O importante para a vida não é tanto a racionalidade, mas que ela seja significativa. O que é isso? Que ela seja vivida de forma tal que a pessoa se sinta realizada, satisfeita, em paz, amada, feliz e, principalmente, ciente de que ela faz diferença para os outros e o resto do mundo. Que, por sua existência, o mundo fique melhor, mais justo, mais fraterno. Para isso há que se buscar o bem, em decorrência de que a felicidade será alcançada. Na busca do bem se acha o amor, a justiça. E essa busca só se faz com a verdade e com a bondade. Prosperidade é um detalhe irrelevante. Não é condição necessária nem suficiente para a felicidade, mesmo que a possa favorecer. Os instintos primários de manutenção da vida e de reprodução, no homem, são condicionados pelos valores culturais, que os direcionam para objetivos mais elevados. E esses objetivos não são ilusórios. Ilusórios são os objetivos colocados em realidades sobrenaturais. Mas valores éticos são humanos e perfeitamente reais, em sua categoria de realidades. O que faz diferença em nossa espécie não é ter alma, pois nenhuma a tem, mas ter desenvolvido a cultura, em razão da complexidade de nossa mente. Nisso se tem a racionalidade, mas não só ela, pois emoções, sentimentos e intuição são tão importantes quanto a razão na condução da vida.
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