sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O senhor é professor de matemática da UFV? Notei que se interessa por humanidades, qual a sua formação acadêmica ou pessoal que levou a isso?

Sou formado em matemática e tenho mestrado em Física (Cosmologia - CBPF). Lecionei Física na EPCAR, EAFB, UFSJ, UFJF, UFV e ANGLO-Viçosa e Matemática na EPCAR, UNIPAC , UFV e ANGLO-Viçosa, tanto no Ensino Médio quanto no Superior e na Pós-graduação. Meu interesse por humanidades (História, Geografia, Filosofia, Religião, Literatura, Poesia, Arte, Música) além de Biologia (Evolução, Genética, Biologia Molecular) vem desde a adolescência, pois meu pai era professor de História e Geografia e tinha uma boa biblioteca em que me comprazia de ler seus excelentes livros, alguns em espanhol e francês. Meu interesse primário, contudo, sempre foi Física e Matemática, especialmente Astronomia, Cosmologia e Física Quântica. Desde criança fui formando minha biblioteca, que hoje já conta com quase seis mil livros, dez mil revistas, três mil discos, quinhentos vídeos, além de partituras, gravuras, mapas, programas de computador e outros tópicos. Curto um prazer muito grande em ler, estudar, escrever, pintar, cantar e compor. Só não sei ganhar dinheiro, pois gosto de fazer tudo de graça. O que me levou a ter esta diversidade de interesses intelectuais foi minha imensa curiosidade. Quando acreditava em Deus eu queria morrer para ir para o céu e ter eternas conversas com Deus para ele me explicar tudo a respeito de tudo o que existe no Universo. O que me move é esta curiosidade e o desejo de melhorar o mundo para que as pessoas possam viver em um lugar aprazível, justo, harmônico e fraterno, a fim de que possam dar significado a suas vidas e serem felizes. Minhas concepções ateístas, anarquistas e poliamoristas me levaram a me desfazer de tudo o que tinha e dar para os outros, restando apenas minha biblioteca, que também doarei ao povo. Quero morrer inteiramente pobre.

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Aproveitando a 'onda' das perguntas sobre o anarquismo, quais escritores de literatura 'mais ou menos' comtemporâneos você possui preferência se tratando desse tema? E aproveitando também para saber sua opinião sobre um dos mais pops: Roberto Freire.

Ursula K. le Guin (Os despossuídos), Miguel Sanches Neto (Um amor anarquista), L.Susan Brown,
Leia também:
"Um mundo sem dinheiro", em 7 partes no blog:
http://velhatoupeira.multiply.com/
"Por um mundo sem moral", no mesmo blog:
http://velhatoupeira.multiply.com/journal/item/3
Veja estes sites:
http://j12.org/spunk/
http://cirandas.net/anarquismo
http://www.nodo50.org/insurgentes/textos/brasil/07escritoreslibert.htm
Quanto a Roberto Freire, que conheci pessoalmente, trata-se de um político de grande valor e respeito. Mas não conheço nenhuma obra literária sua.

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Indicaria algum livro para mim (16 anos) ler e analisar de forma ampla, podendo debater com algum adulto sobre algum assunto? Algum livro que acrescente certa "cultura"..

Leia os livros "Desvendando o Arco-Íris" de Richard Dawkins, "Breve História de Quase Tudo" de Bill Bryson, "O Mundo Assombrado pelos Demônios", de Carl Sagan e "Uma Breve Introdução à Filosofia" de Thomas Nagel.

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Toda essa história com o fundador do Wikileaks, de acusações sobre abuso sexual, não parecem uma verdadeira farsa? Ele realmente incomodou muitos países...

Sem dúvida! Adorei essa exposição dos bastidores da diplomacia e da política internacional. É muito bom saber como os detentores do poder político são pessoas interesseiras e mesquinhas e, até, inconvenientes e mal-educadas. Uns fariseus fingidos, que a Bíblia chama de "Sepulcros Caiados".

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O que é matéria exótica? E matéria virtual?

A matéria exótica é constituída de partículas normalmente não encontradas na matéria ordinária de que são feitas as estrelas, planetas, nebulosas e poeira cósmica, que são os prótons, nêutrons, elétrons e neutrinos. Tais particulas seriam os axions, os neutralinos, os hipotéticos táquions, neutrinos gravitacionais, gravitinos, fotinos e outras partículas previstas pelas teorias supersimétricas, cuja existência ainda não é comprovada.
Além disso a matéria exótica poderia se constituir da matéria comum em estados incomuns, como o condensado de Bose-Einstein e o plasma de quarks e glúons.
Supõe-se que a maior parte da "Matéria Escura", responsável por 80% do conteúdo de matéria do Universo e 23% do conteúdo de massa e energia do Universo (do qual 72 % seria devido ao campo de chamada "Energia Escura"), seja de matéria exótica, Os átomos conteriam 5% do conteúdo de massa-energia, sendo 20% da matéria existente.

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Se o log de (X ao quadrado+5X) na base 6 é igual a 2, quais os dois possíveis valores de X?

4 e -9
log (x^2 + 5x) = 2, base 6. Logo:
6^2 = x^2 + 5x ou x^2 + 5x - 36 = 0.
(^ é o símbolo de exponenciação)
Resolvendo a equação do segundo grau por fatoração:
(x - 4)(x + 9) = 0, o que leva à resposta.

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Mente sã, corpo são?

Uma mente sã não implica necessariamente um corpo são nem vice versa. Todavia, para o bom funcionamento da mente, há que o cérebro seja convenientemente nutrido, especialmente de glicose e oxigênio, o que requer um desempenho mínimo do corpo. Mas há muitos que têm a mente em perfeito funcionamento e padecem de grandes males do corpo, como o Hawking, por exemplo. E há pessoas que têm graves distúrbios mentais sem que seu corpo tenha nada de errado na anatomia e no funcionamento. Mesmo não havendo essa correspondência biunívoca de modo necessário, é conveniente cultivar a boa saúde tanto do corpo quanto da mente, para garantir uma boa e longa vida.

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Professor, o senhor considera a matemática uma ciência? Ou apenas uma ferramenta aplicada?

Já respondi a isto. Transcrevo aqui, por comodidade:
Em minha opinião, sim, apesar de muitos a considerarem apenas uma linguagem. Há que se conceituar ciência. Trata-se de um corpo de conhecimentos verificado e sistematizado sobre algum aspecto da natureza ou da sociedade, mas que também pode ser referente a algum conhecimento puramente abstrato. Este é o caso da lógica, da linguística e das disciplinas matemáticas, como a geometria, a aritmética, a álgebra, a análise, a topologia etc. Apesar da matemática não se referir a entidades da realidade concreta, isto é, de existência fora de mentes que as concebam, são entidades de um tipo de realidade, a das idéias, que possuem uma existência, mesmo que só mental. Não é verdade que a matemática é apenas um conjunto de regras de manipulação de símbolos, como querem alguns. Os entes matemáticos elementares, como as figuras geométricas e os vários tipos de números, mesmo sendo abstrações, possuem uma correspondência representativa com aspectos da realidade concreta. Os próprios matemáticos, ao elaborarem suas demonstrações puramente lógicas, se valem da intuição, calcada em representações concretas dos entes que estão a manipular, para obterem indícios dos resultados que, depois, procuram uma forma puramente lógica de provar. Este é o meu ponto de vista que, sei, não é adotado por muitos matemáticos.

