sexta-feira, 17 de maio de 2013

Mas é isso q me é estranho, no anarquismo parece ver uma natureza boa no ser humano, colocando a culpa da belicosidade na sociedade. Em Dostoievski eu vejo uma visão mais pessimista, um necessidade de suprimir as pulsões, se Deus n existe tudo é permitido.

Discordo de Dostoievski quanto ao niilismo expresso pelo personagem Ivo Karamazov. Não acho que tudo seja permitido e que só a noção de Deus possa reprimir a maldade. A ética é uma noção social, isto é, tem que existir para que a sociedade possa sobreviver ao individualismo e ao egoismo. Isso não tem nada a ver com Deus. O anarquismo não vê no homem nem uma natureza boa nem ruim, mas ambas. A sociedade é que tem que impedir a manifestação do lado mau. Mas não é preciso governo para isso. Basta, primeiro, a própria estrutura social e, segundo, a educação. Sem propriedade e com igualdade e prosperidade geral, a motivação para qualquer crime não existe. Se houver algum, a sociedade pode coibi-lo. O segredo do anarquismo é a educação em alto nível de todas as pessoas, bem como a prosperidade generalizada. Por isso o anarquismo não é um meio para se obter o bem estar social. É o estado que se atinge ao fim do processo de distribuição total das riquezas e de erradicação total da ignorância e da doença. As pulsões para o mal são suprimidas pela falta de razão para exercê-las. Nem crimes passionais haverão, pois o relacionamento amoroso fica livre e aberto, sem exclusividade.

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