Como sempre, o mestre é magnífico em suas palavras.
sábado, 2 de abril de 2011
Não é possivel acessar eventos mais rápidos que 1 tempo de planck com os recursos atuais da ciência,ou tais eventos não podem existir?
Nem bem maiores do que o tempo de Planck (5.39E-44 s). O quantum de tempo, proposto por Caldirola, é de 6.97E−24 s, O tempo de Planck é uma unidade natural de tempo, advinda de considerações dimensionais, O menor tempo já medido experimentalmente foi de 12E−18 s, equivalente a 2,2E26 tempos de Planck ou a 1,7E6 quanta de tempo. Tempos menores do que o de Planck não teriam significado, pois não se poderia detectar alteração nenhuma em nada e tempo é algo que advém das mudanças de estado do Universo. A quantização do tempo e do espaço, contudo, ainda não estão estabelecidas de forma inconteste, sendo, por enquanto, meras especulações.
When you're lost, are you more likely to ask for directions or find your way without help?
I first try find my way without help, by my sense of direction. If I fail, I ask for help.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Qual é a diferença entre amor e paixão?
Podem-se considerar vários tipos de amor.
“Philia” é o amor da mente, isto é, a amizade e o afeto que se tem por outra pessoa do mesmo sexo ou do oposto, de uma forma racional, ligada a uma reciprocidade.
“Eros” é o amor sensual, vinculado ao desejo carnal, mas não apenas ele, pois envolve um sentimento também. É o amor dos casais.
“Agape” é o amor do coração, ou da alma, sem conotação erótica, mas com maior envolvimento da que a simples amizade ou afeição. Trata-se do “amor platônico”, em que se quer o bem da pessoa amada de forma altruísta, mesmo sem retorno, mas com um desejo de reciprocidade.
“Pathos” é o amor apaixonado, emocional e obsessivo, expresso por um desejo irrefreável do contato com o ser amado. É a paixão.
Evidentemente que se pode ter qualquer combinação desses quatro no sentimento que se tem por alguém.
“Charitas” é o amor por compaixão que se pode ter por alguém também de forma altruísta, mas sem envolver um desejo de reciprocidade e ligado a uma ação de servir.
Sem dúvida o amor platônico existe e não é incomum. É o amor cantado pelos trovadores medievais de um cavaleiro por sua dama, como o de Dom Quixote por Dulcinéia. O amante platônico nutre o desejo de que seu amor se torne erótico, mas não deixa de amar se o aspecto erótico não for realizado.
Paixão é um misto de desejo sensual, de sentimento de posse, de necessidade total da companhia do ser amado, de fundir-se a ele em uma unidade mental, sensorial e carnal. É uma urgência de querer e ser querido, sem limites, sem interrupção. É a necessidade de gozar em plenitude todos os prazeres sensoriais e espirituais de uma ligação afetiva total. É uma obsessão, como se fosse até patológica. A pessoa apaixonada não pensa em nada nada além do objeto de sua paixão, não se importando com nada mais na vida. A paixão tem uma intensidade fortíssima, mas não permanece muito tempo. Normalmente transforma-se em amor.
Amor é um sentir, um pensar, um desejar, um querer e um agir, isto é, uma emoção, um sentimento, um apetite, uma volição e uma ação. Esse complexo de fatos psíquicos caracteriza o amor em todos os planos, piedade, compaixão, solidariedade, afeição, amizade, amor platônico, erotismo. Amor filial, maternal, paternal, fraternal, conjugal, idealista. A intensidade e a sequência em que eles aparecem pode variar. O amor sempre emociona, enternece, e envolve um desejo de zelo, cuidado e proteção da coisa amada, bem como um desejo de reciprocidade. Mas o amor só se realiza quando é expresso em vontade e essa vontade em ação. Não basta sentir e desejar para amar, é preciso querer e provar. O amor envolve dedicação e renúncia, paciência e perseverança, trabalho e recompensa, alegria e tristeza, euforia e depressão. É algo envolvente e inebriante. O amor não é possessivo, ciumento, exclusivista, castrador, sufocante. Pelo contrário, o amor é libertário e altruísta. Não me refiro apenas ao amor erótico mas a todas as modalidades, inclusive as formas idealistas de amor à verdade, à justiça, à sabedoria, à humanidade, à natureza. O amor não pode ser cerceado em sua intensidade e abrangência. Ele não possui limites. Quanto mais se ama a mais coisas e pessoas, mais capacidade se tem de amar. E quanto mais se ama, mais se realiza e maior é a felicidade, mesmo que nem sempre seja correspondido.
