Pode existir sim, mas é raro. Normalmente as pessoas amam umas às outras por um certo tempo e depois podem passar a amar outras pessoas. Inclusive podem amar a mais de uma ao mesmo tempo. Estou falando de amor erótico-romântico e não de amor filial, fraternal, paternal, maternal ou entre amigos. Isso é perfeitamente normal e não se configura em nenhuma atitude pecaminosa. Amor não se pode controlar. Ele aparece de forma espontânea. O que se pode controlar é a sua realização fatual. A repressão de amores por atendimento a convenções sociais é motivo de grande sofrimento e, até, de traumas psíquicos, que podem levar, inclusive, ao suicídio. Acho que a sociedade precisa admitir a pluralidade amorosa, tanto sequencial quanto simultânea, como algo perfeitamente normal, sincero, intenso, responsável, respeitoso e decente. Todos os envolvidos precisam se conscientizar dessa possibilidade e consenti-la sem problemas. Isto é, toda mulher pode ter vários maridos e todo homem várias mulheres. Sem nenhum ciúme e nenhuma propriedade. Para isso é preciso que a noção de família seja ampliada para um grupamento de pais, mães e filhos, todos unidos por laços de afeição, com compromisso, não de exclusividade nem de perenidade, mas de sinceridade, de devotamento, de responsabilidade pelo bem uns dos outros. Isso é muito melhor do que a hipocrisia hoje reinante ou a permanência de uma união infeliz. A vida é só esta e não vale a pena ser infeliz para satisfazer nenhuma convenção. Mas há que se ter responsabilidade em honrar compromissos. Traição é inadmissível, mas trair não é romper a exclusividade do relacionamento e sim fazer isso de forma escondida. Sendo explícita e consentida, não há traição. Para haver essa possibilidade poliamorosa, uma condição essencial é de que não haja dependência econômica de ninguém em relação a ninguém. Todo adulto, mulher ou homem, tem que se prover por conta própria, sendo os filhos, enquanto não ficarem independentes, responsabilidade de todos os pais.
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