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Uma pergunta que trava os mais intelectuais: Quem é o homem mais sexy do mundo?

Isto não é problema para quem seja inteiramente seguro de sua masculinidade e que, filosoficamente, entenda que considerar outro homem bonito e atraente não significa, em absoluto, que se está atraído por ele, mas que se tem perspicácia suficiente para julgar o que uma mulher avaliaria num homem que a atrairia. Assim, posso dizer que, em minha avaliação, apostaria em Richard Gere.

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Prof. Ernesto, aqui é seu amigo @neto_frota. Assistindo ao seriado Boardwalk Empire me deparei com uma canção que imediatamente me lembrou de nossas conversas. Aqui está o link, tem a letra também: http://www.youtube.com/watch?v=q_v97er_32U Abraços!

Yes, life's a very funny proposition after all. Para mim não tem sentido nenhum fora de si mesma. Isto é, vivemos para a própria vida, para que ela continue e nós sejamos um elo dessa cadeia que surgiu com o primeiro coacervado e se extenderá, além de nós, por centenas de milhôes de descendentes que teremos nas dezenas de milhares de espécies que, a partir da nossa evoluirão, enquanto ainda houver um lugar para se estar neste Universo e que lá possamos chegar antes que esta Terra pereça. Mas que, de qualquer modo, se extinguirá com o fim das condições de habitabilidade do Universo. Todos os nossos bens, nossas riquezas, nossos prazeres, nossos amores, nossa sabedoria, nosso poder, nossa luta, só têm valor enquanto se prestam para que a vida continue e para que todos possam fruí-la com proveito. Nisto está a felicidade e, para isto, temos que mudar o paradigma vigente de competição e ganância, para colaboração e generosidade. Então a vida de todos será aprazível, pois uns zelarão pela felicidade dos outros. Agindo assim acharemos um significado cósmico para nossas vidas, inteiramente dissociado de qualquer vontade de alguma pretensa divindade.

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Logo, o aquecimento global, em parte, é uma falácia catastrófica?

A falácia não é o aquecimento mas a sua atribuição a causas principalmente antrópicas. Mas houve, também, manipulação de dados para mascarar resultados não condizentes com um aquecimento mais pronunciado. Nisso há interesses não científicos envolvidos. E a verdade vai pro brejo. Todavia, se se contestar o IPCC, é-se taxado de reacionário, néo-liberal e defensor dos interesses do capital internacional.

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Crê na beleza como "a priori" ou como uma criação social fundamentada em parâmetros raciais e sexuais?

A priori. É um critério biológico. Que pode ter sido aperfeiçoado pela cultura, mas, em seu âmago, provém do instinto de reprodução, que é uma pulsão vital dos genes, para perpetuarem-se. A beleza arquetípica é a da mulher sexualmente atraente para o homem e do homem para a mulher, na espécie humana. A beleza de uma paisagem, de uma obra de arte ou de outra coisa é uma extensão do conceito, devido ao tipo de emoção que provoca, de certa forma semelhante à provocada pelo contemplação do sexo oposto (quando bonito). A partir da emoção surge o sentimento, que é uma elaboração racional da emoção e, daí, a intelecção da fruição estética, que é algo culturalmente mais elaborado ainda e, finalmente, a disseminação de um consenso social sobre o que seja feio ou belo. Note que o padráo de beleza corpórea da pessoa humana está ligado a traços reveladores de alguma qualidade procriativa. Mas pode ser modificado culturalmente, como a preferência pela magreza ou pela voluptuosidade, de adereços ou não e outras coisas, variáveis com a cultura e com a época da sociedade considerada.

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Tudo surgir do nada parece tão assustadoramente possível quanto uma pessoa com poderes mágicos que pode tudo.O senhor concorda que para haver uma infinidade de momentos num universo de entidades finitas a idéia do ETERNO RETORNO é a mais plausível?

Não, de modo algum. Mesmo que algo se repita, há uma propriedade que nunca retorna: a entropia. Ela só pode crescer ou não variar. Além disso, a probabilidade de algo voltar a ocorrer é imensamente menor do que a de ocorrer pela primeira vez. Uma terceira vez, então, nem se diga. Se já é ultra improvável que algo tenha surgido por acaso, sua repetição é quase impossível. Essa idéia de retorno não tem fundamento nenhum. Mas, o Universo, pelo que os dados estão a revelar, não é finito, mas infinito, em extensão e conteúdo. O que é finito é o Universo "observável". Mesmo que o Universo fosse finito, há muito mais dele que não é observável do que é. Os infinitos momentos do Universo apresentarão, a cada vez, um panorama inédito do cosmo, que nunca se repetirá. A não repetição se aplica a todos os aspectos, inclusive à vida. Este é um ponto, dentre outros, em que Nietzsche equivocou-se redondamente.

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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Oi! Voce acredita no fenomeno do aquecimento global causado pela emissão de CO2? eu acho meio absurdo, a concentraçao de CO2 na atmosfera é de menos de 1%.

De fato, a presença desta pequena fração de CO2 provoca o efeito estufa e isto é bem sensível às mínimas variações. Não é só o CO2 que provoca isto, mas também o vapor d'água e outros gases, como metano. Se não houvesse o efeito estufa a vida não teria surgido na Terra, pois as noites seriam extremamente frias e os dias extremamente quentes. Ele é, pois, necessário. Na atualidade está havendo um aumento da temperatura média da atmosfera, mas isto faz parte de ciclos naturais que, inclusive, num tempo da extensão de alguns séculos ou poucos milênios, trará de volta uma era glacial. A contribuição humana para o aquecimento atual precisa ser controlada, mas ela não é o maior fator e, sim, os da própria natureza.

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Aumentar o consumo de bens significa esgotar a capacidade da terra de produzir as matérias-primas sustentavelmente, logo, a pobreza é necessária para manter os consumo desenfreado atual? [continua]

[continuação]Uma vez estabelecida a tão sonhada "igualdade social", o planeta iria rapidamente agonizar, nos obrigando a consumir menos, e, consequentemente, produzir menos. Logo, o capitalismo se tornaria insustentável, não? O que achas?

Resposta:

É claro que a pobreza náo é necessária, de modo nenhum. A questão é que a obtenção da igualdade tem que ser feita de uma forma completamente diferente dos padrões sociais hoje existente, senão fica insustentável mesmo. Transformar toda a população nos ricos individualistas e consumistas que hoje existem é impossível. Quando digo que não devem haver nem ricos nem pobres e que todos têm que ter não só o necessário, mas, até, o supérfluo para viver confortavelmente e feliz, estou considerando um estilo de vida comunitarista, que represente uma tremenda economia de recursos em termos de infra-estrutura, energia, alimentos, trabalho, transportes e tudo o mais. No momento em que tudo passa a ser compartilhado e os esforços produtivos são orientados para um modelo coletivista, tanto a eficácia quanto a eficiência crescem muito. Os bens necessários para sustentar confortavelmente certa população num modelo individualista de residências particulares, carros particulares, refeições familiares e tudo assim, são talvez até ou mais de dez vezes maiores do que no caso de alojamentos comunitários, transportes coletivos, refeitórios, lavanderias, vestuários e tudo o mais sempre comunitários. Além de que as pessoas vão ter muito mais tempo livre para o lazer. Acrescentando a disseminação de alta tecnologia agropecuária, energética, viária e de todos os setores da economia, devidamente expurgada do aspecto financeiro, o mundo será capaz de sustentar uma população maior do que a atual sem pobreza nenhuma. O fundamental para esta mudança não é revolução nenhuma, como equivocadamente pregou Karl Marx e assim fizeram seus discípulos, especialmente Lênin, mas uma mudança interna de paradigma de comportamente, trocando o egoísmo, a ganância, a preguiça e a cobiça pelo altruísmo, o desprendimento, a generosidade, a solidariedade e a diligência.

