sexta-feira, 23 de abril de 2010

Superdotação e polimatismo


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Tenho muito interesse no tema “superdotação”, uma vez que posso me considerar superdotado, pelo que percebo de meu comportamento desde a infância, pelos testes de QI que já fiz (cujos escores variam em torno de 142) e pelo testemunho de meus amigos. Mas nunca tive tratamento especial na escola pública em que estudei (aliás, muito boa, à época). Em casa, contudo, meus pais me municiavam de leituras e conversas estimulantes, já que eram intelectuais, como é o caso de toda a minha família, tanto materna quanto paterna. No ensino fundamental eu já estudava em livros de História e Geografia de nível superior, pois meu pai era professor dessas matérias. E nunca me contentava em saber só o que os professores ensinavam, qualquer que fosse a matéria. Comecei a estudar Filosofia com 11 anos, juntamente com Física Atômica e Nuclear, Eletrônica, Mecânica, Química e Biologia. Além disso tocava piano e pintava quadros. Só nunca gostei de esportes nem de negócios. Chamava Matemática de Boatemática. Hoje penso o quanto o mundo perde em não apoiar adequadamente os superdotados.
Procurei conhecer a Mensa Internacional para me juntar a uma comunidade de pessoas mais inteligentes, que colocassem este dom a serviço da humanidade, mas decepcionei-me com a vaidade, a presunção e a mesquinhez de muitos membros. Inteligência é algo importante, mas caráter é mais ainda.


A questão do caráter é fundamental, pois uma grande inteligência voltada para o mal é o maior desastre. Todavia vejo uma grande correlação (com exceções, é claro) entre uma maior inteligência e um comportamento ético positivo e, mesmo, um espírito de desprendimento e altruísmo. O que costuma faltar é só a modéstia. Por isso a educação tem que ser integral: inteligência, conhecimentos, habilidades e caráter. Reconhecer-se inteligente não é esnobismo, se isto é feito de forma modesta e sem presunção, uma vez que tal característica, em grande parte, não é fruto de esforço próprio, não conferindo, assim, mérito pessoal a quem a possua. É como se reconhecer feio ou bonito, gordo ou magro, alto ou baixo, isto é, trata-se meramente de uma constatação e não um auto-elogio.



Outro aspecto de minha pessoa que até atrapalha é o polimatismo. Tenho um leque muito grande de interesses  e não consigo me fixar em apenas um deles, pois então lamentaria não estar abordando os outros. Por formação profissional sou um professor de Física e Matemática, com mestrado em Cosmologia. Na área educacional tenho atuado como administrador acadêmico (sem envolvimento com a área financeira e de pessoal, apenas a pedagógica). Todavia sempre estudei de forma ampla e profunda, por diletantismo, Filosofia, História, Geografia, Biologia e Psicologia (não clínica). Também externo meus pendores artístico pintando, desenhando, compondo, cantando e escrevendo crônicas, ensaios e poemas. Monto computadores, escrevo programas, conserto qualquer coisa mecânica ou elétrica, faço móveis. Além disso, profiro palestras e navego na internet, participando de fóruns de debates.
Só não sei é ganhar dinheiro com isso tudo, pois, geralmente, trabalho de graça, colaborando, por exemplo, na diretoria de entidades artísticas, científicas e de classe, especialmente nos conselhos deliberativos. Mas sempre acabo me responsabilizando pela elaboração de projetos de captação de recursos, estatutos, regimentos e todo esse tipo de coisa. Como não sou econômico e gasto muito com livros, discos, revistas, partituras, gravuras, vídeos e outros bens culturais, mesmo ganhando razoavelmente, acabo não fechando meu orçamento e vivo enterrado em dívidas. Como não possuo propriedade alguma, não tenho nada que possa vender para saldá-las, já que minha biblioteca, em que apliquei mais de meio milhão de reais em cinquenta anos, não me renderia nem um décimo disto, se a vendesse. Mas pretendo doá-la ao povo, talvez fundando uma ONG.


Uma consequência dessas característica é que também promovem em mim uma aguda sensibilidade e consciência  da situação, o que leva à frustração de ver a ignorância, a incapacidade, a incompetência e a improbidade serem valorizadas em detrimento do esclarecimento, da cultura, da competência, da lisura e da probidade, na maior parte dos campos de atuação das pessoas. Isto é motivo de tristeza e poderia até levar à depressão, não fora o idealismo, o entusiasmo e a confiança com que me empenho em levar ao maior número de pessoas a luz da ciência, do conhecimento, da razão e da verdade, tentando por todos os meios a meu alcance (e este blog é um deles) consertar este mundo para torná-lo um lugar justo, benevolente, harmônico, próspero, aprazível e fraterno para todos os seus habitantes (não só humanos).

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A carta do Papa

Ratzinger

O Vaticano divulgou a carta do Papa sobre pedofilia na Igreja.
Veja-na na íntegra em clicando aquí.

Vejam também a tradução dos comentários de Michael Nugent a respeito, clicando aqui.


Pobre humanidade... Como pode haver quem não veja esta repulsiva atitude de uma pessoa tão importante exatamente por representar um pseudo-ideal de santidade, retidão e honradez. Mas protestantes, islâmicos e outros líderes religiosos não ficam atrás em suas perversidades e falcaturas. Quando é que a luz da razão vai conseguir iluminar as trevas da fé que anestesia e imbeciliza as mentes para as mais escancaradas evidências de um projeto de dominação e lavagem cerebral perpetrada ao longo dos séculos pelos detentores do poder religioso? Certamente que há alguns crentes sinceros e bem intencionados, mas não é o que se vê nas cúpulas religiosas. Digo isso de Saulo de Tarso, Agostinho de Hipona, Maomé, Martinho Lutero, Henrique VII, Calvino, Allan Kardec, que, para mim, não diferem muito de Edir Macedo ou Ratzinger. Talvez nesta lista eu só exclua Sidharta Gautama. Mesmo Jesus Cristo não sei, caso tenha existido, se era realmente bem intencionado e, neste caso, teria que ser um esquizofrênico, para supor que era um deus. Mas... pode ser. Não digo que certas lições morais pregadas pelas religiões não sejam válidas. Mas o uso que suas cúpulas fazem das noções idiotas de "temor de deus", por exemplo, é pior do que os genocídios declarados de Hitler, Mussolini, Stálin, Mao e Pol Pot, por exemplo (não que eu os apologise, pelo contrário), pois é uma subliminar e sutil dominação mental.

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