sábado, 2 de julho de 2011

Jesus realmente existiu?

Há controvérsias, mas acho que sim. Certamente que não era Deus, mas um lider religioso, um profeta.

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Você já frequentou alguma Igreja? Se sim, em algum momento, sentiu-se "tocado por Deus", ou algo do tipo?

Já fui católico fiel e crente sincero. Veja isto:
http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=3338

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"A ciência sem a religião é manca; a religião sem a ciência é cega" e "Não creio no Deus da teologia que recompensa o bem e pune o mal" mostram que Einstein admitia um Deus especial. Não te parece que ele tinha alguma limitação neste campo?

Pelo que me consta, as declarações de Einstein ao longo da vida permitem identificá-lo como deísta ou panteísta. Teísta certamente ele não era. Mas suas declarações eram ambíguas. Ele falava de uma religiosidade advinda da admiração pela ordem da natureza, sem mencionar Deus. Explicitamente dizia não crer no Deus que atenderia preces. Quanto à primeira frase, ele a disse na conferência que fez num Seminário Teológico Unionista em Nova York, ao fim de uma exposição em mostrou que a ciência busca descrever o que acontece no mundo enquanto a religião o que "deve" acontecer, mas que, para fazer ciência é preciso estar imbuído do espírito e buscar a verdade, que brota da esfera religiosa. E então disse que a situação poderia ser expressa por uma imagem; "a ciência sem religião é manca: a religião sem ciência é cega". Note que, dentro do contexto em que foi dito, a ciência seria manca se não buscasse a verdade, como propõem as religiões e a religião seria cega se não aceitasse as conclusões da ciência. Há, contudo, quem defenda, para Einstein, tanto a posição de ateu como a de crente, conforme suas preferências. Ele dá margem a ambas. Veja estes artigos:
http://blog.sbnec.org.br/2008/12/o-discreto-ateismo-de-einstein/ ;
http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3708&catid=80 .
O capítulo 17 do livro do Isaacson elucida um pouco este ponto.
A conferência mencionada está transcrita na íntegra no livro:
Escritos da Maturidade - Albert Einstein - Nova Fronteira - pg. 25-34.
Acho importante ler a conferência toda para ver como Einstein entendia o que seria uma religião e como, inclusive, repudia a interpretação literal da Bíblia e rejeita a idéia teísta de um Deus pessoal.
Eis o texto completo:
http://fisicomaluco.com/wordpress/2008/10/09/ciencia-e-religiao-por-albert-einstein/

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"A ciência sem a religião é manca; a religião sem a ciência é cega" e "Não creio no Deus da teologia que recompensa o bem e pune o mal" mostram que Einstein admitia um Deus especial. Não te parece que ele tinha alguma limitação neste campo?

Pelo que me consta, as declarações de Einstein ao longo da vida permitem identificá-lo como deísta ou panteísta. Teísta certamente ele não era. Mas suas declarações eram ambíguas. Ele falava de uma religiosidade advinda da admiração pela ordem da natureza, sem mencionar Deus. Explicitamente dizia não crer no Deus que atenderia preces. Quanto à primeira frase, ele a disse na conferência que fez num Seminário Teológico Unionista em Nova York, ao fim de uma exposição em mostrou que a ciência busca descrever o que acontece no mundo enquanto a religião o que "deve" acontecer, mas que, para fazer ciência é preciso estar imbuído do espírito e buscar a verdade, que brota da esfera religiosa. E então disse que a situação poderia ser expressa por uma imagem; "a ciência sem religião é manca: a religião sem ciência é cega". Note que, dentro do contexto em que foi dito, a ciência seria manca se não buscasse a verdade, como propõem as religiões e a religião seria cega se não aceitasse as conclusões da ciência. Há, contudo, quem defenda, para Einstein, tanto a posição de ateu como a de crente, conforme suas preferências. Ele dá margem a ambas. Veja estes artigos:
http://blog.sbnec.org.br/2008/12/o-discreto-ateismo-de-einstein/ ;
http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3708&catid=80 .
O capítulo 17 do livro do Isaacson elucida um pouco este ponto.
A conferência mencionada está transcrita na íntegra no livro:
Escritos da Maturidade - Albert Einstein - Nova Fronteira - pg. 25-34.
Acho importante ler a conferência toda para ver como Einstein entendia o que seria uma religião e como, inclusive, repudia a interpretação literal da Bíblia e rejeita a idéia teísta de um Deus pessoal.

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"A ciência sem a religião é manca; a religião sem a ciência é cega" e "Não creio no Deus da teologia que recompensa o bem e pune o mal" mostram que Einstein admitia um Deus especial. Não te parece que ele tinha alguma limitação neste campo?

Pelo que me consta, as declarações de Einstein ao longo da vida permitem identificá-lo como deísta ou panteísta. Teísta certamente ele não era. Mas suas declarações eram ambíguas. Ele falava de uma religiosidade advinda da admiração pela ordem da natureza, sem mencionar Deus. Explicitamente dizia não crer no Deus que atenderia preces. Quanto à primeira frase, ele a disse na conferência que fez num Seminário Teológico Unionista em Nova York, ao fim de uma exposição em mostrou que a ciência busca descrever o que acontece no mundo enquanto a religião o que "deve" acontecer, mas que, para fazer ciência é preciso estar imbuído do espírito e buscar a verdade, que brota da esfera religiosa. E então disse que a situação poderia ser expressa por uma imagem; "a ciência sem religião é manca: a religião sem ciência é cega". Note que, dentro do contexto em que foi dito, a ciência seria manca se não buscasse a verdade, como propõem as religiões e a religião seria cega se não aceitasse as conclusões da ciência. Há, contudo, quem defenda, para Einstein, tanto a posição de ateu como a de crente, conforme suas preferências. Ele dá margem a ambas. Veja estes artigos:
http://blog.sbnec.org.br/2008/12/o-discreto-ateismo-de-einstein/ ;
http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3708&catid=80 .
O capítulo 17 do livro do Isaacson elucida um pouco este ponto.
A conferência mencionada está transcrita na íntegra no livro:
Escritos da Maturidade - Albert Einstein - Nova Fronteira - pg. 25-34.

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o q são cores?

Cores são percepções visuais provocadas pela combinação de luzes de diferentes frequências de onda. Cores espectrais são aquelas provenientes de luzes de frequências únicas. São as seis cores do arco-íris, vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul e roxo e suas tonalidades intermediárias. Combinações de luzes de frequências diferentes fornecem percepções de outras cores, como o marrom e o púrpura, não presentes no espectro. Mesmo as cores espectrais podem ser uma percepção resultante da combinação de mais de uma frequência. Por exemplo, a incidência simultânea de luz azul e amarela na retina fornece a percepção de verde. A incidência de luz de todas as frequências da faixa perceptível pelo olho fornece a sensação de cinza com luminosidade desde o preto até o branco, dependendo da intensidade da luz (número de fótons por segundo por centímetro quadrado). A cor pode ser explicitada por três características: matiz, saturação e luminosidade (ou brilho). A primeira é função da frequência dos fótons, a última da intensidade de seu fluxo e a segunda da proporção de outras frequências presentes. O gráfico da intensidade em função da frequência é o espectro. Diferentes espectros podem fornecer idênticas sensações de cor, fenômeno conhecido como matamorismo.

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Na CÉTICOS S.A., certa vez foi-se debatido e chegado à conclusão que não existe realidade objetiva, uma vez que tudo passa pelo crivo da subjetividade. Como saber MESMO o que é realidade se tudo é passível de mudança?

O que se chama de realidade objetiva é um consenso entre várias realidades subjetivas. Todo conhecimento parte de dados sensoriais subjetivos. Se vários sujeitos concordam sobre algo é bem plausível que aquilo seja assim mesmo. Isto pode ser considerado como um conhecimento objetivo, especialmente se forem tomados todos os cuidados para que as percepções individuais não sejam enganadas por ilusões perceptivas, o que pode ser obtido por instrumentos registradores, apesar de que a interpretação dos registros ter que ser feita por mentes subjetivas. É assim que se constrói a ciência e não há como ser de outra forma. A objetividade, portanto, não é absoluta, como disse na outra resposta. Mas esse conhecimento científico é o melhor de que dispomos. Revelações religiosas não têm base nenhuma para serem consideradas objetivas. Elas são apenas opiniões ("doxas") das pessoas que as formularam e divulgaram como se fossem revelações de pretensas divindades. Sobre a questão de como saber "mesmo" o que é a realidade, isto é, a verdade absoluta, isto não é possível. Quanto à mutabilidade, esta é uma característica que, mesmo que se tivesse conhecimento absoluto da realidade, estaria presente, e esse conhecimento teria que ser referente a uma dado momento e localização, já não sendo necessariamente o mesmo em outra circunstância.

