sábado, 1 de outubro de 2011

http://www.youtube.com/watch?v=nzfIwwp3Gc8&feature=related Amit Goswami é um farsante? Ele tem algo sério a dizer ou é completamente descartável?

Apesar de ser um físico e entender de física, Goswami promove um sincretismo entre a ciência e a espiritualidade mitológica que não encontra respaldo em nenhuma verificação controlada. O mesmo acontece com Fritjof Capra, Deepak Chopra e assemelhados. Recomendo que seja lido com a máxima cautela e ceticismo. Mas é bom ler, para saber.

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Pq muitos teístas teimam em dizer que deus sempre existiu em outro plano, além do espaço-tempo?

Esta consideração da existência de Deus extrínseca ao Universo envolve o problema de considerar como seria sua interação com ele, não só para criá-lo, como para provê-lo, como admite o teísmo. A noção de Universo inclui o fato de que seja um sistema isolado e fechado, portanto incapaz de interagir com algo fora dele. Aliás, pela própria definição de Universo como o conjunto de tudo o que existe, não existe nada fora dele, nem o lado de fora.

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"Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia." - Concorda com essa frase? Por quê?

Sim, esta frase de Shakespeare pela boca de Hamlet, quer dizer que não conhecemos tudo e que, portanto, podemos expressar juízos equivocados, sendo necessária toda a prudência para afirmar ou negar o que quer que seja.

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A função seno possui fórmula "explícita"? Assim como um certo f(x) polinomial pode ter fórmula algébrica x² + 3x - 2, imagino que sen(x) tenha alguma fórmula (embora transcendental) onde substituir o x, operar e ter o resultado. Há algo assim?

Não. As funções trigonométricas, logarítmicas e exponenciais, além de outras, não podem ser expressas por uma expressão finita de potências racionais de seu argumento, São chamadas transcendentes. Mas podem ser aproximadas, até a precisão que se queira, por uma série de potências truncada em algum expoente. É dessa maneira que as calculadoras fornecem os valores dessas funções.

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Se eu conseguir convencer uma pessoa crente que Deus não existe, mas ela acabar se matando por eu ter "tirado todos motivos que ela conhecia para viver". Eu terei feito a coisa certa?

É preciso muito cuidado ao convencer alguém da inexistência de Deus, porque, em paralelo, tem-se que também mostrar o incomensurável valor da vida e a importância de se dar a ela um significado pessoal sem Deus. Isto feito, tenha a consciência tranquila de ter libertado uma pessoa de uma ilusão maléfica e castradora, abrindo-lhe perspectivas para uma vida plena, feliz e assumidamente responsável, especialmente responsável pelo prevalecimento do bem e a erradicação do mal.

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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Um debate entre um crente evolucionista contra um crente criacionista, quem passaria mais vergonha? Vc não acha que seria acirradissima a disputa e dificilmente iriamos chegar a conclusão sobre como Deus construiu o nosso mundo?

Depende de que pessoas estiverem debatendo. O criacionismo não tem nada que o sustente. Já o evolucionismo pode ser considerado como dirigido por um deus. A questão é que isso não é preciso, e a própria natureza fornece explicações satisfatórias. Quando não as há, também não se precisa apelar para deus. Basta dizer que ainda não se sabe. Mas, se um evolucionista pode achar que deus existe, cristão é que ele não pode ser, pois o fulcro do cristianismo é a redenção, obtida pela morte de Jesus. Sua morte é que é importante no cristianismo. A ressurreição é só um golpe de marketing. Mas essa morte só tem significado se houve o pecado original, cometido por Eva e Adão. E, pela evolução, não houve Adão nem Eva nenhum. Então a redenção deixa de ter significado. Por definição, todo cristão tem que ser criacionista, bem como os judeus. E mesmo os muçulmanos, que creem em Adão e Eva, mesmo não crendo no pecado original. Mas um hinduísta não precisa ser criacionista e, mesmo assim, crer em deus.

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Você é teísta, deísta ou ateísta?

Ateísta, com muita honra e convicção. A ateísta militante, isto é, que divulga o ateísmo para todo mundo, a fim de mostrar que não existe deus nenhum. Mas não sou ateísta dogmático e sim cético. Isto é, não creio que deus exista, porque não acho indício nenhum disso. Mas não tenho certeza de que não existe. Ele pode saber se camuflar perfeitamente. O fato é que não há nada que exija a suposição da existência de deus para ser explicado. Logo... para que supor? Ainda mais que tudo o que os que acreditam nele dizem que ele faz, não faz coisa nenhuma. Se existir é um tremendo de um incompetente e mais: muito malévolo. Perverso mesmo.
Você faltou considerar duas possibilidades: panteísta e panenteista.

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Antes do surgimento do universo, existia o nada (possibilidade). Qual a sua definição do "nada"?

Não existia "o nada". Não existia nada! É muito diferente. "O nada" é alguma coisa. Nada não é nada. Antes de haver Universo não havia espaço, tempo nem conteúdo de espécie alguma, Nem vazio, nem "antes". Nada não é uma entidade. Nada é uma palavra para designar a ausência total de tudo. Inclusive de Deus, pois se este existisse, existiria algo e como o Universo é o conjunto de tudo o que existe, ele já existiria, consistindo apenas em Deus. Mas Deus é uma hipótese absolutamente dispensável. Nada não é vácuo, pois vácuo contém campos e radiação, além de preencher um espaço. Nem é vazio, pois vazio, mesmo sem ter matéria nem vácuo, tem espaço. E nada não tem nem espaço, mesmo vazio.

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José Sarney e Roseana Sarney dizem que vão largar a política em 2014 , sérá que isso vai acontecer ? e se acontecer quais serão as pretensões dessa familia ? "Desculpa-me a pergunta coletiva / $uce$$o.

Continuar fruindo da riqueza toda que amealharam com a política, influindo nos bastidores por meio de testas de ferro e ficarem mais ricos ainda. É uma lástima, mas, ter coragem para enfrentá-los de frente e correr o risco de ser morto não é para qualquer um, nem para um presidente da república. Quem sabe não surja por lá um novo Lampião.
Seu desejo de $uce$$o, para mim não tem significado nenhum, pois sou uma pessoa totalmente despossuída de bens e gasto tudo o que ganho com muita gente. Sucesso, para mim, é conseguir acabar com essa vilania toda que campeia na sociedade e estabelecer um mundo justo, harmônico, próspero, fraterno e feliz para todos e não só para alguns. Para isso é que me especializei em dar murro em ponta de faca, inventar moda e caçar sarna par me coçar.

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O senhor conhece alguma fonte de artigos de física que não seja paga?

Infelizmente não. Todos são pagos e caros. Mas você pode se cadastrar na Biblioteca do CBPF e conseguir xerox pelo COMUT, via a Bilbioteca de sua Universidade.

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Essa é a sua foto mais bonita, você está um amor nela.

Obrigado pela apreciação!

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Saberia dizer qual é um bom caminho para sair da mediocridade?

Ser você mesma e não se importar em ser e agir de modo diferente do que esperam de você. Rebelar-se contra a tirania da padronização dos gostos, atitudes, concepções. Impor sua personalidade única a despeito de pagar micos, de ser execrada pelos que não ousam distoar do que se espera deles. Ler, pensar, refletir, discutir, discordar. Mas não só dos pais e dos caretas. Dos amigos também, quando for o caso.

