Já respondi isto aqui, mas transcrevo, por comodidade:
Tenho grande reserva em relação a qualquer tipo de conhecimento que só seja revelado a um pequeno grupo de “iniciados”, que partilhariam algo “secreto”, como ocorre na Maçonaria, na ordem Rosacruz, com os Gnósticos, Logosóficos, Antroposóficos e coisas assim. Para mim todo conhecimento tem que ser público e disseminado para o maior número possível de pessoas. Se é um conhecimento verdadeiro e útil para a vida, que seja ensinado nas escolas de modo franco e aberto. Inclusive para se submeter a toda sorte de contestação e, se realmente verdadeiro, se mostre vencedor de todas as contendas e passe a ser a base padrão da Ciência a ser reproduzida nos compêndios como verdade universal. Assim é a Ciência, que não se furta a ser divulgada e criticada. Conhecimentos mediúnicos, esotéricos, cabalísticos e outros que tais, se fossem de fato verdade, deveriam ser o padrão escolar mundial, não importa qual a religião predominante no lugar. Todo conhecimento que se furta a ser universalizado e criticado, no meu entendimento, peca liminarmente por presunção dogmática. E de dogmas eu estou fugindo. Que tudo seja revelado às claras e exposto ao crivo da crítica mais obstinada para que possa emergir vitorioso em sua veracidade, pelo menos provisória.
Concordo que há dois critérios de verdade: a evidência e a prova. (antes há que se dizer o que se entende por “verdade”: trata-se da adequação entre a realidade e o que se diz a respeito dela – portanto verdadeiro ou falso são atributos lógicos e não ontológicos). A simples coerência intrínseca não prova, mas a incoerência derruba. Outro critério de validade é o de falseabilidade. Uma teoria tem que ser passível de refutação. Certas dou-trinas, como o espiritismo, são completas e fechadas em si mesmas, sendo autoconsisten-tes. Mas não se pode dizer que são verdadeiras, porque não se pode testá-las. O problema com as sociedades secretas, como a Rosacruz e a Maçonaria é exatamente o fato de serem secretas. Se dizem possuir a verdade, então que a mostrem às claras para todos, de modo a poderem ser refutadas. As religiões pelo menos são abertas. Por outro lado, nenhuma “crença” pode ser critério de verdade, senão haveriam tantas verdades quantas crenças e a verdade, por definição, tem que ser única. (digo a verdade objetiva – é possível considerar-se uma verdade subjetiva que seria a adequação entre a percepção da realidade por parte de uma pessoa e suas afirmações. Assim uma pessoa pode não estar mentindo e não estar dizendo a verdade, objetivamente falando). Então só se obtém a verdade ou por evidência factual objetivamente comprovada por qualquer pessoa, ou, melhor, ainda, por sensores impessoais (foto, gravação etc.), mesmo assim, cercada de todos os cuidados para evitarem-se fraudes. Ou por comprovação lógica (dedução, como um teorema), aí também cercada de todos os cuidados para se evitar sofismas.
O esoterismo, em oposição ao exoterismo, é a noção de que algumas verdades só po-dem ser reveladas aos iniciados de alguma entidade. Normalmente esse conhecimento se liga à existência de entidades supranaturais que governariam o mundo, que seria, assim, a encenação de uma peça por elas dirigida. Faço duas objeções: Se o conhecimento é vantajoso, deve ser divulgado para todos e jamais permanecer restrito a quem quer que seja. A segunda é que diferentes níveis das sociedades secretas apresentam diferentes visões da realidade. Os cristãos tradicionais (Opus Dei, TFP) vêem em tudo uma obra do demônio para desacreditar a fé. De acordo com Plínio Correa de Oliveira, os “Protocolos dos Sábios do Sião” estão corretos e a franco-maçonaria é uma fachada para o movimento sionista que visa destruir o cristianismo. Em minha concepção materialista (eu, que já militei na TFP), nada disso procede, e todos estão enganados. A religião é um produto do homem. O verdadeiro saber e o conhecimento não residem em nada esotérico, mas naquilo que a razão humana gradativamente traz à luz. No entanto estou sempre aberto a mudar de opinião. Mas preciso ser convencido com provas ou evidências bem irrefutáveis. Gostaria que esses conhecimentos esotéricos fossem divulgados e abertos para que qualquer um pudesse checá-los. De outro modo a impressão que tenho é que se trata de algo sem consistência, que não pode vir à luz porque seria contestado por argumentos convincentes. Não consigo conceber essa ordem supranatural que existiria “por trás” do mundo sensível, acessível apenas aos iniciados. Coisas como mediunidade e outras que tais, porque só são percebidas por alguns? Se existem mesmo espíritos e se há comunicação com eles, porque todos não o conseguem? Acho tudo isso muito estranho e gostaria mesmo de ter acesso a comprovações cabais dessas coisas. Por ora prefiro ficar com minha postura de absolutamente não “crer” em coisa alguma. Ou sei ou não sei e se sei é porque possuo evidências ou provas objetivas e cabais, transparentes e abertas a todos.
Postagens do pensamento, textos, poemas, fotos, musicas, atividades, comentarios e o que mais for de interesse filosófico, científico, cultural, artístico ou pessoal de Ernesto von Rückert.
Clique no título da postagem para ver os comentários a seu fim e inserir um.
Clique no título do Blog para voltar a seu início.
Para buscar um assunto, digite a palavra chave na caixa do alto, à esquerda, e clique na lente.
Veja lá como me encontrar em outros lugares da internet.
Visite meu canal no you-tube.
Pergunte-me o que quiser no ask.
As perguntas e respostas do ask e as que dera no formspring antes são publicadas aquí também.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
O que você acha da maçonaria?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário