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sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Muitas pessoas são contra a homossexualidade por motivos (quem diria..) religiosos. Existe algum item das dez observações da imagem que vc acha um argumento inadequado? Vc aprova ou reprova a lista? Acrescentaria algo?
Concordo com a lista, mas não sou cristão. Minhas razões para ser contra a homofobia são outras. Primeiro que, para mim, a Bíblia não tem nenhum caráter prescritivo e nenhum compromisso com a verdade. Segundo que, como penso que tudo seja puramente natural, encaro a homossexualidade como uma orientação tão válida quanto as outras três: heterossexualidade, bissexualidade e assexualidade. Em outras palavras: nenhuma delas é contrária ao "projeto de Deus", simplesmente porque esse projeto não existe. E se são encontradiças até em outras espécies animais, são normais, ainda mais que não são uma opção voluntária e sim uma pulsão instintiva à qual se pode, no máximo, contrariar. Mas isso, normalmente, é fonte de grande trauma psíquico.
Como você diferencia o desejo, a paixão e o amor?
Desejo é uma atração sexual, é a vontade de transar com aquela pessoa. Mas não apenas uma transa recreativa, sem maiores interações. É uma vontade que também inclui um sentimento de carinho e afeto e não só a fruição egoísta do prazer. Mas não precisa envolver amor.
Amor, no sentido romântico, já um complexo que envolve um querer bem, isto é, um desejo de propiciar felicidade à pessoa amada. É um sentimento de ternura pela pessoa, de satisfação na sua companhia, na interação mental com ela. Normalmente também inclui o desejo, mas pode existir sem o desejo ou com um desejo sublimado, que se compraz apenas com abraços e beijos, sem o sexo genital.
Amor é um sentir, um pensar, um desejar, um querer e um agir, isto é, uma emoção, um sentimento, um apetite, uma volição e uma ação. Mas também é uma intelecção, refletida, consentida, explicitada e assumida. Esse complexo de fatos psíquicos caracteriza o amor em todos os planos, piedade, compaixão, solidariedade, afeição, amizade, amor platônico, erotismo. Amor filial, maternal, paternal, fraternal, conjugal, idealista. A intensidade e a sequência em que eles aparecem pode variar. O amor sempre emociona, enternece, e envolve um desejo de zelo, cuidado e proteção da coisa amada, bem como um desejo de reciprocidade. Mas o amor só se realiza quando é expresso em vontade e essa vontade em ação. Não basta sentir e desejar para amar, é preciso querer e provar. O amor envolve dedicação e renúncia, paciência e perseverança, trabalho e recompensa, alegria e tristeza, euforia e depressão. É algo envolvente e inebriante. O amor não é possessivo, ciumento, exclusivista, castrador, sufocante. Pelo contrário, o amor é libertário e altruísta. Não me refiro apenas ao amor erótico mas a todas as modalidades, inclusive as formas idealistas de amor à verdade, à justiça, à sabedoria, à humanidade, à natureza. O amor não pode ser cerceado em sua intensidade e abrangência. Ele não possui limites. Quanto mais se ama a mais coisas e pessoas, mais capacidade se tem de amar. E quanto mais se ama, mais se realiza e maior é a felicidade, mesmo que nem sempre seja correspondido. E certamente, é algo de que se possa contemplar em sua estética e fruir o máximo prazer que é amar o amor.
Nada é mais importante do que o amor. Trata-se de algo engendrado pela natureza ao longo da evolução para garantir a sobrevivência da espécie. Enquanto o egoísmo pode ser eficaz para a sobrevivência do indivíduo, é o amor que garante a espécie. O sexo foi uma estratégia da natureza para garantir a variabilidade genética e possibilitar múltiplas escolhas na seleção natural. Seria possível, por partenogênese, a existência das espécies apenas com o sexo feminino (que é o essencial, o masculino é acessório), mas o surgimento do sexo, desde os mais primitivos seres vivos, se revelou a opção mais eficaz. Assim, eros é a pulsão mais poderosa, pela qual os indivíduos até mesmo dão a vida. Mas a sobrevivência da espécie também exige o cuidado com a prole e a proteção da fêmea, atitudes essas que se sublimaram na componente platônica do amor. Assim o amor evoluiu para uma atitude não só sexual mas também de carinho. E a necessidade de proteger o grupo privilegiou aqueles que possuiam fortes ligações de cooperação inter-individual, o que é sublimado na amizade. Duas forças coexistem nas espécies: a de competição, egoísta, belicosa, que deseja o poder sobre o outro a ser subjugado e a de cooperação, que se expressa no amor, na compaixão, no altruísmo. A primeira tem suas raízes profundas na necessidade de aplacar a fome (fome fisiológica do alimento mesmo) e a segunda no impulso de preservação da espécie. Sendo o homem uma espécie altamente evoluída, que atingiu o estágio de consciência psíquica plena e desenvolveu a cultura, essas forças primitivas da natureza foram canalizadas para expressões refinadas da arte, do engenho e da ciência. Mas são elas que movem o poeta, o guerreiro, o cientista, o sacerdote, o empresário, enfim, todo homem e toda mulher a fazer o que quer que seja na vida.
Paixão é uma exacerbação de desejo e de amor, concentrada em uma pessoa. Enquanto o amor pode ser direcionado a várias outras pessoas simultaneamente, mesmo o amor erótico-romântico, a paixão é exclusivista. Quando se apaixona é por uma pessoa só de cada vez. Trata-se de um sentimento muito forte que traz uma necessidade imperiosa da outra pessoa, cuja ausência leva a grande tristeza, cuja presença causa uma série de manifestações somáticas emotivas, como taquicardia, bambeira nas pernas, gagueira, sudorese, rubor. É uma condição psíquica que envolve totalmente a pessoa, que passa o tempo todo só pensando na outra, que se esquece do resto da vida, que não percebe nenhum defeito no objeto de sua paixão e exacerba suas qualidades, até inventando, inconscientemente, algumas. A paixão, normalmente, evolui para um sentimento mais ameno de amor ao fim de certo tempo. Mas a lembrança dela nunca fica apagada. Trata-se de uma das mais fortes emoções e um dos mais fortes sentimentos que se pode experimentar. Em verdade é uma das coisas que faz com que a vida tenha sentido.
Amor, no sentido romântico, já um complexo que envolve um querer bem, isto é, um desejo de propiciar felicidade à pessoa amada. É um sentimento de ternura pela pessoa, de satisfação na sua companhia, na interação mental com ela. Normalmente também inclui o desejo, mas pode existir sem o desejo ou com um desejo sublimado, que se compraz apenas com abraços e beijos, sem o sexo genital.
Amor é um sentir, um pensar, um desejar, um querer e um agir, isto é, uma emoção, um sentimento, um apetite, uma volição e uma ação. Mas também é uma intelecção, refletida, consentida, explicitada e assumida. Esse complexo de fatos psíquicos caracteriza o amor em todos os planos, piedade, compaixão, solidariedade, afeição, amizade, amor platônico, erotismo. Amor filial, maternal, paternal, fraternal, conjugal, idealista. A intensidade e a sequência em que eles aparecem pode variar. O amor sempre emociona, enternece, e envolve um desejo de zelo, cuidado e proteção da coisa amada, bem como um desejo de reciprocidade. Mas o amor só se realiza quando é expresso em vontade e essa vontade em ação. Não basta sentir e desejar para amar, é preciso querer e provar. O amor envolve dedicação e renúncia, paciência e perseverança, trabalho e recompensa, alegria e tristeza, euforia e depressão. É algo envolvente e inebriante. O amor não é possessivo, ciumento, exclusivista, castrador, sufocante. Pelo contrário, o amor é libertário e altruísta. Não me refiro apenas ao amor erótico mas a todas as modalidades, inclusive as formas idealistas de amor à verdade, à justiça, à sabedoria, à humanidade, à natureza. O amor não pode ser cerceado em sua intensidade e abrangência. Ele não possui limites. Quanto mais se ama a mais coisas e pessoas, mais capacidade se tem de amar. E quanto mais se ama, mais se realiza e maior é a felicidade, mesmo que nem sempre seja correspondido. E certamente, é algo de que se possa contemplar em sua estética e fruir o máximo prazer que é amar o amor.