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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Olá! Vi no seu perfil que você se considera uma pessoa que está em busca da verdade, e gostaria de saber se você já conseguiu encontrar grandes verdades neste mundo. Se sim, quais?

Sim, mas elas não são, em geral, adotadas pelo mundo. Mas são as que, em minhas observações, estudos e reflexões concluí que são válidas e devem prevalecer para que este mundo seja um lugar justo, harmônico, fraterno, próspero e feliz, para todos e não só para alguns. Eis uma lista do que agora me lembro:

-Existe um mundo exterior à nossa mente.
-Deus não existe.
-O Universo surgiu espontaneamente, sem ter do que provir, sem causa, sem planejamento e sem propósito, o mesmo tendo ocorrido com a vida.
-O indeterminismo e a incausalidade são os fatores preponderantes para o desencadeamento dos eventos.
-Todas as espécies vivas, dentre elas a nossa, surgiram por um processo evolutivo natural.
-A vida é a maior preciosidade existente e temos que cobri-la de significado, pois é única.
-A mente é uma ocorrência advinda simplesmente do funcionamento do cérebro e anexos e se extingue totalmente com a morte do organismo.
-A felicidade é o valor supremo da vida, mas felicidade não é gozo desenfreado de prazeres, mas a satisfação por estar se dando um significado à vida, fazendo o bem.
-Todos sempre temos a ver com tudo de que tomamos conhecimento. Omitir-se é uma desonra.
-O bem e o mal são valores opostos e de existência independente de qualquer noção de divindade. Um não é apenas a negação do outro, mas situações positivamente colocadas.
-O bem é um valor que precisa prevalecer e o mal ser eliminado.
-A verdade é mais importante do que qualquer consideração, exceto a compaixão. Mas está acima do lucro e de qualquer vantagem.
-O amor e a bondade devem nortear as atitudes e decisões da vida. Amor não se pode podar e quanto mais intensa e a mais seres amarmos melhor será o mundo. Todos os tipos de amor: afeto, amizade, bem querer, atração e paixão.
-Colaboração, compartilhamento, desprendimento, solidariedade, compaixão, bondade, altruísmo são muito mais valiosos e importantes para o bem geral de todos, e, em consequência, de cada um, do que competição, ganância, egoísmo, ambição, avareza, cobiça e rapinagem.
-A prioridade maior da sociedade é a educação, pois por meio dela tudo o mais será alcançado: saúde, prosperidade, segurança, harmonia, felicidade.
-Todos os seres humanos são iguais e como tal devem ser tratados, sem distinção de sexo, raça, riqueza, beleza, saúde, estatura, crença, nacionalidade, idade, opinião ou qualquer outro critério diferenciador.
-A ciência e a filosofia são os únicos meios de se alcançar ou, pelo menos, se aproximar da verdade.
-O ceticismo é a metodologia mais adequada à busca da verdade.
-Crenças podem ser admitidas quando não houver meios de se verificar o conhecimento, mas apenas provisoriamente e sempre com a disposição de revogá-las em razão de conhecimentos adquiridos que as contrariem.
-Fé e esperança não são virtudes, mas vícios que devem ser eliminados como prejudiciais a uma boa conduta de vida. Crer sem fundamento nem indícios é uma atitude descabida, bem como esperar sem envidar esforços ativos para se conseguir o que seja.
-As religiões são nocivas ao bem da humanidade.
-A conduta humana pode perfeitamente ser pautada por princípios éticos inteiramente baseados em considerações humanísticas.
-A inexistência de Deus não justifica o niilismo, isto é, supor que tudo seja permitido. A ética precisa ser aplicada às ações humanas.
-Nenhuma regra moral (consuetudinária) que fira princípios éticos deve ser obedecida apenas por tradição. É preciso revogá-la.
-Nenhuma regra moral proibitiva que não fira princípios éticos precisa ser obedecida.
-A liberdade é um bem preciosíssimo que não pode sofrer coações de espécie alguma. Contudo, liberdade é apenas o direito de se fazer o que quiser, desde que não provoque dor, prejuízo, sofrimento, ou qualquer maldade deliberada, inclusive o cerceamento da liberdade dos outros. Só em casos excepcionalíssimos, para o bem coletivo ou do próprio indivíduo, é lícito restringir a liberdade de alguém. Fora isso, pode-se pensar, dizer, fazer o que se bem entenda.
-O dinheiro, a propriedade, as nações, os governos, as leis são obstáculos à plena realização do homem como pessoa e todos os esforços têm que ser envidados para abolir tais coisas da face da Terra. Todo poder de mando é execrável.
-A condução das atividades humanas tem que ser feita por consenso da coletividade envolvida e coordenada por grupos adrede constituídos, que se dissolvem finda a ação considerada.

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Seguindo-ti , $uce$$o :D

Obrigado, caríssimo. Espero não desapontá-lo.

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Um imã preso em uma mola fazendo movimento harmônico simples no vácuo, se aproximando e se afastando de uma espira, é um gerador de eletricidade perpétuo?

Não, porque no momento em que ele gerar uma corrente na espira, esta criará um campo magnético que freiará a oscilação do ímã. Este fato é conhecido como "Lei de Lenz" e permite identificar o sentido da corrente elétrica induzida na espira.

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Um avião supersônico sempre se aproxima sem ser ouvido, e de forma semelhante uma partícula (considerada campo) desenvolvendo velocidade próxima à de propagação do seu campo, se aproximaria sem ser percebida. Ao meu ver isto simula aumento de massa. ???

Não é a mesma coisa, pois o avião supersônico se move mais rápido que o campo de som que ele emite e nenhuma partícula se move mais rápida do que o campo de influência que a acompanha. Assim o campo sempre chegaria antes e indicaria a chegada da partícula. À medida que a velocidade da partícula aumenta, a concentração de campo à sua frente aumenta. Se a partícula atingisse a velocidade da luz, o campo não irradiaria dela para frente. Se isso pode ser interpretado como aumento da chamada "massa relativística", há que se desenvolver os cálculos e ver se coincide. Nunca fiz e não conheço quem o tenha feito, mas, se tiver um tempo, vou ver se acho algo a respeito na internet. Há um efeito parecido com isso que é o "Efeito Cerenkov" visto em reatores nucleares com moderação a água, como é o da USP velho. É que os nêutrons saem com velocidade maior do que a da luz na água, que e um efeito estatístico, mas provoca uma luminescência azulada semelhante ao cone de choque que acontece no avião que ultrapassa a barreira do som.
http://www.ipen.br/sitio/?idc=1571
http://maarynna27.blogspot.com/2009/03/quebrando-barreira-do-som.html

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Haveria como o universo ter surgido sem prover de alguma coisa? Como poderia ter acontecido?

