Filosofar bem nos faz,
para a vida conduzir.
Pois o que mais nos apraz
e’ pensar pra bem agir.
Há de ajudar a nação
Um pouco de educação.
Mas acho que a mocidade
só pensa em banalidade.
Houve mais mimo que amor.
Mas inda resta esperança.
Só não me façam favor
de espalhar a malqueirança.
Onde a mente incerta jaz
faz-se caos e escuridão,
mas de tudo é capaz,
quem pensar com retidão.
Quem pensar com retidão
vai decerto concluir
que não há explicação
para todo esse existir.
Para todo esse existir
tem que haver explicação?
Pensando bem sem mentir
não vejo porque razão.
Não vejo porque razão
devo crer sem refletir.
Buscar a comprovação
de tudo é preciso ir.
De tudo é preciso ir
munido do ceticismo,
pois tudo o que se ouvir
duvidar é o catecismo.
Duvidar é o catecismo
sem nenhum preciosismo
de quem busca com ardor
a verdade e o seu valor.
A verdade e o seu valor
são a luz da caminhada.
Sobre tudo há que por
sem ficar envergonhada.
Sem ficar envergonhada
a pessoa educada
brada em alto e bom som
a glória disso que é bom.
A glória disso que é bom
é a fronte altaneira
da pessoa sobranceira
cuja bondade é o tom.
Cair em erro, um tropeço,
ocorre com que descuida
em contar desde o começo
sete sílabas miúdas.
Sete sílabas miúdas
compõe uma redondilha
e a trova, não tão graúda,
leva quatro na presilha.
Leva quatro na presilha:
não confundir com quadrilha.
Pois trova da que é boa
não mais que elas ecoa.
Não mais que elas ecoa
em rima intercalada.
Quem sabe na alternada,
ou parelhada que é boa.
Este café perfumoso,
de paladar amargoso,
me deixa todo saudoso,
do meu avô tão bondoso.
Se faço filosofia
e tudo que mais valia,
meu pelo todo arrepia
de tanto pensar todo dia.
A todos que aqui poetam,
deixo o abraço sincero.
Mas não digo o que esperam,
só falo daquilo que quero.
Buscar a felicidade,
quero eu e quer você.
Mas prá falar a verdade,
é preciso merecer.
Esta turma trovadora
É gente fina bastante.
Mesmo sem ser doutora,
Traz alegria constante.
Domingo que é bom domingo,
tem macarrão e cachimbo.
Galinha e batata frita,
não falta à mesa bendita.
Mas o meu povo sofrido,
quer libertar da prisão.
Prá não viver oprimido,
só vendo televisão.
A cachacinha fagueira,
desce a goela maneira,
deixando um pingo pro santo,
queimando o peito: um espanto!
Sete sílabas no verso,
quatro versos, faça prova,
é na rima que converso,
escandindo a minha trova.
É bom pensar sem demora,
em quem votar lá na hora,
pois se a gente der bobeira,
tem que agüentar a besteira.
O pessoal boa gente,
tem que dizer o que sente,
pois, se quem cala consente,
quem fala, dorme contente.
Não se sujar na política,
quer todo homem decente.
E de uma forma analítica,
escolhe seu presidente.
Prá fazer trovas corretas
há que escandir cada verso.
E não deixar incompletas
as rimas deste universo.
Só rimava uma vez
o poeta português.
Para ficar bom freguês
ou de preguiça, talvez.
Ou de preguiça, talvez,
ficamos a matutar.
Custando prá arranjar,
uma rima pro freguês.
Uma rima pro freguês,
quer fazer de uma só vez.
Sem parar para pensar,
o que dizer com vagar.
O que dizer com vagar,
é preciso com cuidado.
Sem ficar entabalhado,
com palavras sem lugar.
Com palavras sem lugar
fica o poeta a bolir.
Jogando sem acertar,
esquecendo de escandir.
Esquecendo de escandir,
nada de bom vai sair.
A trova tem sua métrica
senão ela fica tétrica.
Com curva e reta de lado,
faço um poema arretado,
que pode ser bem bolado,
sem nunca ficar quadrado.
Sem nunca ficar quadrado,
pensando vou pela vida.
Pois não acho adequado,
a prosa ser só comprida.
Distribui paz e amor
quem trova com coração
e ainda faz o favor
de espalhar muita emoção.
Aberto como o de poucos,
coração de trovador,
não se faz de ouvidos moucos,
e cuida de toda dor.
Amar, brilhar, aprender,
há que a gente encarecer.
para não se arrepender
e a vida fenecer.
Nasce, brilha e decai:
tudo na vida se esvai.
Só ficam para lembrança,
os feitos de bemqueirança.
Os feitos da bemqueirança
muito se deve louvar
e deles aproveitar,
resgatando a esperança.
Resgatando a esperança
no porvir da humanidade,
sem deixar para lembrança
agir com seriedade.
Bem trágica, meu rapaz
é a vida todo dia.
Para poder ser capaz
de não deixá-la vazia.
Prá não deixá-la vazia,
mister se faz trabalhar.
fazendo com alegria,
nosso povo prosperar.
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2 comentários:
Wolf,
belíssima trova.
Verdades verdadeiras, mas o que me chamou atenção foi ...
"Mas o meu povo sofrido,
quer libertar da prisão.
Prá não viver oprimido,
só vendo televisão."
E onde o nosso povo oprimido vai chegar, só vendo televisão (principalmente "a Globo")?
Na minha casa "Globo", só no quarto da minha sogra (82 anos). Ela não pode peder a novela da Globo, sendo que vive a novela e deixa de viver a sua própria vida.
Passar pela vida é fácil, o difícil é viver.
Um grande abraço,
Marise.
Pois é, Marise... É uma sátira, já que a grande massa não tem opções hoje em dia. Antes se colocavam as cadeiras na calçada e a vizinhança conversava sem medo de assaltos, com as portas abertas e a meninada pulando corda, jogando finco, batendo bola, brincando de pique, andando de bicicleta ou velocípede na rua. Assim foi a minha infância no interior, da qual eu tenha tanta saudade. Eu brincava de carrinho e fazia estradas no quintal, com lagos e pontes; fazíamos barracas de cadeiras e cobertores ou ônibus de cadeiras com cobrador e eu era o motorista. Quanta imaginação e quanta alegria ingênua, franca e aberta. E quanto amor de nossos pais e mães, mesmo quando nos davam palmadas, puxavam as orelhas ou davam beliscões. Realmente não sei o que libertou tanta perfídia e crueldade, tanta ganância, tanto desprezo pelo valor da vida. De quem é a culpa? Como por um basta nisso tudo e recuperar a vida risonha e franca, a honestidade como padrão e não excessão, a honra, a gentileza, a solidariedade, enfim, a bondade e a verdade como o normal da existência.
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