Não sou cristão mas muitas das mensagens de Cristo me calam profundamente e eu as adoto como bússolas norteadoras de minha vida. Dentre elas eu coloco a primazia na máxima: “amai-vos uns aos outros”. Aí está. O amor a chave para o significado da vida. E quando digo amor digo amor total e incondicional a todos os seres. Não é amar apenas a quem nos ama. É amar quem nos ama e quem nos despreza e nos odeia. Amar a todos os seres. Querer o bem de quem quer que seja. Agir no sentido de aumentar a felicidade do mundo, de disseminar o bem em tudo o que fizer. Nâo se omitir em lutar para acabar com a malqueirança, a iniquidade e toda e qualquer vilania. Não agir pensando no proveito que vá obter mas no bem que se vai fazer. Amar mesmo que leve prejuízo. Ser justo e verdadeiro não apenas se não tiver nenhuma inconveniência. E não exigir nada em troca do amor, sequer exclusividade. Não ter ciúmes. Nenhum mesmo. Desejar que todos amem o máximo possível ao maior número de seres. Combater e não tolerar o mal, mas amar o malvado e o criminoso para resgatá-lo para o bem. Mesmo que ele seja o estuprador de sua filha. Não ter nenhum rancor, não se vingar, não desejar nenhum prejuízo e nem pensar mal de nenhuma pessoa. Esta é a mensagem que enaltece o cristianismo, independente de se achar que Cristo seja Deus ou não. É a postura da solidariedade, da cooperação, da compaixão, do apoio, do despreendimento, da modéstia, em lugar da competição, da ganância, do egoísmo, da avareza, da belicosidade, da prepotència, da soberba, da presunção, da vaidade. Mas também da firmeza, da coragem, do destemor na defesa do bem, da justiça, da honestidade, sem fraqueza, sem preguiça, sem esmorecimento. Da gentileza, da cortezia, da educação, sem frivolidade, sem afetação, sem frescura. Da fidelidade, da honra, da nobreza, do caráter, sem severidade, sem casmurrice, sem frieza. Especialmente da bondade, que é mais valiosa do que a justiça e a sabedoria, pois o bom sempre justo e sábio. Eis o galardão da pessoa de bem, feliz e virtuosa.
quinta-feira, 31 de março de 2011
que livros de antropologia/religiao vc indica?
Sobre religião, de um modo geral, eu indico;
Heleern, Notaker & Gaarder - O Livro das Religiões - Cia. das Letras
John Bowker - O Livro de Ouro das Religiões - Pocket
Michael D. Coogan - Religiões - Publifolha
John Bowker - Deus, uma Breve História - Globo
Michel Reeber - Religiões - Ediouro
George Upton Krischke - Religiões do Mundo - Globo
O'Brien & Palmer - O Atlas das Religiões - Publifolha
Sobre Antropologia:
Charles Darwin - A Descendência do Homem
Melville Herskovitz - Antropologia Cultural - Mestre Jou
Bronislaw Malinowski - Uma teoria científica da cultura
Claude Lévi-Strauss - Antropologia estrutural
Desmond Morris - O Macaco Nú
Frans de Wall - Eu, Primata - Cia. das Letras
Veja isto:
http://www.gpveritas.org/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=54&Itemid=63
Olá professor! Poderia me explicar o porquê dos atuais conflitos da Líbia ?
Porque os povos árabes têm vivido em regimes autoritários, ditatoriais, opressores, intolerantes e medievais, em pleno século XXI. O povo não aguenta. O ocidente se rebelou contra isso nas Revoluções Francesa e Russa, há tempos. Não se admite mais governo que não seja democrático, ou seja, do povo, pelo povo e para o povo. No Irã, Pahlevi foi derrubado mas instaurou-se a teocracia xiita. Ela também vai cair. Mesmo que Egito, Líbia e os outros em que há essas revoltas se tornem teocráticos islâmicos, isto será por poucas décadas. O povo vai ficando sob tensão até explodir uma revolta e se instaurar uma democracia. Sou um comunista, mas não marxista-leninista. Quero um comunismo democrático e escolhido livremente pelo povo e não implantado por nenhuma revolução e nem mantido a custo de opressão e tirania.
Carmina Burana é muito linda. Muito mesmo. Que músicas clássicas você recomenda?
Minhas dez mais:
1. Brahms - Um réquiem alemão
2. Beethoven - Sinfonia nº 9 "Coral" (integral)
3. Mozart - A Flauta Mágica (ópera completa)
4. Bach - As 4 suítes barrocas
5. Villa Lobos - Bachianas Brasileiras nºs 7 e 8
6. Dvorak - Sinfonia nº 9 "Do Novo Mundo"
7. Rachmaninoff - Concerto para piano nº 2
8. Tchaikowsky - Sinfonia "Manfredo"
9. Debussy - Suite "La Mer"
10. Richard Strauss - "Assim Falou Zarathustra" (completo)
Isto é a abertura de um anime que possui uma música linda, mesclando imagens do anime com pinturas do Gustav Klimt nas imagens da abertura, mas o que importa é a música, linda, muito linda mesmo, aconselho: http://www.youtube.com/watch?v=ewmK-8qDsoI
Realmente muito bonito. Você conhece "Carmina Burana"?
http://www.youtube.com/watch?v=QEllLECo4OM
Professor pode me explicar oq veen 1° o ovo o a galiinha ? seguuindo seguui? adoreii suas respostas ,professor ernesto !
Esta é uma questão interessante: Quem surgiu primeiro, o ovo ou a galinha? Antes de responder, é preciso fazer uma pequena correção na pergunta. Ela tem que ser formulada do seguinte modo: Quem surgiu primeiro, a galinha ou o ovo de galinha?
E daí há que se definir o que se entende por “ovo de galinha”. Existem duas possibilidades:
1) Ovo de galinha é o ovo do qual uma galinha nasce.
2) Ovo de galinha é o ovo que uma galinha bota.
Note-se que os conceitos são distintos.
Se adotarmos a definição nº 1, então o ovo de galinha antecedeu à primeira galinha, mas foi um ovo posto por uma ave que não era galinha.