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O Google é um perigo?

Só para quem teme a exposição de alguma informação. Como eu considero que não existe nada que deva ser secreto, acho que não tem problema nenhum todo mundo saber tudo a respeito de todo mundo. Assim, para mim, o Google não é perigo nenhum, pelo contrário, é algo muito bom. Mas é preciso, também, que toda a informação coletada pelo Google, seja disponibilizada para todos. Por isso também é que saúdo como alvissareiros empreendimentos tipo o Wikileaks, a Wikipedia, o Linux e todos os softwares livres. Tudo isso são pontos positivos para o alcance da anarquia.

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@Th_NF Não entendi isso "O surgimento do Universo é exatamente o início do tempo. Se o tempo não iniciou, o Universo sempre existiu, mas pode ser sido oscilante"

O conceito de Universo oscilante é o de um sistema que se expande, de uma concentração elevadíssima até um máximo de rarefação e, então, volta a se contrair, chegando de novo à alta concentração para, então, começar nova expansão e isso tudo se repetir indefinidamente. Assim é possível que nosso Big Bang tenha sido o momento seguinte de um Big Crunch e um ciclo anterior e isto seria infinitamente repetido tanto para o passado quanto para o futuro. Esta é uma das soluções das equações cosmológicas de Einstein. Ao que parece, os dados observacionais não apontam para esta possibilidade. Se assim fosse, o tempo poderia ser extendido eternamente, tanto para o passado quanto para o futuro. Todavia, no ponto de virada do Big Crunch para Big Bang, pode ser que os parâmetros físicos do Universo não permaneçam os mesmo, e cada ciclo seja, de fato, como se fosse um outro Universo de um Multiverso ou Megaverso sequencial. Neste caso, em cada um deles, haveria um início e um fim do tempo. De qualquer modo a existência do Universo é ligada à existência do tempo. Não há passagem de tempo sem que exista um Universo no qual ele passe.

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Existe uma concepção de "alma" aceitável a partir de premissas naturalistas: basta encará-la não como uma "coisa", mas como informação. É como um programa que 'roda' no substrato biológico, mas que poderia, em tese, ser transmitido para algum outro.

Pode-se conceituar alma como alguma espécie de "centelha de vida", que faz com que um organismo biológico funcione autonomamente e que é passado de um para outro na concepção. Ou ao dinamismo da estrutura do sistema físico que é o organismo, que o deixa funcionando. Pode-se chamar isto de "alma", mas não tem nada a ver com "espírito", no sentido de alguma entidade etérea e sutil que estaria ligada ao organismo e lhe sobreviveria individualmente. Isto eu digo que não existe. O primeiro conceito, certamente que existe. Quanto a chamar isto de "informação", considero que também seja, mas não apenas. De certa forma a informação sobre a estrutura e a dinâmica do organismo é algo necessário, mas só ela não é capaz de manter o organismo funcionando. Veja-se o caso de um computador (lembrando-se que a analogia é pobre). Temos o hardware, que é o substrato físico, no caso do organismo, sua estrutura molecular. Temos o software, que é uma informação, mas precisa estar assignada na memória em forma de polarização dos transistores, senão não vai funcionar nada. Isto, no organismo, são os neurônios e as sinapses existente. Os dados, que também ficam na memória (trata-se de uma máquina de von Neumann), no organismo também são registrados como sinapses. Finalmente, há algo sem o qual a máquina não faz nada. Ela tem que ser suprida de energia. No organismo, isto também é necessário e se dá com o funcionamento do organismo, que inclui digestão, respiração, circulação. Por isto podemos dizer que a mente não existe fora do organismo. "Alma" seria esta complexidade toda. Isto pode ser entendido como "vida", desde que uma vida mental. A alma pode ser outro nome para a mente, já que esta não existe como apenas uma estrutura, mas uma estrutura "em funcionamento".
Em tese seria possível transferir toda a informação contida na mente de uma pessoa para a mente de outra pessoa ou para algum artefato que fosse capaz de armazenar tais informações. Atualmente não se tem tecnologia capaz dessa proeza e, assim, ao morrer, toda a informação contida na mente de uma pessoa, que não tenha sido registrada em meios externos, como um diário, por exemplo, fica perdida. De fato, a informação é algo que está impregnado no substrato, mas não é ele mesmo, de modo que pode ser extraída e transferida, em princípio, mas nem sempre na prática. E se não se transfere a informação para outro meio de registro, uma vez que o meio original seja destruído, ela fica perdida. Ela não "é" o registro, mas não consegue existir sem estar registrada de alguma forma. Todavia, a alma, mesmo não sendo um espírito, não é apenas informação, mas esta informação operante, isto é, fazendo com que o organismo funcione de acordo com suas prescrições.

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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

É possível ultrapassar a velocidade da luz? Um laboratório americano clama ter alcançado essa "hipótese", mas alguns a desmentem. Qual sua posição?

Depende. Um sistema que possua massa ou energia, como um corpo material ou uma radiação, não pode se mover com velocidade maior do que a da luz no vácuo, em relação a qualquer observador. Mas algo que não contenha massa nem energia pode, como a fase de uma onda, o limite entre a sombra e o iluminamento em um anteparo, o limite entre a parte cortada e a não cortada de uma folha de papel sendo cortada por uma tesoura, ou o ponto de contato entre duas folhas de papel que passam a se encostar. Nesses casos o conteúdo substancial que se move o faz a velocidade menor do que a da luz, mas o ponto geométrico considerado pode mover-se a velocidade maior do que a da luz. Os experimentos considerados, em geral, referem-se à questão da velocidade de fase e velocidade de grupo, Em uma onda que seja a superposição de várias ondas de frequência diferentes, surge uma onda composta em que a vibração tem um amplitude que também é modulada por uma onda. A velocidade da propagação da vibração (mas não da própria vibração) é chamada velocidade de fase e a da onda da amplitude, velocidade de grupo. Elas podem ser diferentes, mas é a de grupo que carreia a energia da onda, ou a massa, se for uma onda material. Assim, há casos, em que se pode ter uma velocidade de fase maior do que a da luz, desde que a de grupo não seja. Outra ocorrência é na expansão do Universo, que pode ser maior do que a da luz, porque não é a velocidade de movimento próprio de nada que possua massa ou energia, mas sim a velocidade de crescimento do espaço entre dois objetos parados. Veja o artigo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Faster-than-light

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O Universo tende a se expandir ao infinito ou um dia acabará? Acredita no Fim do Universo?

