quinta-feira, 26 de maio de 2011

Eletrônica e genética parecem ser os únicos caminhos que temos para entender a vida como forma consciente, mas a consciência é uma ''função'' da alma, caso alma exista... seja de forma for, como captar a alma então? tem de existir algum meio para isso.

A alma, entendendo por isso a mente, não é uma entidade substancial, isto é, não é feita de algum conteúdo. Se espíritos existissem, poder-se-ia dizer que a alma é feita de espírito. Prefiro chamar a alma de mente, para ficar claro que não é espiritual. Note que espírito, mesmo não sendo material nem sequer físico, é substancial. Já uma idéia, um valor, um sentimento, não são substanciais, mas abstratos. Como espírito não existe, a mente é uma "ocorrência", isto é um acontecimento, um processo, um fenômeno, que se dá em um cérebro vivo ou em algum sistema artificial capaz de produzir as mesmas saídas. Não se pode "pegar" a mente, como não se pode extrair a memória em uma seringa e transferi-la para outro cérebro. A mente "emerge" do cérebro (bem como de todo o sistema nervoso, endócrino, órgãos dos sentidos, enfim, de todo o organismo), como um produto de sua estrutura e de seu funcionamento. Como a música não é a partitura mas a ocorrência de sua execução, a mente não é o cérebro, mas a ocorrência de seu funcionamento. As funções da mente são várias, como a percepção, o juízo, o julgamento, a memória, o raciocínio, o apetite, a volição, a decisão, a emoção, o sentimento, a consciência e a auto-consciência, dentre outras. Todas elas se dão em razão do funcionamento de partes do cérebro, nem sempre unicamente localizadas. A auto-consciência é a noção do "eu", isto é, a percepção de si mesmo como distinto do resto do mundo, enquanto a consciência é a percepção do que acontece com a própria mente. Há operações mentais inconscientes, aliás o maior volume. Quando se "sabe" que o que se está pensando, sentindo, percebendo, fazendo, então se tem consciência. Quem tem essa consciência? O "eu", que é o núcleo individual da mente. Tal noção advém da percepção que se tem do organismo tanto como algo integrado, como distinto do resto do mundo. É interessante a leitura dos livros do António Damásio: O Sentimento de Si e O Livro da Consciência, bem como do Maslin, Introdução à Filosofia da Mente.

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