Se adotarmos a definição nº 2, então a galinha antecedeu ao ovo de galinha, mas ela nasceu de um ovo que não era de galinha.
Sou partidátio da gradualidade no processo evolutivo. Assim, realmente, não houve uma primeira galinha e nem um primeiro ovo de galinha, assim como não houve um primeiro homem e não haverá um último. Evoluiremos gradualmente para uma nova espécie. Eu sou da mesma espécie do meu pai e meu filho é da mesma espécie que eu. Mas meu descendente, daqui a dezenas de milhares de gerações, já poderá não ser mais da minha espécie. De qualquer modo eu considero mais apropriado dizer que ovo de galinha é o ovo que a galinha bota e não aquele do qual ela nasce. Assim, se a evolução se der aos saltos, a galinha antecede a seu ovo, mas a primeira nasceu de um ovo que foi posto por uma pré-galinha.
Eis a resposta.
Gosta de coisas clássicas,como ir à um teatro assistir ballet clássico? :)
Sim, muito. Faço isso sempre que aparece a oportunidade. Aqui em Viçosa, mesmo sendo interior, como tem uma boa Universidade e várias faculdades menores, o ambiente cultural é rico, propiciando vários eventos desse tipo, como concertos, teatro, ballet, conferências, encontros, exposições de pintura, arte e coisas assim. Pena que não tenho dinheiro para ficar indo a Belo Horizonte, Rio e São Paulo para assistir óperas e mais concertos e exposições, visitar galerias e museus. Adoro museus, bibliotecas, livrarias, lojas de discos e vídeos. Passo horas vendo as novidades. Compro bastante livros, discos e vídeos. Assisto concertos, óperas, teatro e essas coisas sempre pela televisão e em DVD's. Curto muito mesmo esse tipo de atividade.
Gosta de coisas clássicas,como ir à um teatro assistir ballet clássico? :)
Sim, muito. Faço isso sempre que aparece a oportunidade. Aqui em Viçosa, mesmo sendo interior, como tem uma boa Universidade e várias faculdades menores, o ambiente cultural é rico, propiciando vários eventos desse tipo, como concertos, teatro, ballet, conferências, encontros, exposições de pintura, arte e coisas assim. Pena que não tenho dinheiro para ficar indo a Belo Horizonte, Rio e São Paulo para assistir óperas e mais concertos e exposições, visitar galerias e museus. Adoro museus. Curto muito mesmo esse tipo de atividade.
Gosta de coisas clássicas,como ir à um teatro assistir ballet clássico? :)
Sim, muito. Faço isso sempre que aparece a oportunidade. Aqui em Viçosa, mesmo sendo interior, como tem uma boa Universidade e várias faculdades menores, o ambiente cultural é rico, propiciando vários eventos desse tipo, como concertos, teatro, ballet, conferências, encontros, exposições de pintura, arte e coisas assim. Pena que não tenho dinheiro para ficar indo a Belo Horizonte, Rio e São Paulo para assistir óperas e mais concertos. Curto muito mesmo esse tipo de atividade.
Gosta de coisas clássicas,como ir à um teatro assistir ballet clássico? :)
Sim, muito. Faço isso sempre que aparece a oportunidade. Aqui em Viçosa, mesmo sendo interior, como tem uma boa Universidade e várias faculdades menores, o ambiente cultural é rico, propiciando vários eventos desse tipo, como concertos, teatro, ballet, conferências, encontros e coisas assim. Pena que não tenho dinheiro para ficar indo a Belo Horizonte, Rio e São Paulo para assistir óperas e mais concertos. Curto muito mesmo esse tipo de atividade.
Tem como ser bem sucedido não fazendo faculdade?
Claro, e muito. Como técnico de nível médio e, principalmente, como empresário, de qualquer ramo. Empreiteiro de construção civil, comerciante, industrial, mesmo de pequenas indústrias. Há um imenso campo de oportunidades para empreendedores. Basta ser uma pessoa dinâmica, muito trabalhadora, que não pensa em descansar, inteligente, ousada e, principalmente, econômica. Se já não tem um dinheiro para montar o negócio, começe como empregado e faça uma boa poupança. Quem sabe você não compra a loja do patrão e monta uma rede. Ou venda seu carro, sua moto, sua casa e, com esse capital, começe o negócio. Se tiver mulher e filhos, melhor, pois assim todos trabalham no empreendimento e dividem as tarefas domésticas.
quarta-feira, 30 de março de 2011
conhece algum forms que responda perguntas sobre história?
Não. FAça o seguinte: clique bem lá em cima, em "find friends" . Na página que aparece, clique e "Search by name" nas opções à esquerda. Então ponha o nome "história" na caixa e clique "Search". Você terá uma lista de forms de pessoas que têm alguma ligação com a palavra "história". Clique em cada uma e veja se é interessante. Use o Ctrl-clique, para abrir em outra aba.
Sofro em matemática até mesmo em coisas simples, como progressão aritmética. Vou bem nas outras matérias, especialmente literatura, redação, gramática e inglês; o que o senhor recomendaria? não aguento mais me fo$@! em mat.
Já falei sobre isto em outras perguntas. Vou transcrever aqui:
Este é o problema da Matemática. Tudo é sequencial e depende do conhecimento anterior. Pular uma série descarilha o trem todo. Só há um jeito. Pegar a matéria que ficou para trás sem ter sido aprendida e meter a cara prá valer, com um professor particular. Mas tem que ser pelo menos uma hora todo dia, até por tudo em dia. Não dá para levar o estudo a sério sem dedicar, pelo menos, três horas de estudo em casa por dia, fora das aulas. E prestar atenção às aulas mesmo, sem distrair. Se não estiver disposto a isto, desista de estudar e vá ser outra coisa na vida, que não dependa de estudo. Se você fizer isto ainda vão te sobrar cinco horas por dia de lazer, para fazer o que quiser. Até assistir BBB.
Cultura é a totalidade dos saberes humanos. No nível do Ensino Médio, que é elementar, toda pessoa que possua nível superior, não importa em que área, tem a obrigação de ter conhecimentos das ciências exatas, biológicas e humanas, bem como de artes. No nível superior cada um que entenda do seu metier, mas no nível básico não há como desculpar alguém que tenha nível superior de sua falta de conhecimento nas áreas que não são de sua especialidade. Imagine um engenheiro que não conheça história e geografia. Será uma pessoa sem a mínima condição de entender sua inserção no mundo. Da mesma forma, um advogado que não conheça biologia, química, física e matemática será uma pessoa incapaz de fazer juízo sobre as ocorrências naturais do mundo à sua volta. Por isso é que, sabiamente, os vestibulares de todas as instituições de ensino superior, por determinação do Ministério da Educação, têm que aplicar um exame de conhecimentos gerais. Em minha opinião, inclusive, não deveria haver distinção nenhuma nos exames vestibulares para os cursos superiores de qualquer área. O ideal é que fosse apenas o ENEM, e nada mais. Só me preocupa o fato de se admitir o acesso a quem obtenha o ridículo escore de 30% de acertos, como fazem algumas instituições, inclusive a minha UFV.
Se você tem muita dificuldade em Matemática, estude bastante só para não ser reprovado e se dedique a atividades que não dependam de cálculos matemáticos complicados. Você pode ser um artista, um atleta, um ator, um músico, um político, um empresário, um fazendeiro e muitas outras ocupações interessantíssimas, desafiadoras e estimulantes que não dependem de matemática.
o que é o big bang? nunca entendi ao certo
O Big Bang foi uma súbita expansão do Universo, ou seja do espaço, levando consigo o conteúdo. Não é que o conteúdo se afastasse umas partes das outras para um espaço vazio circundante, mas sim que o próprio espaço passou a crescer, inchando rapidamente, sem que o conteúdo se movesse, mas fazendo com que as partes se afastassem, não porque saíram do lugar, mas porque os lugares ficaram mais longe uns dos outros. Também não significa que tudo estava localizado em um ponto, a não ser que o Universo seja finito. Se ele for infinito, mesmo ao iniciar o Big Bang, ele era infinito, só que, então, extremamente denso, quase infinito, mas não infinito, porque isto não seria permitido pelo comportamento quântico do seu conteúdo. E que conteúdo era esse? Simplesmente um campo indiferenciado, sem estar quantizado em nenhum tipo de partícula, com uma densidade de energia, isto é, uma temperatura quase infinita. De onde veio esse conteúdo? Não se sabe. Há três hipóteses: ou surgiu de nada (mas não "do nada") nesse momento, ou sempre esteve ali, ou proveio da concentração final do conteúdo de um Universo anterior que se contraiu. Sou adepto da primeira, mas não descarto as outras. Há que se investigar observacionalmente. A partir desse início de expansão, a densidade e a temperatura foram diminuindo, com o conteúdo se extendendo. Mas o espaço existente sempre foi aquele ocupado pelo conteúdo. Nunca houve e não há nem haverá, no Universo, espaço vazio. Antes de haver matéria, havia vácuo, mas não vazio. A história desde então pode ser vista nos artigos da Wikipedia sobre Big Bang e em seus links. Se você ler inglês, prefira, pois são mais completos.
http://26.media.tumblr.com/tumblr_liqpzlFy5A1qh06zko1_500.png Bela reflexão de Carl Sagan
Sim, lindo mesmo. Já leu o seu livro "Pálido Ponto Azul"? São reflexões que nossos líderes precisavam saber e viver. Nada justifica qualquer guerra, exceto a defesa, nem hostilidades e intolerâncias por razões de diferenças culturais, éticas ou religiosas. O mundo é uma fraternidade, somos uma só família, somos todos irmãos. Temos que nos auxiliar uns aos outros e eliminar toda cobiça, todo egoísmo. Senão não podemos nos chamar de humanos.
Já assisti um MONTE de série, to quase sem nenhuma pra assistir. Indica uma? :) (pergunta imbecil para várias pessoas, pra eu ter um vício novo)
Não sei te dizer, pois não assisto nenhum seriado, aliás não vejo televisão. Só quando tem um bom filme ou um documentário interessante.
Professor, quais são os conceitos utilizados pela metafísica?
