Suas refutações não estão bem embasadas.
Se Deus conhece tudo, então isso significa que tudo o que acontece teria que acontecer, sem escolha, porque, na mente de Deus, já está registrado que acontecerá. Não tem escapatória. Então as pessoas, e tudo o mais, só fazem o que está previsto que vá ser feito. Isso é como o determinismo mecanicista descrito por Laplace:
"Une intelligence qui, à un instant donné, connaîtrait toutes les forces dont la nature est animée, la position respective des êtres qui la composent, si d’ailleurs elle était assez vaste pour soumettre ces données à l’analyse, embrasserait dans la même formule les mouvements des plus grands corps de l’univers, et ceux du plus léger atome. Rien ne serait incertain pour elle, et l’avenir comme le passé seraient présents à ses yeux."
Tal situação não é sustentada pelos conhecimentos físicos, uma vez que a realidade é quântica e os eventos quânticos não são determinísticos e sim probabilísticos. Em outras palavras, mesmo que Deus existisse, ele não teria como saber o futuro.
Quanto à existência do mal, para começar, o mal é algo objetivamente identificável como qualquer ocorrência que acarrete dor, sofrimento, prejuízo, tristeza, ou o que seja de ruim. Tal tipo de coisa, de fato, existe. Então, se Deus é considerado todo-poderoso, todo-conhecedor e todo-benevolente, ele sabe que o mal existe e onde e quando ocorre. Ele tem o poder de impedir que aconteça e, se é bom, tem a obrigação de o fazer. Mas não o faz, tanto que o mal existe. Então, ele não saberia que acontece ou não teria o poder de evitar ou não seria nada bondoso mesmo. O mais plausível é que, então, não existe Deus coisa nenhuma. Note que não se pode argumentar que o mal existe porque Deus concede liberdade ao homem de escolher o que fazer, pois grande parte do mal que acontece não é obra do homem, mas das forças da natureza, ou seja, para quem acha que Deus existe, de Deus, que, nesse caso, não seria benevolente e sim malvado.
Não é verdade que a única maneira de sustentar um bem objetivo seja supor a existência de um padrão moral transcendente à humanidade. De modo nenhum. O bem, ao contrário do mal, é o tipo de ocorrência que promova alegria, prazer, felicidade, satisfação, lucro e tudo de bom. O reconhecimento disso é patente pela mente humana, sem necessidade de se reportar a nenhuma prescrição transcendental. A ética e a moral quando dela decorre, são disciplinas puramente humanas.
Quanto à contradição entre Deus querer pessoas que só façam o bem e querer pessoa que possam escolher o que fazer (e portanto poderem fazer o mal), a contradição é resolvida simplesmente vendo que as pessoas não são obra de Deus coisa nenhuma, ou seja, que Deus não existe.
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