Em verdade o ser humano é um ser que está sempre brincando, como os outros animais. Mesmo quando faz algo considerado sério, como o trabalho, isto é sempre um jogo. O lazer é intrínseco ao fazer humano. Tudo que é feito sem despertar prazer é rejeitado e fica mal feito. Mas este fazer pode ser útil ou inútil. Ele é útil enquanto propiciam um benefício necessário para seu autor ou para a comunidade e inútil quando seu resultado seria inteiramente dispensável. Acontece que é justamente para as inutilidades que as pessoas se esforçam para produzir além do necessário. É nas inutilidades, como a arte, que o homem se compraz e, para elas, desenvolve a civilização. Pode-se dizer que a busca do lazer é a mola que move o progresso. O dinheiro só tem serventia se, com ele, além de serem providas as necessidades, se possa fruir do prazer de se dedicar ao lazer.
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