Pelas indicações dos dados observacionais, parece que o Universo se expandirá indefinidamente. Pode haver um "fim do Universo" se a expansão for desacelerando até que pare e isto se dê numa situação de energia potencial nula, se o espaço global do Universo for exatamente plano. Se, também, todo o conteúdo do Universo estiver em seu nível mais baixo de energia e mais alto de entropia, nada mais acontecerá com coisa alguma e, então haveria o encerramento da passagem do tempo. Para isto seria necessário que o campo responsável pela dita "energia escura" variasse de forma a, então, compensar exatamente a gravitação, para impedir o início de uma contração, que levaria ao "Big Crunsh". Tudo são conjecturas, mas não é impossível. Outra possibilidade seria o colapso quântico total, que faria tudo o que existe, de repente, simplesmente, desaparecer. Apesar de muito esdrúxula, esta possibilidade não é descartada e poderia levar o Universo a desaparecer agora mesmo.

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O que é o plasma?

Plasma é um gás ionizado, em que, devido à alta temperatura, elétrons se separaram dos núcleos. Isto altera enormemente seu comportamento, pois, aí, as partículas passam a interagir elétrica e magneticamente, mudando completamente a equação de estado que descreve seu comportamento. Claro que não se trata mais de um "gás perfeito" ou ideal. Exemplo de plasmas são as chamas e o interior das estrelas.

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@Th_NF O Argumento Kalam não estaria equivocado em basear 2 eventos p/ se fundamentar? Digo, o 1º seria o "surgimento" do Universo e o 2º seria o começo do tempo? Já que tempo transcorreu a partir do Big Bang e o Universo poderia ser Eterno parao passado

Não existe passagem de tempo sem que exista o Universo e nem Universo sem que passe tempo. O tempo é um dos constituintes do Universo, assim como o espaço e o seu conteúdo substancial (campo, matéria e radiação - mas não energia, pois energia não é um conteúdo, mas uma propriedade do conteúdo). Não existe espaço vazio e nem Universo estático. Pelas equações cosmológicas o Universo só pode existir expandindo-se ou contraindo-se. Isto obriga a que se passe tempo, pois o estado do Universo nunca é sempre o mesmo e o tempo decorre da mudança de estado do Universo. O surgimento do Universo é exatamente o início do tempo. Se o tempo não iniciou, o Universo sempre existiu, mas pode ser sido oscilante.

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Quando o senhor diz que para emagrecer temos que passar fome, quer dizer que devemos fazer todas as refeições com o mínimo de comida possível, ou pulá-las?

Não se deve pular refeições, porque, então, a fome fica muita e, na próxima refeição, come-se demais. O ideal é comer de três em três horas, intercalando uma refeição mais completa e uma leve. Por exemplo: Refeições completas às 7, 13 e 19 horas e refeições leves às 10, 16 e 22 horas, supondo que a pessoa durma de 0 às 7 horas. As leves devem ser de, apenas, uma fruta ou chá, sem açúcar, com torradas integrais, sem manteiga nem geléia. Mas, mesmo as completas, têm que ser reduzidas em quantidade e selecionadas em qualidade, evitando-se (ou, até, abolindo) pães, massas, doces e gorduras animais. Não se deve concentrar em um só grupo de alimentos, mas variar, incluindo sempre verduras e frutas, carne magra (peixe, se possível), carboidratos, mas, de preferência, acompanhados de fibras, e gorduras vegetais não saturadas (azeite de oliva). Água, pouca nas refeições e muita fora delas. Laticínios não é preciso, nem o leite puro, nem ovos, nada feito de trigo, só arroz integral, pouca batata (melhor cenoura, beterraba, mandioca (aipim), inhame, cará, baroa (mandioquinha)), nada de frituras. Melhor tudo assado e, quando cozido, no vapor e não refogado. Pouco sal e nenhum açúcar. Mesmo assim ainda sobra muita coisa gostosa para se comer, mastigando muito para facilitar a digestão e demorar a refeição.

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A infinidade pretérita parece possível se pensarmos que não houve início dos tempos,mas se antes do agora uma infinidade de momentos precisaram ser percorridos,como se deu se tais momentos são infinitos?Como resolver esse disparate?

Este é o chamado argumento Kalam, que é uma falácia, mas tem sido usado como prova de que o Universo teve que ter um início. As evidências observacionais, de fato, indicam que o Universo teve um início, mas não é logicamente necessario que tenha que ter tido, como o querem os defensores do argumento Kalam. Para eles se o Universo teve um início infinitamente deslocado para o passado, então não teria tido tempo para se chegar até hoje, já que isto demandaria um tempo infinito. Como o momento atual existe, então, seria impossível que o início do Universo fosse infinitamente afastado para o passado. Isto está correto. O erro é que, ao se dizer que o Universo sempre existiu, não está se dizendo que ele teve um início infinitamente deslocado para o passado, mas sim que não teve início nenhum, o que é totalmente diferente e não impede que o presente exista. Matematicamente, um Universo que teve um início é isomorfo a uma semi-reta. Um início infinitamente deslocado para o passado significaria uma semi-reta cuja orígem estivesse num ponto de coordenada menos infinito, considerando a origem das coordenadas no momento presente. Ora, infinito não é um lugar nem a coordenada de nenhum ponto. Infinito é um símbolo para dizer que a quantidade considerada é maior do que qualquer uma que se possa conceber. Não existe "ponto no infinito", nem "ponto de coordenada infinito". Assim, se houve uma origem para os tempos, esta tem que estar finitamente afastada para o passado. Mas, se não houve uma origem, então a sucessão dos tempos é matematicamente isomorfa a uma reta, que não tem início nem fim. Isto não impede que o momento presente exista, porque ele não significa um decurso de tempo infinito desde o início do Universo, já que não houve esse iníncio. Os tempos podem ter sua origem colocada em qualquer momento que os instantes passados são considerados como precedentes uns dos outros sem limite. Não há nenhuma contradição nem impossibilidade nem disparate nenhum para isto. Logo o argumento Kalam não procede e um Universo eterno, tanto para o passado quanto para o futuro é inteiramente possível. Só que, de fato, ele teve um começo. Todavia alguns, como o Craig, argumentam que a Cosmologia confirma o argumento Kalam. Não confirma não. A Cosmologia diz que o Universo teve um início, mas não pelas razões que o argumento Kalam apresenta. Teve porque é assim que se constata que ocorreu, mas poderia não ter tido.

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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Como a matéria pode ser transparente e sólida ao mesmo tempo?

A opacidade ou translucidade da matéria não depende de seu estado de agregação e sim do modo como interage com os fótons. As substâncias puras covalentes ou misturas homogêneas delas, são isolantes e não possuem elétrons livres. Nelas os fótons são absorvidos, excitando os átomos e, depois, reemitidos, decaindo os átomos. Isto provoca o deslocamento de fótons, cada vez um novo, de um átomo ao outro, dentro do material, fazendo-o translúcido ou transparente, dependendo da rugosidade da superfície ou da presença de impurezas maiores do que o comprimento de onda da luz. Por isso é que a velocidade líquida da luz diminui dentro dos meios materiais transparentes. No caso de condutores metálicos, há uma estrutura cristalina de núcleos e elétrons internos, imersa em um gás de elétrons livres. É este gás que interage com os fótons incidentes e sua alta condutividade provoca a reflexão dos fótons, sem excitar os átomos, impedindo a transmissão dos fótons dentro do material. A opacidade de sólidos isolantes se deve a serem misturas heterogêneas, como os materiais orgânicos. Interfaces internas entre porções de cada substância provocam reflexões e refrações múltiplas que absorvem internamente os fótons, deixando apenas aqueles que, próximos à superfície, escapam para o meio externo. Assim também é que são feitas as tintas, que, na verdade, são suspensões de partículas transparentes coloridas (pigmentos) em um solvente também transparente, mas que, no conjunto, se tornam opacos. Gases podem ser opacos quando altamente quentes e ionizados, como se dá no interior das estrelas e nas chamas.