Certamente que sim. Não há outra alternativa, a não ser que ele sempre tenha existido. Mesmo que se considere que tenha sido criado por Deus, ele teve que criá-lo a partir de nada, pois nada havia de onde tirar tudo o que existe. Se existisse algo, isso já seria o Universo e Deus apenas o teria organizado e não criado. Sem considerar Deus, tudo surgiu, também de nada, só que por acaso, sem a interveniência de um agente extrínseco ao Universo. Aliás, a existência de Deus é um caso complicado de se entender. Se o Universo é o conjunto de tudo o que existe, Deus faz parte dele. Se Deus sempre existiu, assim também o Universo. A não ser que o Universo seja tudo, fora Deus. Como saber? Para mim não existe Deus nenhum e o Universo surgiu espontaneamente, de nada (mas não do nada), sem causa, sem plano e sem propósito. Como? Não se sabe. Se se disser que foi uma flutuação aleatória do vácuo, então já existia vácuo, que é alguma coisa e não nada, pois, inclusive, preenche um espaço, que não é vazio. Aliás, espaço vazio é algo que não existe. Esse vácuo seria, portanto, o Universo. E como ele surgiu? Sempre existiu? Ainda não se têm respostas para essas perguntas, o que não significa que não se terá nunca e nem que seja preciso inventar alguma interveniência divina para responder.

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Ernesto, assim que eu acabar minha graduação eu pretendo fazer outra de matemática ou Física, só que gosto de ambas e não consigo me decidir, gosto um pouco mais de matemática só que tenho muito mais curiosidade pela Física, o que eu faço? rs

Faça Física e acrescente umas disciplinas extras de Matemática. O Curso de Física, em seu currículo, já tem grande parte das disciplinas do Curso de Matemática. A complementação será pequena.

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Mas e no sentido de política pública? Ninguém cria consciência de ética do jeito que você falou, espontaneamente. Isso vem da educação, principalmente. E educação é um tipo de política pública.

Esta é exatamente a questão. O anarquismo só pode ser alcançado de forma assumida espontaneamente e isso só se obtém pela educação. E a educação, para isso, tem que ser pública, pois a privada dificilmente pugnará pela abolição da propriedade e do dinheiro. Mas o estado poderá promover o seu próprio suicídio programado, porque é na política que podem florescer os comportamentos idealistas. De modo diverso do que o proposto tanto pelos comunistas (a ditadura do proletariado) quanto pelos anarquistas revolucionários do século XIX, a solução tem que ser gradual e pacífica, por meio da educação, da propaganda e de uma legislação progressivamente intencionada a diminuir o papel do estado, do dinheiro e da propriedade. Por isso é que se trata de um projeto para dezenas de gerações, isto é, vários séculos, ou, até, milênios. Mas tem que começar. E se valer da ética espontânea também. Não que o ser humano seja bom por natureza, mas ele tem tanto a bondade quanto a maldade. Mas, o que posso perceber, é que a bondade é mais abundante.

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Senhor. Sabe me dizer se já tentaram ou ainda tentam abordar a evolução do universo através do tempo através de um atrator, como fazem os meteorologistas?

Não conheço nenhum tipo de modelo assim. Vou até fazer uma varredura pela internet para ver se há. A questão, penso eu, é que teria que ser um repulsor e não um atrator. Além disso o efeito repulsivo aumenta com a distância e não diminui, como os atratores normais. E não se trata de uma interação entre o conteúdo do Universo, mas um inchamento do próprio espaço, sem que seu conteúdo se mova (mas pode haver movimento superposto).

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Hahahah, poxa, o Ernesto é mesmo muito formal, mas não parece representar um personagem; é o jeito dele, diria.

Você acertou. Este é o meu modo de ser e sou assim desde criança. Não sou casmurro, sou alegre, mas sou sério. Talvez pelo meu nome (ernst em alemão significa sério). Tenho idéias bastante avançadas, como o ateísmo, o anarquismo, o igualitarismo, o pacifismo, o livre pensamento, o ceticismo, o humanismo, o secularismo e o poliamorismo, e tomo atitudes consonantes com elas, com ser uma pessoa totalmente despossuída (isto é, sem bens nenhum) mas tenho um estilo formal e, até, aristocrático, que herdei de minha família. Apesar disso sou uma pessoa muito estimada em meu meio. Mas não gosto de farras nem de muita brincadeira. Às vezes faço algumas, mas quem não tem uma certa cultura e inteligência não entende.

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Qual a sua opinião em relação ao voto distrital? E ao voto aberto (não secreto) no parlamento?

Total e completamente a favor. Como já são 01:21 e eu acordo às 06:00, preciso dormir (ainda não consegui dispensar isso, mas pretendo). Depois eu volto a essa pergunta e desenvolvo uns comentários justificando minha opinião.

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Me fale sua opinião sobre a igualdade dos gêneros (homem e mulher) e o que deveria ser feito para essa igualdade existir na teoria e na prática.

A distinção entre sexo e gênero é que o primeiro é biológico e o segundo social. Sem dúvida há distinção biológica entre os sexos, já que o homem não gesta, não pare e não aleita. Quando ao resto, de modo geral, os sexos têm as mesmas capacidades. A diferença principal está na anatomia da genitália e nos caracteres secundários (barba, seios etc). Nas sociedades primitivas os gêneros correspondentes a cada sexo tinham papéis distintos e bem estabelecidos. O mundo moderno não exige essa distinção e, praticamente, qualquer atividade social ou econômica pode ser executada por qualquer dos gêneros. E se, mais ou menos, existe metade da população feminina e metade masculina, toda atividade deveria ser exercida, metade por homens, metade por mulheres. Só não é por causa da tradição histórica que ainda não foi completamente revogada. Um aspecto importante da igualdade entre os gêneros é que todo direito do homem tem que ser também da mulher, todo direito da mulher tem que ser também do homem, todo dever do homem tem que ser também da mulher e todo dever da mulher tem que ser também do homem. Sem exceção. Assim os homens têm que ter direito à licença paternidade igual à das mulheres, as mulheres têm que ter a obrigação de prover o lar igual à dos homens, os homens têm que ter a obrigação de fazer os serviços domésticos igual às mulheres. O serviço militar (enquanto não for extinto) tem que ser igualmente exercido por homens e mulheres. O papa (enquanto ainda exista) tem que poder ser homem ou mulher e tudo o mais. Sou, portanto, um feminista radical. Se alguma atividade não puder ser exercida por homens ou por mulheres, que seja extinta. Em todos os lugares e ocupações devem ser encontrados trabalhadores masculinos e femininos em igual número, na média. Para que se possa, com isso, atender aos cuidados com a criação dos filhos há duas soluções: que todo trabalho seja de meio expediente e que, em cada família, um dos pais trabalhe num turno e o outro em outro, ficando sempre um em casa cuidando dos filhos e dos afazeres domésticos, igualmente distribuídos. O melhor seria a abolição da família mononuclear e a instituição da família coletiva, em que vários casais morem em uma mesma macro-residência e todos cuidam dos filhos de todos, sendo os afazeres domésticos executados por rodízio. Tal arranjo poderia, inclusive, contemplar a possibilidade da poligamia, masculina, feminina ou mista. Isto não é nada imoral nem indecente, desde que consentido por todos os envolvidos.
Tal situação precisa ser alcançada logo, a despeito do entrave das tradições e da religião. O ideal é que essas tradições e esses preceitos religiosos sejam abolidos. O islã é um grande obstáculo. No mundo cristão isso é mais fácil. A disseminação do ateísmo e do anarquismo facilitaria esse processo. A solução está na educação. As escolas precisam incutir esses valores na infância e na juventude para que eles contrariem os dos seus pais e comecem a mudar o mundo. Também é preciso que leis sejam promulgadas no sentido de impedir qualquer tipo de discriminação por gênero (como aliás, qualquer outro tipo de discriminação e preconceito). Vale portanto se candidatar a cargos políticos com essa plataforma e, sendo eleito, propor esse tipo de lei, insistindo sem esmorecimento até que se consiga, Dar o exemplo e fazer muita propaganda, admoestando quem assim não proceda, até mesmo por meio de irreverência (chacota). Ridicularizar o machismo é um bom caminho também.

