dinheiro que, então, aplicam no estabelecimento de empresas que venham a se dedicar à produção ou à prestação de serviços. Esse dinheiro, quando assim usado, denomina-se capital. Mas produtos e serviços requerem trabalho humano e o detentor do capital, sozinho, não é capaz de produzi-lo na quantidade suficiente para que esse capital produza algum rendimento. Então ele recorre ao trabalho remunerado de outras pessoas. Temos assim a relação capital-trabalho, típica da sociedade capitalista. Isto é ruim? Sim e não. Como nem todos tiveram a oportunidade de amealhar capital, ou ganhá-lo de herança, vender o trabalho é um modo legítimo de ter dinheiro para prover o seu sustento e, até, conseguir fazer algum capital. O que é ruim é que, não sendo todo mundo bom e honesto, os patrões vão querer diminuir os custos com o trabalho e aumentar os preços dos produtos para ter mais lucros e aumentar seu capital, para investi-lo e auferir mais renda, ou, simplesmente, para gastar o dinheiro para seu deleite pessoal. Preços maiores farão os consumidores trabalhadores terem mais gastos com a sobrevivência, dificultando que poupem para se tornarem capitalistas. Assim vai se aprofundando o poço de desigualdade social entre trabalhadores e empresários. Para impedir a desestabilização do sistema, o governo interfere com impostos e regulamentações, de modo a promover a redistribuição de bens e diminuir as desigualdades. Tudo bonito em teoria se não fosse a existência de corruptos. Novamente o governo intervém com o formalismo judicial e penitenciário para evitar fraudes de todo tipo. Mas os agentes desses mecanismos também são corruptos. Resultado: uma sociedade injusta, instável, desarmônica e conflituosa. Nada ideal e nem feliz.
Qual a solução? O que parece é que o modelo capitalista de mercado livre, apesar de ser capaz de propiciar, a princípio, a qualquer um a capacidade de se tornar capitalista, tem dentro de si, os mecanismos que levam à produção das desigualdades, por sua própria liberdade. O oposto, que seria a solução socialista, em que o governo deteria o controle total sobre a economia, sendo o único patrão, também não resolve, tanto pela ausência de liberdade e pela imensidão do aparato burocrático necessário, como pela própria exacerbação da corrupção que, agora, é toda feita no interior do próprio sistema gerenciador, sem instâncias distintas vigiando-se umas às outras. O socialismo acaba com os patrões e torna todos empregados, mas uns, os burocratas controladores do governo, passam a ter o papel dos patrões, agora imunes a toda fiscalização governamental, pois são o governo. É a ditadura do proletariado que já se revelou completamente ineficaz e ineficiente para gerir a economia de uma nação.
O ideal seria o comunismo, em que a sociedade mesma se ocuparia dessa gestão, sem a intermediação do governo. Na teoria marxista isto seria o ideal ao fim do período transitório da ditadura do proletariado. Isso, contudo, nunca ocorreu.
A outra via é a do anarquismo, que divergiu do comunismo com a ruptura entre Marx e Bakunin em 1872, deixando os anarquistas de fazer parte da primeira Internacional Socialista. Mas aquele era um anarquismo revolucionário. Outra alternativa é o anarquismo pacifista. O modelo que defendo, que prefiro chamar de comunitarismo, de modo diverso do comunismo, ao invés de acabar com os capitalistas, transforma todos os trabalhadores em patrões, pulverizando o capitalismo. A elaboração completa da proposta seria longa para este espaço, mas, por um processo educativo, de propaganda e de exemplos práticos, o comunitarismo iria, cada vez mais, fazendo ser desnecessário o governo, o dinheiro e a propriedade, até que eles deixassem de existir espontaneamente.
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Qual sua opinião sobre o Osho?
Apesar de ter sido um estroina ladino e escroque, suas falas, depois compiladas em livros, revelam um pensamento lúcido, sensato e bem argumentado e seus conselhos são razoáveis e, mesmo, salutares. Gosto de ler os seus livros e deles tiro proveito. Como no ditado: "Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço." Sua religiosidade não é sectária nem fundamentalista, pelo contrário, ele é até cético sobre muito dos próprios conceitos hinduístas.
Quem fez mais mal a humanidade: religiões, ciências ou os bancos?
As religiões, seguidas dos bancos. A ciência faz bem à humanidade, mesmo que em alguns casos tenha feito mal. Da mesma forma as religiões e os bancos também fizeram algum bem. Mas no global fizeram mais mal. Quando digo bancos, estou me referindo ao dinheiro de modo geral. O caminho que a humanidade escolheu para evoluir, fruto de acasos e coincidências, não foi o melhor. Gostaria de voltar atrás e começar de novo, há 200 mil anos. Então, se eu fosse um deus e pudesse orientar a humanidade, não instituiria famílias monogâmicas, propriedade privada, dinheiro, nações, fronteiras, religiões, governos, disputas, cobiça, ganância, trapaça. Seria tudo muito diferente. O que prevaleceria seria a cooperação, o compartilhamento (inclusive de maridos e mulheres), a solidariedade, a colaboração, o empenho diligente, a compaixão, a fraternidade universal, a igualdade, a liberdade, a prosperidade generalizada, a segurança, a justiça, a honestidade, o valor, o caráter, a nobreza. a gentileza, enfim... a felicidade total.
Professor, quando disse "início do diálogo", me referia ao início de um debate entre os adeptos da física quântica mística (a turma do Goswami, etc.) e os do racionalismo científico. De qualquer maneira, tem a introdução do livro no preview do Amazon.
Agora apareceu. Estava faltando a página XVII. Sim, estou entendendo. Realmente acho bem proveitoso que haja esse debate e estou interessado em acompanhar. Só fico preocupado em que seja estéril, como alguns que já lí entre teistas e ateístas, evolucionistas e criacionistas, em que nenhum convence o outro de nada e termina todo mundo como começou. Pelo menos é bom para o leitor examinar os argumentos e julgar quais sejam mais plausíveis. Vou comprar e ler.
Eu posso dizer que o Universo sempre existiu uma vez que o tempo passou a existir junto com o Universo e que não existe "antes do início do tempo", pois esse antes não existe?
