domingo, 25 de julho de 2010

Deus e religiões , o que são essas coisas na sua opinião?

Deus é um conceito inventado pelos homens para dar conta de explicações consideradas inexplicáveis a respeito dos fenômenos observados. Como, normalmente, sempre é possível identificar um sujeito agente da ocorrência observada, quando tal sujeito não é achado, imagina-se que há algum invisível. No caso de ocorrências fantásticas há que se supor que tal agente seja detentor de grande poderio. Daí imaginarem-se os deuses. Por outro lado, os pensamentos dão a impressão de ocorrerem em um "locus" não corpóreo. Supor, então, que haja uma entidade, denominada "alma" que lhe seria a sede, como também dos sentimentos e emoções, é um passo fatal. Além disso, admitira a morte como a cessação completa da consciência parece algo muito cruel, novamente levando à suposição que a tal "alma" sobreviveria ao corpo, quando da morte deste. Outra coisa é a recompensa do bem e a punição do mal. É muito difícil aceitar que uma pessoa que pratique toda sorte de malvadezas e nunca se dê mal, fique ilesa de qualquer punição por sua conduta. Considerar que os deuses providenciariam o castigo ou a recompensa no prolongamento da vida da alma fora do corpo é outro passo quase inescapável. Sofisticações ulteriores levarão à consideração da unicidade de Deus, até o prodígio de doutrinas da ordem de complexidade da corporificada, por exemplo, na Igreja Católica Romana. Mas, até hoje, nunca se apresentou prova cabal, nem por evidências, nem por raciocínio, de que tais conceitos (Deus, alma, imortalidade) sejam realizados em alguma espécie de realidade, isto é, que existam de fato.
Quanto às religiões, tratam-se de corporificações de certos conjunto de crenças, abraçados por alguma coletividade, em uma instituição que, além das crenças, desenvolveu um corpo doutrinário para sustentá-las, uma hierarquia de funcionários para gerí-las (os clérigos), edificações (templos, seminários, mosteiros etc.), enfim, uma mega-organização em torno desse corpo de crenças.
Tal tipo de organização tem um aspecto positivo em promover a pacificação interna de seus seguidores, uma razão de viver para muitos, um consolo para atribulações, um auxílio nas necessidades (hospitais, asilos, creches etc) e coisas assim que as religiões promovem. Por outro lado, criam razões para conflitos entre os partidários de religiões diferentes, que não admitem as outras como tão válidas como a sua, além de basearem toda a sua existência em um grande equívoco epistemológico, isto é, trata-se de uma ilusão, uma tapeação, mesmo que seus líderes estejam convictos da veracidade de seus pressupostos. Sem falar, é claro, da possibilidade de haver manipulação malévola, ou mesmo, criminosa, da crendice do povo em favor do enriquecimento dos detentores do poder religioso. Penso que é um dever moral de quem seja suficientemente esclarecido, fazer valer de todos os modos de persuasão e convencimento para, se não ateizar o mundo, pelo menos, acabar com o fanatismo religiosos e fazer todos tolerarem uns a religião dos outros, de forma pacífica e construtiva.

Um comentário:

Teresinha disse...

Caro Professor,

Concordo plenamente com "Deus e religiões , o que são essas coisas na sua opinião?". Há muito tempo, afastei-me da relegião e tornei-me um ateísta.Essa minha atitude facilitou a minha compreensão aos paradigmas materialistas e, hoje, uma defensora dos métodos das neurociencias que alargaram a visão monista "corpo-mente"; e a nova descoberta da mecãnica quântica evidenciando a menor medida das particulas/ondas como possibilidades da existencia do "nada",o vazio do universo medido pelo eterno como pontos sucessivos de aparecimento e resaparecimento da materia consilidada(energia materializada).

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