domingo, 4 de dezembro de 2011

Você disse uns dias atrás que os unicos meios válidos para procurar o conhecimento são a analise cientifica e a filosófica, mas qual é a diferença básica entre os dois?

Enquanto a ciência investiga a natureza, o pensamento e a sociedade por meios observacionais e experimentais, formulando modelos teóricos que são testados contra os fatos reais ocorridos, a filosofia trata de temas que não se prestam a essa abordagem, tendo que ser estudados por reflexão e especulação. Mesmo assim, apesar de admitir, escolas diferentes de pesamento, a filosofia pode ter suas assertivas validadas, em primeiro lugar pela coerência intrínseca de todo o arcabouço conceitual explicativo e, em segundo lugar, também pelo confronto com a realidade dos fatos. Mas não existem experimentos filosóficos. Quando algum tema passa a poder ser objeto de experimentação, deixa o escopo da filosofia e passa para a ciência. Uma explicação de cunho científico sempre é mais correta do que de filosófico, pois a ciência tem métodos para conferir a validade dela, que, não se pode esquecer, é sempre provisória. Muita coisa que era tida como puramente filosófica passou a ser científica, como as relações de causa e efeito. Seria ideal que tudo pudesse ser científico, mas há muita coisa, ainda, que a ciência não consegue abordar, e talvez nunca o possa. Dentre elas a validação da própria ciência. Mas alguns temas antes estritamente filosóficos começam a ser abordados de forma científica, como a psicologia, a ética e a estética. Os outros tipos de conhecimento são o empírico e o mitológico. O primeiro advém do uso vulgar das coisas, e apresenta seus resultados sem explicação. Isto não significa que seja falso e, pode mesmo, ser usado com proveito, se se revelar verdadeiro. O segundo se adéqua a crenças ancestrais, de origem desconhecida, que foram assimiladas e firmadas como verdades pela insistência com que são transmitidas. São pretensas explicações, que podem ser verdadeiras ou falsas, mas não há garantias, dentro do arcabouço dos mitos ou religiões. Se confirmadas filosófica ou cientificamente serão aceitas. Caso contrário, rejeitadas. É o caso da existência de Deus, de almas, do céu, do inferno, de anjos, demônios e coisas assim.

Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação (formspring)

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