Não. Este argumento não vale. Considerando o Universo como o conjunto de tudo e não só de seu conteúdo, isto é, incluindo o espaço e o tempo, certamente só há tempo no Universo e, se ele teve um início, este também foi o início do tempo e vice versa. Se não há tempo antes de existir Universo e "antes" significa um momento precedente, então não há "antes" do início do Universo. Nada dessas considerações indica que o Universo não poderia ter tido um início, que seria o caso se ele sempre existisse. O que vai responder à questão se houve ou não um início são as observações fenomenológicas das ocorrências que se deram logo quando a atual expansão começou. Não há nenhum argumento lógico ou ontológico que determine se o Universo teria tido um início ou não. Ao que parece, pelos dados observacionais, teve.
Deepak Chopra e Leonard Mlodinow escreveram um livro juntos: http://www.amazon.com/War-Worldviews-Science-Vs-Spirituality/dp/0307886883%3FSubscriptionId%3D0JJEH4PKQM4ZHS8QY102%26tag%3Dthehuffingtop-20%26l O senhor acha interessante o início do diálogo?
O início do diálogo não está disponível na Amazon. Já coloquei em minha lista de compras (que tem 103 livros na Amazon - falta só o dinheiro). Conheço os dois: Mlodinow é um excelente divulgador científico, tendo co-autorado com Hawking. Um bom livro dele, já traduzido, é "O andar do Bêbado". Suas considerações são bem articuladas e embasadas. Quanto a Chopra, é da turma do Capra e do Goswami que inventam ligações entre a Física Quântica e as proposições esotéricas orientais. Ou como Talbot, Nadeau, Barbour, Deutsch e Smolin, que apresentam propostas mirabolantes de ligações entre a mente e o universo. Penrose, Everett, Wigner e Bohm também entraram nessa. Tais proposições carecem de confirmação empírica, e permanecem no terreno das suposições teóricas gratuitas, Pode até ser que sejam verdades, mas nada há que as confirme. Contudo interesso-me por ler o livro. Se você tiver o início, me passe pelo e-mail wolfedler@gmail.com
O que o senhor pensa sobre os artifícios heurísticos utilizados nas teorias científicas??
Não são artifícios. Trata-se de uma forma válida de obtenção de conhecimento por descoberta e experimentação, sem justificativa teórica. Muitas vezes não se tem, ainda, a justificativa, mas a experiência mostra que tal conhecimento é válido. Pode-se perfeitamente aceitá-lo provisoriamente, fora do arcabouço teórico da ciência, até que justificativas fundamentadas o consigam colocar dentro do arcabouço. Mas isto só é válido enquanto os resultados forem confirmados. A história da ciência progrediu assim e, mesmo hoje, muita coisa é admitida heuristicamente como válida, sem problema.
Porque o Rock é a musica mais bem feita de todos os tempos?
Não compartilho dessa opinião. Gosto de muitos rocks, mas nem de todos e, de modo geral, acho que há outras melhores, como o Jazz, o Blues, a Bossa Nova, o Samba, o Tango, sem falar em música clássica, esta sim, muito superior.
Muitos políticos, comentaristas, formadores de opinião, se utilizam da expressão "Deste país..." ou "Neste país..." quando fazem alguma crítica ao Brasil. Não é um erro grosseiro se excluir do contexto? Não seria melhor dizer " Nosso país..."?
Não. Eles não estão se excluindo. Estão apenas falando do Brasil na terceira pessoa. Isto é normal no discurso.
O senhor tem alguma opiniao formada sobre a construcao das piramides do Egito? Existe alguma técnica que facilite o transporte de pedras tao pesadas, assim como o alinhamento perfeito delas ?
O History Channel já apresentou o estudo que arqueólogos e engenheiros fizeram sobre o modo de construção das pirâmides do Egito:
http://www.history.com/topics/the-egyptian-pyramids/videos#cleopatra ;
http://www.history.com/topics/the-egyptian-pyramids/videos#the-great-pyramids-deconstructed ;
http://www.history.com/topics/the-egyptian-pyramids/videos#engineering-an-empire-egypt---a-dream-come-true .
Existem inúmeras histórias, seitas, poemas e até expressões que personificam a luz e a escuridão como o bem e o mal, respectivamente. O senhor conhece algo que faça o contrário? (luz-mal/escuridão-bem)
Não conheço. Realmente essas associações são feitas:
luz, bem, beleza, direita, acima, calor
escuridão, mal, feiúra, esquerda, abaixo, frio
Podem haver mais, mas não estou me lembrando.
Isso é um preconceito completamente desprovido de fundamento.
Ontem fiz um vestibular cujo tema de redação era comparar a utopia descrita em "Cidade Prevista" do Drummond com a realidade dos dias atuais, citei "imagine" lá. Não acha uma ótima iniciativa dos elaboradores fazer + de 5000 candidatos pensarem nisso?
Muito boa mesmo. Acho que as disciplinas filosofia e sociologia, no ensino médio, são um excelente lugar para se colocar essas questões em debate, para que os alunos estudem, reflitam e discutam: anarquismo, ateísmo, poliamorismo, democracia, religiões, sistemas políticos, evolução, cosmologia, família, relacionamentos, sexo, economia não monetária e muitos temas polêmicos e controvertidos.
assiste tv escola? o que acha desse canal?
Às vezes sim, mas tenho pouco tempo para TV. Gosto muito, bem como do Futura, Discovery, History, NatGeo, Animal Planet e outros do tipo.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
O que acha da idéia de mecanismo de "tréplica" aqui no forms?
Excelente. É o que está faltando. Como sugerir?
Outra coisa que faz falta é um mecanismo de busca.
Estava pensando em fazer antropologia para trabalhar com pesquisas, vc pode me falar sobre isso?
Excelente escolha. Eu mesmo gostaria de estudar antropologia mais a fundo, bem como filosofia em geral. É uma área em que só se acha trabalho em universidades e institutos de pesquisa, em geral, governamentais. O acesso é, pois, por concurso. Por isso você tem que ser realmente boa no assunto. Aliás, ótima. Durante o curso, pegue matérias extras, procure sempre tirar ótimos conceitos, interaja muito com os professores, faça iniciação científica, leia muitos livros além dos exigidos. Isso tudo te tornará uma aluna de destaque, o que ajuda muito nas indicações e decisões das bancas examinadoras. Mas, principalmente: seja fissurada com antropologia. Viva, durma e sonhe com antropologia. Converse sobre antropologia com todo mundo em todos os lugares. Viva a antropologia como parte de si mesma. Entusiasme-se, maravilhe-se. Assim você conseguirá ser uma antropóloga de valor e galgará rapidamente degraus de uma carreira acadêmica que te propiciará muitas viagens ao exterior para ir a congressos, a publicação de vários artigos e livros e muito mais. É delicioso ser pesquisadora. Muito envolvente. Só não se fica rica. Em tempo: além do inglês, você também tem que saber, pelo menos, uma outra língua: sugiro alemão ou francês.
