terça-feira, 3 de agosto de 2010

Você gostava de estudar ou só o fazia por obrigação?


Sempre gostei de estudar e até hoje adoro fazê-lo. Mas nunca estudava o que cairia na prova e sim outras coisas. O da prova eu sempre sabia só de ir à aula. É que minha curiosidade é imensa a respeito de tudo. Não quero saber a utilidade, quero só saber. Isto me dá um prazer enorme. É muito gostoso saber das coisas. Quanto mais difícil, complicado, trabalhoso e demorado, mais satisfação eu tenho em dominar o conhecimento. Tem coisas que não me interesso: esportes, negócios, direito, economia, política. Mas matemática, física, astronomia, cosmologia, geologia, biologia, psicologia, filosofia, literatura, poesia, música, pintura... ah! isto tudo é uma delícia dedicar horas a fio a ler, estudar, pintar, cantar.
Acho que o prazer do estudo está ligado à vitória sobre os desafios e à satisfação de dominar um conhecimento ou uma habilidade, como saber praticar algum esporte ou tocar algum instrumento. Isto aumenta a auto-estima pelo reconhecimento que as pessoas dão ao seu desempenho. E, é claro, a gratificação de se sentir contribuinte para a melhoria do mundo. Por isto é preciso que os professores, desde bem cedo nas criancinhas, não façam do estudo um castigo, mas um jogo e sejam eles mesmos deslumbrados com o saber, de modo a passar isto para a criança. Assim ela crescerá vendo no estudo algo maravilhoso e desejável, mesmo que sem cobrança.
Em verdade é só pela educação e pela cultura que todas as mazelas da humanidade poderão ser resolvidas. Prosperidade, saúde, habitação, igualdade social, combate à criminalidade e às drogas, tolerância religiosa, abolição de preconceitos, erradicação de todas as guerras, enfim: paz, harmonia, justiça, fraternidade e tudo o que se pode desejar de um mundo bom para todos só será alcançado se se começar pela educação. E educação envolve não somente estudo, mas estudo também, sem dúvida. Gostar de estudar é, assim, condição básica para a melhoria do mundo. Há um profissional especialmente preparado para fazer isto: o professor. Considero esta a mais importante profissão que existe. Pena que as melhores cabeças não a busquem porque não enriquece. Por isto temos professores que não gostam de estudar. E isso passa para o aluno. Professor tem que ser vibrador com o conhecimento, como um atleta com seu esporte. Sou professor e me orgulho muito de o ser. Não queria ser outra coisa na vida. Cientista, artista e filósofo são complementos. Essencialmente sou um professor e, como tal, adoro estudar.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Minha Exposição

Qual a fonte das imagens que você pintou na coleção de "Paisagens Cósmicas" que estarão em sua exposição lá na Biblioteca da UFV a partir do dia 9 de agosto?

Todas as telas são baseadas em fotos do telescópio Hubble. Imprimo-as e vou pintando a mão livre, olhando a foto. Não faço decalque ou outro processo de transcrição para a tela. Só um esboço à mão mesmo. Uso tinta acrílica ou a óleo. No caso da acrílica, primeiro faço as cores de fundo com uma diluição fraca em glicerina e água e no caso do óleo, em óleo de linhaça. Depois adiciono as sombras sem diluição, usando pincel chato duro e, finalmente, os detalhes em relevo, com uma aplicação da tinta por um pedaço de bucha vegetal. Após a secagem aplico um verniz spray semi-brilhante.
Escolhi as galáxias e nebulosas com maior apelo estético, que, justamente, possam maravilhar o espectador com a beleza do Universo. Tais objetos não se apresentam assim a olho nú, de modo que não se pode pintar pela observação direta. Somente uma exposição fotográfica de longa duração, obtida em telescópios e composta pela superposição de imagens tomadas com vários filtros é capaz de revelar todo o esplendor de luz e cores que se apresentam.

Causa, propósito e origem do Universo





Consideremos uma primeira possibilidade:
Existe algo denominado “nada” que não possui conteúdo de espécie alguma, nem espaço vazio para poder conter alguma coisa, mesmo que não contenha e nele o tempo não passaria. Tal entidade se transformaria em alguma coisa substancial e que ocuparia algum espaço e desenvolver-se-ia no tempo. Isto é o que se denomina “surgir do nada”, ficando entendido em tal proposição que “nada” é algum tipo de entidade.
Agora outra possibilidade: Não existe nada que se possa denominar de “nada”. A ausência de conteúdo, de espaço e de tempo não é nenhuma entidade. “Nada” é apenas uma palavra para designar tal ausência, mas não é uma entidade. Como não há algo do que provir, o surgimento do espaço, do tempo e do conteúdo que neles se aloja e desenvolve ocorre sem ter do que provir. Não provém nem do “nada”, pois “nada” não é alguma coisa.
A primeira possibilidade é uma impossibilidade, pois toda transformação é uma transformação de alguma coisa. Logo não há como “provir do nada” se no “nada” não tem nada.
A segunda possibilidade pode ocorrer, pois não está havendo transformação de algo e sim um surgimento do que antes não existia. Isto não contraria nenhuma lei que descreva o comportamento da natureza, como as leis de conservação de massa e energia, pois tais leis não existem sem que haja algo que se comporte como elas descrevem.
Se nada existia, também não haviam eventos, logo não há relação de causalidade entre o surgimento do Universo e algum evento que lhe preceda, pois isto não existe. Portanto o surgimento do Universo não tem causa, uma vez que causa é uma relação entre eventos.
Tal surgimento, portanto, foi inteiramente fortuito e contingente, isto é, não houve necessidade alguma de que ocorresse. Portanto também se deu sem propósito algum. Assim o surgimento do Universo não tem causa nem propósito nem origem.

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