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domingo, 31 de março de 2013
Por que os religiosos afirmam com bastante convicção de que seus livros sagrados possuem a verdade absoluta? Seria ignorância, prepotência...?
Parte da ignorância e chega à prepotência. Em verdade esses livros foram escritos por líderes que pretendiam que o povo achasse que eram a palavra da divindade, a fim de que tivessem um comportamento social adequado aos propósitos desses líderes. Ou dos poderosos a quem eles estavam servindo, por conveniência. O povo, por ignorância e por medo, acatou. Com a formação de uma grande comunidade de praticantes da dita religião, a obediência às prescrições desses livros criou uma unidade grupal que sustentava (e ainda sustenta) a identidade coletiva contra estrangeiros e, mesmo, membros dissidentes internos. Por isso as "Guerras Santas" e a "Caça às Bruxas", com a condenação de hereges. Os diversos concílios religiosos tinham por meta a definição da ortodoxia, ou seja, da doutrina admissível como a correta para se dizer que se era membro da dita religião. Dissidentes que não fossem condenados eram banidos, fugiam ou fundavam outra religião, se amealhassem seguidores. Foi o que aconteceu com Buddah, Jesus, Maomé, Lutero, Kardec e vários outros. A fixação nos livros sagrados é uma forma de coesão para a comunidade religiosa. A difusão do livre-pensamento, do agnosticismo e do ateísmo é coisa de poucos séculos e não se configura em um movimento coeso, como, aliás, nem pretende ser. Todavia vem obtendo, ao longo do tempo, muitas vitórias, como a liberdade de crença e o estado laico. Mas isso ainda não acontece em todo o mundo e, mesmo, onde existe, ser ateu ainda é objeto de discriminação social.
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