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Professor, então, o que seria realidade? Seria possível então existir uma interpretação da realidade que fosse absoluta? Ou isso é um sonho impossível?

A realidade é o que o mundo é, em si mesmo, independente do sujeito observador. Sua apreensão não é possível, pois apenas temos acesso ao que nossos sentidos nos revelam, naquilo que eles são afetados por ela. Todavia, pelo uso de instrumentos auxiliares e pelo cotejo de informações de diversas fontes, usando a razão, podemos fazer uma descrição plausível da realidade e, com isso, nos aproximarmos da verdade, que é a adequação entre a realidade e sua descrição. A verdade pode ser subjetiva ou objetiva. A subjetiva é aquela que cada sujeito considera como a realidade se adequa ao que ele percebe que ela seja. Mentira é a falta de atendimento à verdade subjetiva de cada um. A verdade objetiva é a que não depende do sujeito e pode ser obtida pelo cotejo entre muitas verdades subjetivas. Nem sempre uma pessoa que não mente diz a verdade, objetivamente falando, pois sua verdade subjetiva pode não estar de acordo com a objetiva, por falha de percepção. Quanto à verdade absoluta, seria o caso em que a verdade objetiva coincidisse com a realidade em si mesma. Isto nunca se pode garantir. O que se tem são aproximações cada vez maiores da verdade objetiva à verdade absoluta, que não se conhece. A finalidade da ciência é, justamente, promover essa aproximação cada vez maior. Mas o que ela tem é a verdade objetiva e não a absoluta. A verdade absoluta é, pois, um sonho que nunca se pode ter certeza de se ter atingido, mesmo que já se o tenha. Por isso o ceticismo metodológico é a atitude mais consistente na investigação da verdade, pois, uma vez que duvida de que se a possua, envida esforços para alcançá-la.

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Novamente. Se ateus e não ateus podem concluir que Deus é filosoficamente improvável, então a discussão entre ambos pode se restringir a analisar em que condições ele se parece imprescindível. Ou seja: Deus seria necessário para que? Lhe pareço lógico?

Para se discutir filosoficamente a existência ou não de Deus é preciso se colocar neutro em relação à questão. Um crente ou um ateu não pode considerar, a priori, que Deus exista ou que não. Então poderão concluir que não é possível se provar que Deus existe nem que não existe. Mas os indícios maiores são para que não exista. A consideração a respeito das condições em que seria necessário supor sua existência é pertinente. O que se conclui é que não é necessário supô-la para nada, exceto para ocorrências excepcionais: os milagres. Pelo que posso depreender, não há nenhum caso tido como milagroso que não possa ser explicado por meios inteiramente naturais. Isto é: milagres não existem. Então, se não há necessidade de se considerar que Deus exista para explicar coisa nenhuma, porque supor que existe?

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Professor, então, sobre o que você falou, então a Razão é relativa? Já que não é absoluta, é relativa então?

Sim. É relativa. Relativa à realidade. Esta é que é primordial. Se a razão concluir por algo em desacordo com a realidade, a razão é que está errada, não a realidade. Por isso é que o supremo juiz da verdade científica é a evidência experimental ou observacional, direta ou indireta, e não a coerência lógica das teorias.

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http://www.youtube.com/watch?v=IeQQREqIAdg Comente.

Não concordo com o que ele diz. Acho que é preciso ter cadernos, lápis, borracha, merenda, carteiras e tudo o mais que falta nas escolas sim. Acho que é preciso fazer campanha contra o preconceito contra negros, gordos, baixos, feios e outros casos sim. Mas acho que tem que fazer campanha contra a homofobia também. Acho que ser gay é normal sim. Não me importaria de ter um filho gay ou uma filha lésbica. Não acho que educação sexual na escola seja estímulo à libertinagem. Pelo contrário. Uma boa educação sexual, sem tabús, é que levaria os jovens a ter responsabilidade sexual. Ser contra a homofobia não significa promover a homossexualidade, mas apenas aceitá-la como algo tão normal quanto a heterossexualidade. Quando às manifestações a favor da anti-homofobia elas se justificam porque a homofobia existe, mas não é preciso fazer parada hetero, porque a heterofobia não existe.

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Primeiro, o conceito de Deus como sobrenatural e mágico não é a única concepção. Só pq a maioria quer assim não quer dizer que deva ser. Pq ficar insistindo na concepção das massas (a princípio ignorantes de religião)? Só pra poder negá-la ad infinitum?

E que conceito de Deus é esse dos iniciados? Diga-me para que eu possa ver se é aceitável ou não. Se é um conceito a que apenas os iniciados têm acesso, então não se pode discutir a respeito. Aliás, tenho grandes reservas em relação a conhecimentos revelados apenas a um grupo selecionado de iniciados. Para mim todo conhecimento tem que ser aberto para que todos possam saber dele e aceitá-lo ou criticá-lo. Até o conhecimento sobre como fazer uma bomba atômica.

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Se o Universo é infinito, então existem infinitos planetas semelhantes à Terra e que, portanto, podem ter vida?

É o que se pode concluir, sem dúvida. Quando se fala a respeito do tamanho e da massa do Universo, se refere ao Universo observável, que é a porção dele capaz de ser vista daqui, considerando o tempo que a luz teve para chegar desde que ele surgiu, há 13,7 bilhões de anos. Levando em conta que, enquanto isto, ele se expandiu, esta fronteira está a 46 bilhões de anos-luz. Além disso continua a haver Universo, que será observado daqui no futuro. Até quando? Se ele for infinito, ilimitadamente. Se for finito, então será curvo e se prosseguirmos para frente acabaremos voltando ao ponto de partida, por trás. Então se poderia falar de um "tamanho do Universo", não apenas do observável. A decisão entre essas possibilidades se prende à determinação da densidade média de massa e energia, comparada com a velocidade e aceleração da expansão. Os valores observacionais são sujeitos a um grande erro de estimativa, pois não se conhece perfeitamente a distribuição de matéria, radiação, matéria escura e energia escura para uma resposta precisa. O resultado se encontra bem no limite das possibilidades, o que faz supor sua infinitude, ainda mais que a expansão está acelerada (mas se a densidade fosse grande poderia desacelerar e vir a contrair). Sendo o Universo infinito, ele sempre o foi, mesmo no Big Bang, em que a densidade tendia ao infinito, mas o volume poderia não tender a zero e ser infinito também (essas são as duas únicas possibilidades no Big Bang). A possibilidade de ser infinito é desconcertante. Neste caso, mesmo que só exista um planeta como a Terra no universo observável, haveria infinitas terras nele todo, certamente.

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qual a sua opinião sobre o argumento teleológico do “Ajuste Fino”? Poderíamos usar o acaso para responder a essa questão, mas me sinto desconfortável seguindo esse caminho. O senhor tem alguma dica para rebater esse argumento?

