domingo, 18 de agosto de 2013

Boa tarde prof°. No § 2° desse texto(http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=4166), o senhor afirma que, por Deus não ser uma evidência sensorial direta, para considerar que exista, requer uma demonstração. Não conseguindo demonstrar, deve-se admitir que Ele não existe, e não o contrário. Por que? Obg :)‎

Essa questão é a do "ônus da prova". Há dois critérios para verificação da veracidade de qualquer assertiva: a evidência e a prova. Evidência é uma constatação direta, pelos sentidos, com ou sem o auxílio de instrumentos (microscópios, telescópios, microfones etc.). Se há evidências que confirmem alguma proposição, sua veritação está confirmada. Se não houver evidência, há que se requerer provas, que são argumentos lógicos com base em evidências indiretas que permitam concluir pela veracidade da proposição. Se não houver evidência e nem se conseguir provar, há que se considerar que a proposição não tenha nenhuma garantia de ser verdadeira, podendo ser aceita como tal apenas por opinião ou crença. No caso da existência de Deus, podemos considerar duas proposições: "Deus existe" e "Deus não existe". Nenhuma das duas é evidente e nenhuma das duas, até o momento, logrou ser comprovada logicamente. Portanto ambas não podem ser garantidas. Nesse caso há que se estabelecer uma delas como a "hipótese nula", isto é, a que se considera válida na falta de provas. Seja o que for que se considere a possibilidade de existência ou não, não havendo evidências nem provas conclusivas, a hipótese nula é a da não existência. Isso vale para unicórnios, sacis-pererês, bruxas, duendes, gênios de lâmpadas, elfos, gnomos, anjos, demônios e deuses de qualquer espécie. Senão seria preciso admitir a existência de tudo isso, se não se conseguisse provar que não existe. E não se consegue provar que unicórnios não existem, por exemplo. O caso do Deus das religiões abrahãmicas é o mesmo. Não se tendo evidências e nem provas de que exista nem de que não exista, a hipótese a se considerar válida é a de que não exista, até que se possa provar que exista.

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