A pederastia, pelo que sei, seria uma prática homossexual. Porém, era totalmente culturalmente determinada. O que vc me diz sobre esse caso?
É um ótimo exemplo de que moral e ética são diferentes. Na Grécia antiga a pederastia não era imoral, mas um costume aceito naturalmente e, até, incentivado. E, certamente, não fere a ética, desde que os envolvidos não sejam forçados a isso, mas o consintam. A moral sexual é um dos temas que mais variações teve ao longo da história dos diversos povos e classes sociais. Para mim o que vale é a ética, isto é, se não se está causando dor, prejuízo ou qualquer tipo de mal aos envolvidos, tudo é permitido e deve ser admitido socialmente como normal.
Qual a sua formação? Você já estudou o "cristianismo em profundidade"?
Sou matemático e físico. Na juventude fui católico fiel, tanto que queria ser santo. Dos 15 aos 19 anos participei da TFP, uma sociedade laica conservadora católica e, então, me dediquei a um estudo amplo e profundo da doutrina cristã. Meu espirito inquiritivo me levou a estudar todas as religiões e a filosofia tomista (aos 13 anos já lia o Manual de Filosofia do Teobaldo Miranda Santos). Por outro lado, sempre quis ser um cientista, de modo que não me contentava apenas com o que aprendia nas aulas e, desde o primário (fundamental I), já estudava relatividade, física quântica, cosmologia, evolução e coisas assim. Além de geografia e história de que meu pai era professor e eu lia os livros de faculdade dele. Li muitas partes da Bíblia e vários livros sobre religião e a doutrina católica. Acho que entendo bem do assunto, mesmo sem ter feito seminário para ser padre, o que nunca me apeteceu. Aos 19 anos concluí que a fé não tem razão de ser e, pouco a pouco me transformei, primeiro em agnóstico, depois em ateu. Posso dizer que entre 25 e 30 anos já estava inteiramente convencido do ateísmo.
Você se considera auto-suficiente?
Bastante, mas não totalmente. Ninguém é totalmente auto-suficiente. Sempre dependemos dos outros de uma ou de outra forma. Mas podemos ser o mais auto-suficiente possível. Eu não peço a ninguém para fazer para mim algo que eu mesmo possa fazer, como pegar um copo de água, ou algo assim. Não tenho a mínima preguiça. Mas se eu não conseguir, eu peço, sem constrangimento. Sou muito independente e, geralmente não peço a opinião de ninguém para resolver tudo em minha vida, a não ser que envolva a outra pessoa também. Escolher roupa, sapato, presentes, eu é que escolho e resolvo. Nunca tenho dúvidas sobre o meu gosto. Raramente sou indeciso a respeito de qualquer coisa. Mas levo em consideração palpites e conselhos. Só que os adoto ou não depois de estudá-los e tirar a minha conclusão. Não é por orgulho, absolutamente. Estou sempre disposto a mudar de opinião, a dar o braço a torcer, sempre que for convencido. O difícil é me convencer, pois as opiniões que tenho são fruto de meus exames e reflexões. Claro que posso errar e, se errar, reconheço com facilidade e mudo de opinião.
Ernesto, por que, na sua opinião, adultos e idosos perdem o costume do beijo na boca e dos gestos mais íntimos de carinho?
Porque acham que não fica bem na sua idade. Isto é um preconceito inteiramente desprovido de fundamento. Expressar amor e carinho fica bem para todo mundo, independentemente da idade ou do que for. Em público e de forma gentil e normal, sem risadinhas desconcertantes. São pessoas que se importam com o que os outros vão pensar. Isto revela falta de personalidade, de assertividade, de sobranceria e de altivez, sem presunção nem pernosticismo. Mas é difícil mudar o modo de pessoas que passaram a vida se conformando em agir de acordo com o que se espera delas e não como elas próprias acham que devem agir. Pessoas assim não levam a vida felizes. É preciso se impor desde jovem, para que, ao envelhecer, continue-se a ser uma pessoa indomada, firme, senhora de si, controladora de sua vida e indiferente à opinião alheia. Claro que é preciso se ter um senso de ridículo. Não estou dizendo para ser uma Dercy Gonçalves e nem ficar fazendo papel de bobo. Mas ser uma pessoa de personalidade forte, isso é preciso. Não importa que já não se tenha o vigor físico e a saúde da juventude. O espírito é indomável. Quem age assim irradia um brilho no olhar que cativa e inspira respeito e admiração, pela educação, pela solicitude e pela sabedoria.
Se os grandes lideres religiosos como papa Bento XVI ou o fundador da igreja universal Edir Macedo virassem ateus amanhã, isso poderia influenciar o povo a se tornar tambem, ou o povo é muito esperto pra cair nesse mundo sem sentido?
Esta hipótese é quase impossível. Não que eles não sejam ateus, o que acho que são, mas nunca admitiriam isso publicamente, pois perderiam a clientela. E o povo não é esperto para não cair no ateísmo, pelo contrário, o que o povo não é é esperto para se tornar ateu, pois prefere viver na ilusão que propicia o enriquecimento das igrejas e seus líderes.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Podemos considerar que os parâmetros sociais são mais influenciadores que os instintivos? E quanto aos gays, pode ser por motivos sociais e biológicos (hormonais) também? Espero não estar te importunando com tantas perguntas do mesmo assunto.