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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Qual a refutação para o argumento cosmológico Kalam???????

Já disse isso muitas vezes e vou repetir. O argumento Kalam diz que o Universo não pode ser eterno para o passado pois, se o fosse, para se chegar desde o seu início até hoje, seria preciso passar um tempo infinito e, portanto, nunca se conseguiria atingir o presente. Como o presente existe, pois estamos nele, por redução ao absurdo, o Universo teve que ter um início em um tempo finito para o passado. Pensando dessa forma, está correto. Então onde está a falácia. A questão é a interpretação de um tempo infinito para o passado. Isto não significa que houve um início dos tempos, cujo momento seria infinitamente deslocado para o passado, mas sim que não houve início dos tempos nenhum. Qualquer momento concebido teria um anterior, indefinidamente. Considerando-se assim, não é impossível haver o presente, porque não se teria que esperar o decurso de nenhum tempo para se chegar a hoje. Matematicamente o argumento Kalam considera que uma infinidade para o passado seria como uma semi-reta, cuja origem fosse colocada infinitamente longe. Isto não pode acontecer, porque infinito não é uma coordenada admissível, pois não é um número. Não se pode ter um intervalo com extremo infinito fechado. Todo extremo infinito de um intervalo é aberto. Assim, infinito para o passado é uma reta (se também for infinita para o futuro) ou uma semi-reta, mas como lado fechado para o futuro, se houver um término do tempo. O mais razoável é considerar o presente como o extremo fechado que vai continuamente se deslocando. Isso não impede que não haja extremo no passado, sem problema nenhum. Mas não prova que seja assim, apenas que poderia ser assim. São as constatações fenomenológicas que dirão se houve ou não um início dos tempos. E elas parecem dizer que sim. Só que não por causa do argumento Kalam.

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Professor, Não consigo ler um texto de 50 paginas e absorver tdo o que estava escrito. O senhor conhece algum estudo que diga qual uma melhor maneira de estudar que seja mais eficiente? Acho que muitos estudantes tem uma certa dificuldade com isso. Obg!

Você deve ter um Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade que acomete de 3% a 5% da população. Antes de tentar qualquer método de estudo você deve consultar um médico especialista, pois isto pode ser tratado. Veja este artigo:
http://www.tdah.org.br/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item&id=11&Itemid=116&lang=br

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O que acha da maturidade? idade tem algo relacionado?

Maturidade é um estado de espírito que, apesar de ser mais encontrado em pessoas mais velhas, não exclui a juventude. Trata-se de um modo de ver a vida com sabedoria, ponderação e responsabilidade, valorizando os valores mais significativos e perenes da existência na tomada de decisões. Isto não significa casmurrice, teimosia nem falta de abertura para novas possibilidades, nem falta de entusiasmo para viver intensamente e para mudar o mundo. Assim como há jovens maduros, há velhos imaturos, que permanecem irresponsáveis e inconsequentes. Mas velhos com essa maturidade, certamente são pessoas joviais, entusiasmadas, cativantes e que irradiam um brilho interior que só a acumulação proveitosa das experiências da vida, adequadamente trabalhadas com sabedoria, são capazes de provocar. Isso significa que valorizam o amor em primeiro lugar, em seguida a verdade, a justiça, a solidariedade, o ardor da luta pelo prevalecimento do bem e pela erradicação do mal. E que, são meio loucos, porque não se submetem aos ditames idiotas da sociedade morna e submissa. São o ideal de ser humano por sua nobreza de caráter, sua admirável valentia, altivez, mesclada pela doçura do olhar benevolente, sem servilismo. Muitos jovens são assim e a eles eu declaro minha admiração e grande estima. Se você é assim, congratulações, um abraço e um beijo, pois eu te amo. E se não for ainda, só essa pergunta me revela que você tem esse tipo de disposição.

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Não lhe incomoda essa prepotência e pedância desses pseudo-filósofos? Não estou me referindo aos filosofos sérios, mas sim aos que gostam de ficar jogando com a retórica e sofismo.

Comecei a fazer um curso de Filosofia e interrompi por falta de tempo. Desde meus 12 ou 13 anos que leio muito filosofia e escolhi fazer cosmologia por ser a parte mais filosófica da física. No bacharelado também lecionava quântica, eletromagnetismo e mecânica clássica (além dos métodos matemáticos), para poder sempre estar me aprofundando nos aspectos filosóficos. Um problema que vejo é que os cursos de filosofia não formam filósofos e sim entendidos em filosofia. Quase todas as teses de mestrado e doutorado não desenvolvem nada de novo, mas apenas se debruçam sobre o trabalho de algum filósofo famoso. E tem as escolas. Tem os idealistas, os criticistas, os analíticos, os marxistas, os seguidores de Nietzsche e assim por diante. Eu gostaria que a filosofia fosse mais científica, sem essa de escolas de pensamento. Não que fosse estática, mas que, a cada momento, houvesse um paradigma global, aceito pela comunidade, como acontece com a física. A teoria das branas e supercordas está sendo desenvovida, mas ainda não é o paradigma. É só hipótese. Do mesmo modo o Gravitational Loop e outros que tais. Por enquanto temos o modelo padrão e a interpretação de Copenhagen. E na filosofia, psicologia, economia, sociologia, qual é o padrão? Não tem. Escolas conflitantes coexistem simultaneamente. Como confiar? Esse é o grande problema. Não sou filósofo mas dou os meus pitacos exatamente procurando obter uma formulação independente de opinião e que não seja rotulada de escola nenhuma. Apenas filosofia. Acho o debate com pessoas que pensam diferente estimulante, até mesmo para corrigir os meus rumos, quando vejo que estou errado.

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É lógico que a causa do decaimento radioativo é o desequilíbrio do núcleo do átomo. Se você quiser chamar isso de "condição", do as you wish, mas vai ser uma causa (eficiente!) aristotélica como todas as outras.

Isso é que é um jogo de palavras. Chamar condição de causa eficiente. Causa é só quando é determinante. Este é o significado da palavra. Não importa o que disse Aristóteles ou Tomás de Aquino. Um grande problema na Filosofia é esse de ficar citando fulano ou beltrano. Isso não importa. O que importa é o que está sendo dito. É muito importante ler tudo o que os filósofos disseram, mas é preciso, a partir daí, peneirar tudo e fazer uma síntese atualizada em face dos novos conhecimentos proporcionados pela ciência. A filosofia precisa se libertar das "escolas de pensamento", das opiniões divergentes e chegar a um consenso na comunidade, inclusive quanto ao significado dos termos. Devia haver uma IUP (International Union of Philosophy), como há a IUPAP e a IUPAC da Física e da Química, para definir os termos utilizados. Dicionários como o Lalande e o Abbagnano citam inúmeras definições para o mesmo verbete, dependendo da escola. Isso poderia ser um apanhado histórico mas, no fim, seria preciso ter o conceito estabelecido convencionalmente de modo universal, até que se modifique numa conferência internacional. O fato é que ter condição atendida não provoca a ocorrência que poderá se dar fortuitamente e isso é o que eu chamo de evento incausado. Poderia se argumentar, como Deleuse, que filosofar é construir conceitos. Não é. Isto é só o começo da conversa. Uma vez estabelecidos os conceitos, que são arbitrários, mas têm que ser consensuais na comunidade, filosofar é descobrir as relações entre o que esses conceitos se referem guardam entre si na realidade.