Nada é mais importante do que o amor. Trata-se de algo engendrado pela natureza ao longo da evolução para garantir a sobrevivência da espécie. Enquanto o egoísmo pode ser eficaz para a sobrevivência do indivíduo, é o amor que garante a espécie. O sexo foi uma estratégia da natureza para garantir a variabilidade genética e possibilitar múltiplas escolhas na seleção natural. Seria possível, por partenogênese, a existência das espécies apenas com o sexo feminino (que é o essencial, o masculino é acessório), mas o surgimento do sexo, desde os mais primitivos seres vivos, se revelou a opção mais eficaz. Assim, eros é a pulsão mais poderosa, pela qual os indivíduos até mesmo dão a vida. Mas a sobrevivência da espécie também exige o cuidado com a prole e a proteção da fêmea, atitudes essas que se sublimaram na componente platônica do amor. Assim o amor evoluiu para uma atitude não só sexual mas também de carinho. E a necessidade de proteger o grupo privilegiou aqueles que possuiam fortes ligações de cooperação inter-individual, o que é sublimado na amizade. Duas forças coexistem nas espécies: a de competição, egoísta, belicosa, que deseja o poder sobre o outro a ser subjugado e a de cooperação, que se expressa no amor, na compaixão, no altruísmo. A primeira tem suas raízes profundas na necessidade de aplacar a fome (fome fisiológica do alimento mesmo) e a segunda no impulso de preservação da espécie. Sendo o homem uma espécie altamente evoluída, que atingiu o estágio de consciência psíquica plena e desenvolveu a cultura, essas forças primitivas da natureza foram canalizadas para expressões refinadas da arte, do engenho e da ciência. Mas são elas que movem o poeta, o guerreiro, o cientista, o sacerdote, o empresário, enfim, todo homem e toda mulher a fazer o que quer que seja na vida.
Paixão é uma exacerbação de desejo e de amor, concentrada em uma pessoa. Enquanto o amor pode ser direcionado a várias outras pessoas simultaneamente, mesmo o amor erótico-romântico, a paixão é exclusivista. Quando se apaixona é por uma pessoa só de cada vez. Trata-se de um sentimento muito forte que traz uma necessidade imperiosa da outra pessoa, cuja ausência leva a grande tristeza, cuja presença causa uma série de manifestações somáticas emotivas, como taquicardia, bambeira nas pernas, gagueira, sudorese, rubor. É uma condição psíquica que envolve totalmente a pessoa, que passa o tempo todo só pensando na outra, que se esquece do resto da vida, que não percebe nenhum defeito no objeto de sua paixão e exacerba suas qualidades, até inventando, inconscientemente, algumas. A paixão, normalmente, evolui para um sentimento mais ameno de amor ao fim de certo tempo. Mas a lembrança dela nunca fica apagada. Trata-se de uma das mais fortes emoções e um dos mais fortes sentimentos que se pode experimentar. Em verdade é uma das coisas que faz com que a vida tenha sentido.
Professor, esse cara aqui é físico e prova cientificamente a existência de deus e a vida após a morte. O senhor pode comentar? Física Quântica e Espiritualidade parte 1
O que o Laércio diz, bem como outros cientistas, como o Fritjof Capra, o Amit Goswami e o Deepak Chopra, por exemplo, a respeito da relação entre a Física e o sobrenatural não é nada científico. São pessoas que possuem concepções religiosas já sedimentadas e que buscam justificá-las por seus conhecimentos de Física. Mas não é um resultado a que se chega por meio de uma busca descompromissada com a resposta. Sinceramente, os livros dele são a maior baboseira. Veja o site:http://laerciofonseca.com.br
Li no seu perfil que o senhor é físico. Se interessa por física quântica? E por computadores quânticos? Caso a resposta seja positiva, escreva um pouco sobre esses assuntos, por favor. :) Sou uma entusiasta pela área e quero aprender mais! :D
Sim, sou físico e, inclusive, fui professor de Física Quântica no Bacharelado de Física da UFV. Quanto à computação quântica, trata-se de uma ideia muito promissora mas que ainda está engatinhando. Veja um resumo de Física Quântica que escrevi:
http://www.ruckert.pro.br/blog/?page_id=1865
Sobre computação quântica, veja isto:
http://en.wikipedia.org/wiki/Quantum_computer
http://www.ruckert.pro.br/blog/?page_id=1865
Sobre computação quântica, veja isto:
http://en.wikipedia.org/wiki/Quantum_computer
sonsice é um mal?
Não é uma patologia e sim um comportamento totalmente lúcido e voluntário. É um mal sim, mas inteiramente evitável. Basta que a pessoa se eduque e se policie para não agir assim.
Ser bom é essencial ou a essência da pessoa conta mais?
Essencial é o tipo de atributo que, se não possuído, o ser não é o que se diz que seja. Para que um ser seja uma pessoa, é essencial que ele possua mente, consciência e personalidade, além, é claro de ser vivo, na mais ampla concepção que se puder ter, que, inclusive, inclua robôs. Mas não precisa ser bom. Uma pessoa não deixa de ser pessoa se for má. Então a bondade é uma qualidade desejável, mas não essencial para uma pessoa.
O senhor acha que essa política de ações afirmativas pra 50% das vagas nas universidades públicas vai fazer com que o nível dessas instituições caia muito?
Muito não, mas cairá. Todavia não é por isso que considero que essas políticas sejam errôneas. É porque não são justas nem democráticas. São preconceituosas e discriminatórias. São inconstitucionais, mas não interessa o que a constituição diga, uma vez que não são éticas e a ética é superior à lei. O resgate dos excluídos tem que ser feito pelo oferecimento de oportunidades para que eles se qualifiquem a disputar as vagas em condições de igualdade em todos os níveis. Um profissional de nível superior só pode ser diplomado por mérito e nenhum outro critério.
Na sua opinião, a ciência e a religião podem andar lado a lado? (pergunta da @fewalsh)
Não. De modo nenhum. Os pressupostos são antagônicos. A ciência busca a verdade sem saber qual é de antemão e, mesmo sem nunca ter certeza, dela vai se aproximando cada vez mais, sempre revendo-se a si mesma. As religiões já consideram que são possuidoras apriorísticas da verdade e buscam argumentos formalmente científicos que a corroborem. Não aceitam revisões em seus princípios dogmáticos. Quando houver discrepância entre as concepções, a religião descarta a ciência e vice-versa. Mas o que a ciência diz é mais confiável.
Pela visão das pessoas, todo político é desonesto. E se você fosse um, como seria?
Essa visão não é correta. Em verdade a maioria dos políticos é desonesta, mas não todos. Às vezes penso em entrar para a política para mudar completamente toda essa estrutura e funcionamento corruptos que campeiam por aí. Mas seria preciso que muitos enfrentassem esse desafio para que, com a morte de muitos deles, ainda sobrasse algum para fazer algo. Porque entrar para a política para acabar com a bandalheira é uma empreita só para quem não se importar em ser morto.
Tudo que é simples necessariamente é fácil?
Os conceitos são distintos, mas há uma correlação. Simples se refere ao caráter estrutural, fácil ao modo de funcionamento. Um conceito é estático e o outro dinâmico. Normalmente o que tenha simplicidade terá facilidade de se fazer funcionar. Mas nenhum dos dois conceitos tem a ver com a eficácia, isto é, como a qualidade de produzir um bom resultado. Aliás, em geral, os bons resultados resultam de sistemas complexos e complicados, isto é, de estrutura intrincada e de funcionamento muito elaborado, como o corpo humano, por exemplo. A simplicidade e a facilidade, em geral, produzem resultados pífios.
A maneira mais fácil e mais segura de vivermos honradamente, consiste em sermos, na realidade, o que parecemos ser? Argumente.
Não, pelo contrário. É parecermos exatamente o que realmente somos. Porque o grande erro está na mentira, no fingimento. Mostrando-se exatamente como se é se se expõe a toda crítica e se pode conhecer os seus defeitos e, então, vencê-los, mudando a si mesmo verdadeiramente. O problema é que quem é lobo não se quer mostrar como lobo. Então as pessoas bem intencionadas têm que ficar muito espertas para detectar o que é autêntico e o que é simulação. Por melhor que seja a representação, há momentos em que a pessoa se revela.
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
na sala-de-aula, quem manda é o professor ou são os alunos que indiretamente pagam o serviço dele? dê sua opinião.