A questão da homossexualidade, masculina ou feminina, não é hormonal, mas cerebral. Está na estrutura dos núcleos perceptores de feromônios e sua ligação com o centro de recompensa e demais anexos encefálicos. A pessoa homossexual tem produção hormonal condizente com seu sexo biológico, tanto que é perfeitamente capaz de ovular, conceber, gestar, parir e aleitar, no caso feminino e de ter erecção e produzir espermatozóides sadios no caso masculino. A preponderância do fator social é relativa. Depende do contexto em que se insere a pessoa, e isto varia com a época, o local (país ou região), o grupo social (religião, por exemplo), o estrato social e, até, o núcleo familiar a que ela pertença. A repressão à expressão livre da orientação sexual pode ser motivo de grande estresse psicológico e causa de desajustes sociais ou depressão. O ideal é que todos os grupos sociais acolham as diferentes orientações sexuais com naturalidade e permitam que se expressem sem entraves, condenações ou deboche. Por outro lado, essas pessoas têm que encarar sua situação como algo normal dentro da variabilidade humana, como estatura, peso, coloração de pele, beleza ou feiúra, inteligência ou burrice ou outras características biológicas normais com que todos temos que conviver de forma natural e assumida com tranquilidade. Não acho interessante movimentos tipo, "orgulho gay", "orgulho negro", "orgulho gordo" ou qualquer outro, porque assim se chama a atenção para tais características como se fossem anormais. Se todo mundo ficasse "na sua" com tranquilidade, tudo seria mais fácil de ser admitido. Também não acho que, por ser homossexual, a pessoa precise comportar-se de forma exacerbada e escandalosa nos seus trejeitos e modo de falar. Seja homossexual de forma normal como todo mundo é, não fazendo diferença de ninguém nos demais aspectos. Assim se fará respeitado como todo mundo deve ser. Muitas vezes o preconceito não é em relação à orientação, mas em relação às atitudes caricatas de alguns.
Como anda a economia do Brasil esta semana? Em que areas do Brasil vc ve maior crescimento daqui 2 anos?
Iara. Economia é um assunto que não acompanho, de modo que não te posso responder. Suponho que o Brasil consiga, como a Índia, crescer na produção e exportação de programas de computador, incluindo sistemas bem vastos e complexos. Seria bom, também, que exportássemos equipamentos de mecânica e eletrônica finas, como câmaras fotográficas, filmadoras, celulares, monitores, como a Coréia. Deixar as commodities e se voltar para os manufaturados de ponta.
(desculpe pela pergunta idiota) Ouço algo em fone de ouvido em um lugar no qual o som do ambiente supera o do fone, porém o som do ambiente não incomoda tanto o ouvido quanto o som do fone se ouvido em local silencioso, porque isso acontece?
Porque o pavilhão auricular possui um desenho especial para identificar a procedência do som e o localizar espacialmente fora do corpo da pessoa. Pelo uso das duas orelhas e da pequena diferença no tempo de captura do som por elas, o cérebro determina o local em que o som foi emitido. Ao se usar fones auriculares, o som é jogado diretamente no ouvido médio, sem passar pelo pavilhão e sem diferença de tempo de recepção. Isso faz com que o cérebro interprete que este som seja gerado no interior da própria cabeça. Havendo sons externos concomitantes eles se superpõe, podendo o externo sobrepujar tanto o nível do fones, que este se torna imperceptível. No entanto, só havendo os fones, não há como se identificar a localização espacial da origem do som e a impressão de que o som seja gerado dentro da próprias cabeça é algo a que não se tem correspondência na vida, provocando uma sensação muito estranha. Conforme o caso pode produzir vertigens, náuseas, desequilíbrio ou, simplesmente, um mal estar.
A atração que um homem sente por uma mulher muitas vezes é chamada de instintiva. Ela é instintiva mesmo? Não seria algo culturalmente motivado, que as pessoas acreditam ser instintivo, biológico?
Tanto é instintiva quanto cultural. O instinto leva o homem a querer uma mulher e a mulher a querer um homem, mas é a cultura que vai estabelecer os parâmetros que indicarão suas escolhas. Em cada época, lugar, grupamento e estrato social, as características desejáveis na mulher e no homem para que sejam escolhidos pelo parceiro mudam. Inclusive mudam em função da finalidade da escolha. Há uma escolha para o par que formará a união socialmente legitimada e outra para o par que propiciará a satisfação erótica. Isso é muito complexo e vale um livro inteiro. Recomendo "A Cama na Varanda", da Regina Navarro Lins e suas outras obras. Mas há muitos outros bons também.
A atração que um homem sente por uma mulher muitas vezes é chamada de instintiva. Ela é instintiva mesmo? Não seria algo culturalmente motivado, que as pessoas acreditam ser instintivo, biológico?
Tanto é instintiva quanto cultural. O instinto leva o homem a querer uma mulher e a mulher a querer um homem, mas é a cultura que vai estabelecer os parâmetros que indicarão suas escolhas. Em cada época, lugar e estrato social, as características desejáveis na mulher e no homem para que sejam escolhidos pelo parceiro mudam. Inclusive mudam em função da finalidade da escolha. Há uma escolha para o par que formará a união socialmente legitimada e outra para o par que propiciará a satisfação erótica. Isso é muito complexo e vale um livro inteiro. Recomendo "A Cama na Varanda", da Regina Navarro Lins e suas outras obras. Mas há muitos outros bons também.
Vc acredita que a genialidade dos gênios seja fruto de algo biológico?
Em grande parte, sim. É uma questão genética. A inteligência e a criatividade estão ligadas ao número de conexões entre neurônios de específicas áreas cerebrais. Essas conexões são inatas e, em certa fase da primeira infância, são destruídas. Mas nem todas. As que sobram vão caracterizar a genialidade. Parte desse resultado já está no programa genético, mas parte se deve ao reforço em robustecer algumas em detrimento de outras. Daí a importância dos estímulos, especialmente multissensoriais, na tenra infância. Mas a qualquer época é possível criar e reforçar conexões neuronais e até mesmo, aumentar o número de neurônios. Mesmo uma potencial genialidade genética pode ser destruída se não for convenientemente estimulada. Por isso é importantíssimo a identificação de superdotados nas séries iniciais da educação infantil e encaminhá-los para um trabalho diferenciado que lhes estimule o florescimento de sua genialidade nas diversas modalidades. A ausência desse trabalho é uma perda irrecuperável, não só para a pessoa, mas para a comunidade e, ouso dizer até, para o mundo. Isso tem que ser feito por pessoal preparado, inclusive para dar o apoio psicológico, essencial para que se possa lidar de forma tranquila com a própria genialidade, sem desenvolver comportamentos inadequados. Quem entende disso é minha amiga Inês Sagula Fossa e a Zenita Cunha Guenther, do Centro de Superdotação de Lavras.
http://www.aspat.ufla.br/CEDET.htm ;
http://www.mensa.com.br/pag.php?p=87 ;
http://www.conbrasd.org/ .