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297? Eu cheguei a 303 usando aquela fórmula do Termo Geral [An= A1 + ( n - 1 ) x R ] da Progressão Aritmética com os números de 0 de um milhão, bilhão, trilhão, etc. Assim dava 6, 9, 12, 15... (zeros), ou seja, PA de razão 3 e A1 = 6. Tá certo?

Você tem razão. Veja que eu achei a expressão certa, mas subtraí 3, ao invés de somar 3, na conta. Use a PA da forma
An = Ao + nR, com Ao=3 e R=3. Então A100 = 3 + 100*3 = 303, na notação numeral brasileira. Esta expressão é melhor porque os primeiros três zeros correspondem ao zerolhão, seis zeros ao unolhão, nove zeros ao bilhão, doze zeros ao trilhão e assim por diante, logo 303 zeros ao centilhão.

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Por que foi necessário 100 mil anos para a separação de matéria e radiação?

Uma observação interessante é que, só a partir desse momento é que o Universo tornou-se transparente. Antes ele todo era opaco, como o interior de uma estrela. Aliás é como se o Universo inteiro fosse uma única estrela.
Veja isto:
http://en.wikipedia.org/wiki/Timeline_of_the_Big_Bang ;

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Por que foi necessário 100 mil anos para a separação de matéria e radiação?

Não 100 mil, mas 300 mil. É o que se chama "desacoplamento". Isto para que a densidade de conteúdo, devido à expansão, ficasse abaixo do valor crítico que tornasse infinito o livre caminho médio dos fótons. Antes disso, cada fóton gerado por alguma aniquilação entre matéria e antimatéria colidia com uma partícula, voltando a formar um par, ficando, pois, os gases de fótons e de matéria e antimatéria em equilíbrio dinâmico. Uma dedução desse tempo pode ser achada neste artigo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Recombination_(cosmology)
Os fótons gerados nesse momento são os que, ainda hoje, permeiam o Universo como a "radiação de fundo". Para um apanhado sobre isto, veja:
http://en.wikipedia.org/wiki/Cosmic_microwave_background_radiation.
Para um saber a relação entre o redshift e a idade do Universo, veja:
http://en.wikipedia.org/wiki/Redshift ;
http://en.wikipedia.org/wiki/Metric_expansion_of_space ;
http://en.wikipedia.org/wiki/Hubble's_law .

Infelizmente esses tópicos são menos desenvolvidos na versão em português da Wikipedia.

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Por que foi necessário 100 mil anos para a separação de matéria e radiação?

Não 100 mil, mas 300 mil. É o que se chama "desacoplamento". Isto para que a densidade de conteúdo, devido à expansão, ficasse abaixo do valor crítico que tornasse infinito o livre caminho médio dos fótons. Antes disso, cada fóton gerado por alguma aniquilação entre matéria e antimatéria colidia com uma partícula, voltando a formar um par, ficando, pois, os gases de fótons e de matéria e antimatéria em equilíbrio dinâmico. Uma dedução desse tempo pode ser achada neste artigo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Recombination_(cosmology)
Os fótons gerados nesse momento são os que, ainda hoje, permeiam o Universo como a "radiação de fundo". Para um apanhado sobre isto, veja:
http://en.wikipedia.org/wiki/Cosmic_microwave_background_radiation.

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Quantos zeros há em um centilhão?

Depende do sistema de nomenclatura de numerais usado. No Brasil, que usa o sistema americano, 10^3= mil, 10^6=milhão, 10^9=bilhão, 10^12=trilhão, 10^15=quatrilhão, 10^Z=Nlhão, em que Z = 3(N+1) ou N = (Z-3)/3 . Assim, para o centilhão, N = 100 e o número de zeros, Z = 3(100-1) = 3*99 = 297 zeros.
Para o sistema britânico, também usado em Portugal, 10^3=mil, 10^6=milhão, 10^9=mil milhões, 10^12=bilhão, 10^15=mil milhões, 10^18=trilhão, 10^Z=Nlhão, em que Z = 6N. No caso de N=100, teríamos Z=600 zeros.

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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Complementando: compartilho da sua visão anarquista e ao mesmo tempo pacifista. Conheço muita gente que vê anarquista como sinônimo de terrorista e punk bêbado e/ou drogado.

Esta é uma confusão que precisa ser esclarecida junto ao povo. O bom seria passar uma novela, por exemplo, sobre o livro "Um amor anarquista" de Miguel Sanches Neto. Um excelente romance desse escritor paranaense muito bom. Uma novela ou seriado mostrando os ideais anarquistas seria a melhor maneira de mostrar ao povo que anarquismo não tem nada a ver com bagunça, mas, pelo contrário, com disposições de muito trabalho de forma solidária, muita dedicação, muita disciplina e ordem, mas uma ordem que não é imposta e sim assumida livremente por cada pessoa, dentro de si.

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É que na Europa o anarquismo me parece muito mais forte do que na América Latina e África, por exemplo. É estranho, para mim, tantos anarquistas no mais livre e desenvolvido continente do mundo.

Justamente por ser mais civilizada, com um nível muito mais elevado de educação, os europeus são mais críticos e ousados. Na América Latina e na África, onde a opressão é maior, contudo, as pessoas, no geral, têm menos condição para refletir sobre o que acontece com elas e criar movimentos de contestação, inclusive, até, por medo de represálias, o que não acontece na Europa.

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A Civilização Europeia teve sorte de, em todos os lugares que visitou (seja ou não à força), seus costumes serem aderidos?

Pelo que me consta, sim, mas isto não é uma questão de sorte. Quer tenham sido impostos ou, apenas, assimilados, os costumes e a visão de mundo européia disseminaram-se por todo o mundo, sobrepujando civilizações mais antigas, como a chinesa e a indiana, além de outras mais recentes, como a japonesa, a árabe e as pré-colombianas, sem contar com lugares habitados por povos que ainda não tinham civilização, como parte das Américas, a Oceania e a Africa. Qual a razão?
Ao que me parece tudo se liga à superioridade cultural e tecnológica e ao pragmatismo dos europeus. O simples poderio militar não faria com que outros povos assimilassem a cultura européia, fato que vem acontecendo desde o domínio dos bárbaros pelos romanos que, depois, com a vitória militar dos bárbaros, não impediu que a civilização romana os dominasse, mesmo descontando seu decaimento na Idade Média. A Europa que começou a conquistar o mundo na virada para a Idade Moderna era a mescla das ruínas da civilização greco-romana com o sangue bárbaro e a espiritualidade semita do cristianismo. Este amálgama foi suficientemente forte para prevalecer sobre todos os povos que com ele tiveram contato. Mais recentemente, o desenvolvimento científico tecnológico europeu (considerando a América uma sucursal da Europa) suplantou outros aspectos na preponderância que a Europa ainda exerce sobre o Japão, a China e a Índia, por exemplo, onde as pessoas se vestem à moda ocidental, as indústrias produzem produtos desenvolvidos no ocidente, as cidades são construídas à moda ocidental, onde se sai para comer pizza, toma-se coca-cola e assim por diante.

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Existe a experiência religiosa,descrita por William James, mas não existe experiência ateísta nenhuma. Será que algum ateu experimentou a religião, ou somente a conheceu e estudou? Falo de religião e não de igreja...