É o professor. Mesmo em um colégio particular, em que os alunos pagam. Os pais ou responsáveis contratam os serviços educacionais para educar o filho e não apenas para lhe passar conhecimentos e habilidades (isto é, instruir). Nesse contexto o professor está lá como preposto do pai. E essa relação, mesmo sem autoritarismo, não é democrática, em sua própria concepção. Se o professor estiver abusando de sua autoridade legítima (o que não é legítimo), então a turma deve encaminhar sua reclamação à coordenação ou à diretoria. Mas o professor não está em classe para fazer a vontade de turma. Inclusive porque, especialmente na Educação Básica, mas até na superior, a turma não sabe o que é que precisa aprender e, em geral, o que quer é moleza. O bom professor tem que incentivar a turma e exigir dedicação ao estudo, para que não apenas apendam o conteúdo, mas para que adquiram comportamentos valiosos de diligência, responsabilidade, dedicação e percam a preguiça e a indolência. Se os alunos acham que não querem saber o que é exigido, então saiam da escola.
você "bate de frente" (discute) com seus professores? se sim, geralmente por quais motivos? se não, o que acha de quem faz isso?
Sim, quando era estudante. E agora, como professor, adoro alunos que fazem assim comigo. Sempre que eu via que o professor dizia algo errado ou emitia uma opinião de que eu discordasse eu contestava e argumentava, mostrando o seu erro. Acho inadmissível que a turma, por causa da autoridade e do presumido conhecimento do professor seja enganada. Não fico com a consciência tranquila se não alertar. Falou mentira, eu acuso. Pode ser até o meu pai. Claro que com toda educação e cortesia. Isso não é falta de respeito porque a verdade é um bem superior à reputação do professor.
a ironia é a arma dos fortes ou dos fracos? por quê?
Dos fracos e covardes. Os fortes, corajosos, honestos e decentes não a usam. Preferem o discurso franco e direto, com a citação inequívoca do que se pretende dizer, de modo a não deixar dúvida e nem interpretação equivocada nenhuma. Detesto ironia, sarcasmo, deboche ou galhofa. O que não significa que seja casmurro e nem tenha senso de humor. Mas é preciso saber quando se está fazendo uma brincadeira inconsequente, perfeitamente lícita e quando se está falando sério por meio de uma ironia passível de interpretação errônea.
Como se livrar da sensação de "falta de sentido" em relação ao mundo?
Acontece que o mundo, em si mesmo, realmente não tem sentido. Os animais não pensam sobre isso e apenas vivem. Ou seja, o sentido da vida é só viver. Não há nenhum propósito exterior. Mas... como temos razão e sensibilidade, gostamos de achar que haja algum sentido. Isso pode ser resolvido se nós mesmos dermos um sentido à nossa vida, particular para cada um. Eu, por exemplo, encontrei um e a ele me dedico: espancar a ignorância e difundir o conhecimento; exterminar a maldade e espargir a bondade. Fazer tudo para que o mundo fique melhor porque eu existo. Isso dá um grande sentido para a minha vida e, mesmo quando a realidade se abate sobre mim com a sua crueza cruel, esse sentido impede de me suicidar. Se você acha um sentido para sua vida, mesmo que considere que o mundo não tem razão nem propósito de existir, você pode se sentir satisfeito. Outro coisa é que o fato de existirmos é uma raridade tão preciosa que, mesmo que não signifique nada além dela mesmo, o simples fato de isso ter acontecido já provê um significado imenso à existência. Há que se aproveitar dessa singularidade com sofreguidão e extrair da vida o máximo, pois ela não se repetirá para cada um de nós nunca mais. Você ser você e estar aí no mundo é mais valioso do que a mais preciosa das pedras preciosas. Rejubile-se simplesmente por existir. A maior probabilidade é de que nada existisse. Finalmente, considere que existe algo que pode fazer a vida se revestir de um esplendor fulgurante: o amor. Ame a mais não poder e você verá que será também amado. E amar e ser amado, apenas isso, é capaz de dar um sentido completo à vida. Se você não é amado, não se desespere. Cultive-se a si mesmo como a um jardim e você verá que as borboletas virão sorver o néctar de suas flores. Então se abra para o amor e você será feliz.
Há alguma maneira de adquirir a hipermnésia propositalmente?
Pelo que me consta, não. Isso só acontece em delírios febris ou outras condições patológicas. Talvez haja alguma droga que a provoque, mas não conheço.
Todas as parafilias são doenças? Independentemente disso, são anti-éticas?
Podem ser ou não. Podem ser uma opção ocasional consciente ou mesmo habitual e não patológica. E podem ser patológicas. Depende do fato de ser um impulso incontrolável ou uma ação voluntária. Quanto a ser ética ou não depende de ser feita de forma a causar algum mal ao outro ou sem o seu consentimento ou não. Caso contrário não é, seja qual for. O que pessoas sadias mentalmente, adultas e livres fizerem com consentimento, no aspecto sexual, não tem problema, por mais esquisito que possa parecer, desde que não prejudique ninguém.
Vc ñ acha q todo produto que é feito por homossexual deve vir com um selo de que foi produzido por homossexual para que pessoas que são contra contratar serviços vindos de gays saibam e não consumam?Ou vc prefere prejudica-las e deixa-las desinformadas?
Não acho não. Pois não sei em que algo que tenha sido feito por algum homossexual seja diferente e possa prejudicar alguém por isso. É o tipo de informação completamente irrelevante. Como se tivesse que dizer que algo tenha sido feito por homem ou mulher, por preto ou branco, por cristão ou muçulmano. Que diferença faz no resultado?
Defina e diferencie "imoral" e "amoral".
Imoral é algo contrário à moral. Amoral é algo a que não se aplica nenhum critério de moralidade. Por exemplo: matar e roubar é imoral mas somar e subtrair é amoral.
O destino de cada um está de acordo com os seus méritos?
Não existe destino, no sentido de algo já determinado a acontecer. No sentido do que vai acontecer, em função das coincidências, dos acasos, das decisões e de tudo o mais, o que se terá é um futuro, que poderíamos chamar de destino, desde que se entenda que não é previamente definido. Esse destino é influenciado pelos méritos da pessoa, mas eles não o determinam. Não há nada que o determine. Ele é fruto de muitas intercessões de linhas de vida de muitos seres que trafegam pelo espaço e pelo tempo e que, por acaso, coincidem de se encontrar e isso altera a trajetória de vida de cada um. São as oportunidades que surgem por acaso. Em função delas e da decisão tomada por cada um a partir delas, o futuro vai sendo delineado. Nada pode ser previsto nem profetizado. O futuro é incognoscível. Os méritos ajudam, mas não definem.
Willian Lane Craig, totalmente desonesto nos debates, a falácia em pessoa. Concorda?
Concordo completamente. Uma pessoa brilhante, super inteligente, muito capaz, de excelente retórica e dialética, mas totalmente erístico e falacioso. O problema é que seus contendores não têm o seu traquejo. Se a discussão for no papel, ele é derrotado. Já o contestei em meus blogs. Pena que eu não tenha a fluência do inglês suficiente para enfrentá-lo ao vivo. Gostaria muito. Veja isto:
http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=4219
http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=3920
http://wolfedler.blogspot.com.br/search?q=craig
http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=4219
http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=3920
http://wolfedler.blogspot.com.br/search?q=craig
Você costuma encontrar a resposta para todas as suas indagações?
Não para muitas. Sim para várias. Mas tem muito mais coisas que eu ainda não sei do que eu sei. Mas eu não acho que seja impossível achar as respostas. Só que ainda não se as tem. Mas a humanidade é muito jovem. Só tem 200 mil anos. Vamos esperar alguns milhões da anos que muitas respostas serão encontradas. O que não se pode é inventar respostas simplórias quando não se sabe, do tipo: foi Deus quem fez. Mesmo que tenha sido, há que se saber como, porque, para que. Se bem que a maior parte do que existe não tem porque e nem para que. Só existe. Mas, se surgiu, houve um modo. Interessa saber como. Para que? Só para saber. Esse é o maior motivo: curiosidade. Pode ser de utilidade ou não. Isso não interessa. Utilidade não é tão importante (mas é importante). Conhecimento é mais importante. Por exemplo: não se sabe como a vida surgiu a partir da matéria inanimada. Não se sabe como o conteúdo do Universo surgiu a partir de nada. Não se sabe como o Universo evoluirá no futuro (há conjecturas). Não se sabe se a gravitação é uma interação ou não. Não se sabe se a espécie humana já interrompeu sua evolução ou se evoluirá para outra trans-humana. Não se sabe se existem outras dimensões ou não. Não se sabe se existe algo além da natureza ou não. Não se sabe se existem seres vivos ou seres inteligentes em outro lugar do Universo além da Terra ou não. Não se sabe se se conseguirá acabar com a maldade no mundo ou não. São muitas incógnitas.