Vou responder aqui o que já respondi em outras perguntas, para sua comodidade (há repetição de alguma coisa nas três respostas);
Metafísica é a disciplina que trata dos conceitos concernentes a uma realidade não natural, isto é, puramente abstrata, especialmente quanto à categorização de tudo o que possa ser concebido, dos conceitos genéricos e das relações que o que eles representam guardam entre si. Certamente que isto não tem nada a ver com entidades sobrenaturais, mas pode, até, levá-las em consideração. Dentro da Metafísica, a Ontologia cuida dos conceitos, como o de "algo", "coisa", "ente", "ser", "objeto", "valor", "existência", "essência", "atributo", "fenômeno", "ocorrência", "evento", "tempo", "espaço", "matéria", "substância", "acidente", "realidade", "concreto", "abstrato", "necessidade", "suficiência", "contingência". "causa", "condição", "efeito" e outros que tais. De certa forma faz uma ligação entre a filosofia e a linguística, em particular a semântica. Já a Metafísica propriamente, investiga as relações entre o que esses conceitos representam na realidade em sí, por exemplo, qual a essência de alguma coisa, se algum ente existe ou não, em que categoria algo se enquadra, quais as condições de causalidade para dado evento. Em suma, trata de juízos a serem feitos, e, como tal, faz uma relação entre a filosofia e a gramática, pois os juízos são, normalmente, expressos por proposições verbais. Com o uso da lógica e da epistemologia, podem-se tirar inferências de juízos metafísicos que se constituirão em outros juízos metafísicos. A Fenomenologia também acode a Metafísica na verificação fatual da validade de algum juízo, como por exemplo: "Todo evento é um efeito".
Qual é a diferença entre ontologia e metafísica?
Ontologia é uma parte da Metafísica. Esta estuda tudo o que não pode ser considerado como natural, ou seja, as abstrações puras, os conceitos e as relações entre eles. A ontologia faz uma categorização de tudo, conceituando e limitando cada idéia. Noções de ente, ser, objeto, coisa, existência, essência, realidade, valor, atributo, divindade, necessidade e outras desse tipo são noções ontológicas. Além da Ontologia, a Metafísica cuida, também, de investigar e estabelecer a existência e realidade dos conceitos ontológicos, bem como as relações existentes entre esses conceitos. Dizer que todo evento possui uma causa é uma proposição metafísica ou que o mundo exterior à nossa mente é real. A Metafísica, de forma diferente da ciência, não tem como se valer da experimentação para validar suas proposições, recorrendo apenas à razão, pois os objetos de que trata não têm existência no mundo natural. A Metafísica se socorre da Lógica e da Epistemologia para seu trabalho, que são a arte de bem raciocinar e de conferir a validade do conhecimento. Uma confusão muito grande é supor que a Metafísica cuida de entidades sobrenaturais. Se elas existissem, pertenceria ao domínio da Metafísica, mas, mesmo não existindo, há muito assunto a ser tratado pela Metafísica que não tem nada a ver com sobrenatural, mas que é abstrato. A Metafísica é o âmago da própria Filosofia. Decidir entre existencialismo, realismo, empirismo, racionalismo, positivismo, pragmatismo, idealismo e outros "ismos" é uma questão metafísica. E para se discutir Metafísica, antes de tudo, é preciso concordar sobre o significado dos conceitos usados, o que é dado pela ontologia, uma espécie de semântica da Filosofia, enquanto a Metafísica é a gramática.
Qual a relação e diferença entre a Epistemologia e a Metafísica?
Epistemologia é a disciplina que estuda a validade do conhecimento e Metafísica a que categoriza e estuda as relações entre os elementos de todo tipo de realidade. Assim existe uma epistemologia da Metafísica e uma metafísica da Epistemologia. A primeira critica se certo conhecimento metafísico é válido ou não e a segunda a que categoria de realidade pertence o conhecimento e que relação ele tem com as demais categorias. Por categoria da realidade entende-se o tipo a que se reportam seus elementos, isto é, se são entes puramente abstratos ou conceituais, inexistindo fora de uma mente que os conceba, se existem objetivamente no mundo, fora de qualquer mente, se são apenas significantes, se são seres objetivamete existentes ou meras entidades conceituais, se são entes, valores, ações, fazeres, eventos, estruturas estáticas ou dinâmicas, normas, sensações ou sentimentos e assim por diante. A ontologia é a parte da metafísica que conceitua todas essas categorias enquanto a metafísica propriamente dita pesquisa que relação os elementos conceituados pela ontologia guardam entre si no mundo ou dentro da mente. Já a epistemologia busca saber como obter um conhecimento, como construir modelos mentais descritivos da realidade, como classificar os diferentes tipos de conhecimento: vulgar, científico, filosófico etc. Como classificar as ciências. Estabelecer critérios que possam validar o conhecimento e esse tipo de assunto.
[OFF] Eu chamo de UFO Channel, hehehe.
Pois é. Uma pena, pois há alguns documentários sérios. Mas parece que eles apelaram para elevar a audiência e o povo adora achar que existem seres alienígenas por aí. São os substitutos modernos dos gênios, elfos, gnomos, duendes, fadas, anjos, demônios e esse tipo de coisa.
terça-feira, 29 de março de 2011
http://quebrandoneoateismo.com.br/truques-neo-ateistas/ Já leu os argumentos desse site? o que acha? pretende refutar alguns deles?
Já vi. Aos poucos vou ir examinando cada um deles e escrevendo a respeito. Quero fazer um debate com o Snowball, já que não tenho condições de fazer com o Craig, pois não tenho notoriedade suficiente para que ele me leve a sério.
Nessa sua resposta sobre pseudociências e proto-ciências, lembrei-me da ufologia. Que começou "como uma ciência" (vide Blue Book), identificando objetos voadores não identificados em fotos, filmagens, etc, pra maluquice que está hoje. Coisa maluca.