Professor, o que acha do poema "Cidade Prevista" de Carlos Drummond de Andrade?
Guardei-me para a epopéia
que jamais escreverei.
Poetas de Minas Gerais
e bardos do Alto-Araguaia,
vagos cantores tupis,
recolhei meu pobre acervo,
alongai meu sentimento.
O que eu escrevi não conta.
O que desejei é tudo.
Retomai minhas palavras,
meus bens, minha inquietação,
fazei o canto ardoroso,
cheio de antigo mistério
mas límpido e resplendente.
Cantai esse verso puro,
que se ouvirá no Amazonas,
na choça do sertanejo
e no subúrbio carioca,
no mato, na vila X,
no colégio, na oficina,
território de homens livres
que será nosso país
e será pátria de todos.
Irmãos, cantai esse mundo
que não verei, mas virá
um dia, dentro em mil anos,
talvez mais... não tenho pressa.
Um mundo enfim ordenado,
uma pátria sem fronteiras,
sem leis e regulamentos,
uma terra sem bandeiras,
sem igrejas nem quartéis,
sem dor, sem febre, sem ouro,
um jeito só de viver,
mas nesse jeito a variedade,
a multiplicidade toda
que há dentro de cada um.
Uma cidade sem portas,
de casas sem armadilha,
um país de riso e glória
como nunca houve nenhum.
Este país não é meu
nem vosso ainda, poetas.
Mas ele será um dia
país de todo homem.
Cultural x Biológico . Até que ponto o biológico pode interferir no comportamento humano? Estive pesquisando sobre isso e parece ser muito difícil distinguir quais comportamentos são influenciados pelo primeiro e quais são pelo segundo.
Também sou adepto do anarquismo, mas com leis e hierarquia. Me diz como administrar um trânsito como o de São Paulo, sem se fazer o uso de especialistas, e portanto de leis e hierarquia? Como criar uma web sem estabelecer padrões?
O serviço militar obrigatório não é algo anti-democrático? Particularmente, acho isso um absurdo. Como podemos combatê-lo?
A vontade da maioria não seria uma forma de violência contra a vontade da minoria?
domingo, 9 de outubro de 2011
A vontade da maioria não seria uma forma de violência contra a vontade da minoria?
Só se ela for imposta. Se a minoria tiver a liberdade de agir como quiser, não há tirania nenhuma. Mas a minoria também não pode pretender que a maioria aja como ela quer. Por isso é que o conceito de liberdade não inclui a possibilidade de impedir ou obrigar ao outro a fazer ou deixar de fazer tudo o que quiser, desde que não tolha a liberdade de outrem e nem provoque dor, prejuízo, sofrimento ou qualquer mal. Esta liberdade não se tem. O anarquismo é libertário nesse sentido. Todos têm a liberdade completa, menos nos casos acima mencionados. E a liberdade tem o reverso da moeda que é a responsabilidade. Todos são livres, mas têm que arcar com as consequências e o ônus de suas escolhas. Para tal é preciso que o processo educativo seja bem esclarecedor a respeito deste tema, tanto por parte dos pais quanto da escola.
Se uma pessoa ler seu forms inteiro, o que ela conhecerá de vc?
Muita coisa. Especialmente minha cosmovisão, isto é, meu modo de ver o mundo, minhas concepções políticas, filosóficas, religiosas, sociais, artísticas, científicas. E também um pouco do meu modo de ser, de minhas preferências pessoais, de meu temperamento, personalidade, caráter, inteligência, sensibilidade, disposição, tenacidade, cultura, estilo. Também poderá perceber minhas deficiências, se souber ler nas entrelinhas. Mas não conhecerá o calor do meu abraço, ou a doçura do meu beijo, se for o caso, a firmeza de meu aperto de mão, o tom seguro da minha voz, minha disposição para trabalhar, ajudar, minha solidariedade pessoal, minha cordialidade, a amenidade do meu papo, a empatia do meu sorriso nem a gravidade de minha carranca, quando acontece. Nem saberá de minhas apreensões e angústias. Para isso terá que ter uma convivência pessoal comigo. E para saber o que ou quem me faz alegre ou triste, tem que ser minha amiga. Mas para saber a quem amo, tem que ser o meu amor. Visitando o meu site e as outras comunidades da internet de que participo, especialmente os meus blogs, é possível ter uma noção mais completa de mim. O endereço está abaixo do avatar, no perfil.
Se uma pessoa ler seu forms inteiro, o que ela conhecerá de vc?
Muita coisa. Especialmente minha cosmovisão, isto é, meu modo de ver o mundo, minhas concepções políticas, filosóficas, religiosas, sociais, artísticas, científicas. E também um pouco do meu modo de ser, de minhas preferências pessoais, de meu temperamento, personalidade, caráter, inteligência, sensibilidade, disposição, tenacidade, cultura, estilo. Também poderá perceber minhas deficiências, se souber ler nas entrelinhas. Mas não conhecerá o calor do meu abraço, ou a doçura do meu beijo, se for o caso, a firmeza de meu aperto de mão, o tom seguro da minha voz, minha disposição para trabalhar, ajudar, minha solidariedade pessoal, minha cordialidade, a amenidade do meu papo, a empatia do meu sorriso nem a gravidade de minha carranca, quando acontece. Nem saberá de minhas apreensões e angústias. Para isso terá que ter uma convivência pessoal comigo. E para saber o que ou quem me faz alegre ou triste, tem que ser minha amiga. Visitando o meu site e as outras comunidades da internet de que participo, especialmente os meus blogs, é possível ter uma noção mais completa de mim. O endereço está abaixo do avatar, no perfil.
Num enxame, no galinheiro,, no curral, na família, tanto no mato, quanto no quintal, os animais se organizam segundo regras rígidas de convivência, que consideram o status de cada indivíduo. Como pode o anarquismo, se ele não aceita leis e hierarquia?
