terça-feira, 21 de junho de 2011

O que é vida? o que é vida consciente? ...e isso em se falando de vida biológica... porque a vida pode ter outras origens não quimicas ( e se existirem seres não quimicos em outras partes do universo tais quais as máquinas que fabricamos )

Esta é uma questão interessante. Vida, para mim, é um fenômeno que consiste em um sistema que funciona por sua própria iniciativa, sem que seja preciso acioná-lo. Ele próprio se provê de energia. No máximo poderia ser requerido um impute inicial. A vida biológica, contudo, exceto quando iniciou, é uma continuidade de outra vida precedente. Todavia acho que esta característica de continuar-se não é essencial para definir a vida. Assim se pode considerar vivo um artefato que funcione por conta própria, desde que seja capaz de prover-se de energia por sua conta, mesmo que ele não seja biológico e nem se reproduza. Estou entendendo que o que você chama de vida não química seria uma vida não biológica, uma vez que, mesmo não sendo biológico, um sistema, para ser considerado vivo, precisa de energia para funcionar e esse provimento de energia, certamente, seria dado por alguma reação termoquímica ou eletroquímica. Ou nuclear, mas ainda assim poderíamos, por extensão, chamar esse tipo de transformação de "química". Outra característica de um sistema para que se possa dizer que é vivo é possuir um processo de captar informação do ambiente e reagir a elas, intervindo no ambiente. Essa reação pode ser apenas uma resposta reflexiva ou pode ser o produto de um processamento avaliativo e decisório interno ao sistema, que, inclusive, pode tomar a iniciativa de intervir no ambiente de forma autônoma, como resultado de um processo interno não resultante de estímulo exterior. Quanto à consciência, isto já é uma propriedade advinda de uma complexidade muito grande do sistema. A consciência é uma espécie de percepção. Para ter percepção o sistema tem que ter memória, isto é, um modo de registrar as informações captadas do ambiente, inclusive a respeito do estado de si mesmo. A percepção é uma interpretação desses registros, ou seja, uma inferência que correlaciona as diversas informações registradas com o conjunto de registros já existentes. A consciência é a percepção da percepção, ou seja, uma percepção de segunda ordem. Ter consciência é perceber que se está percebendo, como também agindo. Acima dela há a auto-consciência, que é a percepção da consciência, ou uma percepção de terceira ordem. A auto-consciência pressupõe a existência de um "eu", que seria a ocorrência do organismo (biológico ou não) em que a percepção da percepção da percepção estaria registrada. A natureza desse "eu" ainda é objeto de investigação em neurologia e psicologia. A hipótese dualistica atribui ao "eu" uma natureza não física, mas isto não fornece explicação nenhuma. Considero que uma explicação natural seja possível de ser obtida. Note-se que natural não significa "material", pois há muito mais do que matéria na natureza, como os campos de interações, as radiações, as estruturas, as ocorrências, além do espaço e do tempo em que tudo isso se situa.

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