sábado, 11 de maio de 2013

Li no teu ask q teu escritor favorito Dostoievski, me vem a ideia de subterrâneo, entretanto é estranho, o senhor tem um olhar otimista no mundo. Li q é anarquista, mas não consigo conceber aquele estado mutualista do Proudhon, me parece simplório.

O que aprecio em Dostoievski são dois aspectos. Primeiro, o fabuloso domínio da arte de bem escrever, para mim, o requisito essencial de um escritor. Segundo sua aguda percepção da mente humana e dos meandros inconscientes que levam às ações. Depois, também, sua análise da sociedade e das concepções filosóficas e religiosas, bem como dos motivos que levam as pessoas a assumi-las. Quanto ao anarquismo, mesmo que, na concepção de Proudhon, pareça simplório, trata-se, modernamente, em sua versão anarco-comunista, da opção por uma sociedade auto-regrada espontaneamente pelas próprias pessoas, sem governo, sem estado, sem propriedade privada e sem dinheiro. Isso é perfeitamente compatível com um estágio altamente desenvolvido técnica, cultural e socialmente, de altíssima complexidade. Só não é possível sua implantação na atualidade porque, essencialmente, depende de uma mudança radical da cosmovisão individual e isso só se fará por um processo educativo gradual, que levará vários séculos. Além do mais há duas características essenciais do anarquismo: Ele tem que ser mundial e não apenas de algumas nações, bem como não pode ser imposto, mas sim atingido de modo espontâneo. Ou seja: o dinheiro, a propriedade, o estado, as fronteiras e o governo deixarão de existir por falta de necessidade e desuso. Isto é, apodrecerão e cairão sozinhos.

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