segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

QUal a sua opinião a respeito da prostituição?

Considero que prostituição, quer masculina, quer feminina, seja uma coisa que não deveria existir numa sociedade em que o sexo fosse algo completamente livre, sem restrição nenhuma, podendo ser praticado pela juventude com aquiescência dos pais e por casais com outros parceiros, com aquiescência recíproca. Tudo isto de uma forma segura, com envolvimento afetivo e com respeito mútuo, mas sem nenhuma conotação econômica. Inclusive no matrimônio. Isto é, nenhum casamento poderia ser realizado como meio de vida para um dos cônjuges. Trata-se de uma espécie de prostituição velada. Todo adulto capaz tem que prover-se a si próprio, sem depender de nenhuma união conjugal para tal. Considero, também, que possa ser inteiramente aceitável as uniões plurívocas, isto é, a poliginia e a poliandria, com todas as implicações legais decorrentes. O mesmo penso das uniões entre parceiros do mesmo sexo. Quanto aos filhos, naturais ou adotados, sempre se identificará o adulto que será considerado seu pai ou mãe, numa concepção alargada de família, não necessariamente mononuclear biparental. Isso já acontece, mais ou menos, com os casais que se separam e constituem novas uniões, em relação aos filhos dos diversos casamentos. Só que tal situação passaria a existir não apenas sequencialmente, mas também concomitantemente. Não se trata de libertinagem nem de devassidão, mas de um fato inteiramente normal, dentro de um compromisso de fidelidade não exclusivista, com envolvimento amoroso plural e sem nenhum ciúme.
Isso posto, afirmo que a prostituição poderia ser uma atividade legal, com todas as implicações que disso decorrem pela legislação trabalhista, tanto para homens quanto para mulheres, até que a liberalização total da sociedade faça com que tal prática se extinga naturalmente. Acontece que, com a hipócrita repressão social do sexo atualmente existente, que admite casos extraconjugais, desde que não abertamente expostos em público, bem como pela dificuldade de encontrar parceiros ou parceiras para o sexo, face às implicações extrassexuais geralmente envolvidas nos relacionamentos consentidos, muitas pessoas se vêm privadas do sexo, até mesmo por sua falta pessoal de atrativos capazes de provocar o desejo no sexo oposto. Nesse caso, apenas a prostituição, masculina ou feminina, lhes propiciará a possibilidade de fazer sexo. Tal fato, além de outros, faz com que, mesmo que não seja legalizada, a prostituição continuará a existir por um bom tempo. Só que, sem a legalização, os prostitutos e as prostitutas ficam a descoberto de toda proteção legal, além de serem alvo de chantagem por parte do aparelhamento policial, por exemplo.
A legalização da prostituição, inclusive, facilitaria a extinção da cafetinagem e do tráfico de escravos e escravas para fins sexuais. Em minha opinião, seria uma grande vantagem social.
As manifestações religiosas contra isso não devem ser levadas em consideração, pois o Brasil é um país laico e, em grande parte das vezes, as religiões se colocam exatamente contra medidas que beneficiam a sociedade, em nome de princípios obsoletos e insustentáveis na conjuntura social e científica atual.
Muitos dos que dizer ser contra a legalização da prostituição fazem uso dos seus serviços. Então sua moralidade é falsa. Como pretender se valer de prostitutas mas não reconhecer que elas são seres humanos merecedores dos mesmos direitos que todos os outros. Parecem que não conhecem a Bíblia, por exemplo, o capítulo oito do Evangelho de João. Tenho muito desprezo por pessoas desse tipo, que jactam uma moralidade que não praticam. Gostaria que existisse mesmo o inferno para que lá eles padecessem por esse pecado maior do que o das prostitutas.
Jamais fez uso da prostituição e nem pretendo. Mas acho que sexo pode ser feito fora do matrimônio sim, mesmo que nunca eu o tenha feito enquanto casado e nem agora em que, não sendo casado, vivo uma união estável e fiel com minha mulher. O que não admito, em hipótese nenhuma, é a traição, isto é, fazer sexo fora da união conjugal, sem o conhecimento e o consentimento do cônjuge. Não havendo união conjugal, o sexo pode ser feito livremente entre qualquer par, até do mesmo sexo, desde que, também, com consideração pela outra pessoa, que não seja usada como objeto, mas num envolvimento que inclua afeto e carinho. Mesmo que seja com um prostituto ou uma prostituta, que não é uma situação que considero desejável, mas que admito pelos motivos que já explanei.

Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação (formspring)

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