Suponha que finalmente o mundo vive numa sociedade anarquista. E suponha que os recursos naturais ficaram escassos. A competição por estes recursos não acabaria imediatamente com a sociedade anarquista?

Aí é que está. Uma sociedade anarquista, na qual a competição não existe, mas sim a colaboração, é justamente a formação ideal para enfrentar qualquer tipo de crise. Nesse caso todos uniriam seus esforços para vencer as dificuldades e conseguiriam muito melhores resultados, para o grupo, do que competindo individualmente para obter benefícios. Mesmo pessoas mais fracas, ajudando, é melhor do que sendo derrotadas. É preciso entender que uma sociedade anarquista só existe se as pessoas tiverem uma introjeção profunda dos valores que a suportam, especialmente o altruísmo. Desse modo, vão preferir a privação compartilhada do que o benefício obtido com o prejuízo dos outros. Anarquismo é, principalmente, uma concepção filosófica de vida que repudia a competição. Não haveria competição pelos recursos e sim o envido de esforços coletivos para aumentá-los e bem distribuí-los. Se isso não fosse possível, todos sucumbiriam juntos, compartilhando até o último grão dos recursos existentes. Isto é a vitória da civilização sobre a barbárie.

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