Com superação da animalidade pela civilização. Leis, hierarquia, restrições à liberdade, classes sociais, governo, nações (mas não países), fronteiras, propriedade, dinheiro, religiões, disputas e guerras são atestados da animalidade ainda não superada da humanidade em sua evolução à civilização. Anarquismo não é desordem. Pelo contrário, é o suprassumo da ordem porque não é imposta, mas sim assumida por consenso. Anarquismo é a prevalência da colaboração sobre a competição, da diligência sobre a preguiça, da solidariedade sobre a dominação, do altruísmo sobre o egoísmo, da bondade sobre a maldade, da justiça sobre a injustiça, da virtude sobre o vício, do bem sobre o mal, na nobreza sobre a vilania, da bravura sobre a covardia, da felicidade sobre a infelicidade. Anarquismo é o ideal de sociedade harmônica e fraterna, próspera e igualitária, livre e ordeira, pacífica e construtiva, moderna e avançada, culta e sofisticada. Sem nenhuma pobreza, ignorância, enfermidade, crime, insegurança, preconceito, intolerância. Global e regional na valorização das características relevantes de cada povo e no reconhecimento dos valores universais do homem e da importância do cuidado do planeta como nosso lar no Universo. No respeito a toda a natureza e, principalmente, na amizade completa de todas as pessoas de todos os povos.
Utopia? De modo nenhum! Algo perfeitamente realizável no curto prazo de algumas centenas ou poucos milhares de anos, levando em conta que a humanidade só tem 200 mil anos de idade e ainda perdurará por alguns milhões de anos no planeta.
Como chegar lá? Nada de revoluções. Anarquia não pode ser imposta, tem que ser desejada e aceita. Os governos, a propriedade, o dinheiro têm que desaparecer pela falta de necessidade de uso, não por lei ou decreto. O mesmo acontecendo com as forças armadas, o sistema judiciário e penitencial, o sistema bancário e fiscal e todas essas inutilidades. Isso será obtido pela educação, pela propaganda, pela divulgação, pelo exemplo, pelas ações no sentido de cada vez mais se prescindir dos governos, pois todos farão o que compete ao governo por conta própria. Pela adoção gradativa de modos comunitaristas de vida, sem imposição e sem envolvimento de dinheiro e propriedade: Alojamentos, refeitórios, lanchonetes, lavanderias, vestuários, hortas, pomares, canís, creches, escolas, centros de lazer, praças de esportes, bibliotecas, cinemas, teatros, garages, ambulatórios, oficinas, padarias, bicicletas e tudo o que uma comunidade precisar de forma inteiramente comunitária e gratuita, com trabalho voluntário e não remunerado. Sem residências individuais, nem famílias mononucleares, mas como se fossem grandes apart-hotéis em que tudo seria compartilhado, inclusive os maridos, as mulheres, os filhos e os pais. Mas nada com regras estabelecidas. Sempre pelo bom senso e com o objetivo do bem coletivo acima de tudo. Tudo feito em processo de mutirão, com doação de materiais e mão de obra, sem proprietários. Aos poucos isso iria sendo estendido a hospitais, universidades, indústrias, fazendas, transportes. Todos trabalhando de graça e tendo tudo o que precisassem sem pagar. Isto é perfeitamente possível de ser coordenado por comitês "ad hoc".
Você acredita nesta balela, de que numa sociedade, através de eleição direta, os eleitores, por mais bem preparados que sejam, sempre conseguem escolher entre vários candidatos, aquele que será seu melhor representante?
Acredito! Sei que há muitas falhas no processo, mas, até que se possa estabelecer o anarquismo, e isto ainda demora quase mil anos, a democracia ainda é o melhor sistema político. É claro que se precisa consertar muitos problemas conjunturais, como a influência do poder econômico sobre o resultado, a possibilidade de eleição de corruptos e incompetentes, esse problema do voto proporcional por legenda, a possibilidade de coalizões. Sou a favor de um sistema distrital misto, da abolição do Senado, da possibilidade de candidatura sem partido e muitas outras coisas que poderiam ser discutidas. Mesmo com todos esses problemas, ainda sou democrático. A questão de eleições diretas ou indiretas, para mim perderia o sentido se se adotasse o sistema parlamentarista, que advogo. O presidencialismo é muito monárquico na linha absolutista. Não gosto disso.
Frases de Steve Jobs em seu discurso de formatura de Stanford em 2005
“Seu trabalho vai preencher uma grande parte da sua vida, e a única maneira de estar verdadeiramente satisfeito é fazer o que você acredita que seja um grande trabalho. E o único modo de fazer um grande trabalho é amar o que você faz. Se você ainda não encontrou, continue procurando. Não desista. Como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como qualquer grande relacionamento, vai ficar melhor e melhor conforme os anos passam. Então continue procurando até encontrar. Não desista.”
“Você não pode conectar os pontos olhando pra frente; você só pode conectá-los olhando pra trás. POr isso você tem que confiar que os pontos vão se conectar de alguma maneira no futuro. Você tem que confiar em alguma coisa – seu palpite, o destino, a vida, karma, o que seja. Essa abordagem nunca me falhou, e tem feito toda a diferença na minha vida”.
“Lembrar que estarei morto logo é a ferramenta mais importante que eu já encontrei para me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Porque quase tudo – todas as expectativas externas, todo orgulho, todo medo de falhar ou vergonha – essas coisas caem por terra ao encararem a morte, deixando apenas o que é realmente importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que encontrei para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.”
“Ninguém quer morrer. Mesmo as pessoas que querem ir pro paraíso não querem morrer pra chegar lá. E ainda assim a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém jamais escapou dela. E isso é como deveria ser, porque a Morte é provavelmente a melhor invenção da Vida. É o agente de mudança da Vida. Limpa o velho para abrir caminho pro novo. Exatamente agora o novo é você, mas algum dia não muito distante de agora, você gradualmente vai se tornar velho e ser eliminado. Desculpe ser tão dramático, mas isso é bem verdade.”
“Seu tempo é limitado, então não perca vivendo a vida de outra pessoa. Não seja tapeado por dogmas – que é viver pela crença de outra pessoa. Não deixe o barulho da opinião dos outros calar sua voz interior. E mais importante, tenha a coragem de seguir seu coração e intuição. De alguma forma eles já sabem o que você verdadeiramente quer se tornar. Tudo o mais é secundário”.
Aquilo que o sexo tem de intenso, também tem de efêmero?