Prof, A força de atração gravitacional pode ser analisada decompondo se em componentes x,y,z? Se sim, imagine dois corpos em posições diferentes, mas que estão numa mesma posição em x. O calculo da força terá uma divisão por 0, já que a d em x é 0. Não é
Não é assim não. Cada componente é calculada pela fórmula:
Fx = FcosX = (GMm/r²)cosX = (GMm/r²)(dx/r) = GMm(dx)/(dx²+dy²+dz²)^(3/2)
em que X é o ângulo entre a reta que une as massas e o eixo dos X e
r² = dx² + dy² + dz²
Se dx = 0, Fx = 0
Fx = FcosX = (GMm/r²)cosX = (GMm/r²)(dx/r) = GMm(dx)/(dx²+dy²+dz²)^(3/2)
em que X é o ângulo entre a reta que une as massas e o eixo dos X e
r² = dx² + dy² + dz²
Se dx = 0, Fx = 0
Por que o brasileiro é tão acomodado(a maioria)? Não se preocupa com política, não cobra os absurdos que acontecem, finge que não vê a corrupção, etc etc
Esse tipo de indolência é uma consequência da amenidade climática e da luxúria da natureza que leva à falta de necessidade de muita luta para a sobrevivência. No caso do nordeste seco, em que há a adversidade climática, por outro lado há uma dominação pela elite litorânea. Além do mais a colonização brasileira se deu num sistema exploratório pela metrópole lusitana. A população escrava era grande. Mesmo com a abolição e a miscigenação não houve a ascensão social, de modo que as elites tradicionais continuaram no poder, impedindo uma democratização plena do país com a república. Isso não é só no Brasil, mas em toda a América Latina, exceto Chile e Argentina, nos países africanos e outros. A consciência política acompanha a operosidade advinda da necessidade de vencer os rigores do clima e, no caso da colonização norte-americana, do fato de ter sido feita por pessoas livres que queriam se fazer no local e não mandar riquezas para a metrópole. Mas que também foram escravocratas. Só que os negros norte-americanos, depois da abolição, conseguiram melhorar o estatuto social, talvez até em função da menor miscigenação (mas não sei). Em suma. o problema do brasileiro é a preguiça, à qual ele pode dar-se ao luxo de fruir sem morrer de fome e de frio.
Onde está a razão do amor?
O amor tem origem na pulsão instintiva pela preservação da espécie. Para que isso se dê é preciso que os indivíduos protejam a sua prole e uns aos outros. Nos animais mais inteligentes isso se transformou em afeto que, nos humanos, evoluiu para amor. Outra pulsão oposta é o egoísmo, que pretende preservar o próprio indivíduo. Mas a preservação do indivíduo só existe em função da preservação da espécie, isto é, o indivíduo precisa sobreviver para poder procriar. Com o surgimento da cultura e da civilização, na espécie humana, tais pulsões se sublimaram em sentimentos que são racionalizações das emoções. É o caso do amor, que se origina do desejo sexual e do sentimento de cuidado com a prole e com a companheira. Mas, então, o amor superou o desejo sexual e se tornou um sentimento válido em si mesmo, mesmo sem desejo sexual. De qualquer modo sua razão é propiciar condições melhores de sobrevivência e da satisfação aos indivíduos e se opor ao instinto ganancioso e individualista de vencer e derrotar o outro. O resultado final do altruísmo é mais benéfico para todos do que o egoísmo.
Perde-se o medo quando se ousa enfrentar o escuro?
Se se tem medo, continua-se com o medo, mas fica-se no escuro com medo. Vencer o medo não é deixar de senti-lo mas é fazer o que dá medo com medo mesmo.
Entender é uma questão de inteligência ou de tacto?
De inteligência. Tato é para agir num situação delicada sem ofender nem prejudicar ninguém. Tato também requer inteligência, além de sensibilidade.
A diferença entre o possível e o impossível está na vontade humana? Argumente.
Se algo é impossível, não há vontade que o faça. O problema é que muitas pessoas preguiçosas e tíbias chamam de impossível o que seja apenas muito difícil. Então não lutam nem se esforçam. Não tentam, porque vai dar muito trabalho, vai ser cansativo, vai ser arriscado, vai ser difícil, complicado, São pessoas derrotadas sem lutar. Tenho pena delas.
Há mais pessoas que desistem, do que pessoas que fracassam?
Muito mais. Não só pelo medo de fracassar, mas também por preguiça mesmo. Por comodidade. Por inércia. Por falta de idealismo.
Mesmo com tantas injustiças...tanta dor. Viver ainda vale a pena? Argumente.
Claro que vale. Justamente para acabar com elas. Sempre vale a pena viver, especialmente porque a vida é uma raridade preciosíssima no Universo. Ser um ser vivo é algo espetacularmente maravilhoso e de uma raridade incomensurável. Não se pode desperdiçar essa dádiva. Não há outra. Jamais se repetirá. Com a morte nossa consciência desaparece totalmente. Sumimos do Universo. Então há que se tirar o máximo proveito desse tempo tão curto.
Qual sentimento nos desgasta mais: o ódio ou o amor? Se quiser, argumente.
Claro que o ódio é muito mais desgastante. O amor, mesmo não correspondido, pode ser triste, mas não desgasta. Quanto mais se amar, melhor. Quanto mais se odiar, pior.
Você compreende as pessoas na mesma medida em que se sente compreendido?
Não. Posso compreender as pessoas sento totalmente incompreendido por elas. Não tem nada a ver uma coisa com a outra.
Será que a bondade é amar as pessoas mais do que elas merecem? Por quê?
Amor não se tem por alguém porque ele mereça. Surge sem motivo. Se se for bom apenas para quem mereça a bondade, não se é bom coisa nenhuma. Ser bom é querer bem, é ajudar, é cuidar, é ter interesse, é ouvir o outro porque se quer fazer isso como um comportamento válido, não porque a pessoa objeto da bondade a mereça. Gostar só de quem nos gosta não tem valor nenhum. Para fazer diferença para o mundo e se sentir realizado como humano há que se amar à humanidade e a cada homem de forma totalmente altruísta. Assim a bondade é amar as pessoas ilimitadamente, mesmo que elas não mereçam.
Para que serve um inimigo?
Um inimigo serve para infernizar a vida, causar aborrecimento, transtorno, preocupação, tristeza. É péssimo se ter algum inimigo. Quando alguém te fizer algum mal, não o odeie nem se torne inimigo dele. Providencie a reparação do dano sofrido e ignore-o.
Quem é mais inimigo da verdade: a mentira ou a convicção?
Mentira é a negação daquilo que a pessoa acha que seja a verdade. Mas, como a pessoa pode estar equivocada, a mentira pode ser a verdade, objetivamente falando. Convicção é o que a pessoa acha que seja a verdade. Da mesma forma, pode não ser. É muito difícil se saber a verdade objetiva, isto é, independente do sujeito. O melhor que se pode ter é um consenso entre verdades subjetivas e um bom suporte de evidências e comprovações. Todavia, a mentira tem a intenção de contrariar a verdade, enquanto a convicção de afirmá-la, mesmo que se enganem. O pior é a certeza. Enquanto a convicção pode ser mudada por uma argumentação convincente, uma certeza é uma "convicção inabalável", isto é, resistente a qualquer argumento em contrário. Assim, a certeza é que é a grande inimiga da verdade, mesmo quando a possua. O mais correto é se manter um "ceticismo metodológico", isto é, sempre estar disposto a mudar a convicção, caso convencido do erro.
O que você poderia dizer sobre a "subversão"?
Isso é interessante justamente porque considera a possibilidade de reverter situações estabelecidas que se configuram em grandes erros sociais ou vivenciais para as pessoas. Claro que há sempre o perigo de se substituir algo por algo pior ainda, mas correr esse risco é preferível do que não mudar nada porque pode piorar. E há muita coisa mesmo que tem que ser mudada no "status quo" da sociedade. De modo geral, o que se tem estabelecido é uma situação de dominação de um grupo privilegiado por razões econômicas ou históricas sobre a grande massa da população. Ora, a sociedade existe para que TODOS sejam beneficiados, uns pelo que os outros fazem e não para que ALGUNS apenas o sejam. Isso é algo que tem que ser subvertido. Assim uma subversão que promova a igualdade social, que acabe com a dominação econômica, que extinga os preconceitos, toda intolerância e esse tipo de coisa é extremamente bem vinda. O que não concordo é com uma revolução sangrenta, porque muitas injustiças são cometidas e mesmo os dominadores são pessoas humanas que, no mundo subvertido, merecem participar do esforço coletivo pelo bem comum, como promotores e como beneficiários. E, numa revolução, em geral, se substitui um grupo dominante por outro. É preciso subverter justamente para acabar qualquer dominação.