Eu mesmo sou um ateu que viveu uma profunda experiência religiosa, eu diria até, mística. Em minha adolescência e juventude, participei do "Grupo de Catolicismo" ligado à TFP do Plínio Corrêa de Oliveira. Lá cultivávamos uma religiosidade católica profunda e significativa e buscávamos a santidade com grande fervor. Eu realmente tinha uma fé imensa nas verdades cristãs e considerava Jesus Cristo como Deus e salvador da humanidade. Também tinha grande devoção a Nossa Senhora. Por que virei ateu? É que sempre fui uma pessoa muito filosófica e científica. Sempre fui o primeiro aluno da turma e sempre estudava muito mais do que os professores ensinavam, especialmente história, geografia, matemática e física, além de assuntos que não eram parte de matéria nenhuma, como filosofia, cosmologia, astronomia e... religião. Foram meus estudos e reflexões que me levaram a concluir que a fé é algo inteiramente sem cabimento e que a plausibilidade da existência de Deus é extremamente pequena. Isto me fez romper com o Grupo de Catolicismo, para que pudesse ficar em paz com minha consciência. Discordo de William James e concordo com Comte-Sponville de que há sim, uma experiência ateísta. Uma experiência muito significativa em termos éticos e humanistas. Uma espiritualidade livre de espíritos e do sobrenatural, mas plena de elevações e sentimentos de magnanimidade e nobreza. Isto pode ser vivenciado por qualquer pessoa que considere que o significado de sua existência não está em si mesmo, mas em sua inserção no comunidade humana e da natureza, sem nenhuma consideração esotérica ou irracional, mas transbordante de emoções e afetos.
O ateísmo é racional. Mas isto não impede que ateus tenham experiência de espiritualidade, mesmo sabendo que não existe Deus nenhum e nem espíritos como entidades em si mesmos. Mas espiritualidade é justamente a aplicação da mente a considerações e sentimentos elevados, ligados à prática da virtude e que são acompanhados, até, de um estado emotivo de enlevo, como se tem dentro de uma catedral gótica. Este efeito não provém da religião, mas da arquitetura. Uma música sacra, de Bach, por exemplo, provoca o mesmo efeito. O cérebro se compraz na sacralidade, mas sacralidade é uma qualidade de coisas que não têm nada a ver com o sobrenatural. Uma paisagem pode ser sacral, ou, até mesmo, a imagem de um nú feminino de sublime beleza.

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Quando o senhor acha que irá lançar o livro sobre as perguntas? Ficará a venda pela internet também né? :)

Até o Natal já estará disponível pela internet no site do Clube de Autores, onde já me cadastrei. Divulgarei a página aqui. Para ter uma idéia, eis sua introdução:


Sou usuário da internet desde seu surgimento e até antes, quando fazia uso da Bitnet, interuniversitária. Muito antes da Web e do Windows, eu usava telnet e e-mail, pelo DOS. Foi pela internet que conheci minha atual mulher, Fátima. Fui um dos primeiros usuários do ICQ e uso o Orkut desde sua vinda para o Brasil. Tenho um site e um blog desde 2005 (www.ruckert.pro.br/blog) e participo de vários sites como Facebook, Orkut, Twitter, YouTube, Picasa, Scribd, Delicious e outros. No Orkut tenho tido uma participação bem ativa em muitas comunidades de discussão, especialmente sobre Filosofia, Ciências, Física, Matemática, Cosmologia, Astronomia, Neurociências, Evolução, Ecologia, Educação, Artes, Música, Literatura e Cultura em geral. Em fevereiro conheci o Formspring e me cadastrei, aguardando as perguntas (www.formspring.me/wolfedler). Para minha surpresa elas vieram aos montes, perfazendo quase 1220, nestes 11 meses, das quais ainda me faltam 149 para responder. O fluxo de chegada é de cerca de 3,7 por dia. O curioso é que as perguntas são, quase todas, muito interessantes. Há dois meses tive a idéia de reuni-las em um livro para publicar. Minha enteada Mayra compilou-as em um arquivo texto. Procedi a uma revisão, excluindo umas sem importância e outras repetidas, e eis aqui o livro pretendido.
As perguntas estão numeradas na ordem cronológica de minhas respostas e não da chegada das perguntas. Quando abro o site, respondo logo as que já tenho a resposta pronta na cabeça. Outras, porém, requerem consulta e estudo, e as deixo para depois, quando já tiver feito o estudo. Para comodidade do leitor, incluí uma listagem das perguntas por assunto, ao fim. Incluí, também, um glossário dos termos mais técnicos que empreguei, já que, possivelmente, nem todos dominam tal vocabulário. O livro possui, ainda, um índice remissivo e uma bibliografia das referências que consultei para as respostas. A referência bibliográfica, todavia, não está remetida a cada pergunta em que foi utilizada. Tampouco citei as inúmeras consultas a sites da internet. Muitas foram feitas à Wikipedia em sua versão em inglês, já que a portuguesa, salvo exceções, não é muito boa. Na Wikipedia, inclusive, há referências a sites sobre o assunto do artigo. Muitos sites interessantes podem ser encontrados em meu Delicious (www.delicious.com/ernestovon).
O conteúdo do livro não é uma escolha minha, mas dos internautas que me dirigiram as perguntas. Certamente eles tomaram por base o tipo de assunto que abordo em meus blogs e nos sites de discussão e relacionamento de que participo. Poucas questões foram rejeitadas e, quando o foram, é porque se tratavam de perguntas completamente inconvenientes ou descorteses.
É preciso que fique claro que este não é um livro técnico e nem uma obra de referência. Tudo o que está dito é minha opinião sobre cada tema. É o que eu acho a respeito. Mas o que eu acho é fruto de minhas leituras, meus estudos, meus cotejos e minhas reflexões, além de conversas e trocas de opinião que travo com amigos e pela internet. Todavia sou inteiramente aberto a mudar meu modo de pensar, se for convenientemente convencido por bons argumentos. O mais importante, para mim, não é achar as respostas, mas formular e discutir as perguntas. Para isto o Formspring é ideal. A responsabilidade sobre tudo o que está dito, contudo, é inteiramente minha.
Não posso deixar de expressar meus agradecimentos a minha enteada Mayra Resende Alexandre, que vem me secretariando nos últimos anos. Ao professor Evaldo Batista, do Colégio Anglo, pela revisão do português, ao meu caro amigo e confrade da Academia de Letras de Viçosa, José Levy de Oliveira, por ter escrito o prefácio, ao professor Adil Rainier Alves, diretor do Colégio Anglo, por todo o apoio, à minha mulher Maria de Fátima Alves Resende Alexandre, pelo incentivo e pela paciência e aos inúmeros internautas que enviaram as perguntas, sem as quais este livro não existiria.
Espero que a leitura deste livro abra a mente de todos para novas e ousadas possibilidades, para novas concepções e visões de mundo, no intuito de se construir uma sociedade próspera, justa, harmônica e fraterna, em que todos alcancem a felicidade e vivam significativamente suas vidas. Convido-os, portanto, a visitar meu Formspring e formular suas perguntas, que entrarão em uma segunda publicação desta obra, num futuro nem tão distante. Convido-os, também, a acessar meu site e visitar as demais páginas de internet de que participo.