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terça-feira, 27 de setembro de 2011

O que acha de Olavo de Carvalho?

http://wolfedler.blogspot.com/2010/09/que-achas-de-olavo-de-carvalho.html

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De novo, você confunde causalidade com determinação, o que é erro filosófico primário, aliás típico de físicos. Todo mundo sabe as causas do decaimento radioativo, você inclusive. Mas veja que São Tomás de Aquino dizia que a matéria causa indeterminação.

As denominadas causas de Aristóteles, não são propriamente causas, exceto a causa eficiente. Causa material não é causa, é a substância de que algo seja feito, como, matéria, campo, radiação ou espírito, se existir. Causa formal também não é causa e sim o modo como o conteúdo se organiza, causa final não é causa e sim propósito, objetivo. Causa eficiente é a que, de fato determina a ocorrência do evento. Não estou confundindo causa com determinação. Estou dizendo que são exatamente a mesma coisa. Outra aspecto é que seres não têm causa, só eventos. O que pode ter causa é o evento da passagem do ser da inexistência para a existência. Mas todo evento tem alguma condição de ocorrência, ou seja, uma situação que precisa estar presente para que ele se dê. Isto não é causa, porque permite, mas não determina a ocorrência. A metafísica e a ontologia não estão derrubadas como muitos queriam, mas sua concepção aristotélico-tomista certamente requer uma ampla e profunda revisão. Ninguém sabe a causa do decaimento radioativo, sabe apenas as condições que precisam existir para que ele se dê. Isto não é causa, porque, preenchidas essas condições ele pode não se dar. O que provoca indeterminação não é matéria, mas a própria natureza essencial do conteúdo do Universo, seja ele matéria, campo ou radiação.

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Já aconteceu algum momento com você realmente incrível que você chegue a pensar que algo dessa forma nunca voltará a acontecer? Como foi?

Sim, quando me apaixonei por uma pessoa que preencheu todos os requisitos que considero ideais e supus que fosse correspondido. Mas não era. Foi um momento memorável, mas de efemeridade lamentável. A probabilidade de que volte a acontecer é quase nula. Mas o êxtase inebriante que experimentei será, para sempre, minha mais radiosa memória. Vale ouvir estas músicas:
http://www.youtube.com/watch?v=cjNFHV2mxAg
http://www.youtube.com/watch?v=CwvUmdO-bQI

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Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação

Não adianta mudar semanticamente os termos para fazer valer seus argumentos, meu caro. Há causa no decaimento radioativo sim, ainda que o momento da ocorrência da emissão seja indeterminado.

Não há não. Isto é um preconceito. As pessoas não querem achar que possam haver eventos sem causa e, quando não as encontram, dizem que são ocultas. É o mesmo tipo de pensamento que levou o homem primitivo a inventar o conceito de deus como o causador dos fatos para os quais não achava explicação, Porque não admitir que possa haver evento sem causa? Que necessidade há de que haja causa? A única razão para admitir que a causa seja necessária seria a sua constatação em todos os casos. Mas isto não é possível e nem foi achada em muitos casos examinados, como os exemplificados. Então qual a necessidade dela?

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O que é a felicidade para você? Como alcançá-la?

http://wolfedler.blogspot.com/2011/09/o-que-voce-acha-da-felicidade.html

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Resuma em poucas frases o seu ideal anarquista? Tem algum escritor anarquista predileto?

http://wolfedler.blogspot.com/2011/09/achei-muito-interessante-seu-ponto-de.html

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Professor, tenho grande interesse por filosofia, mas não sei por começar. Você recomenda algum guia ou começar lendo por ordem cronológica (pré-socráticos, Sócrates, Platão, etc.. até a época atual)? Obrigado

Veja estes links:
http://wolfedler.blogspot.com/2011/08/me-indique-algum-livro-de-filosofia.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/07/professor-me-indica-livros-sobre.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/02/thnf-o-sr-sempre-indica-um-livro.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/02/por-onde-comecar-estudar-filosofia-por.html

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Mas nenhum desses eventos é incausado, Ernesto. Não sou especialista em mecânica quântica, mas eles derivam da energia quântica subjacente no vácuo. É probabilístico, mas não incausado.

São incausados sim. É preciso não confundir causa com condição. Condição é uma situação que possibilita a ocorrência de um evento, mas não o determina. A emissão de um fóton por um átomo requer que ele esteja excitado. Isto é uma condição. Mas, estando excitado, ele pode permanecer indefinidamente assim, pode sofre um estímulo para irradiar (caso do laser) ou pode irradiar fortuitamente, isto é, sem provocação nenhuma. A única informação que se tem é a respeito da média de tempo em que eles ficam excitados até decair (tempo médio) ou o tempo ao fim do qual metade da população terá decaído (vida média). Mas não se pode prever o momento do decaimento de um particular átomo. O mesmo acontece com o decaimento radioativo do núcleo. Ele só decairá se estiver instável, mas, estando instável, pode nunca decair. Isto é diferente dos sistemas macroscópicos, em que a ocorrência de um evento global para o sistema significa um número enorme de eventos singulares de seushttp://wolfedler.blogspot.com/2011/08/tudo-que-passa-existir-tem-uma-condicao.htmlconstituintes. Aí é que aparece o determinismo macroscópico. Este tema é muito bem abordado por Ilya Prigogine em sua obra "O fim das certezas". Não só a causalidade, como o determinismo foram abolidos pela Física Quântica, isto é, as mesmas causas, nas mesmas condições podem acarretar efeitos diferentes. Novamente, no nível macroscópico, o comportamento estatístico conduz à aparência de determinismo. Mas o que interessa, filosoficamente, e não na prática, é que não existe principio de causalidade nenhum e nem o determinismo. O que existe é o acaso e as probabilidades. Portanto a premissa maior do argumento cosmológico e do argumento do motor primo, das cinco vias de Tomás de Aquino, não valem. Outra falácia desses argumentos é a impossibilidade da existência eterna do Universo para o passado, pretensamente garantida pelo famoso "Argumento Kalam". Já mostrei muitas vezes neste formspring (com cópia em meu blog) porque ele é falacioso. O Universo, pelos dados observacionais, teve um início, mas não há argumento de ordem lógica, ontológica, epistemológica ou fenomenológica que o impeça de sempre ter existido.
Veja isto:
http://wolfedler.blogspot.com/2011/08/tudo-que-passa-existir-tem-uma-condicao.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/01/httpquebrandooencantodoneoateismowordpr.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/01/o-nao-seria-apenas-um-conceito-mental.html
http://wolfedler.blogspot.com/2010/12/infinidade-preterita-parece-possivel-se.html
http://wolfedler.blogspot.com/2010/10/se-tudo-sempre-existiu-estamos-diante.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/09/qual-grande-diferenca-que-ve-entre-um.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/08/voce-poderia-dar-exemplos-de-entes-sem.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/06/no-seu-blog-no-texto-sem-causa-o-senhor.html
http://wolfedler.blogspot.com/2011/04/ernesto-como-vc-refutaria-esse-festival.html
http://wolfedler.blogspot.com/2010/12/interpretacao-determinista-da-fisica.html

Isto é uma amostra de tudo o que já escreví a respeito. Pode procurar na caiza de busca desse blog, como também do outro que tenho:
www.ruckert.pro.br/blog

Veja também o site: www.ruckert.pro.br

Um abraço.