Olá! Se eu não me engano, já vi em uma resposta sua sobre poliamorismo,que uma das maneiras de fazer as pessoas encararem melhor esse tipo de relacionamento, seria a Globo abordar o tema em uma novela.A 'Avenida Brasil' já está mostrando um caso desses. Vc acha que as pessoas vão aceitar melhor essa ideia, agora que está sendo exposta por uma grande mídia?
Acho muito bom que o assunto seja abordado numa novela para que as pessoas se acostumem com a ideia e vejam que não é nenhum absurdo. A situação inversa também é bom que seja vista, como em "Dona Flor e seus dois maridos". Não há impedimento biológico para essa situação na espécie humana. É só um condicionamento cultural que pode perfeitamente ser revertido. Há a oposição de algumas religiões, mas as pessoas já não são tão rigorosas na observância dos preceitos religiosos, mesmo quando acreditam em Deus. E a poligamia não é nada que faça mal a ninguém, pelo contrário, pode ser fonte de maior felicidade, uma vez que é fato que se pode amar a mais de um, então porque não poder realizar esses amores em relações vividas?
se deus está morto então tudo é permitido?
De modo nenhum. Existem princípios éticos que não têm nada a ver com a existência ou não de Deus. Leia isto:
http://wolfedler.blogspot.com.br/2008/07/tica-e-atesmo.html
http://wolfedler.blogspot.com.br/2010/10/qual-diferenca-entre-etica-e-moral.html
http://wolfedler.blogspot.com.br/2011/12/poderia-me-dar-um-exemplo-bem-simples.html
http://wolfedler.blogspot.com.br/2008/07/tica-e-atesmo.html
http://wolfedler.blogspot.com.br/2010/10/qual-diferenca-entre-etica-e-moral.html
http://wolfedler.blogspot.com.br/2011/12/poderia-me-dar-um-exemplo-bem-simples.html
Considere q o cidadão A (testemunha de Jeová) fez um ferimento grave no cidadão B.O cidadão B precisa urgentemente de um tipo de sangue q só pode se obter rapidamente se tirar forçadamente do cidadão A.Vc respeitaria a religião do cidadão A ou o forçaria?
Se não houver alternativa com outra pessoa, eu acho válido desrespeitar a religião e forçar a transfusão de sangue para salvar uma vida, uma vez que a outra não seria tirada. É preciso mostrar para esse pessoal que essa postura é inteiramente descabida. Nem todos os preceitos de todas as religiões podem ser tolerados por respeito à liberdade religiosa. Os que foram insensatos e anti-éticos têm que ser contrariados mesmo. Religião pode ser tolerada e respeitada, mas não está acima dos preceitos humanitários e éticos.
dá pra fazer bem o que nao se gosta ow não
Dá por um certo tempo, ou algumas vezes. Fazer o que não se gosta a vida toda é um desastre existencial que pode levar à depressão e, inclusive, comprometer a qualidade do resultado. Não vale a pena passar a vida assim. A não ser que não se ache outra escolha, é sempre melhor fazer o que se gosta, mesmo que não se fique tão próspero.
Como seria se houvesse uma seleção genética mais rigorosa com os humanos, assim como é feito com animais, onde somente os indivíduos com as melhores características podem reproduzir para o melhoramento da espécie? Comente. /clicknikki
Isso é completamente anti-ético e extremamente perigoso. Quem vai definir os critérios considerados bons para a espécie humana? Além do mais, a evolução natural requer a variabilidade genética, que seria cerceada com tal eugenia.
A saúde pública(e TUDO NO BRASIL) poderia ser bem melhor se não nos roubassem tanto. Mas nós temos uma coisa valiosa na mão: o voto. Então, por que nada muda, na sua opinião?
Por dois motivos:
O eleitor é sem-vergonha. Não quer eleger quem defenda os interesses gerais da população mas quem resolva o problema particular dele.
Os bons candidatos não querem se macular mexendo com política.
O eleitor é sem-vergonha. Não quer eleger quem defenda os interesses gerais da população mas quem resolva o problema particular dele.
Os bons candidatos não querem se macular mexendo com política.
que artes você domina?
Dominar com perícia eu não domino nenhuma. Mas me saio bem em escrever poesia, crônicas, ensaios e divulgação científica. Sei desenhar, pintar quadros, esculpir e cantar. Também toco um pouco de piano e componho músicas simples (sem orquestração). Não sei dançar direito e nunca tentei fazer teatro. Pode até ser que eu me saia bem. Sou um bom professor de física e matemática e um bom conferencista. Tenho boa oratória (retórica), além de lógica e dialética (argumentação). Sei fazer páginas de WEB e alguns programas de computador. Monto meus próprios computadores, conserto aparelhos elétricos e mexo com marcenaria. Não sei cozinhar, costurar, bordar, tricotar, nem crochetar, mas não acho que seja difícil aprender. Acho que sou razoável em fazer amigos. Penso que seja isso.
Você acha que os pais são os "culpados" pelo que se tornam seus filhos? Argumente.
Podem colaborar, mas não são os responsáveis. Muitos pais fazem tudo para criar bons filhos e não logram resultados. Outros nem se importam e os filhos se tornam ótimas pessoas. A maior responsabilidade pelo que se vem a ser na vida é a índole inata. O resto (digamos 45%) é a influência ambiental, não só da criação paterna como também da interação com o resto da sociedade. Mas não se pode imputar a totalidade da culpa por uma pessoa de má conduta à criação que teve.
O que é vencer na vida?
Para a maioria das pessoas é ser próspero, isto é, rico. No meu entendimento isso é uma idiotice. Ser rico não significa nada. É claro que é preciso se ter condições de sobrevivência e de razoável conforto para ser feliz. A miséria e a pobreza causam infelicidade, mas não é a riqueza que traz a felicidade (e nem, necessariamente a infelicidade). Vencer na vida é se sentir realizado. É achar que a vida está tendo significado. É pensar que se pode morrer satisfeito por ter vivido de forma construtiva. De modo que se deixa o mundo melhor porque se existiu. Vencedor é o que consegue derrotar o mal e promover o bem. É o que construiu pontes para aproximação das pessoas e não muros para separá-las. É o que acabou com preconceitos, com intolerâncias, com desentendimentos. Que promoveu a união, a concórdia, a colaboração, a solidariedade. Que foi forte e bravo no combate ao mal, à corrupção, à venalidade, à ignomínia. Isso é ser vencedor. Não é ter muitos bens, viver no luxo e nem desfrutar de regalias em detrimento dos outros. Vencer na vida é acabar com a ignorância, a mediocridade, a mesquinharia. É amar e ser amado. É ser feliz. Em suma, é ser bom e fazer o bem.
Já vi muitos ateus criticando o cristianismo, mas nunca vi falarem nada sobre o budismo. Qual é a sua visão sobre essa religião?
Boa em alguns aspectos e ruim em outros. O que tem de bom é a sua noção de solidariedade, de compaixão, de comunhão com o Universo, de pacifismo, de dedicação ao bem e à verdade. Mas não aceito sua concepção espiritual do karma e da sansara, isto é de destino e de reencarnação. Para mim não existem espíritos, e logo, eles não se reencarnam. Cada vida é única. Outra coisa que não concordo é com a noção de que a suprema felicidade seja a cessação de todo o desejo e todo o pensamento. A meditação budista, que consiste em levar a mente a não pensar em nada, para mim, não é interessante. O interessante é, justamente, pensar, mas educar o pensamento para encaminhá-lo para temas proveitosos e confortantes. Acho que o desejo seja válido, o que não se pode é ser escravo dele. Tem-se que ter a sobranceria de desejar sem apego, isto é, não sofrer se ele não for atendido. Isso é diferente de não desejar. A origem do sofrimento não está no desejo, mas do descontentamento com a sua frustração. Isso é que tem que ser educado.
Somos frutos do meio em que vivemos ou determinamos o que seremos?
Esse tipo de dicotomia não existe. Tanto um quanto o outro. Em parte somos produto do ambiente, em parte alteramos esse ambiente e em parte mudamos a nós mesmos. Tudo está em constante interação. Influenciamos e somos influenciados. Não somos uma ilha. Somos uma nau a vela. Podemos mudar a direção do velame para irmos para onde quisermos, mas nem sempre conseguimos. Depende do lado para o qual o vento sopra. É impossível colocar um veleiro na trajetória que se quer. Mesmo assim ele pode chegar ao destino. Só que em nossa vida, não sabemos qual o nosso destino. Temos uma noção de direção para onde ir e vamos velejando, como Colombo, sem saber onde chegaremos.