De fato, a existência da vida superior na Terra é o resultado de um ajuste fino de fatores, cuja probabilidade de ocorrência por acaso é muitíssimo baixa. Isto leva os criacionistas a afirmar que se trata de uma evidência a favor da intervenção criativa de uma entidade extrínseca ao Universo no surgimento dessa vida superior. Ou mesmo de uma entidade do próprio Universo capaz de proceder a esse ajuste. Só que aí surgiria o problema de considerar como essa entidade veio a aparecer. Isto não procede.
Probabilidade baixa não significa impossibilidade. Ganhar na loteria é muito improvável, mas há quem ganhe, mesmo assim. Mesmo que a probabilidade do acaso no ajuste fino sejam muitíssimo menor do que a de ganhar na loteria, ela não é zero, portanto não é impossível. Dizer que o tempo de existência do Universo não teria sido suficiente para que a ocorrência das coincidências fosse favorável revela desconhecimento de probabilidade e estatística. O tempo de espera a que se faz referência é a "esperança matemática". Ela significa que, em um grande número de repetições da situação (surgimento do Universo), a média de tempo para que tal coincidência se desse seria a tal esperança. Mas não diz nada sobre o tempo de espera de uma situação em particular.
Por outro lado, a ocorrência do surgimento da vida e da vida superior, por acaso, vem a ser a "hipótese nula", isto é, a que se deve levar em consideração se não existir nenhum fator que a contradiga. Isto é, se não houver nenhuma prova de que o surgimento da vida não se tenha dado por acaso, então é porque foi por acaso. Não é preciso provar que foi por acaso e sim que não foi por acaso, se este for o caso.
Para provar que o surgimento da vida não tenha sido por acaso seria preciso se dispor de evidências ou provas indiretas da interveniência de algum agente não natural na sequência de fatos que levaram ao surgimento da vida. Todos os que são responsáveis por isso ocorreram de modo inteiramente natural, mesmo que numa incrível coincidência: o afastamento do Sol de outras estrelas, a existência da Lua, a inclinação do eixo da Terra, a sua distância ao Sol, a potência e o espectro radiante do Sol, a tectônica de placas, a composição da atmosfera, o tamanho da Terra, o valor de sua gravidade, a existência de água líquida, a temperatura adequada, as moléculas presentes, enfim, uma séria de fatores, sem contar os de ordem cosmológica que permitiram a formação de átomos, estrelas e planetas. Todos esses fenômenos são puramente naturais e surgiram por conta própria em razão de injunções independentes que, por coincidência, deram-se todas no planeta Terra. Nada mostra a interveniência de nenhum poder maior do que a simples natureza em tudo isso.
Dizer que coincidências não podem existir é um preconceito. Uma crença sem fundamento nenhum. Inclusive no desenrolar da vida privada de cada pessoa, o fator preponderante são as coincidências e acasos.
Portanto, disso tudo se pode inferir que o ajuste fino é determinante para a existência de vida superior na Terra, mas é o resultado de inúmeras coincidências.

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Grato pela aula. Se o fóton carrega consigo uma energia perdida pela estrela, então o campo gravitacional imediatamente à sua frente tem que ser maior que aquele deixado para trás. Não te parece que o fóton significa um degrau à velocidade c, neste campo?

Sim , de fato, por coincidirem as velocidades do fóton e da propagação da modificação do campo. Mas o campo também se modifica pela emissão de prótons, por exemplo, que não se propagam com a velocidade da luz, enquanto a modificação do campo sim. Nesse caso você tem um degrau do campo se propagando desacoplado de qualquer partícula. Ou seja, não se pode identificar o fóton com o degrau do campo. São ocorrências distintas, que podem coincidir em alguns casos.

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A condição da matemática ser a prova de discussões não seria uma espécie de um segundo Deus criado pela humanidade?

De modo nenhum! A matemática não é à prova de discussões. Pode-se questionar a propriedade das definições e os métodos de demonstração. O que não se questiona são as conclusões, obtidas de modo correto a partir de definições bem estabelecidas. Mas isto não a qualifica como divindade, pois a matemática não cria nada que não esteja já nela colocado nas definições. E as definições são arbitradas pelo homem. O homem é o criador na matemática. Ele é que inventa os objetos matemáticos de modo a se prestarem a descrever algum aspecto da realidade. Ou não.

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Pautar-se em princípio matemáticos para explicar uma condição é arriscado? A matemática pode ser falha? Quando?

Usar a matemática para modelar um fenômeno da realidade é útil e perigoso ao mesmo tempo. Ao que parece, a lógica, na qual se baseia a matemática, já é de forma a se adequar ao modo de funcionamento da natureza e, em decorrência, da sociedade. Daí o grande poder previsivo que os modelos matemáticos da realidade são capazes. O risco reside em que o modelo não tenha sido adequadamente construído de modo a levar em conta todos os fatores que influenciam e o modo como o fazem. Mas esta não é uma falha da matemática (já que a natureza nunca é falha), mas de quem propôs o modelo. Uma situação muito comum é supor a existência de um comportamento linear, quando não é o caso. Isto é feito porque os modelos lineares são bem mais simples, enquanto os não lineares envolvem diversas complexidades. Mas a linearidade é uma exceção na natureza. O que é preciso é as pessoas deixarem de temer as complexidades e as enfrentarem. Um exemplo: a fórmula de cálculo do imposto de renda devido usa aproximações lineares por faixas. Uma equação logarítmica resolveria a questão de modo global, sem faixas. Mas a maioria das pessoas não sabe trabalhar com logaritmos. E assim por diante. A falta de cultura matemática na população em geral é um grande entrave à disseminação de explicações mais precisas dos fenômenos da realidade. Para mim toda pessoa adulta tinha que ter os conhecimentos matemáticos do Ensino Médio, mesmo que não fizesse curso superior em ciências exatas. E o Ensino Médio deveria incorporar as noções de derivadas e integrais.

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Até que ponto a matemática é inquestionável?

As conclusões matemáticas são tiradas a partir de elementos definidos arbitrariamente para representar algo que possa correlacionar-se com entidades do mundo, como conjuntos, números e figuras. Uma vez que tudo esteja definido de forma precisa e que as conclusões tenham sido obtidas de modo logicamente correto, não há o que se questionar. O que se pode questionar é se o raciocínio não foi corretamente encaminhado, ou porque usou, de forma indevida, propriedades não contidas nas definições ou porque teve falhas lógicas de encadeamento. Nesse caso pode se chegar a conclusões errôneas. Outra questão que se pode levantar é sobre a propriedade ou não de tal ou qual definição ser de certa forma ou de outra. Mas definição não tem explicação. É só uma convenção. Alguém pode discordar de que seja apropriada e propor outra. Então o que se tenha deduzido a partir da primeira definição pode não valer para a segundo, ou ao contrário.É nisso que a matemática pode ser questionada. Note que a matemática não pode ser matematicamente questionada sobre a aplicabilidade de suas conclusões à vida real. Isto está fora do escopo da matemática. Ela não tem o compromisso de ser útil. Todavia, é claro, que só terão desenvolvimento apreciável as partes da matemática que puderem ser usadas no modelamento de fenômenos da realidade, quer física, biológica, social ou econômica.

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Digo isso pq restringir Deus na bitola de "mágico" é meio que uma desculpa pra auto-afirmação ateísta. Muitos iniciados de cultos antigos nunca viram Deus como algo além da natureza. Pq insistir no conceito dos vulgares e dos tolos sobre Deus então?

Se Deus não é algo além da natureza, então não é Deus, simplesmente. Quem são esses vulgares e tolos que consideram Deus uma entidade sobrenatural e onipotente? Todos os cristãos, judeus, muçulmanos, hinduístas e de quase todas as religiões de que tenho conhecimento. A noção de Deus que elas têm é essa: um mágico mesmo, todo-poderoso, capaz de realizar proezas impossíveis. Se não fosse assim, para que se levantariam preces a Deus para que resolva os problemas pessoais e coletivos? Se eles só pudessem ser resolvidos dentro das possibilidades naturais, então não há o que se pedir a Deus. Não são os ateus que consideram que Deus seja um mágico. São os crentes. Os ateus consideram que Deus não existe.

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Professor, a Razão é absoluta? Eu certa vez fiz esta afirmação, mas sem pensar direito... É possível que a Razão seja relativa em alguma parte da existência?

O que significa ser absoluta? Significa não ter referencial nenhum a não ser a si mesma? Se é isto, como penso que seja, a razão não é absoluta, absolutamente. A razão se baseia na realidade do mundo, como é levada pelos sentidos a ser percebida pela mente. Sobre esse alicerce ela constrói seu edifício, tira as conclusões, que precisam ser validadas por um cotejo com a realidade. À medida que essas conclusões sejam confirmadas, tornam-se base para novas inferências e assim vai se construindo os andares do edifício do conhecimento racional.

