sábado, 21 de julho de 2012

Em quais pontos o criacionismo "científico" revela-se uma pseudocienca?

Não existe criacionismo científico. Toda ciência tem que ser capaz de testar suas proposições em provas que procurem contestá-las. As hipóteses criacionistas não são capazes de serem submetidas a teste. Elas são propostas gratuitas, que se aceita ou não por crença. O máximo de embasamento que elas se valem é dizer que a evolução não é suficientemente comprovada, logo as espécies foram criadas individualmente. Ora, mesmo que a evolução não seja comprovada, não existe "logo" nenhum que indique que cada espécie tenha sido criada individualmente. Pode ter surgido sem ter sido criada e nem evoluído. Isso tem a mesma plausibilidade de ter sido criada. A evolução, contudo, tem grandes indícios de plausibilidade, além de evidências diretas na observação da evolução atual de cepas de bactérias. Não há nada que comprove que alguma espécie viva tenha sido "criada" e não "surgido". Dizer que "surgir" é impossível, não implica que, então, tenha que ter sido criada. Pode ter evoluído.

Um comentário:

Unknown disse...

Caro Prof. Ernesto von Rückert,

Permita-me tecer alguns comentários sobre suas palavras. Todavia, de forma alguma gostaria de criar qualquer forma de atrito entre nós, principalmente por pensarmos diferente a este respeito, além de que respeito muito o senhor, principalmente pelo currículo invejável que possui.

"Teorias científicas são supostamente testáveis e devem ser refutadas se elas não descrevem a realidade" (Marcelo Gleiser. A dança do universo, p. 18).

Analisemos agora a estrutura conceitual das duas teorias em questão:

EVOLUÇÃO = Filosofia Naturalista + Evidências Científicas

CRIACIONISMO = Registro histórico de Gênesis 1-11 + Evidências Científicas

Percebemos que as duas teorias possuem estruturas conceituais semelhantes, em sua essência. Um componente metafísico (Filosofia Naturalista e Gênesis 1-11) junto de evidências científicas plausíveis.

O Criacionismo possui as seguintes evidências a seu favor:

1) Em 2005 foi publicado na Science um artigo escrito por Mary H. Schweitzer e colaboradores que demonstrou a existência de tecidos moles em ossos de T. rex. O problema é que se os dinossauros tivessem tantos milhões de anos como proposto pela Teoria da Evolução não era para ser preservado nenhum tipo de tecido mole.

2) O Grand Canyon evidencia que houve uma grande catástrofe universal, pois é possível observar em sua estratigrafia uma disposição plano-paralelo que só pode ser formado por um soterramento rápido e não gradual em milhões de anos.

O espaço aqui é curto, poderia demonstrar outras evidências que demonstram a plausabilidade do criacionismo.

O senhor disse que "O máximo de embasamento que elas se valem é dizer que a evolução não é suficientemente comprovada". Ora, se teorias científicas realmente devem ser refutadas se não descrevem a realidade, as falhas do evolucionismo deveriam ser, por si só, motivo suficiente para que a ciência abandone esta teoria e busque outras respostas (não necessariamente o Criacionismo).

Como um peixe se tornou um réptil? Haja vista que são organismos extremamente diferentes em sua fisiologia e anatomia e não há fósseis demonstrado esta transição.

A falta de evidências nos registros fósseis demonstra que provavelmente as espécies nunca tenha evoluído a tal ponto de criar novas espécies. A seleção natural é conservativa e não criativa. Uma nova espécie precisa de novas informações genéticas e isso o acaso não proporciona. "Eh nihilo, nihil fit" (Do nada, nada vem).

Com todo respeito professor, se os "grandes indícios de plausibilidade" da evolução estiver na "observação da evolução atual de cepas de bactérias" então realmente a Teoria da Evolução está arruinada de vez. Nas cepas de bactérias nós observamos uma microevolução (variações dentro da espécie) e não uma macroevolução (surgimento de uma nova espécie). As variações destas cepas não produzem uma nova espécie, nunca produziram e nunca irão produzir. É a mesma espécie. Aliás, o termo "cepa" se refere a isolados. Alguns isolados se comportam diferentes frente a um antibiótico, por exemplo, mas todos eles são identificados pelo mesmo método. O exemplo da cepa só não é pior para "provar" a "evolução" do que o exemplo da variação interna das espécies de mariposas da revolução industrial, dos bicos das aves, etc.

Existe muito interesse de terceiros para que a Teoria da Evolução permaneça como a melhor e mais plausível resposta às indagações da ciência. É o que penso! Pois, por muito menos outras teorias foram abandonadas no passado.

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