Como poderíamos ser felizes sendo os únicos felizes numa ilha de felicidade dentro de um oceano de miséria?
Simplesmente não podemos. Quem o conseguir não é humano. Podemos ser parcialmente felizes em algum aspecto, mas nunca totalmente felizes enquanto houver algum sofrimento no mundo. E nós temos sempre a ver com tudo aquilo de que tomamos conhecimento. Se nos omitirmos estamos cometendo uma falta que nos pesará na consciência e nos impedirá de ficarmos felizes. Se fizermos algo a respeito para colaborar na melhoria do mundo, então podemos resgatar parte da nossa infelicidade e nos alegrarmos, não pelo sofrimento que ainda resta, mas pela nossa parcela de colaboração na sua extinção.
A paixão humaniza as pessoas ou as torna insensatas? Justifique.
Tanto uma como outra. Aliás, quanto mais se humaniza, mais insensato se é. Pois a sensatez costuma ser contrária à humanidade, no sentido de acolhimento afetivo. Nem sempre ser sensato é uma coisa boa. É bom se ter a noção do que seja sensato para se decidir. Mas não é obrigatório se decidir pelo que seja sensato. A paixão não é sensata. Mas é algo maravilhoso e inebriante que não se deve evitar de modo nenhum. Viver sem paixão é viver pobremente de significado de vida. Grande parte do valor de sermos humanos é a nossa capacidade de ter paixão. Então a paixão nos humaniza e nos torna insensatos. Mas isso é que é bom.
Mesmo o amor que não compensa, é melhor que a solidão?
O amor sempre compensa. O que pode não compensar é um relacionamento. São fatos distintos. Se um relacionamento estiver sendo fonte de grande sofrimento, é preferível estar só. Mas isso não significa que não se ame ou não se seja amado. Pode haver amor sem relacionamento e isso não é ruim. É claro que amor com relacionamento e relacionamento prazeroso e satisfatório é o que é bom. Mas um relacionamento, mesmo que haja amor, que não traga felicidade, não é bom. O que pode atrapalhar um bom relacionamento é o ciúme, a possessividade, a vigilância, o controle, as divergências de gostos, interesses, concepções, convicções, crenças, atividades, níveis culturais, educação, instrução, fortuna, falta de convivência (por residir longe, por exemplo) e vários outros fatores que deixam a relação insatisfatória e infeliz. Nesses casos, apesar do amor, não vale a pena manter a relação. É bom se liberar dela e se abrir para outra, mesmo que não se perca o amor. Fique com o amor sem a relação e ache outro amor. É possível se ter mais de um amor e, até mesmo, mais de uma relação, todas boas e consentidas por todos os envolvidos. Mas se nenhuma houver que assim o seja, a solidão é a melhor opção.
Como saber se é falta de amor ou apenas o jeito de ser ''desapegado''?
Verificando se existe uma genuína preocupação com o bem da pessoa. Aliás, ser "apegado", "grudado", "ciumento" ou algo do tipo não é, de modo nenhum, uma boa atitude. Quem ama de verdade quer a liberdade total do ser amado. Não lhe tolhe em absolutamente nada. Não lhe exige coisa alguma. Quer o seu bem, mesmo que esse bem não seja amá-lo. Assim, é sendo "desapegado" que verdadeiramente se ama. Que é "apegado" não ama o outro mas o que quer é ser amado pelo outro. Não que isso não seja desejável. Só que não pode ser colocado como algo a ser exigido em contrapartida ao amor. Amor é inteiramente gratuito e não pede reciprocidade. Apenas deseja. Amor, de verdade, é totalmente altruísta.
Qual a melhor atitude a ser tomada, quando nos sentimos "ligados em excesso" com uma pessoa que só conhecemos virtuamente?
Encontrá-la pessoalmente. Todavia não existe nenhuma ligação que se possa considerar "em excesso". Por maior que seja uma ligação, nunca será excessiva, simplesmente porque não existe um limite de intensidade para qualquer ligação.
Qual o maior erro do ser humano ao julgar os outros?
Supor que sua própria concepção é que seja válida.
O que você consideraria como os sete pecados capitais responsáveis pelas injustiças sociais?
Egoísmo, Avareza, Ganância, Cobiça, Impiedade, Competição, Vaidade
Conhece algum artigo que possa me esclarecer sobre a Psicologia Behaviorista?
http://pt.wikipedia.org/wiki/Behaviorismo
http://en.wikipedia.org/wiki/Behaviorism
http://www.slideshare.net/Anaruma/teoria-behaviorista-1587515
http://euniverso.com.br/Psyche/Psicologia/comportamental/behaviorismo.htm (veja as referências)
http://www.portaldapsique.com.br/Artigos/Behaviorismo.htm
http://www6.ufrgs.br/psicoeduc/behaviorismo/sobre-o-behaviorismo/
http://www.youtube.com/watch?v=vMVaxktVJz4
http://en.wikipedia.org/wiki/Behaviorism
http://www.slideshare.net/Anaruma/teoria-behaviorista-1587515
http://euniverso.com.br/Psyche/Psicologia/comportamental/behaviorismo.htm (veja as referências)
http://www.portaldapsique.com.br/Artigos/Behaviorismo.htm
http://www6.ufrgs.br/psicoeduc/behaviorismo/sobre-o-behaviorismo/
http://www.youtube.com/watch?v=vMVaxktVJz4
A sua força intelectual é maior que sua força física?
Sem a menor dúvida. Nunca tive força e agilidade física e nunca me preocupei em ter. Por outro lado sempre me dediquei a apurar minha inteligência, meus conhecimentos, minhas habilidades intelectuais, minha cultura, minha articulação interpessoal, meu traquejo expressivo, meus pendores artísticos, minha sensibilidade ética e estética, enfim, tudo o que se refere ao aspecto mental.
Qual é a mentalidade correcta para o sucesso?
Antes de tudo é preciso saber que sucesso é esse. Se se está falando de sucesso em termos de riquezas materiais, obtidas pela realização profissional, então a resposta é pensar em fazer o melhor possível para atender as demandas do que se faz, com competência, eficácia e eficiência e, com isso, mostrar-se valioso e ser o preferido da clientela. Com isso se logrará o almejado sucesso, não importa o que se faça. É claro que não estou levando em consideração nenhum modo ilegítimo de enriquecimento.
Todavia é bom pensar se tal tipo de sucesso é válido para ser eleito como o objetivo da vida, em termos de realização e felicidade. Penso que não, o que não significa que não deva ser buscado, mas não priorizado. A felicidade advém da sensação de que a vida tem significado. De que se está realizando o que deixa a pessoa satisfeita por se estar vivendo e cônscia de que sua vida é valiosa e faz diferença para o mundo. Isso não é o sucesso econômico que propicia, mas o sucesso existencial. E esse sucesso se tem quando se tem em mente agir para o bem geral, dos outros, da sociedade, da natureza, do mundo, enfim. Isso pode ser obtido profissionalmente se o exercício da profissão não objetivar apenas a compensação financeira mas, principalmente, a contribuição para o bem do mundo. Tendo em mente que o que mais importa não é o benefício próprio mas o geral, se chegará ao sucesso existencial, que é o mais valioso. Nisso, sem dúvida, se enquadra espargir amor para todos e em tudo o que se faz. Com essa mentalidade, certamente se alcançará a felicidade, essa sim, mais valiosa do que o sucesso.
Todavia é bom pensar se tal tipo de sucesso é válido para ser eleito como o objetivo da vida, em termos de realização e felicidade. Penso que não, o que não significa que não deva ser buscado, mas não priorizado. A felicidade advém da sensação de que a vida tem significado. De que se está realizando o que deixa a pessoa satisfeita por se estar vivendo e cônscia de que sua vida é valiosa e faz diferença para o mundo. Isso não é o sucesso econômico que propicia, mas o sucesso existencial. E esse sucesso se tem quando se tem em mente agir para o bem geral, dos outros, da sociedade, da natureza, do mundo, enfim. Isso pode ser obtido profissionalmente se o exercício da profissão não objetivar apenas a compensação financeira mas, principalmente, a contribuição para o bem do mundo. Tendo em mente que o que mais importa não é o benefício próprio mas o geral, se chegará ao sucesso existencial, que é o mais valioso. Nisso, sem dúvida, se enquadra espargir amor para todos e em tudo o que se faz. Com essa mentalidade, certamente se alcançará a felicidade, essa sim, mais valiosa do que o sucesso.
