segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Você acha que a religião é necessária ou acha que ela deve ser extinta?

Não é necessária. Existem coisas boas nas religiões, como um código de ética e um incentivo à solidariedade (nem sempre). Tudo isto pode ser feito sem as religiões. Por outro lado, além de fomentarem conflito entre elas, seus fundamentos espirituais são ilusórios e enganadores, logo desonestos. Para mim todas devem ser extintas, mas isto precisa ser feito de forma gradual, por meio da educação científica, ao longo de várias gerações. Para começar há que se difundir a tolerância mútua entre elas e a noção de que nenhuma tem a garantia de ser possuidora da verdade, mesmo que Deus exista. Assim todas podem ser consideradas certas, desde que não promovam sacrifícios humanos ou coisas assim. Dai para se considerar que nenhuma seja certa é mais fácil. Não haver religião não significa que não se tenha nenhum código de ética e nenhum princípio de amor ao próximo e nem de vida virtuosa, prática do bem e execração do mal. Só que por motivos humanos e não divinos. Nada de castigo eterno no inferno. O bem tem que ser praticado por si mesmo, sem recompensa.

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2 comentários:

Izabel Lisboa disse...

Olá Wolf!
Muito interessante a dinâmica de se blog onde os posts são perguntas que você responde abrindo a possibilidade dos visitantes comentarem suas respostas! Vou te seguir, viu?!
Em relação a questão desse post eu acredito que os magníficos e terríveis mistérios que envolvem a existência humana, introduzem o homem na dimensão do sagrado na busca de respostas para tais mistérios. De onde viemos? Por que estamos aqui? Qual o sentido da vida humana? Há vida após nossa morte? Se há, que tipo de vida? E por aí vai... Enfim, essas são perguntas filosóficas que sempre estiveram no centro das reflexões e querelas entre muitos pensadores. Quando você, em sua resposta, diz: "O bem tem que ser praticado por si mesmo, sem recompensa", você está fazendo a opção por um desses pensadores e seu ponto de vista, ou seja, Kant e o seu imperativo categórico DEVES POR QUE DEVES. O homem como ser pensante e dotado da capacidade de raciocínio - o que por si só já é um grande mistério - questiona sua gênese e sua finitude, e quando não encontra respostas ou explicações para as questões que envolvem sua existência abre-se para o místico e o sobrenatural. Daí o surgimento das religiões! A questão se complica quando o homem em sua sede de poder e dominação institucionaliza as religiões. Aí Marx faz um gol de placa quando conclui que a religião é o ópio do povo. E Deus já não é mais sacralizado, mas sim o "capital"!!!
Se o homem não coloca como SAGRADO um ser transcendente, espiritual, ideal, perfeito, para ser adorado, ele irá adorar o dinheiro na crença de poder COMPRAR a felicidade, ou irá adorar a ciência na CRENÇA de que ela tem resposta para tudo, ou seja, a RAZÃO, será sacralizada e adorada como a um deus!
O homem que experimenta o ABSURDO da ausência total de sentido para sua existência mergulha num abismo terrível, numa angustia insuportável. Portanto, por mais que alguém diga que não crê num deus, ela pode estar se referindo ao fato de não crer no deus do judaísmo, no deus do cristianismo, nesse ou naquele deus específico, mas sempre restará a DÚVIDA, que persistirá como um fio invisível e que protege o homem contra o desespero do absurdo existencial!
Beijos
Izabel
http://blogdabellisboa.blogspot.com/

Izabel Lisboa disse...

Sobre o poema "Poetar...", forma linda e displicente de falar da arte de poetar, da arte de ser um fingidor como diria Fernando Pessoa. Obrigada pela visita, pelo poema e por seguir meu bloguinho. Beijos!
***
"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente"

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