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"Porque essa transformação requer um agente?" Ex nihilo, nihil fit. Toda potência necessita de um agente para atualizá-la. Metafísica 101.

Não é verdade! Trata-se de um preconceito advindo da observação das ocorrências macroscópicas acessíveis à observação humana, dentro de sua escala de dimensões e intervalos de tempo. Por um raciocínio indutivo, como se observa que todo evento tenha uma causa, estende-se tal consideração a todos eles. Mas nenhuma conclusão tirada por indução é garantida. Basta um contra-exemplo para derrubá-la. E no mundo sub-atômico existem miríades de eventos incausados se dando a todo momento em todos os lugares do Universo. O decaimento radioativo, a emissão de fótons por átomos excitados e o surgimento de pares de partícula e antipartícula por flutuação do campo do vácuo são os mais notáveis. E eles estão diante de nós em todos os sistemas que emitem luz própria, por exemplo. No caso macroscópico o que acontece é que os eventos são coletivos em uma coletividade da ordem de grandeza da vigésima ou maior potência de dez. Considerando os eventos independentes, para simplificar, a ocorrência de uma coletividade deles, que seria um espaço amostral de sucesso, por exemplo, do acendimento de uma lâmpada pela ação da corrente elétrica, ou do deslocamento de um bloco pela ação do empurrão de um dedo, envolve possibilidades alternativas e concomitantes de um número tão grande de eventos elementares (emissão de cada fóton ou interação de cada átomo do dedo com um átomo do bloco) que a probabilidade tende à unidade, já que, nesse caso, elas são somadas. Então se tem a impressão de que ao se aproximar um dedo de um bloco, ele o empurrará, como se fosse um fato determinista. Mas isto é um resultado estatístico. Há a probabilidade, remotíssima, do dedo passar por dentro do bloco. Então, causação, no mundo macroscópico, é um efeito estatístico de eventos singulares fortuitos. Pode haver causação em eventos singulares sub-atômicos, como no caso da emissão de luz por um laser. O importante, contudo, é que isto não é uma obrigatoriedade. O que ocorre, sempre, é que, havendo causação em algum efeito, ela o precede no tempo, não por uma verificação desse fato, mas pela própria concepção do que seja tempo.

Por outro lado, a noção de ato e potência da metafísica aristotélica, reforçada pela escolástica, é uma noção inteiramente descabida e só tem sentido em certas circunstâncias, da mesma forma que a classificação aristotélica das causas. Sou um grande admirador de Aristóteles, principalmente por ter se oposto ao platonismo, esse sim, um grandissíssimo despautério. Mas Aristóteles teve uma autoridade tão grande sobre o pensamento árabe e ocidental, que tolheu o desenvolvimento da ciência por quase dois mil anos. Sem ele, talvez Demócrito, Leucipo, Epicuro e outros tivessem tido seguidores que possibilitariam o progresso da ciência muito mais rápido. Sem contar com a grande muralha ao livre pensamento que foi a disseminação da fé cristã, como mostra o bárbaro assassinato de Hipatia de Alexandria.

"Ex nihilo, omnia fiunt"

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Provavelmente existem buracos negros no centro das galáxias, certo? Poderia existir um buraco negro com massa o bastante para prender os das galáxias em sua órbita?

Existem sistemas de galáxias que orbitam uma delas, maior, que, geralmente, tem um buraco negro no centro. Mas, mesmo que não tenha, isso não altera a massa total da galáxia, pois o buraco negro foi formado por estrelas da galáxia. Quanto a um único buraco negro ter todas as galáxias visíveis em órbita, isto não ocorre, pois a mais larga estrutura do Universo são os filamentos de aglomerados de galáxias que formam uma espécie de esponja por todo o Universo, sem que haja uma rotação global do conjunto em torno de nada.

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Se a base de tudo for campo, então a dificuldade do campo para acelerar uma partícula (que também é campo) até v = c, se deve apenas ao fato haver um limite na velocidade de propagação destes 2 campos, e não devido ao aumento de massa da partícula. ???

Toda aceleração provém de uma interação que é uma ação entre campos quantizados em partículas e não quantizados. Maior massa significa maior quantidade de energia interna no campo que se quantizou em partícula. Isto significa maior inércia, pois ela está mais ligada com o resto do Universo, sendo mais difícil alterar as configurações dessas ligações, que significam o movimento. O limite de velocidade c para uma partícula massiva significa, justamente, que esse é o máximo esgarçamento dessas ligações. A noção de aumento de massa com a velocidade não é uma boa descrição do que ocorre. A massa sempre é a massa de repouso, ligada à energia interna da partícula ou do sistema. Com o aumento da velocidade, nessa descrição de considerar tudo como um campo só do Universo, surge um aumento da dificuldade de promover a mudança da configuração (que é o posicionamento relativo de cada coisa) e isto é chamado inércia. Ou seja, quanto maior a velocidade, maior a inércia. Como, na visão clássica, a inércia está ligada à massa, imagina-se que houve aumento de massa, mas não houve. Modernamente, mesmo na descrição relativística clássica das partículas, isto é, sem quantizações de campo, já não se fala mais de "massa relativística".

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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

gostou de tim and eric?? e de ornstein??

Gostei muito do Ornstein. Tanto que vou fazer uma compilação para passar em meu programa de música clássica, talvez com o Bartok, o Messiaen, o Scriabin e o John Cage. O público não aprecia muito, mas tem que acostumar, de vez em quando. O problema e que tenho que montar o CD todo e isto demora. Ainda tenho que pesquisar para fazer os comentários.
Quanto ao Tim e Eric, não são muito o meu tipo. Mas o vídeo sobre o Universo foi interessante.

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Como forma de protesto, se para cada litro de esgoto que produzimos, lançássemos pelo ralo mais cinco de água limpa, embora tratada, estaríamos (em SP) tornando o Tietê cinco vezes mais limpo. Não seria valido radicalizar em favor de causa tão nobre?

Isto não seria uma boa ideia, porque iria provocar o desabastecimento de água, além de ser mais dispendioso do que fazer o tratamento adequado do esgoto. Este é um empreendimento que a prefeitura e o estado, até com auxilio federal, precisam investir maciça e corajosamente, num projeto de longo prazo, isto é, muitas décadas e, portanto, muitos governos. Mas o povo também tem que contribuir ativa e participativamente, não deixando as soluções só para o governo. Reduzindo drasticamente o desperdício, o gasto de água, reciclando lixo, não dando tanta descarga, construindo fossas assépticas, não pavimentando tanto o solo, mudando-se para o interior e uma série de medidas.

