segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Como se resolve o problema de recursos limitados no anarquismo? Sempre haverá algo especial, que você deseja numa escala de 0 a 10, em 9 e uma outra pessoa em um 8.5~9.5, difícil de avaliar quem deveria usar algo limitado, já que todos têm o direito. Não há meritocracia?‎

A anarquia só pode existir em um mundo de pessoas extremamente educadas, benignas, generosas e altruístas. Se algo é escasso e mais pessoas o desejam do que o que se dispõe, as pessoas que desejam menos o cedem para as pessoas que o desejam mais. Isso é feito de modo espontâneo. Não há regras nem critérios. Tudo é feito por meio de consenso. Por isso é que a anarquia não pode ser implantada. Ela tem que surgir naturalmente. E surgirá, em razão do crescimento da civilização da humanidade. Mas vai demorar vários séculos para se chegar lá. Alguns milênios, talvez. Todavia se pode abreviar essa chegada por meio de ações nesse sentido. Dentre elas o compartilhamento, a doação, o trabalho comunitário, a dispensa de remuneração, isto é, trabalhar de graça, as iniciativas à revelia dos governos e coisas assim. Bem como a divulgação da anarquia dentro do processo educativo. Educar para a anarquia e educar anarquicamente. Quanto à meritocracia, claro que há, mas ela e reconhecida de forma natural. Quem tem mais competência é que assume o trabalho que requer essa competência. Porque todos reconhecem isso, tanto os competentes quanto os incompetentes. Ninguém vai pretender ser nada de que não seja capaz. Inclusive porque nada, nenhuma ocupação, terá qualquer vantagem em relação a qualquer outra. E as atividades servis, que ninguém gostaria de exercer, são exercidas por rodízio, com a coleta de lixo, a faxina das edificações e das ruas, a lavação das roupas e das louças. Não se tem empregados domésticos (inclusive porque, normalmente, não se tem residências particulares - quando houver, os moradores a faxinam).

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