Realmente. Acho deplorável que o History Channel dedique tanto tempo a esse tipo de baboseira.
Qual a matéria que você mais teve dificuldade?
Sempre fui um bom aluno em todas as matérias, especialmente geografia, história e química, em que tirava as melhores notas, geralmente 100%. Apesar de ter estudado Matemática e feito mestrado em Física, tirava notas menores nessas. Mas sempre acima de 80%, em geral 90%. Nas outras eu só tirava acima de 95%. mas não estudava tanto as matérias da escola, pois preferia estudar outras coisas, que não faziam parte do currículo, como Filosofia, Física Atômica, Relatividade, Astronomia, Cosmologia, Antropologia, Paleontologia, Geologia, Religião, Música, Pintura, Literatura, Arquitetura, o diabo a quatro. Estudar, para mim, sempre foi algo extremamente prazeroso e gratificante. Nunca gostei, contudo, de política, direito, administração, economia, finanças, contabilidade, negócios e esse tipo de coisas. Sempre detestei esportes: nem praticava, nem assistia. Adorava cinema, como ainda hoje. Nunca fui a festas, mas gostava de conversar com meus amigos e amigas.
Há alguma pseudociencia que possua fundamentos hoje e que possa evoluir para algo cientifico assim como aconteceu com Tesla?
Várias ciências estão num estado de pré-ciência ou proto-ciência e não propriamente pseudo-ciência. É o caso da Psicologia, da Sociologia, da Economia, da Antropologia, da História e outras. Nessas ciências ainda existem as chamadas "correntes de pensamento" que dão explicações diferentes para os mesmos fenômenos de sua área e coexistem, defendidas por grupos distintos. Isto é inconcebível em uma verdadeira ciência. A cada momento, em razão dos conhecimentos existentes, há um único paradigma aceito pela comunidade. É claro que existem contestações, mas elas ficam em suspenso até que algum fato mostre que são elas que devem prevalecer, ou não. Então passam a substituir o paradigma anterior ou são abandonadas. É o que se chama de "corte epistemológico". Mas o paradigma anterior pode continuar válido em seu domínio restrito de aplicabilidade, mas não genericamente. A própria Filosofia, que não é uma ciência, padece desse inconveniente. O ideal é que todo conhecimento fosse coeso. O progresso das ciências tem levado a isto. A Psicologia, por exemplo, está começando, com sua fusão com as Neurociências, a tomar um corpo científico mais robusto, independente de correntes de opinião. Mas há resistência por parte de grupos conservadores que se aferram a seu meio de vida, como os psicanalistas, outrora carregadores da bandeira da novidade. As pseudo-ciências, como Astrologia, Numerologia e outras do tipo já estão sobejamente desmascaradas como ciência. Há, contudo, um limbo, explorado por aproveitadores da credulidade e da ignorância de muita gente, como as propaladas interpretações esotéricas da Física Quântica feitas por Fritjof Capra, Amit Goswami, Deepak Chopra, Rhonda Byrne, John Hagelin, Stuart Hameroff, Andrew Newberg, Candace Pert, Masaru Emoto, Judy Zebra Knight e Nassim Haramein, dentre outros. Isto não tem o menor fundamento.
Acha possível conhecer completamente alguém?
Não, porque a mente humana é incrivelmente complexa. Nem a nós mesmos nos conhecemos completamente. Quanto aos outros, não temos acesso direto a suas mentes, de modo que temos que nos basear no que eles nos dizem, no que dizem deles, no que observamos de seu comportamento e dos sinais indiretos que nos são passados. Isto não é suficiente para conhecer o verdadeiro íntimo das pessoas. Portanto é impossível conhecer completamente alguém.
Defina agnósticos.
Agnóstico é quem considera que a existência ou não de deuses é algo impossível de ser comprovado, tendo que ficar baseado apenas na fé. Há quem acredite e quem não, mas nenhum poderia provar sua crença. Ao contrário, os gnosticistas consideram que é possível comprovar se deuses existem ou não. Há os que consideram que é certo que exista e os que é certo que não exista. E há os céticos, como eu, que não acham impossível saber se deuses existem ou não, mas consideram que, por enquanto, não está provado que sim nem que não. Mas os indícios contra a existência deles é maior do que a favor. Assim assumo que não existem, mas posso ser convencido do contrário. Outros acham que os indícios a favor da existência são mais fortes e, assim, consideram que existam.
Professor, pode falar um pouco sobre exemplos de disperdício na biologia? "projetos" de organismos ineficientes, gastos desnecessários de energia, redundância, etc?
Na verdade não sei te dizer, pois não sou biólogo. Recomendo você fazer esta pergunta para forms "Evolucionismo":
http://www.formspring.me/Evolucionismo
É o seguinte: Halton Arp mostra evidências de que os quasares surgem, aos pares, do centro de galáxias próximas. Assim, seu desvio para o vermelho não é sinal de afastamento: eles estão próximos, e não nos confins do Universo. [continua]
(aontinuação): Ele relata vários casos de quasares (supostamente distantes) com uma galáxia do grupo local entre eles. E tem outras evidências mais técnicas de tal associação. Mas a maioria ainda acha que é só coincidência. Estranho.
