segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Sexo e sociedade - algumas propostas

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Em relação ao comportamento sexual sadio na sociedade, faço as seguintes propostas:

1) Toda mulher, ao nascer, deveria ter seu hímen perfurado pelo obstetra ou o pediatra que assiste ao parto. Assim não haveria nenhuma virgem e a questão careceria completamente de significado.

2) Que seja abolido em definitivo a instituição legal do matrimônio, permanecendo a união consensual dos amantes para amparo e prazer mútuo mas sem nenhuma obrigação econômica recíproca, com a total responsabilidade individual pelo próprio provimento. Quanto à prole gerada, a responsabilidade é compartilhada pelos dois genitores.

3) Que as uniões sejam livres e abertas, entre pessoas de sexos opostos ou do mesmo sexo, incluindo a possibilidade das uniões plurais (poligamia e poliandria), temporárias ou permanentes, com ou sem cohabitação.

Tais proposições em absoluto caracterizam comportamente licencioso ou devasso, mas apenas liberto de qualquer coerção à manifestação livre e franca do amor, de forma respeitosa, dedicada e responsável.

A primeira proposta, realmente, eu coloquei como provocação. É claro que não vejo necessidade disto, como também considero a circuncisão e até mesmo o batismo em uma religião, que a criança não tem como escolher livremente se deseja aderir, um abuso. Mas eu a coloquei para, justamente, mostrar que a exigência de virgindade é uma coisa inteiramente descabida. Pelo contrário, é extremamente saudável que as jovens tenham experiência sexual pré-matrimonial, o mesmo acontecendo com os rapazes, num clima de companheirismo, amor e amizade entre colegas. Tal atitude deveria até fazer parte de uma educação sexual integrada e não hipocritamente centrada na biologia da reprodução. Educação sexual é uma educação não só cientificamente ginecológica, mas, principalmente, afetiva. Ensinar a namorar, a transar, a dar e receber prazer nesta atividade que é uma das mais básicas e fundamentais da existência, só superada, pela pressurização, respiração, alimentação, excreção, proteção contra o frio e segurança contra os predadores. Isto estando satisfeito, a finalidade da vida é a perpetuação da espécie, que se dá pelo sexo (por enquanto). Então, ensinar como fazer sexo e bom sexo, inclusive com aulas práticas, deve ser um programa institucional da escola. Como também ensinar a cozinhar, a costurar, a dirigir, a fazer consertos hidráulicos, mecânicos e elétricos, a ter um planejamento econômico, a falar em público. A escola não ensina nada disso, que é importante para a vida prática, além do conhecimento acadêmico de matémática, física, química, biologia, geografica, história, sociologia, economia, psicologia, português, inglês, espanhol, francês, chinês, literatura universal, artes plásticas, música et coetera.

Quanto às religiões, enquanto elas não sejam inteiramente abolidas, naquilo em que suas prescrições forem de encontro à maximação da felicidade e criem constrangimentos à liberdade individual, desde que esta liberdade não fira a liberdade o direito e a felicidade do outro (não se pode ter a liberdade de roubar e de matar, mesmo em nome de deus ou do estado), que sejam revogadas. Não é possível, em nome da tradição e da cultura de um povo, preservar costumes preconceituosos ou opressivos. Se alguma religião os prescreve, ela está errada, de um ponto de vista ético (mas não moral) e tal prescrição deve ser removida da doutrina, pois a ética é superior à moral. Isto é, um preceito moral só pode ser mantido se também for ético, caso contrário não.

2 comentários:

Unknown disse...

Demasiado radical mas certamente baseado na noção que tem do seu país e que é muito maior do que o meu.
Contudo eu ainda aposto no Currículo Nacional e seus objectivos; ensinar a pensar, praticar os Direitos do Homem e Cidadania, num ensino laico e com uma filosofia por trás que prepare os jovens dos 3 aos 18 anos (entrada na universidade, numa escola Pública de qualidade não sexista,ou machista.
Pois percebo que com cada escola, estado a fazer o que lhe apetece anda muita igreja misturando Arte, Ciência, Letras e Educação física para agradar a seitas e a patronato.Porque Educação da Sexualidade começa aos 3 anos de idade na pré escola e não é o que fazeis aí e que só cria machistas...em vez de dar o conhecimento do outro para se poder respeitá-lo.
Maria em Portugal e absolutamente europeia.

Anônimo disse...

Gostei. Não por que concorde, mas por que não perde a perspectiva de outras realidades.

Procurei por blogger e orkut de pessoas mais velhas que eu e também céticas.

Não tenho contato diretamente com ninguém ateu com mais de 50, 60 anos e senti curiosidade ao imaginar o que me tornarei, que pensamentos terei, o que virá depois.

Na verdade o que motivou esta procura foi imaginar no que basearei minha vida quando ha doença, morte tragédias, quando enterrarei meus pais ou filhos? O que passar para meu filho se mesmo descrente, sobrou a educação no colégio de freiras que tive. Ele não a terá.
Gostaria de fazer uma pergunta:
Você ensinaria religião ao seu filho? E se não, sobre o que conversavam, os temas surgiram e você foi tomando posicionamentos, falando sobre ética, valores, empatia, companheirismo...
Muito reacionária esta ultima frase, mas creio que assim me compreenderá.

Um abraço
Gustavo

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