Não necessariamente. É uma questão de modo de encarar o sexo. Se se encarar o orgasmo como o objetivo do sexo e levar o encadeamento de todas as preliminares para a consecução desse fim, então, uma vez obtido, há uma grande frustração. Mas esta é uma visão comezinha do sexo. O objetivo do sexo, como o ato mais sublime do prazer amoroso em um amor que envolva philia, eros e agape, está, justamente, na tensão preliminar ao orgasmo. Quanto mais prolongada ela for, maior o prazer que se tem, pois, enquanto isso, podem se associar as miríades de sensações dos múltiplos sentidos, num processo de entrega e fruição, em ondas de excitação e suavidade alternadas, pelo tempo que se julgar desejável. É disso que trata o "sexo tântrico", habilidade que não é privilégio de praticantes de yoga nem hinduístas, mas que pode ser desenvolvida por qualquer casal que a tanto se empenhe com dedicação e devoção ao prazer mútuo. Assim, como a mulher, até o homem pode ter orgasmos múltiplos, sem ejaculação, deixando-a para o fechamento que funciona como a "coda" de uma sinfonia em que os diversos temas foram expostos, desenvolvidos e re-expostos à sofreguidão. Num intercurso amoroso de tal intensidade, todos os pudores têm que ser abandonados e se tem que esquecer do mundo e de qualquer responsabilidade, fazendo-se de criança, mas com uma inocência maliciosa. Suavidade alterna-se com vigor, sem contudo provocar dor nem desprazer e nem se forçar nada que não seja consentido. Se os envolvidos, além da sintonia sexual, também curtirem o verdadeiro amor, não há, na face da Terra, momento mais glorioso do que esse. Com intensidade e sem efemeridade.
Professor, nesta semana participarei um debate na escola sobre a Eutanásia e estou pesquisando diferentes opiniões para formular meus argumentos (será sorteio, posso ter que argumentar tanto contra quanto a favor). Qual a sua opinião sobre o assunto?
Acho legítima em casos realmente desenganados em que o paciente esteja sofrendo de modo atroz ou mantido em estado de suspensão da consciência para não sentir a dor. Essa pessoa não está vivendo. Morrer é preferível e, então, será uma caridade. Se for possível que ela dê o consentimento, melhor. Caso contrário um conselho de médicos e familiares pode decidir se suspende a manutenção artificial da vida e deixa a morte ocorrer naturalmente ou, se isso for muito doloroso, que se aplique alguma injeção letal indolor. Penso a mesma coisa do suicídio assistido. Sou uma pessoa que valoriza a vida como ninguém por se tratar da preciosidade mais rara do Universo. Mas viver em agonia atroz não é viver e não há razão para que isso seja mantido. Exatamente o amor que se tem pela pessoa nessa situação que me leva a considerar a validade de permitir a sua morte.
Acredita no amor?
Certamente que sim! Toda a minha luta pelo estabelecimento do anarquismo e do ateísmo, é em nome da verdade e do amor. Esses são os dois conceitos primordiais que têm que dirigir as ações humanas. O amor em todos os seus planos: afeição, amizade, desejo, amor, paixão, devotamento, cuidado, dedicação, proteção, entrega, bem-querer, bondade, solidariedade, cooperação, compaixão, generosidade, altruísmo, juntamente com a verdade, retratada por meio da honestidade, sinceridade, justiça, retidão, honra, modéstia, assertividade, probidade, são as virtudes capazes de construir um mundo harmônico, justo, fraterno, próspero e feliz para todas as pessoas e não só para algumas. Especificamente sobre o amor dos casais (hetero ou homossexuais), ele é uma reunião dos três amores clássicos gregos, a "philia", ou amizade, o "eros", ou desejo sexual e o "agape", ou amor espiritual desinteressado. Quem não conseguir alcançar a realização de algo assim na vida não pode dizer que viveu. É claro que eu acredito porque sei por experiência própria, como sei que é a maior ventura da vida, inimaginável por quem nunca dela provou. Mesmo que não seja realizada em sua plenitude do espírito e da carne, só em pensamento já é uma elevação etérea e transcendente, cujo travor tem um amaríssimo dulçor. Sofrer por um amor não correspondido é mais beatificante do que não sofrer por não ter amor nenhum. Não amar é viver a vida vegetativamente sem que o grão germine. Não ser amado é ser uma flor completamente formada e não polinizada. É preciso estar pronto para o amor a qualquer momento que a abelha cupido venha polinizar a flor. Não se escolhe a quem amar. A natureza, o acaso, as coincidências e as circunstâncias é que dirão ao coração que ele foi achado. Mas tudo pode ser efêmero. Um amor não pode fechar a porta do coração para outros amores, que, talvez aparecem depois e sejam mais brilhantes e sedutores do que o que se tem. Por isso é que acho que a felicidade no mundo nunca poderá ser completa se a sociedade não se abrir para a possibilidade honesta, legítima, sincera e consentida de múltiplos amores simultâneos, sem exclusividade, sem posse, sem ciúme, sem inveja, sem despeito. A exclusividade amorosa é decorrente de considerações puramente econômicas, referentes a rendimentos, propriedades, heranças, e todas essas questões que não podem existir para atrapalhar a felicidade das pessoas. Que todos sejam magnânimos e tudo seja compartilhado entre todos, de modo que as famílias não sejam apenas mononucleares, mas extensas, envolvendo, se for o caso, todos os maridos de todas as mulheres e todas as mulheres de todos os maridos, sendo os filhos, filhos de todos os pais e os pais, pais de todos os filhos. Numa generosidade total, inteiramente encharcada de amor.
Nada vale mais que o amor. O amor não pode ser negado, restringido, dividido, negociado, reprimido, proibido, cerceado, contido, escondido, subtraído... O amor só pode ser adicionado, multiplicado, extravasado, espalhado, revelado, disseminado, compartilhado, cultivado, frutificado... Sem barreiras, exclusividade, desculpas, rodeios, mentiras, trapaças, temores, pudores, exigências, cobranças... Com alegria, harmonia, ternura, carinho, respeito, amizade, admiração, zelo... Mas ardoroso, impulsivo, sôfrego, extasiante, avassalador... Por sentimentos, desejos, vontade, ações, testemunhos, declarações, gentilezas, presentes... Entre toques, abraços, beijos, enlaces, suores, tremores, estertores, exaustão... E tem que fazer vibras todas as fibras do ser numa melodia celestial, exalar os mais inebriantes perfumes, propiciar as mais belas imagens do ser amado, sentir as mais suaves e arrepiantes carícias e evocar os mais significativos momentos de indizível romance, prazer e elevação. Viver sem amar não é viver, é padecer e suportar a mais indizível tristeza que a vida pode conceder. Busca o amor antes de tudo o mais. Nunca é tarde para amar enquanto houver vida. A falta de tudo o mais, com amor, pode ser suportada. A presença de tudo o mais, sem amor, é insuportável. Ao buscar e achar o amor, não se prenda a compromisso nenhum senão a retribuir o amor com amor. E nem condicione a doação do amor a nenhuma reciprocidade. Nenhuma paga requer o amor, nem mesmo o amor. Nem a perenidade, nem a exclusividade. Muito menos qualquer servidão ou retribuição não amorosa. Mas, uma vez o amor ao amor se dando, apenas por amor, tudo o mais poderá e será dado de favor, sem conta nem exigência.
