segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Utopia anarquista

Sim, esta UTOPIA é o mundo que eu almejo que se torne realidade e envido todos os meus esforços nesse sentido. É o anarquismo, a sociedade ácrata, sem governo, sem fronteiras, sem dinheiro, sem propriedade, sem crimes. Isto é perfeitamente possível e tenho a convição que esta é a tendência da humanidade e que chegaremos a esse estágio talvez em menos de mil anos. Mas podemos abreviar esse tempo por ações positivas, principalmente na educação e no exemplo. Exemplo de trabalhar de graça pelos outros, de doar os seus bens e se tornar despossuído, de organizar voluntariados para empreendimentos comunitários. Volto mais tarde para prosseguir a desenvolver essas idéias anarquistas.
Sim, o dinheiro é um veículo de troca, e nada mais. Não tem valor em si mesmo. Mas é inteiramente dispensável se pensarmos na Economia como os processos de produção e distribuição dos bens em si mesmos. Mas não em troca. Nem se trata de escambo. Cada um produz tudo o que for capaz e cada um consome o que necessitar. Mas de modo espontâneo e não controlado pelo governo como ocorreu com os países ditos comunistas, que simplesmente trocaram a tirania da aristocracia pela tirania da burocracia partidária. Mas o povo continuou sem liberdade. Os regimes comunistas caíram porque exatamente não eram comunistas coisa nenhuma. Eram ditaduras e nem do proletariado. O capitalismo é um sistema econômico natural. Se deixarmos todos por sua conta, sem imposições, surgirá o capitalismo. Só que pode haver exploração dos mais fracos (em qualquer sentido) pelos mais fortes. Mas se um grupo atuante puder convencer, pela educação e pelo exemplo, de que a felicidade será maximizada quando todos participarem das riquezas (em termos de bens e não de dinheiro), então será possível pulverizar o capitalismo de tal forma (transformando todos em patrões) que, a certo momento, o dinheiro perderá a razão de existir, como ocorreu com a URV no plano real. Como não tem sentido haver um partido anarquista, pessoas anarquistas se candidatariam a cargos legislativos por qualquer partido e proporiam leis que, ao longo do tempo, promoveriam a participação dos empregados no capital das empresas, até que tal coisa ocorresse. Levariam poucos séculos.
Certamente que é preciso haver coordenações de esforços e coibições de preguiçosos e aproveitadores. Anarquismo não significa desordem, em absoluto. Pelo contrário. Significa, inclusive, um sistema altamente organizado, porque orgânico, isto é, a ordem ocorre de dentro para fora, por uma constatação de sua necessidade, sem imposição. Outra característica do anarquismo que pode começar a ser implantada desde jé é o comunitarismo. Isto é: não haver residências particulares, mas sim, hospedarias coletivas, lavanderias coletivas, refeitórios coletivos, vestuários coletivos, locais de lazer coletivos, agrupados por regiões a cada mil pessoas, por exemplo. Com postos de saúde e tudo que for preciso. Assim ninguém precisa possuir nada de seu, nem roupas, nem carros, nem motos, nem televisores, nem geladeiras, nem louça, nem talheres, nada mesmo. Tudo é de todo mundo e nada é de ninguém. Nem as mulheres, nem os maridos. Todo homem o é de toda mulher e toda mulher o é de todo homem. E toda criança é filha de todo adulto e todo adulto é pai e mãe de toda criança. Não havendo propriedade (nem do cônjuge) não há quase motivo nenhum para qualquer crime. Para que roubar aquilo que já se tem? Estas iniciativas já podem começar a serem implementadas em bairros, com creches, hortas, quadras de esportes etc. Mas nada feito pelo governo e sim pelas próprias pessoas, que cedem seu tempo para trabalhar de graça na construção e na manutenção, que doam os materiais. Tudo sem contabilidade, sem registro, sem formalidades legais. Espontâneo. Assim, daí a um certo tempo, o governo se tornará dispensável.
Uma das perversidades da existência do dinheiro é a criação de desigualdades artificiais pelo escalonamento do grau de riqueza material, expressa pelo quanto de dinheiro se possui. Desigualdades naturais as há, quanto à inteligência, beleza, saúde, temperamento, estatura, peso, etnia etc. Outras são socialmente impostas e precisam ser abolidas. Religião, por exemplo. Ninguém nasce tendo nenhuma religião mas a sociedade (a própria família) impinge uma à criança, o que lhe estigmatiza perante outras. A etnia, por exemplo, mesmo sendo uma desigualdade natural, só passa a ser motivo de preconceito quando a sociedade lhe confere esse tipo de valor. Uma sociedade anarquista é completamente igualitária, principalmente quanto à riqueza. Todos são igualmente ricos, pois todos possuem tudo. E todos são igualmente pobres, pois ninguém possui nada. Esta é a beleza maior do anarquismo: a liberdade, a igualdade e a fraternidade totais e globais. Mas não se tem a liberdade de ser intolerante ou tolher a liberdade alheia. A sociedade desenvolverá mecanismos de coibir a intolerância, a preguiça, a malandragem, a esperteza desleal e qualquer vício, sem que seja preciso haver polícia nem prisões. Assim muitas profissões se tornarão inúteis, como bancários, advogados, juízes, contadores e muitas outras. Com a coletivização de tudo, o tempo de lazer aumentará tremendamente, bem como a economia de recursos de toda ordem para se fazer qualquer coisa. É o verdadeiro paraíso na Terra. Mas só pode existir se for em nível de abrangência mundial. Não é possível haver um estado anarquista e só se podem abolir os estados se não houver nenhum. Países sim, com sua diversidade cultural e linguística. Mas não governos, nem estados, nem fronteiras. Religiões até pode haver, desde que todas tolerem umas às outras e não restrinjam liberdade alguma das pessoas, exceto a de coibir a liberdade alheia ou ações malévolas. A ética prevalece, entendendo por ética uma conduta maximizante da felicidade.
Uma das atitudes anárquicas mais louváveis que já temos é a da formulação dos softwares livres, distribuídos gratuitamente, como l Linux. Eles não possuem autor. São construções coletivas. Outra é a Wikipedia. Ou os livros disponibilizados gratuitamente como e-books. E músicas também. A internet é uma grande rede anárquica e é fabulosa. É preciso que comecemos a tomar iniciativas desse tipo em nossa comunidade. Isto é, que dispendamos parte do nosso tempo trabalhando de graça para benefício coletivo. Dando aulas de graça. Compartilhando nossa casa, nossos livros e outras coisas com os outros. E convencendo a todos a agir assim. Consertando os buracos da rua por nossa conta. Deixar o governo de lado cada vez mais e fazer tudo o que for possível por iniciativa própria coletiva e sem ônus para ninguém. Procurar aumentar a economia informal o máximo possível. Quanto mais isto for disseminado mais vai sendo desnecessário a existência de governo, até que ele caia de maduro, por não arrecadar mais imposto algum e não ter nada mais que fazer.

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