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Pq ser "mágico"? Existem vários conceitos de Deus mais profundos e mais sábios que não veem Deus assim. Ver Deus como um ser que age de forma sobrenatural é poluição de cristianismo vulgar. Pq não ver Deus como os sábios veem ao invés de se auto-afirmar?

E qual é essa visão mais profunda de Deus dos sábios que você diz? Se Deus não puder fazer nada exceto o que está previsto na natureza ele não seria Deus. Como ele atenderia orações e curaria doenças, se não pode intervir de forma "mágica", mudando o curso natural da doença. Como ele poderia ter criado o Universo a partir de nada por um ato voluntário se não for um "mágico"? Em verdade, o único magico que poderia existir, da fato, seria Deus. A noção de Deus como um mágico é a única compatível com o conceito que se tem de tal entidade. Se ele não agir de forma sobrenatural ele é apenas um ser da natureza que não pode fazer nada além do que a natureza permite que seus seres sejam capazes de fazer.

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[filosoficamente pensando] a matemática é uma "ciência humana" (haja vista q os simbolos e demais artificios foram criados por humanos) ou é uma "ciência exata" de fato?

Todas as ciências são humanas. A classificação em exatas, biológicas e humanas é feita em razão do objeto de estudo delas. O paradigma das exatas é a matemática, porque seus resultados não são objeto de opinião, sendo válidos de forma objetiva e universal. A física e a química, bem como as engenharias, são consideradas exatas porque grande parte de suas conclusões se baseiam em raciocínios matemáticos. As biológicas tratam do fenômeno da vida e não possuem a objetividade tão nítida das exatas, havendo lugar para interpretações conflitantes paralelas. As ditas humanas, ou sociais, cuidam dos fenômenos que se dão com os homens em sociedade. Estas, mais ainda, estão sujeitas a interpretações divergentes que constituem as "escolas de pensamento", na sociologia, na economia, na psicologia (que é meio humana, meio biológica) e na filosofia (que é uma ciência das ciências). Elas não possuem a universalidade inconteste de suas conclusões como a matemática. Mas todas são construtos da inteligência humana.

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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Professor, e por que um Deus tem que ser necessariamente "bom"? Eu se fosse Deus não ia levar minha criação nas costas o tempo todo. Não ia livrar o c* deles o tempo todo. Eu os poria na terra pra aprender e evoluir, não criá-los perfeitos pra cuidar como

Não tem que ser bom. A idéia de um deus justo e bom é própria das religiões abrahãmicas. Outras consideram deuses bons e maus. Mesmo um deus único, poderia não ser bom. No caso deísta, deus seria indiferente à sua criação. A bondade de deus, caso único, é algo já provado ser falso. A questão é que não há prova de que exista deus nenhum, nem bom nem mal. O essencial no conceito de deus é que seja um mágico no pleno sentido da palavra, isto é, que possa realizar proezas à revelia das leis da natureza.

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O campo gravitacional de uma estrela diminui proporcionalmente com a emissão de fótons de luz.. Então o campo imediatamente anterior e posterior ao fóton estarão sendo corrigidos com a sua passagem, para um novo valor. Isto seria uma onda gravitacional?

A massa e o conteúdo energético de uma estrela vão diminuindo à medida que ela irradia ondas eletromagnéticas de todas as frequências e emite partículas as mais variadas, como prótons e neutrinos (vento). Assim o fluxo de campo gravitacional que dela emana vai sendo reduzido e, portanto, a intensidade desse campo a uma certa distância dela vai caindo. Esta variação, propagada, a partir da estrela, contudo, não constitui uma onda, pois se trata de uma variação de monopolo gravitacional. Para ser ter uma onda gravitacional, uma vez que não há gravidade repulsiva, é preciso que se tenha variação no quadrupolo gravitacional da fonte. No caso de radiação eletromagnética basta haver variação de dipolo elétrico ou magnético, pois existe atração e repulsão eletromagnéticas. Uma fonte exibe quadrupolo gravitacional se, como a Terra, possuir mais massa no equador e menos nos pólos. Seria um dipolo se tivesse mais massa no pólo norte e menos no pólo sul. Para emitir radiação gravitacional a Terra teria que oscilar entre uma configuração de esferóide oblato (maçaneta) para esferóide prolato (ovo). Um sistema de dois corpos de massas diferentes pode radiar, ou mesmo de massas iguais em órbitas elípticas, mas não em circulares. Uma explosão de supernova, se for totalmente simétrica, não radiará ondas gravitacionais.

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quinta-feira, 30 de junho de 2011

A luz do quasar, chamado ULAS J1120+0641, demorou 12,9 bilhões de anos para chegar aos telescópios da Terra, por isso que é visto como era quando o Universo tinha apenas 770 milhões de anos. Como assim, o tempo é mais ''rápido'' do que a luz ?

A rapidez do tempo de algo para si mesmo é sempre 1, isto é, uma hora por hora, um minuto por minuto e assim por diante. Como o Universo tem 13,7 bilhões de anos e a luz do quasar saiu dele há 12,9 bilhões de anos, isto significa que partiu quando o Universo tinha só, 0,8 bilhões de anos. Como é ela que traz a informação, o que vemos não é o quasar como é hoje, mas como era há 12,9 bilhões de anos atrás. O tempo não é mais rápido do que a luz. O tempo não se move, ele transcorre, o que é diferente. Rapidez é uma grandeza relativa ao movimento ou a alguma ocorrência que caracterize alteração no estado, configuração ou aspecto de algum sistema. O que se poderia dizer é que pode existir uma taxa de variação do transcurso do tempo em um referencial em relação ao transcurso em outro. Isto pode ser diferente de 1. Por exemplo é possível que para cada hora de transcurso do tempo em um referencial, sejam transcorridos 50 minutos em outro, transcurso esse correspondente ao intervalo entre os mesmos eventos, observados a partir de referenciais distintos.

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Ernesto, pela idéia de Hume "A pedra esquentou porque os raios solares incidem nela" a crença que ele aponta no "porque" está bem fundamentada pela ciência a ponto de não considerar mais como crença ou ainda é questão de crença?

Não é questão de crença. É um conhecimento epistemologicamente estabelecido, ou científico. Se o porque das coisas pode ser verificado de uma forma consistente e passível de refutação e teste, sendo aprovado, então não é mais uma crença. Uma crença é uma assertiva não comprovada mas aceita em razão de sua plausibilidade e dos fortes indícios de veracidade, mesmo não havendo comprovação nem evidência. A fé, por outro lado, é uma crença admitida mesmo sem indícios favoráveis.

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Ernesto, o que acha da justificativa que teístas dão de que, em relação a maldade, Deus teria boas razões para permitir a existência dela?

Só se ele for um ser muito perverso. O argumento de Epícuro é perfeitamente claro em mostrar que, se existe um Deus, ele não é bom, em absoluto. Mas não nega que possa existir, se for mau. Então pode ser que, de fato, existindo Deus, e sendo onipotente, ele permita a existência do mal, exatamente por não ser bom. Porque se o fosse, como o mal existe e, por ser onisciente ele saberia disso, como não o impede, não seria onipotente e, portanto, não seria Deus. De fato, se existir um Deus, ele não é bom. Dizer que ele é bom mas permite o mal para que o homem tenha liberdade de escolha não explica a razão da existência do mal que não é provocado pela ação humana, como as catástrofes naturais. Como elas seriam obra de Deus, mais uma vez se mostra como, a existir, ele não seria bom.

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Suponha que os nascimentos de menino e menina sejam igualmente prováveis e que o nascimento de qualquer criança não afete a prob. do sexo do próximo nascituro. Determine a prob. de exatamente 4 meninas em 10 nascimentos. Responde? E qual o valor de "p"

105/512≅20,51%, p=1/2. É uma distribuição binomial. O evento menina tem probabilidade 1/2. A probabilidade de ocorrerem 4 meninas em 10 nascimentos é dada por: P = C(10,4)*(1/2)^4*(1-1/2)^(10-4), em que C(10,4) é o número de combinações de 10 elementos 4 a 4, * é o produto e ^ a exponenciação. Como C(10,4) = 210 e 2^10 = 1024, obtém-se o resultado.