Mandei buscar esse livro e vou lê-lo (normalmente leio um livro por semana, de umas 350 páginas - 50 páginas por dia - a não ser que seja muito absorvente - então leio mais). Depois comento com você. Uma coisa é certa, existem três causas possíveis para o "red shift": a cinemática, a gravitacional e a cosmológica. A primeira deve-se ao movimento relativo em um espaço estático. A segunda ao encurvamento do espaço-tempo e a terceira à expansão (ou contração - blue shift) do espaço, sem movimento relativo. As três podem estar presentes ao mesmo tempo, mas a primeira, para explicar o enorme red-shift de algumas galáxias, exigiria uma velocidade relativa até maior do que a da luz, o que é impossível, enquanto a segunda exigiria uma massa gravitante muito maior do que tudo o que se conhece que tenha o tamanho de uma galáxia. Assim a explicação cosmológica é a única plausível. O processo de determinação de distâncias astronômicas e cosmológicas é feito por meio de vários procedimentos, dependendo da faixa de distâncias, e que se superpõe em certos intervalos, o que permite calibrar um pelo outro. Assim temos, começando das menores distâncias: método de trangulação, de luminosidade aparente, das variáveis cefeidas, das estrelas mais brilhantes de uma galáxia, das galáxias mais brilhantes de um aglomerado e do red shift. A consistência dos resultados nas faixas de superposição, permite confiar nos métodos. Mas sempre podem haver erros de suposições. Já orientei um trabalho de iniciação científica do curso de física da UFV sobre medidas de distâncias astronômicas e cosmológicas. Vou ler o livro.
Qual a contra-argumentação às respostas do paradoxo de Epicuro? afinal, nosso conceito de mal é igual ao de Deus?
O único conceito de mal que temos é o nosso e, para todos os efeitos, é ele que importa. Se Deus, caso exista, tenha outro conceito de mal, não sabemos qual é. Mas o paradoxo de Euclides se baseia em nosso conceito de mal. Note-se que o paradoxo não mostra que Deus não existe, mas apenas que a existência do mal torna incompatíveis suas propriedades de ser, ao mesmo tempo, bom e onipotente. Ora, se não for onipotente, não pode ser chamado de Deus. Então caso exista, certamente que não é bom. Isto é, é impossível haver um Deus que seja bom.
segunda-feira, 28 de março de 2011
Obrigado, professor, pela respota. Brigado mesmo. Curiosidade: quais as epistemologias o sr. mais gosta e quais mais usa?
Entre o realismo e o nominalismo e o conceitualismo, sou realista. Entre o racionalismo e o empirismo sou empirista, temperado pelo criticismo. Entre o dogmatismo e o ceticismo, sou cético. Entre o idealismo e o fisicalismo sou fisicalista. Não sou positivista nem pragmatista. Aceito alguns aspectos do existencialismo e da filosofia analítica. Prefiro não ser rotulado, mas tenho uma proposta que chamo de "filosofia científica". É bem extensa para ser explanada aqui. Veja meu artigo:
http://wolfedler.blogspot.com/2010/03/filosofia-cientifica.html
Veja também isto:
http://www.ruckert.pro.br/blog/index.php?s=%22filosofia+cient%C3%ADfica%22
É um tanto grosseira, mas o Formspring tem sim uma ferramenta para avisar quando nossas perguntas são respondidas, inclusive se perguntamos como anônimo (mas logado no sistema, claro). Fica em http://www.formspring.me/account/privacy
Sim, eu ví, mas mandam para o e-mail. Queria que fosse mostrado aquí.
domingo, 27 de março de 2011
No momento não pensei em nada, porém, estou ouvindo uma muito boa, trilha sonora de um jogo...Meu marido pediu para te mandar ;) me diga o que você acha? http://migre.me/47Hhn (pt 1) e http://migre.me/47HhR (pt 2), e a original : http://migre.me/47Hk8
Gostei muito das músicas. Gosto de música de jogos e de filmes. Mas meu programa é sobre música clássica mesmo.
Você da esmola a mendigos? pq?
Não dou porque colaboro com muitas instituições. Quando disse que dou dinheiro para os outros não me referi a mendigos, mas a pessoas da família e amigos que se encontram em dificuldades. Digo que empresto, mas depois não cobro. Também ajudo pessoas carentes com bolsas de estudo ou, mesmo, dando aulas particulares em casa, sem cobrar.
Professor, fiz uma pesquisa sobre epistemologia pro sr. Aí fiquei um tempo sem entrar no Forms e não tô encontrando aqui a sua resp. O sr. já a respondeu?
Eis a resposta:
http://www.formspring.me/wolfedler/q/175467820711177709
O formspring deveria ter um mecanismo de retorno, mostrando que as perguntas que fizemos para alguém foram respondidas, como se dá no facebook e no orkut. É uma falha que precisa ser corrigida.
ops mandei o link errado, o meu video eh esse http://www.youtube.com/watch?v=lTPTkht2MeI , aquele é de um conhecido
Muito bom! Gostei da dança. Parabéns pela performance!
A meritocracia tem pontos negativos? Julgar o mérito de alguém pode cair para a subjetividade?