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Professor, se a tua mulher é formada em Homeopatia prática, o que ela lhe diz a respeito da Homeopatia? Ela acredita ainda? Como ela defende a Homeopatia?

Ela considera que há relatos suficientes para garantir a credibilidade da homeopatia, mesmo que sejam relatos informais e não uma pesquisa controlada. E ela crê na homeopatia com existem pessoas que creem na reencarnação, por exemplo.

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O sr. tem alguma critica ao argumento da "sintonia fina do universo" usada pelo Craig como evidencia da existencia de Deus?

A sintonia fina não é sintonia coisa nenhuma. Acontece que os valores das constantes físicas existentes no Universo surgiram de tal forma que permitiram a ocorrência da vida, tal qual é. Primeiro que não determinaram. Mesmo com esses valores a vida poderia não ter surgido. Segundo que, se fossem outros valores, poderiam ter surgido outros tipos de estruturas bem diferentes que até poderiam ser consideradas vida, se tivessem a propriedade de agir por sua própria iniciativa. Terceiro que nada indica que esses valores tenham sido projetados para fazer surgir a vida e nem que tenha havido alguma inteligência planejadora deles. A hipótese mais simples e plausível é a da coincidência. Se não fosse assim não seria como é, ou, até mesmo, não haveria nada. A questão de que a probabilidade seja muito pequena, ínfima mesmo, não é motivo para considerar que este acaso seja impossível. Aliás discuti essa questão de probabilidade nesta resposta:
http://www.formspring.me/wolfedler/q/242423182340931277
Em suma, não há razão nenhuma para supor que tudo não passe de coincidência e, como disse na outra resposta, tenhamos ganho na loteria. Os crentes argumentam que é preciso muita fé para achar que possa ser coincidência. Ora, não é preciso fé nenhuma. Coincidência é coincidência. Fé é preciso para supor que haja algum ente misterioso e invisível, extrínseco ao Universo, que o tenha criado de nada com o propósito de nele fazer surgir a vida. O surgimento da vida é um fato raríssimo, mas está aí, quer dizer que coincidiu de surgir, mesmo com a baixa probabilidade. É o caso de quem ganha na loteria. A probabilidade é baixa, mas alguém ganha, mesmo assim. O que ele supõe que seja prova é apenas a incapacidade de entender que improvável não é impossível.

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domingo, 25 de setembro de 2011

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente. vc já passou por uma dessas despedidas ?

Sim. Amar, de verdade mesmo, é uma comunhão de seres cujo rompimento dilacera as fibras mais entranhadas do coração, que já não batia cada um por si. A chaga que se abre é um vazio no peito, uma angústia existencial e uma amargura sem par. Mesmo que esse amor tenha sido puramente platônico e nunca realizado no plano carnal, exceto nos anseios e expectativas. Uma coisa é certa: se o amor é mesmo profundo, sincero e verdadeiro, ele nunca se rompe. O que se rompe é o romance, o namoro, o sexo, quando houver, a companhia, a amizade, a cumplicidade, a confidência, mas não o amor. Esse nunca cessará, enquanto se viver. A lembrança, a ternura, o carinho, o desvelo e a esperança do retorno permanecerão para sempre. O tempo aliviará a depressão e a alegria da vida até pode voltar e, mesmo, um novo amor se encontrar. Mas os amores são para sempre. Novos amores não extinguem os velhos. Mesmo se o rompimento tenha sido por alguma atitude vil da outra pessoa, os momentos felizes não se apagarão da lembrança e a sua recordação sempre trará uma lágrima furtiva. E a saudade que se terá será, inclusive, dos momentos felizes que não se viveu. Uma das mais cruéis opções que a humanidade fez em sua evolução social, ao instituir a célula familiar, foi a exigência, de razão econômica, da exclusividade conjugal, que se estendeu para a exclusividade amorosa, nem sempre atendida, mas, quando não, de forma considerada traiçoeira, desleal, indecente e imoral, inaceitável por quem se considera o ou a detentor ou detentora da propriedade do amor de seu amado ou amada. Nada mais em desacordo com os anseios do coração e a construção de um mundo justo, harmônico, fraterno e feliz. A quantidade de infelicidade que a aceitação da pluralidade amorosa consentida evitaria, mais do que superaria toda inconveniência que se poderia levantar em contrário. É preciso que se aceite que o homem e a mulher são perfeitamente capazes de amar e amar sincera, honesta e profundamente a mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Não admitir isto é que leva as pessoas a terem que fazer escolhas e a rejeitar amores que poderiam, muito bem, ser realizados concomitantemente, com o conhecimento e o consentimento de todos os envolvidos, sem traição, sem ciúme, sem mágoas. Afinal não é a felicidade o bem último a que todos os demais se subordinam? Digo felicidade completa, e não, simplesmente, prazer, mesmo que o prazer seja um componente importantíssimo da felicidade. De um amor nunca se despede, apenas se passa a vivê-lo em um plano diferente, puramente mental, mas que pode, como diz o poeta Catulo da Paixão Cearense, nos deixar um travor amaríssimo em seu inebriante dulçor.
http://www.youtube.com/watch?v=iHGPVMANcUI

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Ernesto, existe uma comunidade chamada "Vamos derreter o Vaticano". Supondo que o Vaticano doasse mesmo o ouro, seria suficiente para acabar com a miséria no mundo? Não seria menos mesquinho se, ao menos, doassem parte do patrimônio com essa intenção?

Não concordo com isso, porque, apesar de todo o confisco que o Vaticano fez, o resultado de sua arquitetura e obras de arte, até das vestes papais, é um patrimônio da humanidade, como o eram as estátuas dos budas que o Khmer Vermelho destruiu. Tudo aquilo é obra do gênio, talento e suor de muitas pessoas e não deve ser destruído, mesmo que se acabem com todas as religiões. É preciso transformar tudo em museus, bibliotecas, centros de pesquisa, hospitais e universidades. O dinheiro as aplicações e outros imóveis da Igreja (todas elas de todas as confissões e de todas as cidades) deveria ser aplicado em ações para fomentar o desenvolvimento dos povos, especialmente os mais pobres, mas não simplesmente doar aos pobres. É claro, como dizia o Betinho, que se tem que evitar que se morra de fome. Mas, mais importante do que dar o peixe é ensinar a pescar e dar as condições para se fazer isso. Se todas as religiões voltassem a sua riqueza para tais projetos, certamente minoraria bastante a pobreza do mundo. Mas não são apenas as igrejas. Grandes corporações e grandes ricaços também precisariam dedicar sua fortuna em empreendimentos para gerar empregos e produtos mais baratos. Até o anarquismo chegar.

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Supondo que a ocorrência de um determinado evento natural seja de 0,0000000001%, no tempo infinito esse evento aconteceria infinitamente?