Veja o que mais já escrevi a respeito:
http://wolfedler.blogspot.com/2008/07/amor.html ;
http://wolfedler.blogspot.com/2008/07/homossexualismo--poliamor.html ;
http://wolfedler.blogspot.com/2008/07/tica-e-atesmo.html .
Falando da mente ainda... O senhor acredita ser possível uma "Teoria Da Aprendizagem" como o Construtivismo de Piaget por exemplo? Ou é um tema muito complexo e ainda não temos conhecimento o suficiente para generalizar desta forma, como diz Chomsky?
Concordo com Chomsky nesse aspecto. O desenvolvimento da neuropsicologia ainda não está suficientemente maduro para se poder apresentar uma teoria definitiva da aprendizagem. Mas isto não impede que tentativas sejam sempre propostas e testadas. O que não se pode é fechar questão com um modelo e rejeitar outras concepções. O campo ainda está em aberto e, aos poucos, com contribuições de várias concepções, vai se construindo um panorama mais realista. O que eu percebo é que a psicologia vai acabar fundindo-se com a neurologia e se tornar uma disciplina médica, mesmo envolvendo aspectos filosóficos. Aliás, a própria filosofia cada vez mais está se tornando mais científica e menos filosófica. Essa é a tendência, e me parece irreversível, mesmo com o estrilo dos filósofos e psicólogos partidários do aspecto mais "humanista" de seu campo de conhecimento. Por isso acho que saber Física e Biologia é essencial para um filósofo (Matemática também: aritmética, álgebra, geometria, topologia e análise). Não adiante fugir. Tem que encarar o touro da "ciência dura" pelo chifre e domá-lo. Senão vai ser um filósofo ou psicólogo de meia tigela. A recíproca também e verdadeira. Cientistas têm a obrigação de saber filosofar e conhecer filosofia. Muita coisa? Sim!, E daí? O que acontece é que o pessoal acha que saber física é saber o que se ensina no ensino médio e cai no vestibular. Aquilo não é física, é engenharia (física aplicada). Só é ensinado porque dá margem a elaborar muitas questões. Física é a ciência que investiga o funcionamento básico da natureza. Isso é que os fílósofos precisam saber, não como calcular resistência equivalente de um circuito (nem os alunos do ensino médio precisam). Mas o lobby dos donos de cursinhos e dos professores de física que não sabem física é muito grande para se conseguir mudar essa concepção. Tenho lutado por isso há 40 anos, em vão. Mas, enquanto estiver vivo, não desisto, pois minha especialidade é dar murro em ponta de faca.
A Matemática foi inventada ou descoberta?
Já escrevi muita coisa sobre isso: Dê uma olhada nestes tópicos:
http://wolfedler.blogspot.com/2011/10/matematica-e-uma-criacao-humana-que.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/08/partir-de-que-momento-apos-o-big-bang.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/07/ate-que-ponto-matematica-e.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/02/apenas-hipotetica-trata-se-de-uma.html
http://wolfedler.blogspot.com/2010/12/professor-o-senhor-considera-matematica.html
http://wolfedler.blogspot.com/2010/11/ah-entao-voce-nao-e-um-realista.html
http://wolfedler.blogspot.com/2010/11/matematica-e-uma-ciencia-se-sim-ou-se.html
http://wolfedler.blogspot.com/2010/11/matematica-faz-bem-ao-cerebro.html
http://wolfedler.blogspot.com/2010/11/o-que-separa-fisica-da-matematica.html
Mas por favor...responda essa utima pergunta? porque colocou o professor ludovico? em seu avatar?....foi quando descobriu que eu era Hans? eu te pergunto porque dias atrás eu vi essa foto em seu avatar em sonho.........( ADEUS )
Coloquei o Ludovico porque, em criança eu lia muito O Pato Donald, Mickey e Tio Patinhas e gostava do Ludovico, com que me identificava. Só isso. Eu não descobri que você era o Hans. Adeus.
Discordo. Para mim todo o conteúdo da mente lhe foi depositado pelas sensações, sobre as quais o raciocínio elaborou conceitos. Então o senhor imagina que a mente humana seja uma espécie de tábula rasa lockeana? (se é que entendi direito)
Em termos de conteúdo, sim. Em termos de estruturas de processamento, não. Mas a mente não é como um computador em que o hardware e o software são entidades distintas. O conteúdo está na própria estrutura e ela vai se formando enquanto o conteúdo vai sendo adquirido. Isto acontece desde que se inicia a diferenciação de células nervosas no embrião. O embrião e o feto já vão tendo sensações que vão moldando as conexões neurais para ele começar a ter as percepções do posicionamento esquelético e tudo o mais. Ao emergir para o exterior, a criança já tem um grande volume de memórias, já sabe ver e ouvir, sem refinamento, decerto, e assim por diante. Acho que em psicologia e neurologia podem-se esquecer todas as opiniões filosóficas anteriores ao século XX e começarmos com as investigações verdadeiramente científicas, especialmente mais recentes. Isto não é um tema filosófico, é científico. Mas a Psicologia e as Neurociências ainda não estão solidamente estabelecidas, De modo que é preciso examinar todas as correntes: Pinker, Skinner, Churchland, Searle, Rose, Dennett, Chomsky, Foucault, Gazzaniga, Damásio, Nagel, Quine e outros, para se tirar um apanhado geral e fazer um juízo. O problema é ter tempo para isso tudo se não se é um especialista da área. E corre-se o perigo de se ler um livro só e ficar influenciado pelo ponto de vista do autor sem ler outros. O problema da psicologia filosófica, com a de Locke, Hume e outros, é que se baseia em opiniões tiradas de reflexões e não estudos científicos de casos.