segunda-feira, 12 de março de 2012

o q achas desse texto: http://blog.criticanarede.com/2012/03/thomas-nagel-vs-materialismo.html - O dualismo ainda pode ressurgir como explicação da interação corpo-mente?

Se Nagel propõe o retorno do dualismo ele se equivocará redondamente. A questão da relação mente-cérebro não é a da relação espírito-matéria. A mente não tem nada de espiritual mas também não é apenas material. É que muitos confundem natural (físico) com material e reducionismo com reducionismo linear. Além da matéria a Física se ocupa com outras entidades naturais, como a radiação, os campos de força, o espaço, o tempo, as estruturas, as ocorrências, as dinâmicas das ocorrências. Tudo isso é físico. E a mente, bem como seus atributos, como a memória, a sensação, a percepção, a consciência, a auto-consciência, o raciocínio, as emoções, os sentimentos, os desejos, a volição, a decisão, a ação, tudo isso decorre das ocorrências que se dão no substrato cerebral, que é feito de campo e matéria, portando radiação quando da transmissão dos impulsos nervosos. Esse substrato natural, incrivelmente estruturado em uma organização plástica complexíssima, da azo a ocorrências que, no conjunto, se configuram na mente e seus atributos. A mente é um cérebro e seus anexos "em funcionamento". Nada há de dualismo de substância nem de dualismo de propriedades. É puramente um fenômeno natural, perfeitamente redutível a interações físicas. A mente não "emerge" do cérebro. Não há nada de holístico nisso. É só considerar que a redução, tanto no aspecto ontológico como no fenomenológico e no epistemológico não é linear, isto é, o todo não é a "soma" das partes, mas decorre unicamente das partes de uma forma não linear, com termos produtos, cruzados, potências, retroaloimentações e tudo o mais.

Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação (formspring)

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