É preciso que se entenda o verdadeiro significado da probabilidade e não o que se pensa que seja. Dizer que o sucesso de um evento tenha probabilidade p, 0<=p<=1, é dizer que em um grande conjunto de grupos de n tentativas em iguais condições, a média de sucesso seja np. Mas não que em um grupo de n tentativas haverão np sucessos. Pode não haver nenhum ou qualquer valor. Se o sucesso de um evento tiver probabilidade p e ele for tentado sequencialmente no tempo, indefinidamente, não significa que ocorrerá infinitas vezes, mas que, em um infinito conjunto de infinitas tentativas haverá infinitas ocorrências de sucesso. Percebeu a diferença? A probabilidade de ganhar na loteria é muito pequena, digamos uma em 50 milhões (p). Isto não quer dizer que só se ganhará se se esperar 50 milhões de jogadas. Em cada jogada a ocorrência de sucesso é aleatória, podendo dar qualquer valor, e um deles ocorrerá. Ou seja, sempre tem gente ganhando. O significado é que, na média de um número enorme de n jogadas, a média de sucesso de uma particular jogada será np. Isto também se dá para o surgimento do Universo e da vida por acaso. A probabilidade é muito menor do que ganhar na loteria, mas não se precisa esperar 1/p surgimentos de Universos para que apareça este em que vivemos. Não sabemos se já surgiram outros universos e desapareceram ou se existem outros em paralelo, incomunicáveis. O que sabemos é que este em que estamos surgiu de modo a propiciar a nossa existência. Quem ganha na loteria tem a mesma probabilidade ínfima de ganhar do que todos os que perdem. Mas ele ganhou. É o nosso caso.

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Qual a sua opinião em relação à maiêutica quanto método de discurso? Funciona ou não? Já a utilizou para argumentar contra alguém?

Funciona sim e eu uso muito em minhas aulas. Mas não a respeito de todos os assuntos. Supor que o conhecimento já existe na mente e que se possa extraí-lo por meio de perguntas adequadas só é válido para conhecimentos lógicos, éticos e metafísicos, mesmo assim, com restrições. Conhecimentos fenomenológicos dependem do exame da realidade externa à mente. Mas o que se pode e deve fazer é o "método da redescoberta". De forma orientada, o aprendiz pode, ele mesmo, redescobrir o que os cientistas descobriram, o que faz com que o aprendizado se torne muito mais significativo. No caso de raciocínios lógicos, também é sempre melhor levar o aprendiz a, ele mesmo, proceder às deduções e induções, ao invés de fornecer os resultados prontos. Mas há casos que isto não funciona. As definições, por exemplo, são arbitrárias e nunca se poderá pari-las. De qualquer modo, se usado em conjugação com outras formas de discussão, sempre participativas, como a dialética ou a polialética, a maiêutica é um poderoso recurso porque faz o aprendizado ser um produto construído pelo próprio aprendiz. No debate de idéias, em que se procura convencer da impropriedade de uma conclusão e da propriedade de outra, a argumentação maiêutica também pode ser usada da mesma forma que no processo ensino-aprendizagem. Mas é importante conhecer-se bem a erística e as falácias, para não cair nas armadilhas adversárias. Todavia, nunca usar de erística em benefício próprio, pois, mais importante do que vencer uma discussão é fazer prevalecer a verdade e, se ela não estiver conosco, a derrota é o que, honestamente, merecemos.

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Se supostamente todos os traficantes fossem extintos simultaneamente, como seria administrada a abstinência dos viciados a partir do dia seguinte? O traficante se tornou um mal necessário?

De modo nenhum. Com a extinção dos traficantes a abstinência seria administrada em hospitais especiais com drogas estritamente controladas até a sua supressão. Nada justifica a manutenção do tráfico de drogas, especialmente porque sempre é associado a vários outros tipos de crime. A supressão de toda a criminalidade, mesmo que leve muita gente à miséria, é um objetivo a ser perseguido. A sociedade precisa prover meios, com ou sem o estado, de sustentar as famílias que dependem do crime para extirpá-lo. Sem paternalismo, contudo.

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O que o senhor acha do Patch Adams?

Sou seu grande fã e concordo com quase tudo o que ele diz e faz.

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Existem tratamentos de homeopatia e acupuntura em animais. Ao que parece existem altos índices de recuperação. Isso não poderia ser um argumento a favor da eficacia dessa práticas?

Poderia sim. Se for confirmado. Não tenho notícias a respeito. Três dos pais da Homeopatia Veterinária foram meus parentes: Ernst Ferdinand Rückert (1795-1843) e Theodor Johann Rückert (1800-1885). Eu, contudo, não dou muito crédito a ela. Minha mulher é formada em Homeopatia prática e em Fitoterapia, em nível técnico.

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As coisas físicas necessariamente têm de ser res extensa?

Claro que não. A dinâmica de um sistema, isto é, o modo como ele funciona, é algo físico e não é extenso e nem uma "coisa", mesmo que não extensa. Matéria, campo e radiação são coisas e são extensas. Estruturas são extensas, mas não são coisas e sim formas, Ocorrências não são coisas nem são extensas. Espaço e tempo são extensos mas não são coisas. E tudo isso é físico.

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" Espaço, tempo, estruturas e fenômenos são físicos e não são substancias (isto é, não são feitos de algo palpável)" Obrigado por dar-me pistas a respeito do que poderia ser a consciência XD

Esta é a concepção de Searle sobre a mente, que advogo. A mente é uma entidade física constituída pelas estruturas e ocorrências que se dão no substrato de campo e matéria que constitui principalmente o cérebro e seus anexos, como também todo o sistema nervoso, endócrino, órgãos de sentido e o organismo completo. Todos os processos psíquicos são propriedades da mente, como percepção, memória, raciocínio, emoção, volição, consciência, auto-consciência e tudo o mais. Alguns desses processos são mais anatomo-fisiológicos, como a memória, outros de cunho mais dinâmico-estrutural, como a consciência e auto-consciência. Todavia todos eles requerem a existência e o funcionamento do substrato anatômico em que se assentam, mesmo não sendo apenas ele. Mas também não se constituem em um "epifenômeno", mas apenas em um "fenômeno", pois não possuem nenhuma característica que não possa ser reduzida, mesmo que não linearmente (isto é, como a simples soma) ao funcionamento do substrato. Esta redução tanto é de ordem causal quanto epistêmica, mas não é ontológica, pois a mente não "é" o cérebro. E, diferentemente do que querem os behavioristas radicais, existe.

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Qualquer tempo inferior à eternidade, pode ser considerado um apenas um instante, quando comparado a ela?

Não, porque eternidade não é um intervalo de tempo, do mesmo modo que infinito não é um número. Os intervalos de tempo, por maiores que sejam, podem ser expressos por um numero real de unidades arbitrárias de tempo. Um instante é um intervalo de tempo cuja duração tende a zero, mas não é nula. A grandeza tempo pode se referir a intervalos ou a momentos. O valor de um momento é o valor do intervalo de tempo entre uma origem arbitrária e aquele momento. Um momento não é a mesma coisa do que um instante, pois momento não tem duração. Apesar disso, costuma-se fazer a confusão e chamar de instante o valor do tempo atribuído a um momento. Eternidade é a concepção de que o conjunto dos momentos é ilimitado, ou para o passado, ou para o futuro, ou para ambos. Algo ser eterno significa que a sua permanência no Universo se dá ao longo de uma série ilimitada de momentos, mas não é correto dizer que tem duração infinita, pois infinito não é um valor que se possa atribuir a uma duração.

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