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O senhor é ateísta? E acha que quem realmente é ateísta deve conhecer muito mais sobre "Ciência X Religião" do que quem acredita?

Sou sim. Considero que este tipo de assunto deve ser de conhecimento de todo mundo, mas, realmente, parece que os ateus, especialmente os que o são por reflexão, têm maior conhecimento religioso e científico do que a maioria das pessoas. Por isso que digo que, mesmo que não seja ignorante ou pouco inteligente, quem crê, ainda não se debruçou com a profundidade e abrangência necessárias sobre o estudo das questões religiosas, de uma forma desarmada. Considero que todo aquele que, sinceramente, estude a questão, concluirá pela validade do ateísmo.

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Na Europa, apesar da liberdade política existente hoje, existem muitos anarquistas ou mesmos grupos organizados. O senhor tem alguma idéia do porquê?

Porque, por mais liberdade política que se tenha na Europa, ainda está muito longe do anarquismo, que é uma situação em que não existe estado nem governo nem fronteiras, nem propriedade nem dinheiro, nem leis nem judiciário, nem pobreza nem riqueza, nem crimes nem prisões, nem família, nem emprego, nem nada particular. O mundo é uma coisa só, ninguém é dono de nada e tudo é de todo mundo. Tudo é coletivo. Ninguém recebe pelo trabalho mas tem tudo de graça. Não há preguiça nem cobiça. Mas há muita diligência, responsabilidade, generosidade, solidariedade, prosperidade, alegria, felicidade. Enfim, um paraíso na Terra. Isto não é utopia, mas algo perfeitamente realizável em alguns séculos, se, desde agora, se começar um movimento educativo nesse sentido. É isso que muitos grupos organizados estão fazendo. O anarquismo tem que ser atingido de forma pacífica, como um desejo de todos, que abdicam livremente de suas pretensões individualistas e egoístas e se abrem para o coletivismo altruísta. Os trabalhos em prol do anarquismo têm que ser feitos de forma a não envolver dinheiro nenhum e nem um organização hierárquica rígida. Tudo por meio de voluntariado e coordenação coletivista, sem nenhum sentimento de exploração, inveja, ciúme, prepotência, oportunismo, ou qualquer outro negativo, mas de colaboração e doação.

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Rola algum tipo de direito autoral sobre as perguntas logadas?

Não, ainda mais sendo anônimas.

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Aviso aos navegantes

Estou tentando responder a todas as 151 questões ainda pendentes, mas isto não é fácil, pois o tempo é curto. Pretendo publicar as perguntas e respostas em um livro, assim que revisar o português (inclusive das perguntas). Isto vai dar umas 400 páginas. Todas serão consideradas como anônimas.

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" A FÉ É ALGO RACIONAL, SE NÃO FOR ASSIM É FIDEÍSMO".

Não existe nada racional na fé. Trata-se de uma crença inteiramente sem justificativa, nem em evidências nem em comprovações. Se assim não fosse não seria uma fé, mas sim um conhecimento. Não se "sabe" que Deus exista, mas "crê-se" ou não. Não há provas racionais nem evidências de sua existência nem de sua inexistência. Isto não significa que não se possa optar por aceitá-la ou negá-la com base em indícios e plausibilidades. A maior parte dos indícios são no sentido de sua inexistência, de forma que quem considera sua existência o faz por um ato de fé. Não apenas quanto a Deus, mas também em relação a outros aspectos considerados pelas religiões, como a alma imortal, anjos, demônios, criação divina, providência divina, redenção, reencarnação, atendimento a preces, milagres, ressureição de Jesus, ressureição da carne no Juízo Final, pecado original, revelação bíblica, revelação corâmica etc. Todos esses tópicos não têm comprovações empíricas nem racionais, sendo aceitos apenas por fé. De fato, o fideísmo é a única concepção aceitável para as doutrinas religiosas, pois, nenhuma delas possui a mínima racionalidade.

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O senhor acha que a palmada é um instrumento efetivo de educação? Eu apanhei de palmatória, mas isso não me educou em coisa alguma.

De forma nenhuma. Violência é crime e bater em criança é violência. Como educar? É preciso saber que a criança pequena é como um animal. Seu comportamento pode ser adestrado para o que se considere adequado por meio do condicionamento em termos de recompensas e castigos, pois é assim que funciona o sistema de recompensa do cérebro. Tudo o que provocar algo agradável será repetido e o que provocar sofrimento será evitado. Mas o sofrimento não precisa (nem para os animais) ser um maltrato físico. Basta a privação daquilo que lhe dê prazer. Mas tem que ser aplicada logo após a ação a ser corrigida ou, pelo menos, na primeira oportunidade. O que não se pode é humilhar a criança perante outras pessoas. Os castigos têm que ser aplicados reservadamente. Comparações entre irmãos ou primos também não podem ser feitas. É preciso saber dosar, porque há-se que ser firme e não voltar atrás. Senão a pessoa cuidadora da criança fica desmoralizada. Isto vale, até mesmo, para adolescentes e jovens. A autoridade dos cuidadores (pais ou outros) tem que ser firme sem ser opressiva. É fácil agir assim se, de fato, se ama aquele de quem cuidamos. Mas amor não significa permissividade nem frouxidão. Como também não significa tirania nem violência. Se, de vez em quando, o nervosismo e o descontrole deixar escapar uma palmada e se isto for raro e não um espancamento, não é tão grave assim. Mas não se pode, por arrependimento, fraquejar na repreensão. A criança, sabendo como seus cuidadores preocupam-se com ela e zelam por seu bem, compreende melhor uma repreensão e isto fica mais eficaz. Tirania, jamais!

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O que acha do site Wikileaks? Nas últimas 2 semanas é só o que se fala na imprensa internacional!

Acho excelente! Uma coisa que eu não gosto nem um pouquinho é de segredo e privacidade. Como sou uma pessoa totalmente despossuída que tenho, no máximo, os trocados da carteira, pois vivo o tempo todo com meu cheque especial no negativo, não me preocupo com roubo. E como nunca faço nada errado, todo mundo pode saber tudo a respeito de minha vida. Para mim, todo mundo devia ser assim. Minhas concepções anarquistas envolvem a transparência total de tudo o que se faz. Em minha opinião ninguém deveria ser possuidor de coisa alguma. Tudo tinha que ser coletivo. Nem deveriam haver países e nações. Vejo a internet como um grande trunfo do anarquismo, da mesma forma que os programas livres, como o Linux. Acho ótimo que todas as informações, sobre o que quer que seja, possam estar acessíveis a qualquer pessoa. Há gente que pode fazer uso delas para o mal, mas essas pessoas conseguiriam tais informações por seus próprios meios. O bom é que toda a população, na maioria de pessoas de bem, vejam as falcatruas e as manobras sujas de governos e do grande mundo empresarial.

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O senhor já experimentou algum tipo de drogas, se sim, qual?

Nunca experimentei nenhuma droga.

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Professor, o senhor tem medo da morte? Mesmo estando convicto que seja algo natural? Teria alguma teoria "de para onde nós vamos", ou acha que morreu e acabou?

Não tenho medo nenhum da morte. Não existe lugar nenhum para onde se vá após a morte, exceto para o cemitério, pois, a morte é, justamente, o desaparecimento do "eu", juntamente com a parada de funcionamento do organismo que o suporta. O "eu" é uma função da mente, que nada mais é do que o cérebro em funcionamento. Cessado este, a pessoa não existe mais. Não há nada que vá para algum lugar. Mesmo que se considere que exista alma, o que é algo inteiramente descabido, se ela não é uma entidade física, não ocupa lugar, não tem tamanho, logo, não há para "onde" ela possa ir. Realmente, ao morrer, a pessoa acabou.

