sábado, 31 de março de 2012

Por que vocÊ acha que a filosofia analítica e neoanalítica são relegadas a segundo plano no Brasil? Por que só Teoria Crítica, existencialismo, fenomenologia e psicanálise são levadas a sério no nosso pais?

Por causa de uma tradição anglófoba, francófila e germanófila. O Brasil historicamente, apesar de Portugal ter sido invadido pela França, o que nos trouxe João VI, em ciência e filosofia, sempre foi uma província francesa e alemã. É a filosofia continental, racionalista, iluminista, criticista que nos alimenta há décadas. A filosofia de Hume, Locke, Hobbes, Paine, Russell, Moore, Reid, Smith, Mill, Berkeley, sempre foram, no geral, preteridas em relação a Descartes, Kant, Hegel, Nietzsche, Heidegger, Marx, a escola de Viena e de Frankfurt e, modernamente, Foucault, Deleuse, Lacan e outros. Acho isso um viés preconceituoso, mesmo que considere que a Filosofia deva se despir de qualquer adjetivo e buscar um estatuto semelhante à Física em que prevaleça o "corte epistemológico", e não a existência simultânea de escolas de pensamento divergentes e todas com defensores atuantes. Afinal, com qual delas está a verdade, ou sua melhor aproximação? Isto também acontece com a Psicologia, a Sociologia, a Economia, a História e outras. Talvez seja próprio de seu objeto de estudo, mas que, de fato, as coloca num patamar inferior de caráter epistêmico, coloca, dando a impressão que todas as propostas são meras "doxas".

Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação (formspring)

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