quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Se doarmos sistematicamente aquilo que temos, àqueles que tem menos que nós, acabaremos possuindo apenas o mínimo, e daí nos transformaremos em necessitados potenciais. É sábia esta decisão? (considere apenas o capitalismo)

Desta forma não. Mas não é assim. O que temos que doar, principalmente, é nosso tempo e dedicação para educar as pessoas. Doar bolsas de estudo, como eu faço. Ensinar artesanato com material reciclado, como minha mulher faz. Não é distribuir os bens igualmente para todo mundo, ou seja é ensinar a pescar e não só dar o peixe (mas tem que dar o peixe nos casos extremos). O problema é, justamente, que não podemos agir capitalisticamente. Esse é o nó górdio da questão. Temos que tomar atitudes não capitalistas. Atitudes que valorizem, não o valor monetário, mas o valor humano, cultural, ético, o valor das coisas como promotoras de bem estar e felicidade. Cada vez mais fazer tudo do modo não capitalista, isto é, de graça. Emprestar terreno para as pessoas plantarem hortas comunitárias e se suprirem de verduras e legumes sem precisar de comprar. Envolver o dinheiro o menos possível em tudo, para que um dia ele deixe de existir por falta de necessidade. Uma ideia que está surgindo, que acho ótima, é a de residências compartilhadas. Morei num condomínio fechado aqui em Viçosa, o Acamari, onde o fundador, Jacinto, queria fazer algo do tipo. São 135 casas. Poderia ter uma lavanderia comunitária, refeitório comunitário e muitas outras coisas do tipo, levando para o modo anarquista de viver em conjunto (eu sugeriria o compartilhamento dos maridos e esposas também...não estou brincando) Mas os condôminos ainda são muito individualistas. Eu me disporia a montar uma biblioteca com os livros de todos eles. Seria uma maravilha. Adoro esse modo de viver em comunidade, não individualisticamente. É claro que todos precisam manter seus momentos de solidão e privacidade (eu, inclusive preciso de várias horas diárias de solidão). Mas tudo em comum fica mais fácil e pode ser até de graça, se, na lavanderia, por exemplo, as pessoas adultas fizessem rodízio de trabalho (homens e mulheres). Mas não deslanchou.

Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação

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