segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O que você diria a uma pessoa que manifesta preconceito contra comunistas?

Que ela não sabe o que é comunismo e que o confunde com o que a maioria pensa que seja, isto é, um regime político totalitário em que não existem liberdades, em que os bens das pessoas são confiscados pelo estado, que passa a ser o grande e único patrão de todos que se tornam funcionários públicos em todas as atividades econômicas. Um regime em que a vida das pessoas seja totalmente controlada pelo aparato burocrático estatal e tudo requer autorização para ser feito, mesmo uma mera viagem ou uma mudança de residência e assim por diante. Ora, se comunismo é isso, então é para se odiar tal tipo de coisa mesmo. E se alguém pensa que um comunista seja a pessoa que defenda tais atrocidades, é para se ter preconceito contra comunista mesmo.
Só que comunismo não é nada disso. Isso é Socialismo de Estado ou Ditadura do Proletariado.
Comunismo, para começar, não é um regime politico e sim um sistema econômico. Aquele em que a propriedade dos meios de produção e de serviços, bem como da própria produção e do resultado dos serviços é compartilhada por todos os trabalhadores, sem que haja patrão (nem o estado) e nem empregado assalariado. Isto é, todos são sócios e auferem lucros do resultado de seus trabalho. Comunismo é o sistema em que o capital, ao invés de ser concentrado nas mãos de poucos empresários que contratam empregados assalariados para realizar o trabalho de fazer o capital render para eles, esse capital é, justamente, dos próprios trabalhadores. Isto é, não há distinção entre o capitalista e o trabalhador. Todo trabalhador é dono de capital e todo dono de capital é trabalhador. A propriedade, nesse sistema, não é particularizada e sim compartilhada pelas pessoas. Tudo é de todos e nada é de ninguém. Cada um contribui com seu trabalho de acordo com a sua capacidade e cada um usufrui do resultado do trabalho de todos segundo suas necessidades.
Num sistema desses, o próprio dinheiro pode ser abolido. Ele se torna desnecessário, uma vez que se trata, apenas, de um meio de troca e o comunismo não é um sistema econômico de trocas e sim de doações. Sem propriedade e sem dinheiro, não há ricos nem pobres. Todos têm o que precisam. Com a abolição do individualismo, a economia de escala se torna fantástica, de modo que o tempo que cada um precisa se dedicar ao trabalho para a manutenção econômica da sociedade se reduz tremendamente, com o aumento correlato do tempo de lazer. A estruturação coletiva das residências, vai reduzir drasticamente a necessidade de recursos, pois a maior parte das atividades se torna comunitária, como refeitórios, lavanderias, creches, salas de lazer, bibliotecas, instalações esportivas, vestuários. O transporte se torna essencialmente coletivo, havendo, apenas, veículos disponíveis para emergências e, principalmente, bicicletas públicas, O sistema econômico comunista pode conviver com algum regime político, mas certamente não autocrático. Pode ser democrático ou acrático. Em outra resposta comentarei sobre a acracia.

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