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O que você diz para as pessoas que argumentam que Deus é uma força maior, transcendental, que guia a nossa vida?

Primeiro que Deus, se existir, não seria uma força e sim um ser. Segundo que, se, de fato, ele guiasse nossa vida, não haveriam fracassos nem crimes. Isto significa que a pessoa faz o que quer. Terceiro que, mesmo que ele apenas orientasse, não vejo como uma pessoa que não tenha sido apresentada ao que alguma religião considere que seja a vontade de Deus, teria acesso direto a essas orientações (um humano criado por macacos, por exemplo). E como existem diferentes religiões, que propõem orientações distintas, pode-se concluir que essas orientações não provém de Deus, mas das pessoas que instituiram a tal religião. Nada disso prova que Deus não existe, mas que ele não seria nem uma força, nem um guia.

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"sem a idéia de causalidade, não existe ciência" Isto é verdade?

Claro que não, se você entender causalidade como uma necessidade. Existe a causalidade e é por meio dela que se pode exercer controle sobre os fenômenos, que é uma das razões pelas quais eles são estudados. Isto, contudo, não implica que toda ocorrência requeira uma causa. E nem que uma dada causa implique sempre no mesmo efeito. O indeterminismo e a incausalidade são comportamentos intrínsecos da natureza e, justamente por ser assim, é que a evolução cosmológica e a biológica puderam ocorrer. Um universo inteiramente mecanicista, como concebido por Laplace, seria algo inteiramente incapaz de produzir qualquer coisa que já não existisse. Certamente, sem o indeterminismo não teriam surgido as estruturas cósmicas e nem a vida. O universo seria eternamente apenas um gás homogêneo de partículas subatômicas. O que a ciência precisa é, justamente, estudar as condições em que a aleatoriedade essencial possa ser desbalanceada de forma a provocar uma concentração de probabilidade naquilo que se deseja.

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Um livro que trata bem o assunto Anarquismo, um outro que trata do Comunismo, teria como me indicar?

O homem de um livro só é perigoso. Sobre o anarquismo recomendo as seguintes obras:
O que é Anarquismo - Caio Túlio Costa
Os Socialismos Utópicos - Jean-Christian Petitfils
Utopias Anarquistas - Flávio Luizzetto
História das Idéias e Movimentos Anarquistas (2 vols) - George Woodcock
Sobre o Comunismo:
O que é Socialismo - Arnaldo Spindel
O que é Comunismo - Arnaldo Spindel
O Governo do Futuro - Noam Chomsky
Manifesto Comunista - Marx e Engels

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Professor, acredita no relativismo epistemológico?

Considero que a finalidade da ciência é, justamente, fugir do relativismo epistemológico e buscar explicações universais que sejam válidas em todos os contextos. Nesse sentido não acho que a verdade seja relativa, pelo menos a verdade objetiva (a subjetiva, certamente é relativa ao sujeito). Isto é, considero que existe a possibilidade de se obter uma descrição objetiva da realidade que seja válida para qualquer contexto. É claro que, nem sempre, se consegue obter essa descrição. O que se tem são aproximações cada vez maiores da descrição (ou verdade) dita "absoluta". Mas essas descrições precisam conter todos os circunlóquios que lhes confiram a capacidade de ser interpretada sob as mais variadas posições. Isto significa complexidade, mas a simplificação não é uma virtude, como se pensa. Pelo contrário, quanto mais pormenores e especificações condicionais uma explicação possuir, mais ela será abrangente e capaz de ser interpretada sob diferentes visões. Por pensar assim é que você pode observar que minhas respostas sempre são extensas e carregadas de considerações. Respostas diretas e secas, em geral, são imperfeitas.

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O cinema, a televisão, e o rádio, perderiam muito do seu rico acervo, caso filmes e fatos sobre violência, guerras, miséria, drogas e favelas jamais houvessem sido produzidos. A sociedade necessita exibir estas mazelas, para se parecer interessante?

Não considero que seja necessário, mas acho que é importante não se furtar em revelar a verdade. O que não é preciso é fazer uma exploração sensacionalista de casos reais que exponham pessoas a situações degradantes. Isto não é ético. Uma apresentação crítica dessas situações pode ser feita na literatura e no cinema, que lidam com casos de ficção. É sempre bom lembrar que a apresentação de mazelas ao povo deve ter um caráter de denúncia acompanhado de estímulos para que tais situações sejam revertidas. O interessante, realmente, é que isto nunca fosse exibido porque, simplesmente, não existisse. Um dia chegarmos lá. Em menos de dez mil anos, tenho confiança. É pouco, haja vista a perspectiva de duração da espécie humana neste planeta, que avalio em algumas dezenas de milhões de anos.

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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Professor, porque as pessoas necessitam acreditar em uma divindade? Desde quando o senhor se tornou ateu e porque?

Porque não têm segurança sobre o seu próprio valor pessoal e nem consciência do significado natural da vida humana e de sua importância no contexto do Universo. Assim, querem se colocar em um referencial em que fazem o papel de marionetes de uma pretensa divindade, de cujos favores dependem e a que precisam render glórias para os merecer e, desse modo, atribuírem significado à própria vida. Querem que uma entidade mágica seja capaz de solucionar os problemas que a existência apresenta e que não são capazes de dar conta de resolver por si mesmas ou apenas com o apoio do grupo de pessoas que as cercam. Sentem-se confortáveis em tirar de si mesmas a responsabilidade por suas vidas e colocá-la nas mãos dessa entidade superpoderosa, o que as permite escusar-se de todas as derrotas. No momento em que concluem que essa entidade não existe, libertam-se dessa dependência e tomam as rédeas da própria vida com total responsabilidade e completa independência, sabendo que arcarão com o ônus de todos os esforços, mas com o galardão de todas as vitórias, mesmo com a pena do opróbio de todas as derrotas. O ateísmo é libertador e instigador da luta pelo estabelecimento de um mundo justo, harmônico, pacífico, próspero, igual e fraterno para todos, em que a felicidade impere e a vida tenha o seu verdadeiro significado para todos. Para saber como me tornei ateu, veja isto: http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=4179

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Professor, estou te seguindo... ADORO suas respostas e tem formado minha opnião... Já li bastante do seu histórico no forms, então se fizer alguma pergunta que já tenham feito, é porque não achei...

Fico satisfeito de saber que estou sendo útil. Fique a vontade para perguntar o que quizer, sem se acanhar.

Professor, vc acredita na força do pensamento? Acha existe alguém no mundo que possa lêr a mente de outras pessoas?

Não acredito. Aliás não acredito em coisa nenhuma. Ou sei, porque é algo comprovado, ou sei que não, porque não é comprovado. Sei que não há força do pensamento nenhuma. Não é possível se ler a mente de ninguém. Não existe transmissão de pensamento. A única coisa que um pensamento positivo pode fazer é criar uma disposição mental favorável a que a pessoa envide esforços redobrados para conseguir o que deseja e não desanime. Mas o que faz ela conseguir é o trabalho e não o pensamento.

Certa vez escutei que negros não tem bons resultados na natação porque não flutuam na água. Qual o fundamento disso? Tem alguma lógica?

Claro que não. Não tem fundamento nenhum. A questão pode ser da conformação muscular menos adaptada para os movimentos típicos da natação. Por outro lado, a natação não se baseia quase nada na flutuação e sim da hidrodinâmica.

Ernesto qual sua hipótese para o surgimento da vida? Da passagem da não-existência da vida para a existência da mesma.

Me parece que a hipótese de Oparin-Haldane é uma boa candidata. Mas esta é uma questão ainda em aberto. Veja isto: http://pt.wikipedia.org/wiki/Abiog%C3%AAnese

terça-feira, 28 de junho de 2011

Professor, qual a ciência mais importante de todas, na sua opinião?

Acima de todas as ciências está a Filosofia, especialmente a ética, como a mestra da vida, a ensinar como se viver de forma frutuosa e significativa, para o bem de todos e de si mesmo. É a ciência de se saber como compreender o mundo para distribuir a justiça e disseminar o amor. Como construir a prosperidade com harmonia e bem estar para todos e não só para alguns. Nisso está envolvido o concurso do conhecimento de todas as outras ciências, das quais não faço uma hierarquia de importância, quer sejam básicas ou aplicadas, já que todas são válidas, mesmo as que aparentemente sejam inúteis, como a cosmologia. Da mesma forma que as artes, a princípio inúteis, mas que são preciosas atividades no sentido de conferir à vida uma dimensão mais alta do que apenas a sobrevivência.

