segunda-feira, 6 de abril de 2015

Como se fundamente a Lei da Causa e Efeito?‎

Essa lei não existe. Ou seja, não é verdade que todo evento seja efeito de alguma causa. Pode haver evento que não seja efeito. O que, aliás, é a maioria. A noção de que todo evento seria um efeito adveio da obervação dos eventos no nível em que podem ser observados diretamente pelos sentidos humanos. Nesse nível, quase todos os eventos são efeitos. Então, num raciocínio indutivo, se considerou que todos o fossem. Todavia, ao se conseguir observar eventos em nível atômico e subatômico, constatou-se que muitos não eram efeitos de nada, Isto é, eram fortuitos, ou seja, incausados. Isso se dá com a emissão de fótons por sistemas excitados, com o decaimento radioativo e com a produção de pares de partículas e antipartículas pelo campo do vácuo. Todavia eles requerem o preenchimento de condições, que não são causas. Condição possibilita, causa provoca. O interessante, também, é que, em muitos casos, a causa provoca mas não determina que efeito se dará, mesmo em idênticas condições. A incausalidade e o indeterminismo são pontos básicos da Física Moderna que provocaram grandes mudanças nas concepções metafísicas. Outros são a relatividade do espaço e do tempo. Em nível macroscópico, contudo, a concentração da probabilidade em uma pequena faixa faz com que os eventos probabilísticos da natureza se apresentem como se fossem determinísticos. Por exemplo, a emissão de um fóton por um átomo excitado é fortuita, mas a emissão de fótons por um conjunto grande de átomos excitados, como o filamento de uma lâmpada, já se torna um evento determinístico.

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