Amamos a pessoa ou o sentimento que ela nos proporciona?
Ambos sentimentos. Amamos a pessoa, isto é, queremos todo o bem para ela, amamos nos sentir amados pela pessoa e também amamos o amor que sentimos. Tudo isso nos dá, em conjunto, a mais inebriante emoção e o mais sublime sentimento de que o ser humano é capaz. Se adicionarmos a isso a sensação extremamente prazerosa do amor físico compartilhado com essa pessoa, então é o céu. Mesmo, porém, se esse amor for apenas platônico, já é algo super envolvente e embriagador. Nada se compara ao amor. O prazer do poder, da posse, da vitória, da vingança, da gula ou da pura luxúria não se lhe comparam, nem de longe.
qual sua opiniao sobre dalai lama?
Mais ou menos a mesma que sobre o Osho: "Façam o que eu digo mas não façam o que eu faço". Sábias e proveitosas palavras, mas decepcionantes comportamentos. Mesmo assim, vale ler tudo o que escreveram e procurar seguir seus conselhos, sempre, é claro, com discernimento e crítica, como, aliás, já o dizia o grande líder deles: Gautama Buddah: "Não creia em coisa alguma com base na autoridade de mestres e sacerdotes; não creia em coisa alguma pelo fato de lhe mostrarem o testemunho escrito de algum sábio antigo. Aquilo, porém, que se enquadrar na sua razão e depois de minucioso estudo for aceito pela sua inteligência, conduzindo ao seu próprio bem e ao de todas as outras coisas vivas, a isso aceite como verdade e por isso paute sua conduta."
Nibiru, fim do mundo em 2012, verdade ou mentira?
Mentira! Uma grande bobagem sem fundamento nenhum.
Qual o seu principal combustível para levar a sua vida adiante?
O grande desejo de deixar um legado para o mundo, de torná-lo um lugar melhor para as pessoas. De acabar com a ignorância e difundir o conhecimento e a sabedoria. De acabar com a intolerância e os preconceitos. De difundir o ateísmo e o anarquismo. De conseguir amar e ser muito amado e, com isso, espalhar amor em torno de mim, de modo que a felicidade cresça para todos que de mim se acercarem.
Se não existem certezas, logo não se pode dizer que "indubitavelmente, a Terra não é plana"?
De fato, filosoficamente falando, não é garantido, porque todos os sentidos e instrumentos podem estar nos enganando. No entanto, os indícios são tão fortes que a probabilidade é quase uma certeza e pode ser aceita com convicção e grande confiança. É assim que se constrói a ciência. Sem certezas, mas com grandes convicções. Até que se prove em contrário.
O que acha da "Prova Quádrupla"?
Um excelente critério para pautar eticamente as ações. Eu, inclusive, sempre a sigo, pois aprendi com meu pai que foi um exemplar rotariano, especialmente no quesito "Dar de si antes de pensar em si". Já o "Mais se beneficia quem melhor serve", para mim é equivocado, porque deve-se servir sem pensar em benefício nenhum.
a religião só atua sob mentes pequenas?
Não! Há mentes brilhantes e grandiosas que são de pessoas crentes e religiosas, inteligentes e cultas. Só que, em minha opinião, equivocadas. Mas podem ter, e muitas têm, grande nobreza, retidão, bondade, sabedoria, desprendimento, valor e outras grandes virtudes. Como ateus também o podem. Assim como, tanto crentes quanto ateus, podem ser salafrários, vigaristas, desonestos, malvados e tudo de ruim.
o que fazer quando sua liberdade infringe a do outro? o argumento de que o direito de um acaba quando começa o do outro é válido?
Claro que é. A liberdade de um não pode restringir a de outro. Isto é, não se tem a liberdade de tolher a liberdade de ninguém. Nem de fazer mal nenhum. causar prejuízo, dano, sofrimento. A não ser tendo em vista um bem maior, como tratar um canal de dente que provoca dor para curar a cárie.
é antiético ou imoral ser advogado de defesa de um criminoso confesso?
No meu entendimento, é antiético sim, mas não é imoral, pois é permitido pela lei e pela sociedade. Mas eu, como advogado, se fosse, jamais o faria.
Ernesto, é possivel cancelar materia sem ter que fazer as aulas? tipo, soh fazer uma prova da diciplina para saber se vc esta apto ou nao. Tem alguma maneira de encurtar a graduacao?
Depende da Universidade. Cada uma tem um regimento. Pelo que sei, todas as públicas não permitem isso. Acho um absurdo. Se você sabe sem ter tido aula e prova isso em um exame bem rigoroso, então já deve ter o seu crédito concedido. Tem que investigar o regimento de cada uma.
Se Deus te pedisse uma sugestão para castigar os descrentes em Deus que vão para o inferno. Que modo de tortura vc sugeriria para que esses desgraçados sofressem eternamente?
Você é um ateu gozador, Thiago. Fica ironizando os crentes. Larga disso! Ateus não vão para o inferno nem crentes para o céu, nem vice-versa, simplesmente porque esses lugares não existem. Aliás, se existissem, seriam lugares? Se espírito não é físico, ocupa lugar?
na novela avenida brasil uma personagem disse que poliamorismo é um retrocesso, comente se quiser
Discordo totalmente. A evolução dos costumes da humanidade não necessariamente significa uma melhoria. Pode ser, como em muitos casos foi, uma piora. Isso aconteceu com o surgimento do patriarcalismo, a monoandria e, depois, a monoginia, a propriedade privada, o dinheiro, as religiões e outros males. Se a evolução tivesse tomado outros rumos, possivelmente hoje seriamos muito mais tranquilos, felizes, honestos, justos, prósperos, pacíficos, solidários, cooperativos, diligentes e não ansiosos, infelizes, gananciosos, belicosos, competitivos, avarentos, preguiçosos, corruptos e o tanto de ruindades que campeiam por aí.
quem se suicida tem, necessariamente, uma mente fraca?
Claro que não. O suicídio pode ser decorrente de uma debilidade mental mas pode ser uma decisão consciente, lúcida e amadurecida de uma mente perfeitamente normal.
(desenho) seu traço sempre foi solto ou usou alguma "técnica" para soltá-lo?
Sempre desenhei livremente sem nenhuma técnica, já traçando o desenho em sua forma definitiva, sem projeto nenhum e sai tudo como deve ser. É intuitivo. Também é assim quando pinto. Já pego o pincel ou a espátula e saio pintando. Às vezes faço apenas um traço leve delimitando as grandes áreas.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
os não-vegetarianos usam o argumento de que comer carne é completamente normal porque é o que acontece com os animais na natureza. faz sentido viver de acordo com os costumes de animais sabidamente irracionais?
Primeiro que racionalidade é uma questão de grau e segundo que também somos animais. Portanto não é irracional comer carne porque animais comem carne e nós somos humanos. Isso não significa que seja melhor comer carne do que não, mas o argumento não prevalece. Ainda não estou plenamente convencido que não se deva comer carne, mas penso que não seja bondoso matar animais. Mas se se pudesse cultivar carne a partir de células tronco em bancadas de produção de tecido muscular sem haver o animal para ser morto, e essa carne tivesse as mesmas propriedades nutricionais e texturais do músculo animal, seria ruim comê-la? Ainda não tenho uma resposta.
Compatibilidade é tudo em um relacionamento?
Nada é tudo, mas compatibilidade é, realmente, um fator importantíssimo. Interesses, gênios, ideais, convicções, crenças, posturas, gostos, projetos. Tudo isso precisa ser convergente para que o relacionamento seja fonte de satisfação. Mas há outros fatores, como a atração, que também são importantíssimos. Se tudo for convergente, mas não houver atração, não adianta nada. Atração envolve admiração, curtição e desejo. Com atração e compatibilidade (que não precisa ser total, mas razoavelmente abrangente), as diferenças podem ser superadas.
A história da corrupção no Brasil é velha, logo no começo, na Capitania de São vicente, já havia caso de Favorecimento ilícito, Desvio de verba pública e Nepotismo. O que acham?