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Professor, que livro o senhor recomendaria para o estudo de Física Estatística?

Lecionei Física Estatística no Bacharelado de Física da UFV pelo livro:
Federick Reif - "Fundamentals of Statistical and Thermal Physics" - McGraw-Hill.
Em um nível mais elementar, já consultei os seguintes (em ordem crescente de complexidade e profundidade):
Sears & Salinger - "Thermodynamics, Kinetic Theory and Statistical Thermodynamics" - Addison Wesley;
John F. Lee, Francis W. Sears & Donald L. Turcotte - "Statistical Thermodynamics" - Addison Wesley;
Mark. W. Zemansky - "Heat and Thermodynamics" - McGraw-Hill;
W. G. V. Rosser - "An Introduction do Statistical Physics" - Wiley;
F. Mandl - "Statistical Physics" - Wiley;
C. Kittel - "Thermal Physics" - Wiley;
Terrell L. Hill - "Statistical Thermodynamics" - Addison Wesley.
Em um nível mais avançado, consultei os seguintes:
Kerson Huang - "Statistical Mechanics" - Wiley (meu texto no mestrado);
Richard C. Tolman - "The Principle of Statistical Mechanics" - Dover;
Radu Balescu - "Equilibrium and Nonequilibrium Statistical Mechanics" - Wiley.
Como você pode ver, não conheço nenhum texto adequado para Física Estatística em português. Pode ser que já tenha surgido, pois há anos que não leciono esta disciplina. Ricardo Reis Cordeiro, um colega da UFV e eu, em 1981, propusemos à McGraw-Hill traduzir o Reif, mas a editora não se interessou, pois alegou que não venderia 500 exemplares por ano.

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Professor, que livro o senhor recomendaria para o estudo de Física Estatística?

Lecionei Física Estatística no Bacharelado de Física da UFV pelo livro:
Federick Reif - "Fundamentals of Statistical and Thermal Physics" - McGraw-Hill.
Em um nível mais elementar, já consultei os seguintes (em ordem crescente de complexidade e profundidade):
Sears & Salinger - "Thermodynamics, Kinetic Theory and Statistical Thermodynamics" - Addison Wesley;
John F. Lee, Francis W. Sears & Donald L. Turcotte - "Statistical Thermodynamics" - Addison Wesley;
Mark. W. Zemansky - "Heat and Thermodynamics" - McGraw-Hill;
W. G. V. Rosser - "An Introduction do Statistical Physics" - Wiley;
F. Mandl - "Statistical Physics" - Wiley;
C. Kittel - "Thermal Physics" - Wiley;
Terrell L. Hill - "Statistical Thermodynamics" - Addison Wesley.
Em um nível mais avançado, consultei os seguintes:
Kerson Huang - "Statistical Mechanics" - Wiley (meu texto no mestrado);
Richard C. Tolman - "The Principle of Statistical Mechanics" - Dover;
Radu Balescu - "Equilibrium and Nonequilibrium Statistical Mechanics" - Wiley

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domingo, 5 de dezembro de 2010

Por que as pessoas são "essencialmente" más e sacanas?

Não são! A maldade e a bondade não são predisposições inatas de ninguém. Todos temos capacidade de sermos bons ou maus. Pode haver alguma predisposição preferencial para um ou para outro, mas sempre se pode fazer a escolha. Grande parte da motivação para esta escolha está nas vivências pessoais, desde a tenra infância. Ser criado em um ambiente familiar que promova laços afetivos sólidos e num lar em que se cultiva a prática do bem e da bondade é um fator poderosíssimo para a formação de uma personalidade e um caráter ligados às virtudes voltadas para a prática do bem. Por outro lado, considerar que a maldade seja algo melhor e mais vantajoso, muitas vezes, está vinculado a uma infância em que tal consideração é a que prevalece no seio da família. Mas nem sempre. A história de vida de cada pessoa é muito complexa para se dizer taxativamente que tal ou qual influência é a determinante. Há, realmente, pessoas que curtem fazer uma maldade, mas não acho que sejam a maioria. Pelo que percebo, a maioria é bondosa e do bem, isto é, rejeita práticas maléficas, mesmo sendo prejudicadas com isto. Gostaria, inclusive, de ver se há algum levantamento a esse respeito, para confirmar ou negar minha impressão.

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Siamesas juntas pela cabeça conseguem ler a mente uma da outra e ver o que a outra ver.Caso que ponhe em cheque a nescessidade de espírito para a mente funcionar : http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=15327

Não só este mas uma série de casos clínicos demonstram sobejamente que uma alma espiritual é algo inteiramente desnecessário para explicar qualquer atividade psíquica. O psiquismo é uma função orgânica como qualquer outra, como digestão, respiração, circulação e excreção, só que extremamente mais complexa. Tal complexidade, contudo, não requer a interveniência de nenhuma entidade extracorpórea. Anatomia e fisiologia dão conta tranquilamente. O caso dessas meninas é uma oportunidade científica singular para o estudo da mente. Por exemplo o fato de uma ter conhecimento do que a outra vê ou pensa vai permitir uma compreensão maior dos processos neurológicos que geram a consciência. Mas, mesmo sem o caso delas, isto já é objeto de estudo. Os dois últimos livros do António Damásio, "O Sentimento de Sí" e "O Livro da Consciência" tratam exatamente disto, bem como "O Cérebro Emocional" de Joseph LeDoux. Os dois primeiros só foram editados em português em Portugal.

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De onde vem o pseudônimo Wolf Edler?

Já dei esta resposta. Reproduzo aqui por conveniência:
Este pseudônimo, que significa algo como "Lorde Lobo", eu fiz em homenagem a meu avô Wolfgang Anton Ferdinand Ernest Ginzel Edler von Rückert que veio da Áustria para o Brasil em 1906, como imigrante, para não ser preso e possivelmente condenado à morte, como anarquista que era e envolvido com grupos de defensores da libertação da Hungria e da Tchecoslováquia do Império Austríaco. Ele havia nascido em Praga, que, à época, pertencia à Áustria. Mas sua família era de Viena. Como o pai dele era da nobreza, conseguiu que ele saísse como emigrante, tendo vindo para uma colônia em Sete Lagoas, Minas. Ele não sabia nada de agricultura, pois era professor de Russo e Tcheco na Academia Teresiana, em Viena. Além do Alemão, sua língua natal, ele falava Inglês, Francês, Italiano, Espanhol e Português (de Portugal). No Brasil ele conheceu minha avó, que era filha do adido comercial do Consulado Português em Belo Horizonte e se casaram. Depois ele foi professor de Inglês no Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, onde também era Guarda Livros (contador). O pai dele era professor de Química na Universidade de Viena, onde chegou a lecionar para o Arquiduque Franz Ferdinand. Meu pai era professor de História e Geografia, além de ser contador também. Minha família é toda de professores, militares, médicos, engenheiros, advogados e funcionários públicos, tanto por parte de meu pai, quanto de minha mãe, cujo pai era Almirante Médico da Marinha de Guerra do Brasil e primo de Ruy Barbosa. Ninguém é nem foi empresário ou fazendeiro.

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