Professor, o que pensa do Humanismo Secular?

Sou um humanista secular. Considero uma posição extremamente válida, sensata, correta, justa, adequada, positiva, saudável, honesta, valiosa e tudo de bom que possa ser. É mais abrangente do que a posição simplesmente ateísta, por exemplo, pois exclui o niilismo e se engaja em um trabalho de promoção do prevalecimento do bem e erradicação do mal em prol da humanidade, sem nenhum vínculo com instituições de qualquer espécie, mormente religiosas e sem adesão a nenhum corpo estabelecido de crenças. Mas o humanismo secular acredita no valor da justiça, da solidariedade, da honestidade, da colaboração, da coragem para combater e debelar toda vilania, de modo que a sociedade possa se tornar harmônica, próspera e fraterna, propiciando a todos uma vida digna, feliz e significativa. Sem apelos a recompensas e nem punições em uma pretensa vida após a morte. Que se faça o bem por seu valor intrínseco e não por pleitear nenhum prêmio eu escapar de algum castigo.

Pense na única coisa que consegue prender sua atenção por horas e que, se tirada de você, causa certa revolta. Agora responda: o que escolheu? Como chegou a conclusão final e concreta para sua resposta? Essa coisa é uma espécie de vício?

Não há uma única coisa assim, mas a internet é uma delas. Dedico-me bem umas quatro horas por dia a ler e escrever nos meus sites de relacionamento, neste formspring, em meus e-mails e em meus blogs, que podem ser acessados nos links que constam de minha página www.ruckert.pro.br . Considero um excelente veículo de disseminação de minhas idéias e posicionamentos filosóficos, políticos, éticos, científicos, artísticos, culturais, educacionais, sociais e pessoais. Isto é tão verdade que me tornei membro da Academia de Letras de Viçosa em razão de tudo o quanto escrevo na internet, que já atinge mais de cinco mil laudas de texto. Além do trabalho que sempre desenvolvi em prol do crescimento das artes, das ciências e da cultura em minha atividades docentes e administrativas. Quando estou privado da internet, sinto uma sindrome de abstinência. Ainda bem que posso saná-la com leitura, que é um meu vício mais antigo, ao qual também dedico várias horas do dia.

Pense na única coisa que consegue prender sua atenção por horas e que, se tirada de você, causa certa revolta. Agora responda: o que escolheu? Como chegou a conclusão final e concreta para sua resposta? Essa coisa é uma espécie de vício?

Não há uma única coisa assim, mas a internet é uma delas. Dedico-me bem umas quatro horas por dia a ler e escrever nos meus sites de relacionamento, neste formspring, em meus e-mails e em meus blogs, que podem ser acessados nos links que constam de minha página www.ruckert.pro.br . Considero um excelente veículo de disseminação de minhas idéias e posicionamentos filosóficos, políticos, éticos, científicos, artísticos, culturais, sociais e pessoais. Isto é tão verdade que me tornei membro da Academia de Letras de Viçosa em razão de tudo o quanto escrevo na internet, que já atinge mais de cinco mil laudas de texto. Além do trabalho que sempre desenvolvi em prol do crescimento das artes, das ciências e da cultura em minha atividades docentes e administrativas. Quando estou privado da internet, sinto uma sindrome de abstinência. Ainda bem que posso saná-la com leitura, que é um meu vício mais antigo, ao qual também dedico várias horas do dia.

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O sr. é um anjo!

Obrigado pela consideração, que até me deixa encabulado. O que me deixa feliz é ver que minha idéias e posicionamentos são capazes de comover o coração, estimular a mente e desencadear ações positivas de pessoas inteligentes e bem intencionadas como você. Convido-a a visitar os outros sites da internet de que participo, listados na minha página ruckert.pro.br. Um abraço.

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Você acha que é subestimar o poder lógico e compreensivo dos negros ao serem criadas vagas exclusivas para os mesmos? Isso, na sua opinião, é uma forma de preconceito?

Completamente preconceituosa e discriminatória. Ofensiva até para quem é negro. Fere o princípio constitucional de igualdade independente de cor, raça, credo, gênero, nível social e tudo o mais. O que se precisa é, de fato, conceder oportunidades iguais para todos, de todas as raças e níveis sociais. Porque um negro rico teria privilégios negados a um branco pobre? Completamente inaceitável para alguém profundamente igualitário e anarquista como eu.

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A revolução francesa foi um movimento ateísta?

Apesar de ter sido um movimento anti-religioso, não era ateísta. Os revolucionários admitiam a existência de Deus numa concepção deísta ou panteísta. O "Culto ao Ser Supremo", estabelecido pelos jacobinos era uma espécie de religião deísta. Alguns, contudo, eram ateus, como Jacques René Hébert, que instituiu o "Culto à Razão" e Gilbert Romme, que criou o calendário da Revolução.

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és materialista?

Sou fisicalista ou naturalista, que significa que considero que não existe nenhuma realidade sobrenatural, como espíritos, anjos, demônios, almas, deuses e outras do tipo. A palavra materialista está desatualizada, pois a natureza não é feita só de matéria, mas também de campos de interações, de radiações, do espaço, do tempo, das estruturas, das ocorrências e de suas dinâmicas, que são naturais e não apenas materiais. Considero, também, a existência de entidades não naturais que sejam abstrações, isto é, cuja existência só se dá no interior das mentes que as concebam, e na coletividade de mentes, como as normas, os valores e as idéias conceituais em geral. Isto inclui estruturas não naturais, como a sociedade e suas instituições (empresas, religiões, governos, clubes etc). São diferentes categorias de realidades. O que não considero existente é a realidade dita sobrenatural.

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no seu blog, no texto "eventos sem causa" o senhor fala que "nada há que exija que se tenha uma causa". Por quê? poderia explicar? valeu mestre

A pergunta a ser colocada não é porque não precisa ter causa e sim porque precisaria ter. A princípio a ocorrência de um evento não precisaria ter causa porque não há razão que assim o exija. Note-se que a noção de que os eventos requeiram causa é obtida por um raciocínio indutivo. Isto é, observam-se um grande número de eventos que possuem uma causa identificada. Isto é o que ocorre na quase totalidade dos eventos de ordem macroscópica, ou seja, que se dão com sistemas com número de partículas a partir de um bilionésimo do número de Avogadro até todo o Universo observável (10^32 números de Avogadro). Isto leva a concluir que todo evento seja efeito de uma causa, apesar de não se ter conhecimento de todos os eventos. Toda conclusão obtida por indução, contudo, não é garantida, e um único contra-exemplo a derruba. Com o início dos estudos dos fenômenos microscópicos que se dão com partículas subatômicas, observou-se a ocorrência de eventos sem causa identificada. A princípio supôs-se que haveria uma causa, não detectada, mas, como nunca se identificou a causa, chegou-se à conclusão que, de fato, ela não existia, pois não há razão necessária para que exista. Daí se observou que, nos casos em que existe, ou ela é acidental ou se deve a uma grande conjunção de eventos incausados que, estatisticamente, levam à identificação de uma causa, no comportamento global. Por exemplo: O decaimento de um só átomo de um estado excitado para o fundamental é um evento incausado. Uma vez excitado, o átomo pode decair a qualquer momento, sem razão, ou ficar indefinidamente excitado. Contudo, havendo um grande número de átomos excitados, a probabilidade de que vários decairão é grande, de modo que se pode dizer que a excitação de um grande número de átomos é causa do decaimento de vários deles, só não se pode saber quais. É assim que a passagem da corrente elétrica pelo filamento de uma lâmpada faz com que ela emita luz. Um efeito da corrente que resulta de um comportamento estatístico de um grande número de eventos incausados. Note que a excitação é uma condição para o decaimento de um átomo individual, mas não causa. Para um conjunto de muitos átomos pode funcionar como uma causa, probabilísticamente falando.

