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domingo, 31 de março de 2013
Para o senhor qual seria o problema com o pragmatismo? Resultados não são muito importantes? Ele poderia ser utilizado sem problemas em quais áreas então?
Sim, resultados são muito importantes, mas não são mais importantes do que princípios. O problema do pragmatismo é colocar os resultados na frente dos princípios. Ou seja, dizer que os fins justificam os meios. Bem como atribuir valor a tudo em função de sua utilidade. Inutilidades também têm valor, se bem que o conceito do que seja útil não é pacífico. Eu, por exemplo, estudei cosmologia. Para que serve? Se ninguém souber como o Universo surgiu, como se estrutura e como evolui, isso faz alguma diferença para a prosperidade, a paz, a justiça e a felicidade do mundo? Penso que não. Então cosmologia é inútil. Mas supre a curiosidade humana. De modo geral, as artes são inúteis, exceto para a sobrevivência do artista. Mas se se tiver uma visão mais ampla da utilidade, elas são úteis para prover alegria e felicidade. Todavia, mesmo com essa visão ampliada da utilidade, não se pode agir visando a utilidade se essa ação ferir princípios éticos. Ou, de outra forma, os princípios éticos não podem ser estabelecidos com base nos fins das ações, se bem que devam considerá-los. Mas os meios também têm que ser éticos. O mocinho não tem o direito de usar todas as armas do bandido, mesmo para vencê-lo.
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