Acho que temos que virar esse Brasil do avesso para transformá-lo em um lugar decente, justo, próspero e aprazível. Isso só vai ser possível quando os bem-intencionados resolverem renunciar um pouco do proveito próprio em benefício de todos. Quando os bons perderem o medo dos maus e botarem pra quebrar com a corrupção e a vilania, correndo todos os riscos, até de morrer. Podemos considerar que há um Brasil honesto e decente e um Brasil vilão. O Brasil honesto tem que declarar guerra ao vilão e lutar até vencer. Como? Denunciando, processando, candidatando, trabalhando (de graça), ensinando, esclarecendo, solapando as manobras escusas. Não dando nenhuma trégua ao mal. Não compactuando por comodidade, por conveniência, por medo. Quando a grande massa de bons resolver enfrentar pra valer a minoria dos maus, eles não terão chances. Aí o Brasil vai se tornar uma Suíça.
No Reason Rally, Richard Dawkins incentivou os participantes a confrontar os crentes em relação ao que ele chamou de as “mais absurdas crenças” (e.g., transubstanciação), afirmando: "Mock them, ridicule them in public. [...]". Opine.
Não concordo em ridicularizar ninguém por ser crente. Sou um ateu atuante e procuro convencer as pessoas, por argumentos, de que suas crenças são infundadas. Mas ser crente não significa ser burro e ignorante, apenas estar equivocado. Como ser ateu não significa ser culto e inteligente. Respeito quem não concorda comigo como gosto que respeitem meu posicionamento como sério, sincero, responsável, honesto e decente. Não admito que considerem que, por ser ateu, eu seja imoral, devasso ou indigno de confiança. Da mesma forma não acho que uma pessoa crente, por essa razão, seja perniciosa ou malintencionada. Tenho muitos amigos e amigas que são crentes aos quais devoto grande estima e respeito. Claro que também sei de crentes fingidos que querem se aproveitar da crendice do povo para se locupletarem. Esses eu abomino. Como abomino ateus imorais e aproveitadores.
você acha que é mais importante investir na educação, na saúde ou na segurança? por quê?
Na Educação, sem a menor dúvida. Não que não se deva investir no resto, mas que a educação seja prioritária. Porque é pela educação do povo que o resto é alcançado. Povo educado é exigente, é questionador, é contestador, é mais ordeiro, mais trabalhador e, em geral, mais honesto, mais solidário, mais colaborador. Pode parecer que não tem nada a ver, mas há uma correlação. Todavia, há que se ter uma educação de verdade. Não é só saber assinar o nome. É saber interpretar textos, fazer contas. equacionar soluções de problemas, conhecer história, geografia, política, filosofia, sociologia. Saber argumentar, conhecer os fatos científicos e tudo o mais. Isso é que é fundamental. O resto é consequência.
Se todos fossem iguais a você, haveria mais justiça? Mais verdade? Um mundo melhor?
Penso que sim, pois me esforço por superar minhas deficiências e deixar um legado significativo à humanidade e ao planeta. Luto pela verdade, pela justiça, pela harmonia, pelo entendimento, pelo conhecimento e pelo bem com tudo o que disponho e sou capaz. E gostaria que todo mundo fizesse esse tipo de esforço, dando de si antes de pensar em si, como prega o slogan do Rotary, mesmo não sendo rotariano (e nem pretendendo ser).
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
"Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelos bens que possui. O verdadeiro valor de um homem é o seu carácter, as suas ideias e a nobreza dos seus ideais." Comente:
Acho que fui eu mesmo que já disse isso. Realmente, de que valem a riqueza e a aparência individuais, para a felicidade global do mundo? O bom caráter, isto é, a honestidade, a bondade e a bravura é que são os fatores que determinam como a pessoa fará diferença para a melhoria do mundo. Eles é que deixaram na consciência a satisfação por estar vivendo significativamente. E esse caráter é fruto das ideias e dos ideais. Quem só pensa em seu próprio benefício e não quer lutar para consertar o mundo será sempre uma pessoa mesquinha, rasteira, ignóbil. Será egoísta e o egoísmo é o pior dos males, pois é a base de todos os demais. Só o altruísmo eleva o caráter a patamares significativamente altos para que a pessoa seja, verdadeiramente, um ser humano na plenitude total do significado disso.
Até agora, apenas UMA pessoa me deu UM exemplo (é pouco) de hipótese que surgiu de forma inusitada e se tornou um fato. Isso confirma o que eu digo, na ciência, precisa-se do método científico para surgirem hipóteses. Elas não surgem de formas inusitadas.
Algumas hipóteses inusitadas:
1. Isaac Newton propôs que as mesmas leis que vigoram no mundo terrestre deveriam vigorar no mundo celestial. Isso contrariava todas as concepções de então. Foi uma hipótese revolucionária.
2. Albert Einstein propôs que a velocidade da luz deveria ser um invariante para todos os referenciais em contraposição à relatividade galileana. Outra revolução.
3. Ludwig Boltzmann propôs que todo processo em um sistema fechado só se daria no Universo sem redução da entropia e que esta mediria a probabilidade do estado macroscópico do sistema. Foi tão combatido que até se suicidou.
4. Max Planck propôs que o cálculo da energia total de uma cavidade em equilíbrio com sua parede deveria ser feita por meio de um somatório ao invés de uma integral, o que contrariou todas as concepções anteriores e inaugurou a física quântica.
Existem outras. Segundo Thomas Khun, toda grande mudança nas concepções científicas se deram com uma mudança de paradigmas realizada por meio de uma revolução não oriunda da metodologia científica padrão e sim de proposições, de certa forma, gratuitas.
1. Isaac Newton propôs que as mesmas leis que vigoram no mundo terrestre deveriam vigorar no mundo celestial. Isso contrariava todas as concepções de então. Foi uma hipótese revolucionária.
2. Albert Einstein propôs que a velocidade da luz deveria ser um invariante para todos os referenciais em contraposição à relatividade galileana. Outra revolução.
3. Ludwig Boltzmann propôs que todo processo em um sistema fechado só se daria no Universo sem redução da entropia e que esta mediria a probabilidade do estado macroscópico do sistema. Foi tão combatido que até se suicidou.
4. Max Planck propôs que o cálculo da energia total de uma cavidade em equilíbrio com sua parede deveria ser feita por meio de um somatório ao invés de uma integral, o que contrariou todas as concepções anteriores e inaugurou a física quântica.
Existem outras. Segundo Thomas Khun, toda grande mudança nas concepções científicas se deram com uma mudança de paradigmas realizada por meio de uma revolução não oriunda da metodologia científica padrão e sim de proposições, de certa forma, gratuitas.
O orgulho é o complemento da ignorância?
Não necessariamente. Existem ignorantes humildes e orgulhosos instruídos. Mas, de fato, o próprio orgulho, na acepção de soberba e presunção, é uma ignorância. É válido um orgulho que signifique uma legítima satisfação por suas próprias qualidades, quando verídicas, desde que isso não implique em jactância e prepotência. Mas a consideração de ser superior, tenha ou não motivos para tal, especialmente se não tiver, é uma demonstração inequívoca de que as razões desse orgulho não são legítimas ou, pelo menos, não incluem as razões mais elevadas pelas quais alguém possa ser admirado e imitado. Quem, de fato, as possui, não se jacta e nem se considera melhor do que ninguém por ser tal qual é, porque, em verdade, grande parte delas não provém de mérito pessoal nenhum, mas tratam-se de dons de nascença. Mesmo quanto forem resultado de algum mérito pessoal, tais qualidades só têm valor se admitidas com assertividade, isto é, sem humildade fingida e nem exibicionismo gratuito.
qual sua opinião sobre premonição?
Algo inteiramente fantasioso. Não existe. Não há como se prever um acontecimento que ainda não aconteceu. Os fatores que fazem com que algo venha a acontecer são inteiramente fora de qualquer controle determinístico que possa dizer o que, de fato, se dará. O máximo que se pode ter é uma noção da probabilidade da ocorrência de algo a vista dos fatores e indícios que mostrem a direção esperada do rumo dos acontecimentos. Mas a interveniência de eventos fortuitos é algo que não se pode prever nem controlar. Portanto não há como se fazer previsão de futuro nenhum. Pessoas podem ter a sensação de que algo vá acontecer, mas isso não passa de uma impressão, que pode ser evocada em razão de vários indícios, mas, principalmente, do que, pessoalmente, se considere que vá ocorrer.
A vida já revelou quem na verdade é você ou ainda está te mostrando?
O tempo todo está me revelando e, com isso, cada vez mais me conheço. Mas, aos 62 anos, penso que já me conheço bastante, mormente porque sempre presto atenção no que creio, penso, sinto, digo e faço.
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