Nunca inteiramente. Mas se pode fazer um esforço para ser o mais imparcial possível. Para isso é preciso se ter muita informação, grande cultura e, se possível, vivência de outras realidades culturais, para que se possa observar a nossa cultura como se fosse de fora. E tem-se que ser um livre pensador, completamente liberto de qualquer condicionamento, pronto a admitir qualquer possibilidade, mesmo que seja contraria às próprias convicções. Esse tipo de treinamento é essencial para um filósofo e para um cientista social. Ele não pode ser comunista nem capitalista e nem ter religião nenhuma, nem sequer ser ateu, quando está se debruçando sobre o estudo de algo. Tem que buscar a verdade, mesmo que essa seja extremamente cruel. Nada de ser politicamente correto e mesmo a ética tem que ser abandonada no estudo. Mas não nas ações. Quem não agir assim não está buscando a verdade.
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