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oi Ernesto, andei lendo muitos argumentos para a inexistência de Deus e queria trabalhar alguns deles, mas em um debate um cristão poderia simplesmente dizer que Deus está acima da lógica. como lidar com essa situação?

A existência ou não de Deus, realmente, não é uma questão lógica, epistemológica nem ontológica e sim uma questão metafísica fenomenológica. A lógica apenas garantiria a validade do raciocínio que fosse usado para prová-la, mas não garante a veracidade da conclusão. Pode-se fazer uso da lógica para mostrar que muitos argumentos que pretendem provar a existência de Deus são falhos. Outros são lógicos, mas não concluem, pois se baseiam em premissas não verdadeiras, como o cosmológico. A questão epistemológica se coloca apenas na constatação de que a existência de Deus não é uma evidência, requerendo, pois, uma prova. Também se aplica ao argumento de que a fé não é garantia de sua existência, pois não é um critério de verdade. A ontologia pode ser invocada para conferir se o conceito de Deus, como um ser onipotente, onisciente, onipresente, sobrenatural e bom é algo coerente ou incoerente e pode-se mostrar que a reunião de todos esses atributos em uma única entidade não é possível. Todavia, o ponto central da discussão é metafísico e fenomenológico. Metafísico, uma vez que trata da possibilidade da existência de uma entidade não pertencente à natureza, mas que também não seria meramente uma abstração. Fenomenológico porque pretende considerar a existência real de tal entidade como uma ocorrência do mundo, entendido como um conceito mais abrangente do que o de Universo, uma vez que este seria puramente físico, enquanto mundo poderia incluir a realidade sobrenatural, caso exista. Assim, o fato da existência de Deus não ser uma decorrência lógica não exclui a necessidade de sua verificação factual, mesmo que de forma indireta, uma vez que não existem evidências diretas dela. Assim, para aceitar tal existência seria necessário provar, o que faz uso da lógica, mas a veracidade da prova se prenderia, mais do que na validade do raciocínio, na veracidade das premissas nas quais ele teria que se fundamentar. Até o momento não existem provas incontestes de tal assertiva, pois as premissas em que elas se fundamentam não se verificam. Depois poderei analisar uma por uma cada prova proposta para a existência de Deus. Uma coisa, porém, é certa: acreditar que ele exista não é garantia nenhuma de que exista.

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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Uma lampâda queimada gasta energia elétrica? Por que não há lampâdas no freezer, só na geladeira?

Uma lâmpada queimada não consome energia. No congelador uma lâmpada se queimaria mais facilmente devido à maior mudança de temperatura do filamento entre o estado apagado e o aceso. Isto, inclusive, poderia fazer quebrar o envólucro de vidro.

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Coleciona alguma coisa?

Muitas coisas: Livros, revistas, jornais, discos, vídeos, fitas, programas de computador, gravuras, partituras, selos, moedas, calculadoras, gravatas, boinas e bonés, canetas tinteiro, ferramentas... nem sei mais o quê. Não jogo nada fora.

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E como posso identificar as diferenças entre o Organum e o cantochão? Agradecida.

O cantochão é monofônico e o organum é polifônico, isto é, possui várias vozes cantando melodias diferentes em paralelo, cada uma delas, em si mesma, um cantochão.Veja isto:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Organum

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Podemos afirmar que o cantochão e o canto gregoriano são sinônimos ?

Não exatamente. O canto gregoriano é um tipo de cantochão. Trata-se da música litúrgica da Igreja Católica Medieval que era entoada por todos na mesma voz, sem acompanhamento instrumental. Sua característica é o melodismo sinuoso ora ascendente ora descendente e uma certa monotonia, além do andamento lento. Isso provoca, especialmente no interior das catedrais góticas, um sentimento de elevação espiritual, propícia à oração, sentimento reforçado pelas culminâncias das ogivas góticas e pela iridescente luminosidade policrômica filtrada pelos magníficos vitrais. Sua forma foi estabelecida pelo papa Gregório I na última década do século VI. O cantochão, de modo mais genérico é toda música monofônica "a cappella", isto é, sem acompanhamento instrumental. Além do canto gregoriano, também são cantochãos os cantos ambrosiano, galicano, romano antigo e moçárabe.
Veja estes artigos:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cantoch%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Canto_gregoriano

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Me aponte as diferenças entre o cantochão e o canto Gregoriano.

É exatamente a mesma coisa. Trata-se da música litúrgica da Igreja Católica Medieval que era entoada por todos na mesma voz, sem acompanhamento instrumental. Sua característica é o melodismo sinuoso ora ascendente ora descendente e uma certa monotonia, além do andamento lento. Isso provoca, especialmente no interior das catedrais góticas, um sentimento de elevação espiritual, propícia à oração, sentimento reforçado pelas culminâncias das ogivas góticas e pela iridescente luminosidade policrômica filtrada pelos magníficos vitrais.

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domingo, 26 de junho de 2011

Quanto dos recursos ou ferramentas oferecidos pela Matemática, você conhece? É possível que alguém domine toda a matemática difundida atualmente?

Impossível uma só pessoa dominar todos os recursos matemáticos disponíveis. Como professor que fui de Métodos Matemáticos da Física posso dizer que tenho um bom domínio, apesar de estar enferrujado por falta de uso, em variáveis complexas, séries de fourier, transformadas integrais (laplace, fourier), cálculo vetorial e tensorial, equações diferenciais parciais, funções especiais, cálculo de variações, equações integrais, operadores lineares complexos, probabilidades e estatística, teoria de grupos, distribuições e funções de green, formas diferenciais e geometrias não euclideanas, além da matemática elementar do ensino médio, do cálculo integral e diferencial, da geometria analítica e da álgebra linear. Tenho, inclusive, minhas notas de aulas sobre esses temas, em transparências para retroprojetor. Em física eu lecionava principalmente teoria da relatividade e física quântica, mas já lecionei também a mecânica clássica, o eletromagnetismo, a ótica, a termodinâmica e a física estatística para o bacharelado de física, sem contar todas as físicas gerais para o ciclo básico das ciências exatas (física, química, matemática e engenharias), tanto na UFV, quanto na UFJF e na UFSJ. Dei 25 anos de aulas no nível superior e 12 anos no nível médio, 4 dos quais concomitantes (33 anos de magistério). Nos últimos 10 anos, estou atuando apenas na parte administrativa, o que também fiz durante 10 anos enquanto dava aulas na UFV. Comecei a lecionar com 18 anos e estou agora com 61, perfazendo 43 anos de serviço.

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A partir do momento que pessoas pensem de forma diferente surgem as divisões, partidos politicos, seitas discordantes etc...como que seria a Anarquia com pessoas contrárias a ela? ela teria de ter só adeptos ou não daria certo.

Como em uma democracia, podem haver opiniões distintas sobre a condução dos negócios da sociedade. Mas uma democracia não pode admitir que prevaleçam opiniões que lhe destruam. Assim é a anarquia. É como uma democracia, só que sem governo institucionalizado. As ações são geridas por comissões "ad hoc" para cada uma.

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O homem é manipulado ou influenciado o tempo todo ( eu sou, e todos são mesmo de forma imperceptivel ) nossa opinião sempre sofre influência de fontes externas : filmes, livros e outros agentes ''catequisadores'' .

Naturalmente que sim.

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Como se faz um soldado? levando-o a conhecer extremos, sendo uma máquina de matar, mas sendo submisso a uma ordem ou poder instituido ou dissidente, todo soldado é descartável e substituivel.( Na Anarquia não se consegue isso )

Por isso é que a anarquia é muito melhor.

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Professor, acreditas que existam mais de 4 dimensões? Como posso provar pra eu mesmo que existe?

Não acho que existam, mas, se existirem, não é uma questão de acreditar, mas de se verificar. A teoria das supercordas e a das branas, prevê a existência delas, mas, por ora, é só uma hipótese. Se existirem, não sei como verificar. As que conheço e percebo são as três espaciais e o tempo.

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Professor, o que diria para alguém que tem câncer e precisa de uma palavra amiga?

Primeiro que ter câncer não é uma condenação à morte. O câncer pode ser curado, em muitos casos. Segundo que, mesmo que não tenha cura, saber que se vai morrer não é desesperador, pois isso acontecerá como todo mundo. A questão é, enquanto se está vivo, fazer da vida algo significativo em termos de realização, especialmente em benefício da humanidade e da natureza. Se se vive a vida de modo que o mundo vá ficando melhor por isso, então se é uma pessoa realizada e se pode morrer satisfeito pela vida que se teve. Não acho que se deva evitar falar da morte com ninguém, mas a abordagem tem que ser feito partindo do significado da vida. O legado que se deixa, não só para a família (e nisso o mais importante não é a herança pecuniária, mas o exemplo de vida), mas para o mundo, é o maior galardão que toda pessoa pode orgulhar-se de possuir. Se a pessoa, contudo, for um crápula irrecuperável, então é melhor que morra logo mesmo, para que o mundo se livre dela. Mas, quem sabe, saber que se vai morrer em breve, não promova uma recuperação e a pessoa ainda possa se redimir de suas maldades.O que não se pode é iludir a pessoa com a possibilidade da sobrevivência de sua alma, o que é algo inteiramente não garantido. Aliás, ter a consciência de que, com a morte, se acaba inteiramente e não se vai para céu, inferno ou purgatório nenhum, para mim, é, inclusive, muito mais confortador.

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Uma análise das horas semanais que universitários dedicam ao estudo acusa média de 7,06 horas e desvio-padrão de 5,32 horas. Selecionados aleatóriamente 55 calouros, determine a probabilidade de seu tempo semanal médio de estudos exceder 7,0h. Responde?

53,2%
O desvio padrão da amostra será 5,32/√55 = 0,72
O escore reduzido de x = 7 será (7 - 7,06)/0,72 = -0,08
O número de elementos da amostra permite usar a distribuição normal.
A área sob a curva normal reduzida, de -0,08 a 0 é 0,032
Somando com a área de 0 a ∞, que é 0,5 temos 0,532 ou seja 53,2%

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Maxwell não teria sido precipitado ao concluir que a luz se tratava de uma onda eletromagnética, baseado apenas na sua velocidade, sendo que por este aspecto ela poderia se tratar de uma onda gravitacional, que hoje sabemos, também possuir velocidade c?

Não, pois a emissão de luz é associada à excitação de átomos, que não é um fenômeno gravitacional. Mesmo antes da Física Quântica já se sabia que os processos de emissão de luz tem a ver com eletricidade, pois o fogo, por exemplo, ioniza os gases. À época de Maxwell, a gravidade não era considerada uma interação propagada por um campo, e, sim, uma ação instantânea, à distância. Só com a Relatividade Geral é que surgiu a noção de propagação da gravitação.

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"...Exércitos, soldados e guerras são o cúmulo da negação da inteligência, da cultura e da sabedoria." Como você vê a participação de René Descartes aos 22 anos, como voluntário no exército de Maurício de Nassau?

Naquela idade ele ainda não era o sábio que mais tarde se tornou.

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Porque o religioso Copérnico, não sofreu por parte da Igreja, sansões tais como as de Galileu, já que foi dele o pontapé inicial, que pôs a Terra em órbita solar?

Porque sua obra sobre o sistema heliocêntrico só foi publicada após sua morte.

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causa sempre ocorre antes do efeito e não havia um "antes" do universo, pois não existia tempo, por isso podemos dizer que o universo é um efeito sem causa? existe mais algum argumento a favor da falta de causa para o universo?

O surgimento do Universo (e não o Universo) não é um efeito sem causa e sim um evento sem causa, pois efeito é um evento que tem causa. O surgimento do Universo não foi efeito de causa nenhuma. Não é só porque não havia nenhum momento anterior que faz com que esse surgimento não tenha tido causa. Mesmo atualmente, em que existe o tempo, há muitos eventos que não são efeitos. Em verdade, a maioria, se se considerar os eventos elementares em nível subatômico. Ele não teve causa porque, para tê-lo, mesmo que houvesse passagem de tempo antes do seu surgimento, seria preciso que houvesse algo que produzisse o evento que teria sido causa do surgimento do Universo. Como o Universo é o conjunto de tudo, antes que ele existisse, não havia nada para produzir o evento que o fizesse surgir. Se houvesse, então, o Universo já existiria. A alternativa para que o Universo tenha surgido sem causa é que ele tenha sempre existido, o que é uma possibilidade, apesar do argumento Kalam dizer que não. Mas ele é falacioso. Quanto a Deus ter sido o causador do surgimento do Universo, se ele já existia, e o Universo é o conjunto de tudo o que existe, então Deus faz parte dele e, portanto, o Universo já existia, logo o que surgiu não teria sido o Universo mas sim o seu conteúdo físico. Isto, contudo, traz problemas. As leis de conservação não se aplicam ao surgimento do Universo se ele tiver se dado sem nada que o precedesse. Mas se ele tivesse sido precedido por um Deus pré-existente, deveriam se aplicar e, então, como explicar o surgimento do conteúdo sem ter do que provir? Só se não houvesse nada antes, nem Deus. Por outro lado, se havia Deus, como ele surgiu? Aí se aplica o mesmo problema do surgimento do Universo: ou surgiu de nada, sem causa, ou sempre existiu. Se Deus sempre existiu, porque não o próprio Universo?

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Professor, qual a sua opinião sobre o Anonymous? Se não souber do que se trata, veja isto: http://www.youtube.com/watch?v=8c1ua7szp1U

Concordo em tese com o que é dito, mas, sem saber o resto do plano não me disponho a me filiar oficialmente ao movimento. Todavia vou divulgá-lo. De, fato, o que venho fazendo em minha vida no magistério e, mais recentemente, na internet, é, justamente, mostrar o que está errado no mundo de hoje e apresentar alternativas que possam mudar este estado de coisas, levando a uma sociedade igualitária, justa, harmônica, fraterna, próspera e feliz para todos e não só alguns. Para mim isto é o anarquismo, mas ele é inviável, por ora. No entanto podemos fazer que ele se torne viável em menos tempo por meio de atitudes pessoais, de colaboração mútua, à margem das instituições estabelecidas, como o governo. Mas também é preciso denunciar as falcatruas, as opressões e todas as manobras dos detentores do dinheiro e do poder para se beneficiarem às custas do povo. Só não concordo com revoluções cruentas.

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Ernesto, quais as definições para os tipos: fuga, sonata, sonatina e cantata ? Agradecida.

Fuga é uma estrutura musical na qual um tema melódico é repetidamente trabalhado, cada vez com alguma variação e com o início superpondo o término da variação anterior, num entrelaçamento contínuo. Veja: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fuga.
Sonata é uma peça musical puramente instrumental, normalmente composta de três ou quatro movimentos: o primeiro festivo, o segundo suave, o terceiro dançante e o último festivo de novo. Sonatina é uma sonata de curta duração e cantata é uma peça para ser cantada. Uma sonata com um movimento só costuma ser denominada "tocata". Uma sinfonia é uma sonata para a orquestra inteira e um concerto é uma sonata para um ou mais instrumentos, acompanhados pela orquestra.
O primeiro movimento das sonatas, concertos e sinfonias costuma ter a estrutura denominada "forma sonata". Após uma introdução, geralmente lenta, são apresentados dois ou três temas. A seguir eles são desenvolvidos com diversas variações e intercalações. Depois são reexpostos até que o movimento se encerre com uma "coda", ou fechamento. Os segundos movimentos costumam ter uma estrutura simples A-B-A de temas. O movimento dançante pode ser um minueto, um scherzo ou uma valsa. O movimento final, mais enérgico, pode ser, de novo, na forma sonata ou na forma de um tema com variações, uma fuga, ou, ainda, um rondó, que é uma estrutura em que um tema é repetidamente retornado, intermeado por outros trechos variados.
Veja: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sonata e http://pt.wikipedia.org/wiki/Forma_sonata.
Se você entender inglês é melhor consultar:
http://en.wikipedia.org/wiki/Fugue; http://en.wikipedia.org/wiki/Sonata; http://en.wikipedia.org/wiki/Cantata; http://en.wikipedia.org/wiki/Sonata_form

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