Considero a meritocracia a melhor forma de promoção numa carreira profissional. No tempo do Collor, na UFV, participei de uma comissão de professores para sugerir um plano de carreira para o MEC, minha proposta, que foi voto vencido, foi a seguinte:
A promoção e a remuneração na carreira docente se daria em função de três eixos ortogonais (isto é, um não influenciaria o outro). O primeiro seria a titulação, com adicionais salariais pelos títulos obtidos: graduação, especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado. O segundo seria o tempo de serviço, com adicionais percentuais por ano de serviço (1%, por exemplo). O terceiro seria a avaliação de mérito, bianual, que ensejaria a promoção de nível dentro da classe. Essa avaliação teria que ser feita com base em cinco critérios: avaliação dos alunos (por meio de um questionário muito bem preparado e aplicado aos 60% do período letivo), pontos por aulas dadas (com diferenciação entre aulas inéditas e replicadas em outra turma), pontos por trabalhos publicados (com diferença em função de algum índice de significância), avaliação do colegiado dos pares e avaliação da sociedade, por meio dos alunos egressos. A promoção de classe (auxiliar, assistente, adjunto, associado e titular) se daria por prova, incluindo defesa de trabalho e avaliação de desempenho. A titulação seria condição para a promoção, mas não a garantiria automaticamente. Além disso, o professor que obtivesse uma avaliação bianual insuficiente por duas vezes consecutivas ou três intercaladas, seria demitido. Assim um professor recém-contratado com doutorado, não seria automaticamente adjunto, como o é. Isso é como se contratar uma pessoa para o exército e ela já entrar como coronel no primeiro dia de serviço. A promoção precisa ser escalonada ao longo de toda a carreira, com a permanência de um tempo mínimo em cada nível e classe, mesmo que receba adicional pela titulação. E os cargos administrativos seriam privativos de certa classe mínima. Por exemplo, chefias e coordenações, só para adjuntos, no mínimo. Diretorias e reitoria, só para titulares. O processo de múltiplas fontes de avaliação procura, justamente, tirar a subjetividade. Auto-avaliação não se pode levar em consideração. Indicações políticas muito menos. Quando eu exercia o cargo de presidente do Conselho de Graduação (hoje Pró-Reitor de Ensino) eu jogava no lixo todas as cartas de políticos pedindo para aceitar transferências de alunos, não interessava quem fosse o político e o aluno. Que se submetesse aos tramites legais e fosse aceito por seus méritos.
Tem os gastos na ponto do lápis? Como o sr. faz esta contabilidade?
Não. A parte financeira de minha vida é um desastre, pois sou uma pessoa completamente desligada dos aspectos práticos da vida. Não tenho controle dos meus gastos, trabalho de graça para todo mundo, e dou dinheiro para os outros (até pego emprestado para dar, sem que a pessoa saiba). Nunca sei se me devem algum dinheiro. Sempre faço maus negócios, pois tenho muito escrúpulos em não prejudicar ninguém, assim sempre deprecio o que vendo (carro, por exemplo, se bem que estou com meu Kaddett 95 há 13 anos e nem penso em trocá-lo, pois não tenho dinheiro para isto). Esqueço a data de pagar minhas contas. Meu orçamento do mês, geralmente não fecha. Entro no cheque especial todo mês. Vivo cheio de dívidas. Em suma, em minha mente dinheiro não existe, consoante meus princípios anarquistas. Já tive casa própria mas vendi de distribuí o dinheiro. Sou contra a propriedade, assim sou totalmente despossuído. Não tenho nada para deixar de herança. Só meus livros, que doarei ao povo montando uma ong que será a biblioteca. Ao longo da vida nunca apliquei dinheiro para ter nenhum retorno. Sempre gastei tudo, sustentando muitas pessoas (até 13 ao mesmo tempo). Dos quase cinco meios de milhões de reais que já ganhei na vida, um quarto eu gastei em comida, um quarto em impostos e juros, um quarto em objetos, carros, roupas, utensílios e coisas assim e um quarto em livros, discos, vídeos, revistas, partituras, mapas e coisas do tipo. Não me resta nada. E nem tenho a mínima vontade de possuir nada. Sou um comunista legítimo. O que é meu é de todo mundo.
Nassim Haramein. Um "físico" que vende DVD's e cobra fortunas por palestras que fala sobre tetraedros dentro de planetas, crop circles, civilizações antigas e ovnis. O que o senhor acha? Como devemos nos prevenir contra pseudocientistas?
Tem muitos. Além dele temos o Fritjof Kapra, o Amit Goswami e outros de quem não me lembro agora, mas posso fazer um levantamento. A questão das pseudociências é que, para assim caracterizá-las, é preciso que se tenha uma boa noção do que seja ciência, de filosofia da ciência e de epistemologia, assuntos que não são do domínio do comum das pessoas. Além disso é preciso considerar também, que, no contexto das vaidades do ambiente científico, algumas propostas científicas são taxadas de pseudo-científicas porque derrubariam reputações bem firmadas. Separar o joio do trigo não é fácil. Ademais as pseudociências têm um grande apelo popular, pois apresentam soluções que agradam às expectativas das pessoas, enquanto a verdadeira ciência é mais árida e hostil. As pessoas gostam de acreditar em poderes mágicos que as possibilitem superar suas limitações. Isto é como as religiões, só que ao invés de apelar para deuses, apela para fenômenos paranormais ou especiais, só acessíveis a iniciados. Como é o caso do livro "O Segredo" e do "Quem Somos Nós". A solução é, como sempre digo: educação, educação, educação... E educação científica, em que se mostre o valor do ceticismo e dos métodos de validação do conhecimento, que as pseudo-ciências não atendem.
Assinar:
Postagens (Atom)
LinkWithin
